terça-feira, 9 de setembro de 2025

Nada q o $$ não possa comprar

 https://www.conjur.com.br/2025-abr-07/juristocracia-nao-e-democracia/


Sim, a juristocracia não é democracia, pois na juristocracia o poder de decisão é transferido para o judiciário, que governa de facto por meio de um ativismo judicial, em detrimento da vontade popular e da separação dos poderes clássica. A democracia, ao contrário, fundamenta-se na soberania popular e no consentimento dos governados. 


O que é a Juristocracia?

É um regime onde juízes e outros atores da elite jurídico-política assumem funções políticas, substituindo ou limitando os poderes Legislativo e Executivo. 


Não é um sistema de governo, mas uma manifestação de poder judicial que extrapola os limites constitucionais. 


Carateriza-se pela judicialização da política, com o judiciário a intervir em assuntos que não lhe competem, como orçamento, saúde, e políticas públicas. 


Por que a Juristocracia é diferente da Democracia?


Soberania:

Na democracia, a soberania reside no povo; na juristocracia, o poder é exercido por uma elite que não tem representação popular direta. 


Separação de Poderes:

A democracia busca a separação dos poderes, enquanto a juristocracia implica uma transferência desse poder para o judiciário, quebrando o equilíbrio constitucional. 


Participação Popular:

Na democracia, as decisões políticas são tomadas com base no consentimento dos governados; a juristocracia pode diminuir a participação popular. 


Consequências da Juristocracia:

Ameaça ao Estado de Direito e ao controle democrático sobre as decisões políticas. 

Perda do controle sobre as políticas públicas pelo Legislativo e Executivo, cujas decisões podem ser alteradas ou canceladas pelo judiciário. 


A juristocracia é frequentemente vista como uma forma de governo em que o judiciário assume um papel político indevido.

BDM Matinal Riscala

 BDM: Moraes vota hoje em meio a temor de sanções

 

... A agenda esvaziada dos mercados nesta terça-feira deixa o caminho livre para o investidor acompanhar o julgamento de Jair Bolsonaro, que será retomado às 9h, no STF, com o voto do ministro-relator, Alexandre de Moraes. A expectativa de uma condenação é consenso, até mesmo entre seus aliados. O que não se sabe é como Trump reagirá a esse provável resultado. O receio de novas sanções contra o Brasil mantém a cautela, embora a aposta em cortes maiores do juro americano segure um pouco os movimentos defensivos. Entre os destaques, sai a revisão anual do payroll nos EUA, a Apple apresenta o Iphone 17 e a Anfavea divulga vendas e produção de veículos.

 

... No final do dia, em postagem no X, o subsecretário de Diplomacia Pública da Casa Branca, Darren Beattie, trouxe nova ameaça, dizendo que “medidas cabíveis” continuarão a ser tomadas contra Moraes e “indivíduos cujos abusos têm minado as liberdades fundamentais”.

 

... Citando os protestos bolsonaristas do último domingo, Beattie escreveu que as manifestações do 7 de Setembro foram “um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro, que busca preservar os valores da liberdade e da justiça”.

 

... Ainda ontem, em reunião do Conselho Superior do Agronegócio, o ex-embaixador Rubens Barbosa, que serviu em Washington e Londres, previu que os Estados Unidos devem impor novas sanções do Brasil ao final do julgamento de Bolsonaro, previsto para sexta-feira.

 

... O clima de apreensão é tanto, que até o visto diplomático concedido pelos EUA para o ministro Haddad, que participará da Semana do Clima em NY entre os dias 21 e 28, virou notícia. No dia 23, é Lula quem viaja, para a abertura da Assembleia Geral da ONU.

 

... No mercado, a tensão foi amplificada pelo tom radical do governador Tarcísio, que discursou na av. Paulista com críticas pesadas a Moraes, em uma guinada eleitoral para a extrema-direita que pode ter comprometido sua imagem e foi considerada um erro.

 

... Muita gente entende que Tarcísio tenha que falar aos bolsonaristas, mas também precisa atrair o eleitor moderado para ganhar.

 

... Pesquisa CNT/MDA divulgada ontem mostrou que Lula derrotaria os adversários em seis cenários testados para o segundo turno, com 45,7% contra Bolsonaro (37,7%) e com 43,9% contra Tarcísio (37,6%). No primeiro turno, Lula teria 35,8% e Tarcísio, 17,7%.

 

... Os resultados frustraram quem espera uma alternância do poder nas eleições presidenciais de 2026.

 

... Em Brasília, o governo opera para evitar que a turbulência política não prejudique a sua agenda no Congresso. Na reunião com os ministros, nesta segunda-feira, Gleisi Hoffmann pediu aos ministros do Centrão que retomem seus mandados temporariamente.

 

... A cobrança é direcionada principalmente aos ministros parlamentares do PP e União Brasil, que resistem em sair, mesmo após as cúpulas de seus partidos terem rompido com governo: André Fufuca (Esporte), Celso Sabino (Turismo) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).

 

... Os ministros da Pesca, André de Paula (PSD), e de Cidades, Jader Filho (MDB), também devem reassumir as vagas na Câmara, enquanto no Senado, a ajuda deve ser de Renan Filho, de Transportes, e Simone Tebet, do Planejamento - ambos do MDB.

 

... Participantes da reunião relataram à Coluna do Estadão que há um temor no Planalto de que propostas do governo sejam derrotadas por poucos votos, em meio ao ambiente político conflagrado com o julgamento de Bolsonaro e a pressão pela anistia.

 

... Na votação recente da PEC dos precatórios, o governo conseguiu derrubar um destaque do PL por só um voto.

 

... A atenção será redobrada nas votações da isenção do IR, PEC da Segurança e das MPs do Gás do Povo e da redução da conta de luz.

 

A CRISE NA FRANÇA - O presidente Emmanuel Macron deve anunciar ainda nesta semana o substituto de François Bayrou, que perdeu uma votação de confiança parlamentar (por 364 votos contra 194) convocada por ele mesmo.

 

... Segundo relatório da Eurasia, o tamanho da derrota de Bayrou fortaleceu pressões da extrema-direita e da esquerda radical por eleições antecipadas e até pela renúncia do presidente. Mas Macron “recusará ambos os caminhos”.

 

... Deve pedir ao novo premiê que busque um acordo com os socialistas para viabilizar um orçamento menos ambicioso de corte de déficit.

 

... No final do primeiro trimestre de 2025, a dívida pública francesa era de 3,346 trilhões de euros, ou 114% do PIB.

 

NO JAPÃO - A mudança no governo japonês não deve impedir o BoJ de manter o ciclo de alta de juros, na visão da Capital Economics.

 

... “Os mercados parecem preocupados que o sucessor do primeiro-ministro Shigeru Ishiba pressionará por juros baixos, mas os precedentes disponíveis sugerem que o Banco do Japão não seria facilmente coagido”, avaliou a consultoria em relatório.

 

... Ishiba anunciou sua renúncia no fim de semana após a derrota do Partido Liberal Democrata (LDP) nas eleições da Câmara Alta em julho. A escolha do novo líder do partido, e próximo premiê, está marcada para 4 de outubro.

 

E NA ARGENTINA - O presidente Javier Milei reuniu duas vezes o seu gabinete na Casa Rosada, nesta segunda-feira, após a dura derrota eleitoral do governo nas eleições deste domingo na província de Buenos Aires.

 

... Nesse contexto de forte tensão política, o La Nación apurou que não deve haver mudanças na equipe governamental.

 

... O revés eleitoral impôs uma sessão de nervosismo nos mercados argentinos, em meio às incertezas sobre a agenda de estabilização fiscal.

 

... O índice Merval da Bolsa de Buenos Aires fechou em queda de 13,25%, enquanto em Nova York o tombo dos ADRs argentinos chegou a se aproximar de 25%: BBVA (-24,41%), Supervielle (-23,97%), Banco Macro (-23,57%) e Grupo Financiero Galicia (-23,57%).

 

... No câmbio, o dólar se aproximou do teto fixado pelo regime de banda móvel, atualmente em 1.470 pesos argentinos. No final da tarde, a moeda americana subia a 1.423,4953 pesos, uma alta acima de 4% sobre o fechamento de sexta-feira.

 

... No mercado paralelo, o dólar blue avançou ao maior nível em mais de um ano, a 1.385 pesos, de acordo com o Ámbito Financiero.

 

HOJE - No final do dia, o secretário de Finanças, Pablo Quirno, anunciou no X uma série de leilões para esta terça-feira, incluindo a oferta de Lecaps em pesos, títulos do Tesouro em pesos e de títulos denominados em dólares americanos.

 

MAIS AGENDA - Dia fraco de indicadores começa com a primeira prévia de setembro do IPC-Fipe, às 5h. Já às 10h, saem os dados da Anfavea de produção e vendas de veículos em agosto, além dos dados industriais da CNI (julho).

 

... Às 15h30, Galípolo recebe o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, para tratar de assuntos institucionais, após o Banco Central ter reprovado a operação envolvendo a compra da instituição pelo BRB, na semana passada.

 

... Nos Estados Unidos, depois do payroll fraco de agosto, sai a revisão anual preliminar do relatório de emprego, às 11h. No Reino Unido, em meio à crise fiscal, a ministra das Finanças, Rachel Reeves testemunha na Câmara, às 7h30.

 

... O BC do Chile divulga, às 18h, sua decisão de política monetária e, na China, paralelamente ao Congresso Nacional do Povo, saem no final da noite, às 22h30, os indicadores de inflação do CPI e do PPI relativos ao mês de agosto.

 

NA DEFESIVA - O perigo de o governo Trump impor novas sanções ao Brasil com o fim do julgamento de Bolsonaro levou os bancos a caírem em bloco e precipitou uma realização do Ibovespa depois dos recordes inéditos.

 

... Além da resposta à cena política, os papéis do setor financeiro reproduziram ainda o Pix parcelado.

 

... Segundo a Fitch, a modalidade pode intensificar a concorrência com cartões de crédito, remodelar o setor de pagamentos e estimular a inovação fintech, impulsionando uma competição com os bancos tradicionais.

 

... Sem apetite para risco, BB ON perdeu 0,95%, a R$ 20,95, e passou a acumular perdas de 10% no ano. Itaú caiu 0,47%, a R$ 38,18; Bradesco PN, -0,52%, a R$ 17,15; Bradesco ON, -0,48% (R$ 14,64); e Santander, -1,71% (R$ 28,69).


... Sob o ajuste negativo dos bancos e vindo dos topos históricos na sexta-feira, o Ibovespa chamou uma correção moderada e caiu 0,59%, abaixo dos 142 mil pontos (141.791,58). O giro não deu para nada: menos de R$ 17 bilhões.

 

... As ordens de vendas na bolsa foram limitadas pelas posições nas blue chips das commodities. As ações da Vale subiram de leve (+0,25%), para R$ 56,36, acompanhando a alta de 0,64% do minério de ferro no mercado chinês.

 

... Na cola do petróleo, Petrobras ON registrou valorização de 0,88%, para R$ 33,19, e PN subiu 0,39%, a R$ 30,71.

 

... As perspectivas de novas sanções do Ocidente à Rússia, depois do forte ataque à Kiev no fim de semana, deram impulso ao Brent, que se recuperou parcialmente da perda de 2,22% do pregão anterior e subiu 0,79%, a US$ 66,02.

 

... A decisão da Opep+ de elevar a oferta em 137 mil bpd não conseguiu derrubar o barril, porque ficou abaixo dos 144 mil bpd dos dois meses anteriores e a aposta é de que a produção real seja inferior ao volume prometido.

 

... Em Wall Street, o destaque ficou com o Nasdaq, que subiu 0,45% e renovou o recorde histórico de fechamento, aos 21.798,70 pontos, puxado pelas gigantes de tecnologia e pelos cortes de juros pelo Fed no radar do investidor.

 

... O Dow Jones fechou em alta de 0,25%, aos 45.514,95 pontos; e o S&P 500 subiu 0,21%, aos 6.495,15 pontos.

 

NÃO ABALA - Mesmo que a inflação americana do CPI surpreenda para cima na próxima quinta-feira, não será isso que comprometerá a aposta praticamente unânime de corte de juro pelo Fed na reunião da semana que vem.

 

... No máximo, um dado forte nos preços esvaziará a especulação de um relaxamento monetário mais agressivo, de 50 pontos, neste momento em que o governo Trump vem forçando a barra para o Fed ser o mais dovish possível.

 

... Aliado da Casa Branca, Stephen Miran terá a sua indicação para o Fed votada amanhã pela Comissão Bancária do Senado. O aval do colegiado é um passo obrigatório antes de submeter o nome ao plenário da Casa.

 

... Dependendo do ritmo da tramitação, ele já poderá estrear daqui a sete dias no encontro de política monetária.


... Já na lista dos cotados para substituir Powell no ano que vem, o assessor econômico da Casa Branca Kevin Hassett defendeu a independência do Fed em entrevista à CBS, mas recomendou mente "aberta para novas políticas".

 

... Observou ainda que o BC americano deve se livrar do modo "ortodoxo que levou a erros no passado", ressaltou que a inflação americana caiu consideravelmente e que o mercado já precifica três cortes de juros até o fim do ano.

 

... Em nova rodada de queda, a taxa da Note de 2 anos caiu abaixo de 3,50%, para 3,494% (contra 3,525% na sexta-feira do payroll), o rendimento de 10 anos recuou para 4,041% (de 4,088%) e o de 30 anos, a 4,687% (de 4,768%).

 

... Com o início do ciclo de relaxamento do Fed à vista, o índice DXY caiu 0,32%, a 97,454 pontos, e teria caído mais, não tivesse o dólar saltado contra o iene, que fechou cotado a 147,36/US$, diante da renúncia de Ishiba.

 

... A pressão inflacionária permanece no radar como um desafio ao BC japonês. Pouco menos de um ano atrás, quando Ishiba assumiu, o índice anualizado de preços ao consumidor (CPI) estava em 2,3%. Em julho, já superava 3%.

 

IL EST TOMBÉ - Na outra crise política, da França, o premiê François Bayrou caiu, após ficar apenas nove meses no cargo. Momentaneamente, o euro chegou a recuar, mas logo recuperou terreno e subiu 0,37%, a US$ 1,1766.


... A derrota no voto de confiança já estava precificada, justificando a reação sem sustos no câmbio. Bayrou alerta que o país está "se afogando em dívidas", mas que a oposição continua rejeitando as propostas de cortes de gastos.

 

... A queda do dólar lá fora afastou por aqui a moeda americana das máximas do dia, quando flertou com R$ 5,45.

 

... Mas não conseguiu apreciar o real, desconfortável com o risco de retaliação de Trump, à espera do desfecho do julgamento de Bolsonaro. Travado na estabilidade, o dólar à vista fechou em leve alta de 0,09%, cotado a R$ 5,4173.


... Apesar da tensão política, o recuo das taxas dos Treasuries ajudou os juros futuros a se acomodarem na B3. Também a expectativa de deflação do IPCA de agosto, amanhã, pode ter contribuído para manter a curva do DI flat.

 

... A projeção entre os participantes do mercado financeiro é de deflação de 0,15% para o indicador oficial de inflação. Se confirmada, será a primeira leitura negativa do índice em um ano e a maior em três anos.

 

... O boletim Focus mostrou ontem estabilidade nas expectativas de inflação para este ano (4,85%) e queda marginal nas projeções para a mediana do IPCA em 2026 (de 4,31% para 4,30%) e para 2027 (de 3,94% para 3,93%).


... No fechamento, o contrato do DI para Jan/26 marcava 14,895% (contra 14,891% no ajuste anterior); Jan/27, 13,945% (de 13,929%); Jan/29, 13,190% (estável); Jan/31, 13,485% (de 13,511%); e Jan/33, 13,660% (de 13,704%).

 

CIAS ABERTAS - MARFRIG e BRF fixaram data de fechamento da incorporação de ações no próximo dia 22; a partir de 23 de setembro, os papéis da Marfrig passarão a ser negociados sob o ticker MBRF3.

 

COGNA EDUCAÇÃO comunicou que fará o resgate antecipado facultativo total das debêntures da 9ª emissão, a ser liquidado no próximo dia 15.

 

SUZANO concluiu a recompra das sênior notes em circulação, emitidas pela Suzano Austria GmbH, com juros de 5,750% ao ano, vencimento em 2026, e as sênior notes, com juros de 5,500% ao ano, vencimento em 2027.

 

ZAMP concluiu OPA para migração de registro e saída do segmento básico da B3.

 

APPLE. Realiza hoje (14h de Brasília) o lançamento da linha iPhone 17: iPhone 17, 17 Air, 17 Pro e 17 Pro Max. A principal mudança será a troca do modelo Plus pelo Air, mais fino, e a ampliação do uso do embedded SIM (eSIM)...

 

... Os preços devem partir de US$ 799 no modelo básico, chegando a US$ 1.249 no 17 Pro Max. As vendas em lojas começarão no dia 19.

 

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

Dessfios das Cias aéreas

 ✈️ Por que as companhias aéreas têm tanta dificuldade em lucrar?


As empresas do setor enfrentam um verdadeiro campo minado de desafios:


🔹 Custos fixos altíssimos – combustível, manutenção e frota representam despesas pesadas e constantes.

🔹 Concorrência acirrada – a disputa entre companhias pressiona tarifas para baixo.

🔹 Demanda instável – crises econômicas, eventos globais e fatores externos afetam diretamente o fluxo de passageiros.

🔹 Tributação e regulações – impostos elevados e regras rígidas pesam ainda mais no caixa.

🔹 Sazonalidade – muitas vezes o lucro só aparece na alta temporada.

🔹 Endividamento em dólar – aliado a falhas de gestão, aumenta a vulnerabilidade financeira.


💡 O resultado? Um setor estratégico, mas de margens extremamente reduzidas e constantemente exposto a riscos.


👉 Você acha que as passagens aéreas no Brasil refletem esses desafios ou existe espaço para melhorar a eficiência das companhias?

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: A incerteza de hoje devido à revisão da série histórica da Criação de Emprego nos EUA (Payrolls), às 15 h, fará com que as bolsas enfraqueçam depois da boa sessão de ontem, com subidas de bolsas e obrigações, que voltaram a reduzir drasticamente as suas yields, apesar de França, Japão e restantes incertezas políticas. As obrigações parecem imunes a todos os problemas políticos/fiscais: a O10A francesa reduziu ontem a sua yield desde 3,45% até 3,41% enquanto Bayrou perdeu a moção de confiança. Mais uma vez, cumpriu-se o que comprar assim que houver um desfecho, desde que seja o esperado, bom ou mau. 


O mais importante HOJE: o BLS (Bureau of Labor Statistics) poderá rever os Payrolls entre abril 2024 e março 2025 entre -0,4M e -1,0M. Quando reviu 12m até março 2024 foi -0,6M. E quando reviu maio/junho 2025 em -0,258M. Então, Trump despediu a responsável do BLS. Isso foi em julho. Não faz muito tempo que começou a confusão com esses dados. Por isso, quando na passada sexta-feira os Payrolls de agosto saíram apena 22 k, o mercado reagiu entre cético (é fiável) e alegre (a Fed irá baixar mais, porque o emprego está a debilitar-se), mas no final não soube qual a reação correta. Os fatores por trás de uma criação de emprego inferior podem ser a atual rutura tecnológica da IA/Iag, que potencia a eficácia pelo emprego de tecnologia avançada, como ocorre há uns anos, e as restrições à imigração, que travam o crescimento demográfico, o fator mais clássico e simples de apoio da Procura Final em qualquer economia.


Embora continuemos à espera do mais importante desta semana, que sairá na quinta-feira (BCE e aumento da inflação americana), a revisão do emprego americano hoje é relevante. Embora o mercado não saiba como interpretar os dados, independentemente dos que sejam publicados, porque pensará que talvez não sejam fiáveis. Ou talvez aqueles que deixam de ser fiáveis sejam os que saem todos os meses, porque depois são revistos para algo completamente diferente. Qual pode ser o impacto prático hoje? Provavelmente, se a revisão em baixa se aproximar e/ou superar -1M, então seria igual o ceticismo, porque o mercado interpretaria que a Fed poderia ver-se obrigada a decidir sobre uma descida de taxas de juros de -25 p.b. ou de -50 p.b. na reunião de 17 de setembro (agora 4,25/4,50%). E começar a descontar -50 p.b. em setembro e mais descidas posteriores devido a um emprego abalado seria, em princípio e a muito curto prazo, bom para as bolsas e obrigações… MAS, numa segunda reflexão, não seria estranho que a interpretação se tornasse negativa ao pensar que a situação se tornou mais complicada do que o conveniente e encaixável em positivo. 

  

CONCLUSÃO: Passamos de França ao emprego americano revisto. Parece provável que se imponha algum respeito e que as bolsas europeias retrocedam um pouco (-0,2%?), sendo Wall St. uma verdadeira incógnita dependente da revisão do emprego. Se sair em cerca de -0,4M/-0,8M, a reação seria bastante positiva, porque seria interpretado que um debilitamento aceitável tornaria a Fed mais flexível. Mas se sair -1M ou superior, a reação pode ser diferente e negativa, com quedas de bolsas, mas não de obrigações, que sairiam beneficiadas de uma expetativa mais agressiva sobre descidas de taxas de juros. Será uma sessão emocionante. E o aumento da inflação americana de agosto, que sairá na quinta-feira, poderá complicar ainda mais as coisas quanto a saber quanto dano sofre o ciclo americano e em que sentido interpretá-lo. O mais lógico seria que o tom do mercado se complicasse a partir de hoje.


NY +0,2% US tech +0,5% US semis +0,8% UEM +0,8% España +1% VIX 15,1% Bund 2,64% T-Note 4,05% Spread 2A-10A USA=+55pb B10A: ESP 3,23% PT 3,06% FRA 3,41% ITA 3,50% Euribor 12m 2,184% (fut.2,127%) USD 1,176 JPY 173,1 Ouro 3.657$ Brent 66,5$ WTI 62,7$ Bitcoin +0,9% (111.949$) Ether +0,4% (4.307$) 


FIM

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Perspectivas domésticas

 Meu artigo na @gazetadopovo: Perspectivas econômicas para 2026: o ano da gastança


A economia crescerá em marcha forçada. Em 2027, caberá ao próximo governo administrar a herança maldita do PT: juros elevados, desequilíbrio fiscal e uma economia estagnada


https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/adolfo-sachsida/perspectivas-economicas-para-2026-o-ano-da-gastanca/


Entre 2016 e 2022, o Brasil passou por um ciclo relevante de reformas econômicas. No campo macroeconômico, a reforma trabalhista e o teto de gastos aprovados no governo Temer, aliados à reforma da previdência e à autonomia do Banco Central no governo Bolsonaro, asseguraram a estabilidade necessária ao país. Já no campo microeconômico, a modernização dos marcos regulatórios — como a Lei de Liberdade Econômica, o novo marco do saneamento, de start-ups, da cabotagem, de registros públicos — além do PIX, da digitalização de serviços públicos, de privatizações e da abertura econômica, estimularam o investimento privado. Em conjunto, essas medidas ampliaram o PIB potencial brasileiro.

Por isso, fui corretamente otimista com os resultados da economia entre 2023 e o primeiro semestre de 2025. No entanto, o impulso das reformas está se esgotando. Após quase três anos de uma política centrada no aumento descontrolado de gastos públicos e tributos, a economia começa a dar sinais de fadiga. Em breve, com a divulgação dos indicadores do segundo semestre, ficará evidente que o Brasil chegou a uma encruzilhada: saímos de um arranjo pró-mercado, com disciplina fiscal e juros em queda, para uma política que, ao expandir demasiadamente o gasto público, pressiona a inflação e mantém os juros em patamar elevado.

No cenário externo, a situação tampouco inspira confiança. Por decisões políticas equivocadas, o governo brasileiro tem confrontado a maior economia do mundo. O presidente Lula, além de criticar abertamente o presidente americano, defende o abandono do dólar em negociações dos BRICS, ataca Israel e aproxima o país de regimes como Venezuela, Irã, Rússia e China. É difícil enxergar resultados positivos dessa estratégia.

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Após quase três anos de uma política centrada no aumento descontrolado de gastos públicos e tributos, a economia começa a dar sinais de fadiga

Para 2025, o Congresso ainda apreciará um pacote de medidas populistas do governo, todas com impactos negativos sobre as contas públicas. Especialistas já alertam que o orçamento de 2026 será uma peça de ficção, baseada em despesas subestimadas e receitas superestimadas. Na Fazenda, a resposta continua sendo o aumento de impostos; no Planejamento, a promessa vaga de um ajuste apenas em 2027.

Quem conhece o orçamento enxerga o que está sendo armado: um aumento expressivo de gastos no próximo ano. Se em anos sem eleição o governo já se mostra gastador, em 2026 — com economia em desaceleração e em pleno calendário eleitoral — o sinal verde para a gastança é inevitável. Governadores, por sua vez, seguirão no mesmo caminho de aumento de gastos.

Por isso, 2026 será lembrado como o ano da gastança. A economia crescerá em marcha forçada, algo entre 1% e 1,5%. Em 2027, caberá ao próximo governo administrar a herança maldita do PT: juros elevados, desequilíbrio fiscal e uma economia estagnada.

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VEJA TAMBÉM:

Tarifas: o Brasil a um passo do precipício

Adolfo Sachsida

BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Segunda Feira, 08 de Setembro de 2.025.


*Julgamento de Bolsonaro entra na fase final*

… O fim de semana trouxe notícias importantes que poderão influenciar a abertura dos mercados, nesta segunda-feira: a Opep+ aumentou sua produção de petróleo, Israel e Hamas teriam concordado com um novo plano de cessar-fogo dos Estados Unidos e o primeiro-ministro do Japão anunciou a renúncia. Na França, uma votação no Parlamento hoje também pode derrubar o primeiro-ministro. Na agenda dos indicadores são destaques esta semana a reunião do BCE, balança comercial da China (já saiu), inflação americana e, no Brasil, o IPCA e o IGP-DI de agosto, além das vendas do varejo e serviços. Mas aqui é o julgamento de Bolsonaro que está no centro das atenções.


… Os trabalhos na Primeira Turma do STF serão retomados amanhã, terça-feira, com o voto do ministro-relator Alexandre de Moraes. Haverá sessões todos os dias, até sexta-feira, 12, quando se encerra o julgamento do ex-presidente e do núcleo principal da ação.


… Investidores devem assumir cautela diante da possibilidade de novas sanções de Trump contra o Brasil, se os réus forem condenados.


… Na sexta-feira, o presidente americano voltou a comentar sobre a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, afirmando que o País adotou atitudes “lamentáveis”, referindo-se ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal.


… “Ficamos chateados com o Brasil. Colocamos uma tarifa alta para eles, porque eles têm feito uma coisa lamentável. Eu amo o povo brasileiro, mas o governo de lá mudou radicalmente, foi muito para a extrema esquerda. Eles estão indo muito mal.”


… A menção ao Brasil ocorreu após uma jornalista questionar o presidente americano sobre a restrição de vistos a delegações de determinados países para a Assembleia Geral das Nações Unidas, que será realizada neste mês de setembro, em Nova York.


… Trump não confirmou se os delegados brasileiros sofrerão restrições para o evento, mas o ambiente de tensão entre os dois países continua.


… Também na sexta, em entrevista ao SBT, o presidente Lula voltou a afirmar que tem encontrado resistência no diálogo com o governo Trump. “É importante vocês dizerem… Ele não quer conversar. Eu tenho Alckmin, Haddad e Mauro Vieira. Ele não tem interlocutor.”


… Lula disse que a taxação vai prejudicar os americanos e defendeu que o Brasil compre de países que queiram negociar. “Se os Estados Unidos acham que seu presidente virou imperador e que ele pode ficar ditando regra para o mundo, eles vão ver o que pode acontecer.”


… O presidente afirmou, ainda, que a China é um “parceiro importante” para o Brasil e que “está dando um banho nos carros elétricos”.


… Lula voltou a defender a regulação das redes sociais, afirmando que ela será feita, “doa a quem doer”. Segundo apurou o Broadcast Político, o governo deve encaminhar a proposta ao Congresso após a sanção do projeto da adultização, que deve ocorrer no dia 16.


… No Estadão, integrantes do governo acreditam que há “pouca margem” de negociação com os Estados Unidos. Dizem que a situação está “congelada e cristalizada” e deve se manter assim até o ano que vem. Os relatos colhidos pela reportagem são pessimistas.


BRICS – Em cúpula virtual dos líderes do grupo, promovida por Lula em reação às tarifas impostas pelos Estados Unidos, o presidente da China, Xi Jinping, confirmou participação no evento desta segunda-feira e anunciou que fará um “importante discurso”.


7 DE SETEMBRO – No pronunciamento do sábado à noite na TV, véspera do Dia da Independência, o presidente Lula enfatizou a soberania nacional, dizendo que o Brasil se relaciona com todos os países, mas “não vai baixar a cabeça para ninguém”.


… Atos bolsonaristas realizados em algumas capitais nesse domingo focaram no projeto de anistia a Bolsonaro, com destaque para os protestos na avenida Paulista, onde uma grande bandeira dos Estados Unidos foi erguida em homenagem a Trump.


… O discurso do governador Tarcísio foi o mais significativo, quando ele cobrou da cúpula do Congresso para pautar a anistia “imediatamente” e fez ataques pessoais ao ministro Alexandre de Moraes, mencionado por sua “tirania”.


… No Globo, o Planalto tentará impedir o perdão mas, caso a proposta prospere, o veto do presidente Lula é dado como certo por aliados.


… A ministra Gleisi Hoffmann vai se reunir com ministros nesta segunda-feira (10h) para articular a reação do Executivo ao projeto de anistia, quando pedirá a eles que convençam parlamentares de seus partidos para votarem contra a urgência da proposta.


SEM CLIMA – A turbulência no Congresso não dá espaço para a votação nas próximas semanas da ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, avaliam integrantes da Comissão Especial que aprovou a proposta no primeiro semestre.


… Governistas concordam que não há clima para votação na Casa, embora a base aliada tenha esperança de que possa ocorrer ainda este mês, por se tratar de uma pauta positiva não só para o governo, mas também para o presidente da Câmara, Hugo Motta.


… O fato, porém, é que o rompimento do Progressistas e do União Brasil com o governo Lula gera preocupação no Planalto e o temor é que, unidos em torno da candidatura de Tarcísio para a Presidência em 2026, eles travem a agenda do governo no Congresso.


NOVA PESQUISA – Será divulgada esta semana, a nova rodada da pesquisa trimestral de avaliação do governo Lula feita pelo Ipsos-Ipec, que foi feita em meio ao julgamento do núcleo crucial do golpe de Estado e ao movimento pró-anistia a Jair Bolsonaro.


… A última pesquisa do Ipsos-Ipec (julho) mostrou 55% de desaprovação a Lula e 39% de aprovação.


AGENDA – São destaques nesta semana o IPCA de agosto (quarta-feira), vendas no varejo em julho (quinta) e o volume de serviços em julho (sexta). Amanhã (terça-feira), saem dados antecedentes de produção e vendas de veículos em agosto.


HOJE – Será divulgado o IGP-DI de agosto (8h), que deve avançar 0,38% (mediana do Broadcast), após três quedas consecutivas, com o avanço nos preços agropecuários. Todas as estimativas são positivas, variando de 0,11% a 0,60%. Em julho, o índice caiu 0,07%.


… Às 8h25, a atenção é para a pesquisa Focus, que vem corrigindo as expectativas inflacionárias para este ano, 2026 e 2027.


… O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa das 7h30 às 17h, de eventos do BIS, na Basileia, Suíça. Já o diretor de Política Monetária, Nilton David, tem audiência com investidores estrangeiros promovido pelo Santander às 14h.


… Na CPI do INSS, está previsto o depoimento do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.


LÁ FORA – A semana terá uma bateria de indicadores econômicos, sendo que alguns já foram divulgados neste domingo, como o PIB do Japão no segundo trimestre, que subiu acima do esperado (2,2% na base anual), e a balança comercial da China em agosto.


… As exportações chinesas tiveram crescimento anualizado de 4,4% em agosto e frustraram a previsão de 5,3%. As importações também decepcionaram, com alta de 1,3%, contra estimativa de 3,7%.


… A balança comercial teve superávit de US$ 102,3 bilhões em agosto, acima da projeção de US$ 99,3 bilhões.


… Amanhã à noite, saem os dados da inflação de agosto na China.


… Nos Estados Unidos, o PPI sai na quarta-feira e o CPI, na quinta, quando o BCE faz reunião de política monetária e deve manter o juro em 2%.


… Já na sexta-feira, encerrando a semana, é importante a preliminar de setembro do índice de confiança do consumidor americano medido pela Universidade de Michigan, com as expectativas de inflação para um ano e cinco anos.


FRANÇA – Está no radar hoje a votação de um corte de 44 bilhões de euros no orçamento, que tenta equilibrar o déficit francês e pode derrubar o primeiro-ministro, François Bayrou. Ele próprio condicionou sua permanência no cargo à aprovação da proposta.


… A pressão recai sobre o euro, já que a economia francesa tem a terceira maior dívida da Zona do Euro, com um déficit público de 5,8% do PIB.


TURQUIA – O governo apresentará hoje o novo Programa de Médio Prazo turco, plano econômico que traça as metas para os próximos três anos, que atualiza 2025 e abrange o período de 2026 a 2028, com os indicadores macroeconômicos do país.


FIM DE SEMANA – O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, anunciou sua renúncia nesse domingo, após crescentes pedidos de seu partido Liberal Democrata (LDP) para assumir a responsabilidade pela derrota na eleição parlamentar de julho.


… Após resistir em deixar o cargo, Ishiba tomou a decisão para evitar uma espécie de moção de desconfiança. Uma eleição presidencial de seu partido para escolher o sucessor deve ser realizada no início de outubro.


… A notícia causou o enfraquecimento do iene japonês ante o dólar, que no início da madrugada avançava a 148,356 ienes (+0,64%).


ISRAEL VS HAMAS – Destaque do noticiário internacional junto com a renúncia de Ishiba, Israel aceitou os termos propostos pelos Estados Unidos para encerrar o conflito na Faixa de Gaza, o que levou Trump a dar um ultimato ao Hamas para que fosse na mesma direção.


… Horas depois, o grupo já sinalizava disposição em iniciar, “de imediato”, negociações para o cessar-fogo.


… Segundo informações obtidas pela Axios, a nova proposta americana enviada ao Hamas prevê a libertação dos 48 reféns ainda mantidos pelo grupo em troca de um cessar-fogo e do fim da operação israelense para ocupar a Cidade de Gaza.


… Em contrapartida, Israel soltaria entre 2.500 e 3.000 prisioneiros palestinos, incluindo centenas condenados à prisão perpétua.


… Apesar da notícia, o petróleo subia mais de 1% no início da madrugada com a decisão da Opep+ de ampliar a produção em ritmo mais lento (137 mil barris por dia) a partir de outubro.


RÚSSIA VS UCRÂNIA – Moscou atingiu a capital da Ucrânia com drones e mísseis no domingo, no maior ataque aéreo ao país desde o início da guerra, lançando 810 drones e 13 mísseis de vários tipos. Causou duas mortes e cerca de 20 feridos.


… Na sexta-feira, Putin afirmou que as tropas ocidentais na Ucrânia seriam vistas como “alvos legítimos” pelo exército russo, após o presidente da França, Emmanuel Macron, dizer que 26 países europeus chegaram a um acordo para oferecer garantias de segurança a Kiev.


… No domingo, em coletiva de imprensa, Trump disse que não está “nem um pouco feliz com a Rússia”, mas que pretende falar “muito em breve” com Putin e ainda acredita em um cessar fogo e que “conseguiremos resolver a guerra na Ucrânia”.


… Em entrevistas, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disseram que os Estados Unidos estão prontos para endurecer as sanções à Rússia, após os últimos ataques a Kiev.


ARGENTINA – Os primeiros resultados oficiais da Justiça Eleitoral da província de Buenos Aires apontavam vitória do peronismo de centro-esquerda sobre o partido de Javier Milei. Com quase 90% das urnas apuradas, o Fuerza Pátria alcançava 47% dos votos.


… As eleições são consideradas um termômetro para o pleito de meio de mandato em outubro e um referendo sobre o desempenho de Milei.


TRÊS NÃO É DEMAIS – Superdovish após o payroll, o investidor foi para o jogo no pregão de sexta-feira e turbinou as apostas em queda acumulada de 75 pontos-base do juro do Fed este ano (de 50% para 65%) na ferramenta do CME.


… Outra novidade foi o mercado de trabalho desaquecido ter despertado especulações, ainda que isoladas (10%), de que o comitê de Powell já dê logo um corte mais agressivo, de 50 pontos, na largada do ciclo na reunião deste mês.


… A sorte está lançada, com o CPI de agosto na quinta-feira ganhando status de potencial indicador decisivo.


… O ING mantém como cenário-base quedas graduais de 25 pontos em setembro e dezembro, mas não descarta corte de 50 pontos este mês. O BofA, que não esperava nenhum alívio este ano, agora espera dois.


… Aproveitando o gancho do payroll fraco, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, já saiu pressionando o Fed por flexibilização maior do que 25 pontos na decisão de política monetária da semana que vem (17).


… Internamente, Trump tem dois aliados no Fomc que podem fazer cada vez mais a diferença daqui para a frente.


… Christopher Waller já havia dito em agosto que a dose de alívio do juro poderia ser ajustada se o relatório de emprego de agosto apontasse para uma economia substancialmente enfraquecida e se a inflação continuasse contida.


… Michelle Bowman também observava riscos negativos acentuados no mercado de trabalho americano.


… Na linha de resistência, porém, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, recomenda ir mais devagar.


… Embora ele tenha reconhecido a fraqueza dos resultados do payroll, disse que o ritmo de contratação de trabalhadores nos Estados Unidos “pode estar artificialmente menor”, devido à política migratória de Trump.


… Também advertiu que não se deve ainda descuidar da inflação, que permanece rodando acima da meta, e afirmou ser preciso ter certeza, antes de tudo, de que o repique nos preços de serviços é apenas pontual, não duradouro.


… A pouco mais de uma semana da reunião do Fed, o dirigente disse ainda estar indeciso em relação ao seu voto.


… Mas a impressão que fica é de que não necessariamente ele esteja contra um corte do juro em setembro. Pode apenas estar tentando refrear o exagero da aposta de uma queda inicial de 50 pontos.


A PROFECIA SE CUMPRE – Já em Jackson Hole, Powell havia cantado a bola de que o mercado de trabalho estava esfriando e veio o payroll para provar, com 22 mil vagas em agosto, mais de três vezes menor que a previsão (75 mil).


… Ainda os dados de junho foram revisados em baixa, de criação de 14 mil postos de emprego para eliminação de 13 mil. A taxa de desemprego veio dentro do consenso, em 4,3%, mas no nível mais alto em quatro anos, desde 2021.


… Alguns investidores, surpreendidos pela velocidade com que a mão-de-obra vem perdendo força, começaram a especular sobre o risco de um hard landing na economia americana e saíram vendendo posição nas bolsas em NY.


… As ordens de vendas atingiram o índice Dow Jones (-0,48%), aos 45.400,86 pontos, enquanto o S&P 500 fechou em queda de 0,32%, aos 6.481,50 pontos, e o Nasdaq se segurou estável (-0,03%), aos 21.700,39 pontos.


… Em busca de oportunidade nos mercados emergentes, os estrangeiros voltaram a olhar para o Brasil.


… O Ibovespa partiu para novo recorde histórico e fechou na faixa inédita dos 142 mil pontos, a curva do DI derreteu junto com as taxas dos Treasuries e o dólar quis furar o piso psicológico de R$ 5,40, mas ainda não foi desta vez.


… O que ainda constrange o câmbio é o fiscal, com a meta de 2026 em xeque, diante da percepção no mercado financeiro de que o governo continua contando com um cenário pouco realista, de receitas superestimadas. 


… Na mínima, o dólar à vista cravou R$ 5,3828, mas não bancou o ritmo e desacelerou a queda no fechamento para 0,63%, cotado a R$ 5,4124. Também o petróleo fraco pode ter inibido o movimento por um real mais apreciado.


… Lá fora, o payroll pôs a moeda americana em desvantagem e levou o índice DXY a fechar abaixo da linha dos 98,000 pontos, em queda de 0,59%, aos 97,768 pontos, diante da precificação de cortes de juro em série pelo Fed.


… Ganhando espaço, o euro subiu 0,60%, para US$ 1,1716, e a libra avançou 0,54%, para US$ 1,3505, mas analistas advertem que as divisas europeias continuam sensíveis aos riscos fiscais no Reino Unido e a crise política na França.


… Na manobra kamikaze de pedir um voto de confiança aos deputados franceses, o primeiro-ministro, François Bayrou, arriscou a sua pele e deve ser derrubado hoje, enfraquecendo ainda mais o governo de Macron.


UM RECORDE POR SEMANA – Sob o horizonte de juro menor nos Estados Unidos, o apetite pela bolsa brasileira foi renovado e o Ibovespa investiu às melhores marcas de todos os tempos, acima dos 142 mil pontos pela primeira vez.


… Superando os picos alcançados apenas uma semana antes, o índice à vista emplacou alta de 1,17%, para os 142.640,14 pontos, com giro de R$ 21,8 bilhões. Estabeleceu ainda novo recorde histórico intraday (143.408,64), na sexta-feira.


… A bolsa nem precisou de Petrobras para buscar o topo. A onda de vendas no petróleo antes da reunião deste domingo da Opep, que derrubou o Brent em 2,22%, a US$ 65,50, impôs perdas expressivas aos papéis da estatal.


… Petrobras ON afundou 2,26%, para R$ 32,90; e PN registrou desvalorização de 1,51%, para R$ 30,59.


… Depois de dias se esforçando para romper a marca de R$ 56,00, as ações da Vale finalmente cruzaram esta barreira e fecharam em R$ 56,22, alta de 0,92%, no melhor patamar deste março, antes das tarifas de Trump à China.


… Os bancos saíram em rali. BB saltou 3,57%, para R$ 21,15, embalado pela assinatura da MP que garante a renegociação de dívidas rurais em condições especiais. Bradesco PN, +2,44%, a R$ 17,24; e Itaú +1,11%, a R$ 38,36.


… As blue chips financeiras reproduziram o otimismo com o tombo dos juros futuros. O alívio do câmbio no Fed desencadeou um reforço na aposta de que também o Copom possa acelerar o processo de flexibilização da Selic.


… Cálculos do estrategista Luciano Rostagno (da EPS Investimentos) indicam que não apenas é ampla a chance de o BC derrubar o juro em janeiro (92%), como não é desprezível a probabilidade (40%) de a taxa já cair em dezembro.


… Fora isso, a curva a termo passou a indicar um ajuste total maior de queda da Selic, para 12,30%, de 12,50% antes.


… Ao contrário da maior ousadia dos traders, economistas reunidos com diretores do BC na última sexta-feira não se atreveram a prever um corte antecipado da Selic (dezembro), mas estão confiantes que a queda virá em janeiro.


… O Broadcast apurou que a percepção ainda é de desaceleração econômica gradual e de inflação rodando em níveis incompatíveis com a meta de 3,0%, e que o Copom pode deixar para agir só na primeira reunião de 2026.


… Em novo trecho da gravação de entrevista do ministro ao programa do Datena, transmitido na sexta na Rede TV, Haddad disse que espera “sensibilidade” do BC para baixar o juro, que está em patamar “muito restritivo”, porque “a inflação está caindo e vai cair mais”.


… No fechamento, o DI Jan/27 caiu a 13,920% (de 13,970% na véspera); Jan/29, a 13,160% (de 13,289%); Jan/31, a 13,475% (de 13,628%); e Jan/33, a 13,665% (de 13,817%). Só o Jan/26 ficou engessado, em 14,890% (de 14,889%).


… A chance de o Fed pegar mais pesado nos cortes chegou a derrubar as taxas dos Treasuries para as mínimas desde abril. O yield da Note-2 anos caiu a 3,525%, contra 3,585% no dia anterior, e o de 10 anos foi a 4,088%, de 4,160%.


CIAS ABERTAS – Depois das notícias na imprensa de que desistiu de recorrer da negativa do BC sobre a compra do MASTER, o BRB divulgou comunicado na noite de sexta-feira para informar que ainda não decidiu próximos passos…


… Na manchete do Estadão de hoje, a reprovação pelo BC da deixará fundos de pensão e pelo menos um banco estatal expostos ao risco de não pagamento por parte do Master…


… O jornal identificou ao menos 13 instituições que fizeram investimentos em letras financeiras do Master, que não têm garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).


COSAN. Lauro Jardim/O Globo informou que o interesse demonstrado por André Esteves em comprar participação na companhia é tão grande que, caso o acordo seja fechado, ele deve passar a dividir o controle do grupo.


ALPARGATAS. Assembleia geral de debenturistas aprovou anuência prévia para redução do capital social, no valor de R$ 850 milhões, sem cancelamento de ações, mediante restituição de valores aos acionistas…


… Assim, ficou atendida a condição necessária para que a proposta de redução de capital seja submetida à deliberação dos acionistas na assembleia geral extraordinária a ser realizada em 10 de setembro.


ONCOCLINICAS informou em comunicado que à CVM que há “amplo apoio” a propostas sobre capital autorizado que serão votadas em AGE amanhã.


PETRORECÔNCAVO produziu média de 26,4 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/dia) em agosto, queda de 1,6% ante o mês de julho.


MERCADO LIVRE. Cade aprovou, sem restrições, a compra da farmácia Target, nome fantasia da Cuidamos Farma Ltda, pela empresa.


BIG TECHS. O presidente Donald Trump ameaçou na sexta-feira iniciar uma investigação comercial contra a União Europeia após o bloco aplicar multas às empresas americanas Google (US$ 3,5 bilhões) e Apple (US$ 17 bilhões).

BAires x Milei

 *Buenos Aires derrota Milei, que fala em “autocrítica”*


Giuliano Guandalini8 de setembro de 2025


A fortaleza eleitoral do peronismo não se rendeu a Javier Milei.


O presidente argentino sofreu uma dura derrota nas eleições legislativas provinciais ocorridas ontem em Buenos Aires, onde se concentra quase 40% do eleitorado do país – indicando dificuldades para a coalizão governista conquistar maioria no Congresso nas eleições nacionais de meio de mandato, no próximo mês.


A margem de vitória peronista ficou acima do antecipado, derrubando os ativos argentinos hoje pela manhã.


O ETF ARGT, que captura a oscilação das ações argentinas em dólar, mergulha mais de 10%. Desde o pico de valorização no ano, em maio, a queda acumulada é de quase 25%.  


Os títulos argentinos em dólar caíram em toda a curva. O yield do papel de dez anos, o mais líquido, foi a 12,6%. Em janeiro, na mínima do ano, estava abaixo de 10%.


No mercado local, o dólar sobe 6% e encostou no teto da banda estipulada pelo governo.


A coalização peronista Fuerza Patria, do governador peronista Alex Kicillof, obteve 47% dos votos contra 34% da frente La Libertad Avanza, de Milei.


Votam nesse pleito os 135 municípios da província de Buenos Aires, distribuídos em oito seções. Mas os eleitores da cidade de Buenos Aires não participam. A capital federal é um distrito autônomo, e seus residentes escolhem o prefeito e os legisladores locais em uma eleição própria.


Milei descreveu os resultados como “uma clara derrota” em um pleito que testou o humor de uma grande parcela do eleitorado às vésperas da eleição de meio de mandato, em 26 de outubro.


O presidente argentino afirmou que dará continuidade ao seu programa de controle fiscal e à política cambial, mas prometeu realizar uma “autocrítica” e rever a estratégia antes do pleito nacional.


Milei tem conseguido impor uma agenda de ajustes mesmo sem maioria no Congresso. Mas uma derrota nas eleições de meio de mandato poderá significar uma barreira para a continuidade das reformas mais profundas – e coloca um ponto de interrogação na viabilidade do programa de estabilização monetária.


Contrariando as expectativas, a participação eleitoral acima do esperado não beneficiou o governo, disse o BTG. “Apesar das fortes divergências internas, o voto peronista foi unificado em uma chapa, enquanto o voto antiperonista foi mais fragmentado,” disse o banco.


Os 47% obtidos pelos peronistas ficaram em linha com o apoio dado a Kicillof há dois anos, quando ele foi eleito governador.


Segundo o BTG, houve quatro razões para o insucesso eleitoral de Milei.


Em primeiro lugar, a estratégia política não foi adequada, tendo sido “arrogante” e desrespeitando lideranças locais.


Em segundo, Milei não foi sensível a certas demandas sociais, como sua decisão de não financiar um hospital pediátrico.


Outro ponto foram as denúncias de corrupção envolvendo pessoas próximas a Milei que vieram à tona no mês passado.


Áudios atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-diretor da agência nacional para pessoas com deficiência e advogado pessoal de Milei, revelaram uma suposta negociação de propinas na compra de medicamentos. Karina Milei, a irmã do presidente e seu braço direito, teria recebido uma comissão de 3% no sobrepreço pago pelos remédios.


Por fim, disse o BTG, a economia dá sinais de perda de vigor.


“Nos últimos dois meses, a queda na atividade foi acentuada, como resultado de uma estratégia monetária equivocada que elevou as taxas de juros às alturas,” afirmaram os analistas do banco.


“O governo implementou tantas mudanças na estrutura monetária que deu a impressão de improvisar em uma questão séria,” disse o BTG. “A equipe econômica constantemente culpou o risco político por tudo, mas pelo menos parte do problema pode ser atribuída a um plano mal concebido.”


As denúncias somadas aos efeitos do arrocho fiscal – que atinge o interesse de algumas categorias mais organizadas, como aposentados e funcionários públicos – também minaram a popularidade de Milei.


A instabilidade política e a falta de dólares em caixa – as reservas internacionais líquidas continuam negativas – atingiram o peso, e o governo vem fazendo intervenções no mercado para conter a desvalorização, o que pode comprometer o controle da inflação.


“A eleição na província de Buenos Aires ocorreu em meio a um aperto significativo das condições financeiras internas, uma desvalorização do peso, expectativas de um ligeiro aumento na inflação, uma desaceleração do crescimento econômico, tensões crescentes entre o governo do Presidente Milei e o Congresso, e alegações de corrupção contra membros do governo,” resumiu o analista Sergio Armella, da Goldman Sachs.


O Morgan Stanley retirou sua recomendação de compra para os ativos argentinos, dizendo que a derrota elevou a probabilidade do “cenário negativo em que o mercado passe a questionar a continuidade das reformas, aumentando a incerteza quanto às futuras fontes de financiamento externo.”


Luis Caputo, o ministro da Economia, disse na noite do domingo que nada muda. “Nem no fiscal, nem no monetário, nem no cambial.”


Mas a gestão Milei enfrentará agora o seu mais duro teste desde a vitória no final de 2023.



https://braziljournal.com/buenos-aires-derrota-milei-que-fala-em-autocritica/

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...