segunda-feira, 21 de julho de 2025

BDM Matinal Riscala 2

 *Rosa Riscala: À espera dos próximos lances*


… O PBoC da China manteve hoje as taxas de juros em 3,00% para empréstimos de 1 ano e em 3,50% para 5 anos, na primeira notícia da semana. Também para o BCE (quinta-feira), a expectativa é de estabilidade. Powell fala amanhã e deve manter firme o discurso de cautela, apesar das pressões da Casa Branca. A agenda de indicadores internacionais é mais fraca, mas o calendário de balanços avança em NY, com Alphabet, Tesla e Intel. A B3 dá início à temporada, com Neoenergia, Weg, Multiplan e Usiminas. Ainda entre os destaques domésticos, estão o Relatório de Despesas e Receitas, Transações Correntes e o IPCA-15. Mas é a guerra de Trump contra o Brasil que mobiliza as atenções e conduz os negócios.


… A revogação do visto pelos Estados Unidos para Moraes e mais sete ministros do STF, o PGR e seus familiares, após as medidas cautelares contra Bolsonaro, acirrou ainda mais os conflitos, tornando um acordo mais difícil.


… Em nota, Lula classificou de inaceitável a decisão anunciada na sexta-feira à noite pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e “mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”.


… Além de Alexandre de Moraes, foram atingidos Luís Roberto Barroso, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Edson Fachin e Paulo Gonet. Só ficaram de fora da lista André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques.


… Na Folha/domingo, membros do Departamento de Estado dos Estados Unidos informaram a aliados de Bolsonaro que a revogação de vistos é apenas o começo. “O Brasil terá uma longa semana a partir do dia 21.”


… O presidente Trump teria dito que “todas as opções estão na mesa” e que a decisão de Moraes de autorizar uma ação contra Bolsonaro foi equivalente a uma declaração de guerra contra ele e os Estados Unidos.


… Entre as novas sanções cogitadas estariam aumentar as tarifas de 50% para 100%, adotar punições em conjunto com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e até bloqueio do uso de satélites e GPS.


… Em postagem no X, no domingo, Eduardo Bolsonaro publicou uma foto ao lado do “chefe dos embaixadores” dos Estados Unidos dizendo que “Moraes não pode fazer nada” [como impedir seu pai de falar com embaixadores].


… Em outra publicação, Eduardo disse que o momento não era de paz. “Conhecemos os nossos inimigos e sabemos que moderação para eles soa como fraqueza. Também temos dentes afiados, pelos e sabemos rosnar feito lobo.”


… Finalmente, Eduardo disse em postagem nesse domingo que não vai renunciar ao mandato de deputado, embora a licença tirada da Câmara em março tenha vencido neste domingo e ele não pretenda retornar ao Brasil.


ACORDO DIFÍCIL – Em relatório, analistas do Citi avaliam que o caminho para baixar as tarifas impostas pelos Estados Unidos para o Brasil será “longo e sinuoso”, e que o solavanco foi a tornozeleira que Bolsonaro terá que usar.


… Da Faria Lima a Wall Street, interlocutores ouvidos pelo Broadcast alertam que a decisão deve dificultar ainda mais as negociações entre Washington e Brasília. Uma fonte disse que a relação está virando uma “tempestade perfeita”.


… Também a inglesa Capital Economics concorda que está cada vez mais difícil evitar o tarifaço de Trump ao Brasil e a TS Lombard vê o presidente Donald Trump disposto a “ir até o fim em sua luta com o Brasil”.


… Até aqui, havia algum otimismo, porque o mercado não acreditava que a Casa Branca conseguiria efetivamente impor a tarifa de 50%, diante da exposição comercial da economia brasileira relativamente baixa aos Estados Unidos.


… Além disso, os juros altos elevam o diferencial com outros países e mantêm o Brasil atrativo e os papéis baratos na B3. Mas, nesta semana, a tensão entre os dois países escalou e o cenário ficou bem mais incerto.


… Para um ex-diretor do BC, os mercados devem seguir à espera das próximas reações de Trump, Lula e Bolsonaro.


BRICS – O presidente Trump voltou a criticar o Brics no fim de semana, insistindo que tenta acabar com a dominância do dólar. E repetiu que pretende tarifar os países que integram o grupo em 10%.


… Trump minimizou a força econômica do grupo ao dizer que o Brics se reuniu, “mas ninguém compareceu”. Estava se referindo às ausências do presidente da China, Xi Jinping, e do líder russo, Vladimir Putin, na cúpula no Rio.


… Disse ainda que se o Brics se organizar de forma significativa, vai acabar muito rapidamente. “Não vai durar muito.”


… Segundo o presidente dos Estados Unidos, “não vamos deixar o nosso dólar perder o seu valor; não vamos deixar que ninguém brinque com a gente, com o nosso dólar; perder essa luta é como perder uma guerra”.


… O Brics surgiu com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Nos últimos anos, incorporou Egito, Irã e Indonésia.


LULA BUSCA APOIO – O presidente viaja ao Chile hoje para um encontro com a Frente de Líderes de Esquerda ibero-americanos, críticos ao avanço do “extremismo”, em meio à ofensiva de Trump contra o Brasil.


… Lula leva a Santiago o debate do uso de tarifas como arma para fins político, o papel dos governantes de direita radical na região e propostas de taxação das big techs, governança digital e da inteligência artificial.


… O governo brasileiro discute como taxar as big techs desde 2023, como forma regulatória, mas a medida ganhou novo impulso à luz do embate com os Estados Unidos e das ameaças de recurso à reciprocidade.


… Lula deve abordar a carta de Trump com tarifas de 50% exigindo o fim de ações judiciais no Brasil, para beneficiar Jair Bolsonaro e empresas americanas, em “um dos maiores ataques à soberania brasileira”.


… Além de Lula e do anfitrião, Gabriel Boric, o encontro terá a participação dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, do Uruguai, Yamandú Orsi, e do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.


… A presidente mexicana, Claudia Scheinbaum, foi convidada mas sua presença não está confirmada.


MEDIDAS PROVÁVEIS – No Estadão, o governo Lula já tem mapeadas novas frentes de reação aos Estados Unidos, caso as negociações bilaterais sobre o tarifaço de 50% ao Brasil, a partir de 1º de agosto, não avancem.


… A resposta mais madura é a de quebra de patentes de medicamentos, mas também estaria em estudo uma maior fiscalização da remessa de dividendos de empresas com sede nos Estados Unidos e operações no País.


… O Planalto começou a delinear várias possibilidades porque já espera medidas mais duras por parte de Trump. As medidas poderiam ser adotadas no dia 2 de agosto, após esgotadas todas as tentativas de negociação.


… O objetivo, agora, ainda é levar a negociação ao limite e retomar o diálogo bilateral pela via diplomática, como está sendo defendido pelos exportadores que seriam mais afetados pela taxação.


… A quebra de patentes de remédios é considerada uma das medidas mais eficientes para sensibilizar o governo dos Estados Unidos, dado o peso da indústria farmacêutica norte-americana.


… Já a questão dos dividendos de empresas americanas está em fase de estudos e levaria em conta a progressividade (ou qual o volume relativo a dividendos teria de ficar no Brasil para não ser totalmente remetido ao exterior).


… O governo não pretende proibir as remessas de lucros das empresas às filiais norte-americanas, mas inserir alguns mecanismos de maior monitoramento e fiscalização no processo.


… Lula também mira as big techs, sendo que são vários os modelos de controle de big techs analisados no Brasil, em especial, migrar pelo menos parte dos impostos pagos por essas gigantes da origem para o destino.


HADDAD – O ministro afirmou ao Broadcast que o governo não cogita adotar medidas mais rígidas de controle sobre dividendos como retaliação aos Estados Unidos, caso não avancem as negociações sobre o tarifaço de 50%.


… Na avaliação da equipe econômica, não se pode punir uma empresa por um movimento de natureza política.


… Haddad concede entrevista ao vivo hoje para a Rádio CNB, entre 8h30 e 9h30.


INSIDER TRADING – A AGU solicitou ao STF na noite de sábado uma investigação de possíveis investimentos suspeitos feitos no Brasil antes do tarifaço de 50% de Trump, após reportagem do Jornal Nacional.


… O veículo apontou indícios movimentações bilionárias atípicas no mercado de câmbio na tarde do anúncio do dia 9 de julho, quando a medida econômica foi anunciada por Trump e provocou a súbita desvalorização do real.


… O pedido da AGU sugere uma investigação no âmbito do inquérito relacionado às ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA em busca de uma forma de constranger a ação no STF à qual seu pai responde por tentativa de golpe de estado.


… Segundo a AGU, a movimentação sugere possível utilização de informações privilegiadas para investir no mercado de câmbio, prática criminosa conhecida como insider trading, por pessoas físicas ou jurídicas.


AGENDA – Além do BCE, a Turquia anuncia decisão sobre juros na quinta-feira. Na sexta, é a vez do BC da Rússia.


… Nos Estados Unidos, Powell discursa amanhã, terça-feira, quando mais uma vez deve reafirmar a cautela para as decisões do juro, transferindo as expectativas do primeiro corte para a reunião do Fomc de setembro.


… Entre os indicadores internacionais, destaque para as prévias de julho do PMI industrial e de serviços em diversos países da Europa, na Zona do Euro e nos Estados Unidos – todos na quinta-feira.


… Ainda nos Estados Unidos, saem vendas de casas usadas (quarta-feira) e de casas novas (quinta-feira).


… Hoje, sai o índice de indicadores antecedentes dos Estados Unidos em junho (11h).


IRÃ – Pode manter conversações nesta semana com Reino Unido, França e Alemanha sobre o programa nuclear de Teerã, após os três países europeus advertirem para a reimposição de sanções internacionais ao país.


JAPÃO – A bolsa de Tóquio não abriu nesta segunda-feira, devido a um feriado (Dia da Marinha). Mas o iene se fortalecia no final deste domingo, depois que a coalizão governista perdeu a maioria na Câmara Alta.


… A derrota significativa na eleição parlamentar ameaça atrapalhar as negociações comerciais com os EUA.


BALANÇOS EM NY – AT&T, Alphabet, Tesla e IBM divulgam seus resultados do segundo trimestre na quarta-feira. Na quinta, é a vez de Intel. Hoje, tem Verizon (antes da abertura). Amanhã, Coca-Cola e General Motors.


… Na B3, Neoenergia e WEG abrem a temporada amanhã, seguidas de Multiplan, quarta-feira e Usiminas, na quinta.


NO BRASIL – Boletim Focus abre a agenda da semana (hoje, 8h25), mas o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Primárias amanhã (terça-feira), é o mais esperado. O congelamento de R$ 31 bilhões deve ser mantido.


… Apesar do alívio com a manutenção do IOF, novos bloqueios e cortes no Orçamento podem acontecer.


… O governo decidiu “taxar” a emenda Pix e cobrar uma espécie de pedágio de 1% para liberar cada recurso indicado por deputados e senadores nessa modalidade. O Executivo federal prepara uma portaria criando a cobrança.


… O parlamentar indicará o recurso a um município e o governo vai reter 1% do valor na hora de liberar o dinheiro. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos disse ao Estadão que a cobrança foi autorizada pela LDO.


… Na quinta-feira, tem reunião do CMN e, na sexta-feira, transações correntes em junho e o IPCA-15 de julho.


CUTUCANDO A ONÇA – Os receios de que as primeiras retaliações, de lado a lado, entre os Estados Unidos e o Brasil sejam apenas a ponta do iceberg para uma crise mais grave deixam os investidores de sobreaviso.


… Os negócios abrem a semana sob o chumbo trocado, depois de já na sexta-feira, horas antes de o visto de Moraes ser revogado à noite pelos EUA, o pregão regular ter sido agitado pela tornozeleira eletrônica em Bolsonaro.


… O maior medo é de que a briga esteja escalando para um nível que possa colocar tudo a perder nas negociações da diplomacia sobre as tarifas com Trump. O dólar voltou a flertar com os R$ 5,60 na máxima intraday (R$ 5,5980).


… A moeda americana operou sob pressão aqui (+0,73%), cotada a R$ 5,5876, na contramão da queda no exterior.


… Diante da guerra do tarifaço e ainda da polêmica do IOF, que reabre o confronto entre o Congresso e o governo, os investidores estrangeiros têm batido em retirada da B3: já saíram R$ 4 bilhões da bolsa no acumulado de julho.


… Faz sete pregões seguidos que os informes indicam fuga diária de capital externo do País.


… O menor apetite pelo Brasil tem custado perdas pesadas às ações da B3, que afundaram 5,60% na sessão de sexta-feira e foram rebaixadas de recomendação pelo Santander (de compra para neutro), como reflexo das incertezas.


… O cenário doméstico instável eleva os juros futuros e atrai o investidor à renda fixa. Em linha com a piora do câmbio no pregão dominado pela queda de braço dos Estados Unidos x STF, os juros subiram, sobretudo na ponta longa.


… É este trecho que melhor reflete a percepção dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil.


… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,965% (14,943% no ajuste anterior); Jan/27, 14,365% (contra 14,339% na véspera); Jan/29, 13,655% (13,593%); Jan/31, 13,850% (13,780%); e Jan/33, 13,910% (13,856%).


… Durante reunião periódica com diretores do BC, na sexta-feira, o consenso entre os economistas foi que a inflação deve desacelerar mais rápido do que o imaginado, diante dos sinais mais evidentes de perda de ritmo do PIB.


… Já faz semanas que o boletim Focus tem seguidamente registrado um alívio nas expectativas de inflação pelo mercado, ainda que a mediana das projeções para o IPCA deste ano (5,17%) continue desancorada da meta.


ENTREGANDO OS PONTOS – No clima de tensão política com as tarifas no radar, o Ibovespa primeiro perdeu os 135 mil pontos na sexta-feira e depois os 134 mil, para fechar em baixa expressiva de 1,61%, aos 133.381,58 pontos.


… Diante da queima de mais de 2 mil pontos, o índice à vista registrou o pior nível de fechamento em quase três meses. O volume só melhorou na bolsa (R$ 26,3 bilhões) por causa do vencimento de opções sobre ações.


… Todas as blue chips recuaram, com exceção de Vale (+0,48%; R$ 54,56), com os interesses dos comprados falando mais alto. Já Petrobras PN perdeu 1,53% (R$ 30,99) e a ON caiu 1,49% (R$ 33,64), em linha com a baixa do petróleo.


… A commodity foi derrubada por mais um pacote de sanções à Rússia, anunciado por Reino Unido e União Europeia, impondo um novo teto para o petróleo bruto, de US$ 47,60, a partir de 2 de setembro.


… O contrato do barril do Brent para setembro registrou desvalorização de 0,35%, cotado a US$ 69,28.


… Os principais bancos caíram em bloco, com destaque para Santander (-5,19%; R$ 26,30) e Bradesco ON (-2,32%; R$ 13,45). Bradesco PN recuou 2,25%, a R$ 15,67; BB ON perdeu 2,31%, a R$ 20,26; e Itaú PN, -1,82%, a R$ 35,07.


STRIKES AGAIN – Na rotina de ataques a Powell, Trump voltou a partir para cima na sexta-feira, dizendo que os juros [hoje em 4,25% a 4,50%] deveriam estar em 1% se o “atrasado” não estivesse sufocando o mercado imobiliário.


… “(Powell) É uma das minhas piores nomeações”, escreveu o presidente americano em seu perfil na Truth Social.


… Fontes do WSJ disseram que, em conversas reservadas com Trump, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, expôs argumentos contra a saída antecipada de Powell, que tem sido uma cobrança recorrente do presidente.


… Para Bessent, uma demissão é desnecessária, porque, além enfrentar obstáculos políticos e legais, a economia está indo bem e as autoridades do Fed têm sinalizado que podem cortar os juros duas vezes antes do final do ano.


… Bessent está na lista de cotados para a sucessão de Powell, junto com o Fed boy Christopher Waller, que não perde uma chance de se mostrar dovish e diz que, se Trump convidá-lo para o comando do Fed, dirá sim.


… Na sexta-feira, ele repetiu, em entrevista à TV Bloomberg, a defesa por um “corte de segurança” de 25 pontos-base nos juros ainda este mês para garantir que não haja um pouso forçando da economia norte-americana.


… “Corte de juros em julho não é necessariamente crítico, mas por que devemos esperar até setembro?”


… Pouco sensível à expectativa de uma ação mais rápida do Fed, é isolada a aposta no CME de uma flexibilização já na semana que vem pelo Fed (5%). O que pode dar jogo é se em setembro vem pausa ou se o juro cai.


… Austan Goolsbee (Chicago) integra a maioria do Fed que ainda espera ter mais clareza sobre as tarifas para entender os impactos na inflação e, consequentemente, reiniciar o ciclo de cortes nas taxas de juros.


METRALHADORA GIRATÓRIA – A retórica agressiva de Trump na sexta-feira, ao falar grosso com os Brics, de novo, e avisar que não deixará “ninguém brincar com o dólar” não poupou o índice DXY de cair 0,26%, aos 98,482 pontos.


… Nem a pressão de Trump por tarifa mínima de 15% a 20% sobre todos os bens da UE impediu o euro de ignorar a ameaça e subir 0,24%, a US$ 1,1622. A libra ficou estável (-0,02%; US$ 1,3414) e o iene caiu a 148,79/US$.


… Sem um driver claro, os juros dos Treasuries operaram em baixa. A taxa da Note de 2 anos caiu a 3,874%, contra 3,915% no fechamento anterior, enquanto o rendimento do bônus de 10 anos recuou para 4,427%, de 4,459%.


… Testando uma acomodação do rali recente, o Nasdaq ficou praticamente estável (+0,05%), mas emplacou novo recorde histórico (20.895,66 pontos). Também o S&P 500 fechou no zero a zero (-0,01%; 6.296,79 pontos).


… Sem fôlego, diante do guidance frustrante da 3M (-3,65%) no ano, o Dow Jones caiu 0,32%, aos 44.342,19 pontos.


EM TEMPO… PETROBRAS informou, em resposta a pedido de esclarecimento da CVM, que não há estudos no momento para voltar ao setor de distribuição por meio de projeto greenfield, ou seja, começando do zero…


… Mas afirmou que estuda constantemente oportunidades de negócios sinérgicos em todos os segmentos.


PRIO. Grupo UBS reduziu participação na companhia para 14,54% em valores mobiliários de emissão da petroleira ou em ativos lastreados em tais valores…


… No último formulário de referência da empresa, não há informações sobre a participação acionária do UBS.


BB anunciou mudanças nos cargos de presidentes de BB Asset, BB Americas, Brasilseg e BBTS…


… Delano Valentim Andrade, que ocupava o posto de presidente no BB Americas desde 2023, foi indicado para a BB Seguridade; quem vai substituí-lo é Mario Matsumoto Fujii…


… Marcelo Labuto retornará ao conglomerado BB para presidir a Brasilseg, que faz parte da holding BB Seguridade…


… Gustavo Pacheco Lustosa, diretor-presidente na BBTS desde 2023, vai assumir o comando da BB Asset, no lugar de Denísio Liberato, que se despediu da equipe nesta semana…


… Para o lugar dele, vai Paulo André Rocha Alves, hoje gerente-geral da diretoria de tecnologia.


BANCO MASTER. Galípolo recebeu na última sexta-feira o presidente do banco, Daniel Vorcaro, e o CEO, Augusto Ferreira Lima, para tratar do processo de venda desta instituição financeira privada ao Banco de Brasília (BRB).


REDE D’OR e FLEURY podem se unir: há negociações entre o grupo hospitalar e o Bradesco, que é o maior acionista do laboratório, com 23% das ações, segundo Lauro Jardim/O Globo….


… Já o Brazil Journal apurou que a operação envolve uma oferta em dinheiro e pagamento em ações.


CVM. Após três anos, João Pedro Nascimento renunciou ao cargo de presidente, alegando motivos pessoais. Interinamente, assume o comando da autarquia o diretor mais antigo, Otto Lobo.


CARREFOUR BRASIL informou que os acionistas da companhia aprovaram em AGE uma série de propostas com o objetivo de refletir a deslistagem das ações da empresa e a sua reorganização societária…


… Dentre as medidas, foi aprovada a solicitação à CVM de conversão do registro da empresa de emissor categoria “A” para emissor categoria “B”…


… Também foram validadas 1) a extinção dos comitês estatutários de assessoramento ao Conselho de Administração…


… 2) A desinstalação do Conselho Fiscal; a alteração da composição do Conselho de Administração; e 3) a reforma integral do estatuto social da companhia…


… Após eleição na assembleia, o conselho do grupo passou a ser composto por Eric Alexandre Alencar, José Rafael Vasquez, Liliane Dutra Santos, Marcelo Guimarães Tardin, Nelcina Conceição de Oliveira Tropardi e Pablo Lorenzo.


AZZAS contratou o BTG Pactual para atuar como formador de mercado das ações ON de emissão da companhia; serviço vinha sendo prestado pela Itaú Corretora desde novembro de 2023; contrato se encerrou na 6ªF.


ENGIE assumiu a operação do trecho “brownfield” (com infraestrutura já existente) do Lote 1 arrematado no leilão de transmissão nº 02/2024, promovido pela Aneel, denominado Graúna Transmissora de Energia…


… Trecho é composto por quatro linhas de transmissão, totalizando 162 km de extensão e duas subestações próprias, localizadas em MG e ES…


… Receita Anual Permitida (RAP) deste trecho é de R$ 14 milhões, correspondente a aproximadamente 5% da RAP total do projeto.


NEOENERGIA firmou contrato para aquisição minoritária pela Ambev em SPEs de renováveis.


TRISUL. O conselho de administração aprovou a 11ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no valor total de até R$ 50 milhões.


AEGEA passou a deter a totalidade de Sociedades de Propósito Específico (SPEs) que operam água e esgoto em 19 municípios de Mato Grosso.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: O partido de Ishida perde a maioria na Câmara Alta do Japão. É a primeira vez desde 1955 que o partido governante não tem a maioria em ambas as Câmaras. Embora más notícias para os ativos japoneses, o yen recupera ligeiramente face ao dólar, refletindo certo alívio devido à menor incerteza. Hoje o Japão estará encerrado devido a feriado, mas os futuros do Nikkei apontam para cortes, amanhã.


O foco esta semana estará na reunião do BCE (quinta-feira), nos resultados empresariais e nos acordos ou não acordos comerciais com os EUA. O mais provável é que o BCE mantenha taxas de juros (2,00%/2,15%) com uma inflação no seu objetivo de 2% e à espera de alguma clareza na frente alfandegária. Os resultados empresariais ganham intensidade com mais de uma centena de empresas a publicar em cada lado do Atlântico, incluindo 2 das 7 Magníficas, Alphabet e Tesla (quarta-feira). Até agora, o tom bastante bom dos resultados levou os índices americanos a novos máximos, embora já com avanços moderados na semana passada (+0,6%/+1,3%). Por último, aproxima-se 1 de agosto, limite para fechar algum acordo comercial com os EUA. O círculo de Trump afirma que não há acordos iminentes. É de esperar acordos de última hora, já que uma escalada não beneficia ninguém. 


Parece um saldo de notícias bastante positivas que poderão manter um tom ligeiramente positivo esta semana, embora destaquemos moderado porque as bolsas poderão não estar tão em alta e a proximidade das férias de verão não convida a assumir muitos riscos. Mas os desenvolvimentos razoáveis nas frentes comercial e empresarial deverão apoiar um pouco.


S&P500 -0% NQ-100 -0,1% SOX -0,1% ES-50 -0,3% IBEX -0% VIX 16,4 BUND 2,65% T-NOTE 4,43% SPREAD 2A-10A USA=+55PB B10A: ESP 3,30% PT 3,14% FRA 3,39% ITA 3,57% EURIBOR 12M 2,07% USD 1,163 JPY 172,5 OURO 3.374$ BRENT 69,6$ WTI 66,4$ BITCOIN +0,3% (118.332$) ETHER +3,4% (3.769$).


FIM

BDM Matinal Riscala

 _Caros amigos, bom dia!_

_Iniciamos as transmissões do BDM Online com o BDM Morning Call, que traz as expectativas da pré-abertura._


*BDM Morning Call: À espera dos próximos lances*


[21/07/25] O PBoC da China manteve hoje as taxas de juros em 3,00% para empréstimos de 1 ano e em 3,50% para 5 anos, na primeira notícia da semana. Também para o BCE (quinta-feira), a expectativa é de estabilidade. Powell fala amanhã e deve manter firme o discurso de cautela, apesar das pressões da Casa Branca. A agenda de indicadores internacionais é mais fraca, mas o calendário de balanços avança em NY, com Alphabet, Tesla e Intel. A B3 dá início à temporada, com Neoenergia, Weg, Multiplan e Usiminas. Ainda entre os destaques domésticos, estão o Relatório de Despesas e Receitas, Transações Correntes e o IPCA-15. Mas é a guerra de Trump contra o Brasil que mobiliza as atenções e conduz os negócios. *(Rosa Riscala)*


_Leia o BDM Morning Call na íntegra acessando o link_

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domingo, 20 de julho de 2025

Guerra comercial

 *HORA DO MERCADO: BRICS TENTA ACABAR COM DOMINÂNCIA DO DÓLAR E BLOCO SERÁ TAXADO EM 10%, DIZ TRUMP*


Por Caroline Aragaki


*Trump x dólar* - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou há pouco que o Brics "tenta acabar com a dominância do dólar" e, com isso, irá aplicar tarifas de 10% em todos os países que fazem parte do bloco. "Não podemos deixar que ninguém brinque com a gente, com o nosso dólar."


*Acordos comerciais* - Segundo Trump, os EUA têm "grandes acordos comerciais para anunciar muito em breve", pontuando que o anúncio pode ocorrer ainda nesta sexta-feira. "Toda carta que enviamos já é um acordo comercial. Depois, podemos negociar de novo", acrescentou.


*Recuo sobre IOF* - - Em nova decisão publicada hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes recuou da determinação de cobrança retroativa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esse trecho constava da decisão de quarta-feira, que restabeleceu a maior parte do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que elevou o tributo.


*Recesso* - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou um comunicado em que diz que o recesso parlamentar de julho está confirmado e que a volta dos trabalhos ocorrerá em 4 de agosto.


*Licença prévia* - A Prio informou há pouco via Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu licença prévia para o Sistema de Desenvolvimento da Produção do Campo de Wahoo e a interligação dos poços ao FPSO Frade.


*Termômetro Broadcast* - Depois de duas semanas consecutivas de perdas do Ibovespa, o mercado financeiro volta a considerar uma reação do índice na próxima semana. É o que mostra a edição de hoje do Termômetro Broadcast Bolsa.


*Nos mercados*


Os ativos domésticos seguem pressionados pela tensão política entre Brasil e Estados Unidos, com temores de que o presidente dos EUA, Donald Trump, anuncie sanções ao Brasil ou até mesmo a autoridades brasileiras, após medidas restritivas impostas pelo Superior Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O dólar, que chegou a se aproximar do nível de R$ 5,60 na última hora, consegue voltar a R$ 5,58; o Ibovespa recua aos 133 mil pontos; e os juros futuros operam em alta de 6 pontos-base nos contratos mais longos.


No cenário micro, as ações da Prio viraram o sinal e passaram a subir após a empresa confirmar que o Ibama concedeu a licença prévia do campo de Wahoo e a interligação dos poços ao FPSO Frade.

Leitura de sábado 2

 Leitura de Sábado: Trump amplia ataques a Powell e ameaça ao Fed pode estar substimada


Por André Marinho


São Paulo, 15/07/2025 - Quase que diariamente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece com um novo adjetivo para se referir ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. No arsenal do republicano, variações leves como "Atrasado Demais" convivem com insultos mais ofensivos: "burro", "desgraça", "idiota", "terrível". Mas as palavras têm ecoado com cada vez menos força nos ouvidos de investidores, mais sensíveis a anúncios sobre tarifas ou à própria política monetária do banco central americano.


Mesmo com as movimentações, os índices acionários S&P 500 e Nasdaq renovaram sucessivos recordes na semana passada. O dólar também oscilou sem muita correlação com as declarações de Trump. A possibilidade  de Powell encerrar este ano fora da presidência do Fed é vista como improvável - na bolsa de apostas Kalshi, por exemplo, essa chance ronda a casa dos 20%. Em meados de 2024, antes da volta de Trump à Casa Branca, tal hipótese chegou a bater 50%.


A aposta é de que o banqueiro central conseguirá cumprir o mandato na presidência do BC americano até o final, previsto para maio do ano que vem. O estrategista George Saravelos, do Deutsche Bank, porém, acendeu o alerta: "Consideramos a remoção do presidente Powell como um dos eventos de risco mais subprecificados nos próximos meses".


A pressão de Trump pela renúncia de Powell já não se limita ao campo da retórica. Embora o republicano garanta não ter planos de demiti-lo, a Casa Branca abriu uma nova linha de ataque legal contra o chefe da autoridade monetária. Começou com figuras do segundo escalão, que apontaram supostas irregularidades no projeto de reforma da sede do Fed, em Washington D.C. Segundo eles, a obra está orçada em US$ 2,5 bilhões e prevê itens de luxo como um elevador privativo.


Os argumentos foram subindo ao longo da escada de poder no governo, reproduzidos pelo diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, até finalmente chegarem ao próprio presidente. Os aliados de Trump, agora, pressionam por uma investigação formal do Congresso sobre o tema. Powell nega irregularidades.


Em paralelo, as discussões sobre um sucessor no cargo máximo do Fed estão ganhando força. Hasset estaria emergindo como um dos principais favoritos para o posto, de acordo com uma reportagem do Washington Post. Os nomes do secretário do Tesouro, Scott Bessent, e do ex-diretor do Fed Kevin Warsh também já apareceram como cotados na imprensa americana. Michelle Bowman, que recentemente assumiu a liderança da supervisão bancária do Fed, também figura entre os especulados.


Apesar de toda a pressão, Powell se mantém firme na visão de que ainda não é hora de cortar juros. Na reunião do final deste mês, a expectativa ainda é pela manutenção da taxa básica no nível atual (entre 4,25% e 4,50%), conforme sugere a curva futura refletida na plataforma FedWatch, do CME Group.


Para analistas do BBH, Trump parece saber que não pode destituir Powell, mas os ataques reforçam a visão de que o sucessor será alguém alinhado à Casa Branca. "Qualquer erosão da independência da Fed não seria bem recebida pelos mercados, para dizer o óbvio", afirmam.


'E se Powell sair?'


Saravelos, do Deutsche Bank, lembra a pressão do ex-presidente Richard Nixon sobre o então presidente do Fed, Arthur Burns, em 1972, para argumentar que a ameaça à autonomia da política monetária não é tão incomum quanto parece. O estrategista vai além e calcula o impacto de uma eventual saída turbulenta de Powell. Nas primeiras 24 horas após o anúncio, o dólar despencaria até 4% e os retornos dos Treasuries saltariam até 40 pontos-base, de acordo com ele.


Para Saravelos, neste cenário, um prêmio de risco estaria permanentemente incorporado ao câmbio e à renda fixa. Ele destaca ainda a posição vulnerável do financiamento externo americano. "Isso aumenta o risco de movimentos de preços muito maiores e mais disruptivos do que os que descrevemos", adverte.


Na mesma linha, o analista Kit Juckes, do Société Générale, diz que uma substituição brusca no comando do Fed seria vista como uma medida política e, assim, passaria a se sobrepor aos efeitos das tarifas nos mercados - com o dólar como a principal vítima.


Em um relatório intitulado "E se Powell Sair?", o ING reconhece que a chance de uma destituição ainda é "muito baixa". Mas o banco holandês discute consequências de longo prazo negativas para os EUA. Entre as principais delas, a posição do dólar como moeda de reserva global estaria severamente questionada. Haveria fluxos de fuga da divisa americana piores que os observados no "Dia da Libertação", em abril, avalia.


A instituição acredita que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) ficaria mais inclinado a relaxar a política, mas não assumiria cortar juros automaticamente. "No final, é uma decisão majoritária, e o Comitê provavelmente permanecerá tão dividido quanto sugerem as últimas atas, mas com uma tendência a manter as taxas inalteradas até que a situação esteja livre para cortá-las", especula.


Contato: andre.marinho@estadao.com


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Leitura de sábado

 Leitura de Sábado: Guerra comercial de Trump engorda bolsos de Wall Street apesar dos riscos


Por Aline Bronzati, correspondente


Nova York, 18/07/2025 - Os banqueiros de Wall Street enxergam um horizonte mais desanuviado à frente para os negócios de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) e ofertas de ações, após a retomada das conversas para essas transações no segundo trimestre. E ainda que os riscos sigam presentes, a guerra comercial capitaneada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu receitas recordes nas mesas de operações do principal mercado financeiro do mundo, com investidores realocando os seus portfólios para lidar com o noticiário frenético de Washington.


O impulso ajudou os maiores bancos americanos a superar as projeções de mercado para os resultados do segundo trimestre. Juntos, JPMorgan Chase, Bank of America, Wells Fargo, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Citi reportaram lucro líquido de cerca de US$ 39 bilhões no segundo trimestre. A cifra representa uma queda de 1% na comparação anual, quando o resultado do JPMorgan teve o impacto de US$ 7,9 bilhões com a venda de ações da Visa. Se excluído o ganho atípico, os lucros tiveram um salto de quase 24%.


"Neste momento, a economia e os mercados estão respondendo positivamente ao ambiente de políticas em evolução", disse o presidente do Goldman, David Solomon, ao falar a investidores e analistas, nesta semana.


O banco liderou o aumento nas receitas com trading no segundo trimestre, turbinado pela elevada volatilidade dos mercados por conta do vai e vem do tarifaço de Trump, anunciado no dia 2 de abril, que ficou conhecido como o 'Dia da Libertação'. De lá para cá, os investidores continuaram ajustando os seus portfólios por conta da nova política comercial americana.


"A mudança no sentimento, no ambiente, nas posições políticas e na geopolítica, apenas nos últimos três meses, foi significativa", avaliou o CEO do Goldman. As receitas do banco no segundo trimestre atingiram US$ 14,58 bilhões, US$ 1 bilhão maiores do que as próprias projeções de Wall Street. Somente os ganhos com trading saltaram 22%.


A mesma novela se repetiu nos balanços dos rivais JPMorgan, Bank of America, Citigroup e Morgan Stanley. Em geral, as receitas cresceram na casa dos dois dígitos entre abril e junho frente a um ano.



 Lucro dos grandes bancos dos EUA no segundo trimestre* 

   

 1tri25 

 2tri25 

 2tri24 


JPMorgan Chase

14,643

14,987

18,149


Bank of America

7,4

7,1

6,9


Wells Fargo

4,894

5,494

4,910


Goldman Sachs

4,738

 3,723

3,043


Morgan Stanley

4,315

3,539

3,076


Citigroup

4,108

4,019

3,217


Total:

40,098

38,862

39,295


Fonte: Resultados do período

* Em bilhões - US$



Outra área que começou a apontar resultados mais promissores no segundo trimestre foi a de banco de investimento, com a retomada das negociações a despeito das incertezas quanto ao rearranjo comercial global. No Goldman Sachs, as receitas cresceram 26% no comparativo anual. "Os mercados de capitais estão finalmente respirando aliviados, e para os grandes bancos de centros financeiros, isso significa uma recuperação significativa nas receitas", diz o líder de prática da Indústria Bancária da Moody's, Laurent Birade.


O primeiro semestre ainda foi marcado por uma queda no volume de negócios. Transações de fusões e aquisições se reduziram no período, o que fez os EUA perderem participação no mercado global, para 26,6%, mesma fatia da Ásia, segundo dados da consultoria Kroll. No Morgan Stanley, as receitas com banco de investimento tiveram queda de 5%, enquanto no Bank of America se reduziram em 9%.


Mas, olhando para frente, Birade, da Moody's, nota um "claro desbloqueio" dos pipelines de M&A e aberturas de capitais em meio a um cenário um pouco mais claro em termos das políticas do governo Trump. A verdadeira história para os grandes bancos na temporada de resultados do segundo trimestre é o ressurgimento de seus motores de banco de investimento, avalia.


"Acredito que se continuarmos no outono com o que vimos no último mês, deveremos ter um segundo semestre bastante forte a caminho de 2026", reforçou o presidente do Morgan Stanley, Ted Pick, ao falar a investidores e analistas, nesta semana.


Mas os riscos persistem. "Riscos significativos persistem, incluindo tarifas e incerteza comercial, piora nas condições geopolíticas, déficits fiscais e preços elevados de ativos", alertou o presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, conhecido por suas previsões sempre um tanto catastróficas.


A CEO do Citigroup, Jane Fraser, projetou preços de bens subindo em algum momento durante o verão nos Estados Unidos em reflexo das tarifas do presidente Donald Trump. "Esperamos ver os preços dos bens começarem a subir durante o verão, à medida que as tarifas entram em vigor, e vimos pausas em capex (investimentos) e contratações na nossa base de clientes", alertou a única banqueira de Wall Street.


Nesta semana, os múltiplos relatos na imprensa americana quanto à demissão do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, agravaram a tensão entre os investidores. "Essa transição, combinada com as negociações comerciais, pode sim criar mais volatilidade, aumentando as preocupações sobre a independência do Fed e o potencial de interferência política em questões-chave da economia", diz o chefe da mesa de operações internacionais do Inter, Mauricio Garret.


O CEO do JPMorgan defendeu a importância da independência do Fed, ao falar a jornalistas sobre os resultados. "Brincando com o Fed, pode haver consequências adversas, exatamente o oposto do que se espera. É importante que eles sejam independentes", disse o maior banqueiro do mundo.


As grandes vozes de Wall Street também reforçaram a resiliência da economia americana, e também global, além de um melhor olhar do regulador para a estrutura de capital dos bancos. No fim do dia, pode liberar mais recursos para fazer negócios e para turbinar os lucros de Wall Street. Para Pick, do Morgan, houve avanços, mas ainda há mais trabalho a ser feito. "Espera-se que o afrouxamento regulatório libere capital", prevê o analista do Swissquote Bank, Ipek Ozkardeskaya.


Contato: aline.bronzati@estadao.com


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Incorporadoras em crise

 Especial: Renegociações e calotes de incorporadoras no mercado de capitais disparam


Por Circe Bonatelli * Colaboração de Cynthia Decloedt


São Paulo, 18/07/2025 - Há uma disparada nos casos de inadimplência e renegociação de dívidas de incorporadoras que acessaram o mercado de capitais nos últimos anos para tomada de empréstimos via emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). O quadro indica que as empresas estão enfrentando dificuldades crescentes para efetivar as vendas de imóveis após a elevação dos juros no País.


Os CRIs são instrumentos que cumprem um papel importante para apoiar o crescimento das empresas, especialmente quando elas não conseguem tomar o financiamento bancário tradicional. Eles respondem por 10% dos recursos destinados ao crédito imobiliário no País, o que representa uma montanha de R$ 240 bilhões. Por meio desses instrumentos, as incorporadoras recebem uma antecipação do dinheiro esperado com a comercialização de casas, apartamentos, lotes e quartos de hotéis, entre outros. O grande problema é quando as vendas não saem como planejado.


O estoque de CRIs em situação de "estresse" chegou a 191 casos em maio. Isso quer dizer que as incorporadoras descumpriram obrigações até a data de vencimento das dívidas e passaram a renegociar os termos com seus credores. O número é 89% maior do que no mesmo mês de 2024, quando havia 101 casos assim; e 247% acima de igual período de 2023, com 55 casos. Ao todo, os 191 CRIs ?estressados? correspondem a R$ 9,6 bilhões em dívidas considerando o valor de face no momento das emissões.


Os dados foram compilados para o Broadcast pela plataforma CR Data, do Clube dos FIIs, que monitora a base de dados públicos de CRIs no Brasil. O levantamento também aponta que houve crescimento em termos proporcionais. O estoque de CRIs "estressados" neste ano representa 4,6% de todas as séries em circulação, contra 2,8% em 2024 e 1,9% em 2023. A parcela de CRIs problemáticos não é desprezível. A título de comparação, a inadimplência da carteira de financiamento imobiliário dos bancos é bem menor, na faixa de 1%, e segue estável nos últimos trimestres, de acordo com o Banco Central.


  

 Quantidade de CRIs "estressados" em alta 

   

 2023 

 2024 

 2025 


CRIs em fluxo regular

2826

3519

4115


CRIs vencidos e não repactuados

55

101

191


Porcentual de vencidos e não repactuados

1,9%

2,8%

4,6%


Fonte: CR Data, plataforma de monitoramento de CRIs do Clube dos FIIs



Raiz dos problemas 


O sócio-diretor de investimentos alternativos do Clube dos FIIs, Felipe Ribeiro, aponta que o problema está concentrado nos fundos de investimento imobiliário "high yield", que miram retornos mais altos para os cotistas, mas para isso têm de lidar com riscos maiores. Muitos fundos desse tipo adquiriram CRIs em que as empresas estão pagando caro pelo dinheiro, com taxas anuais acima de IPCA + 10% a 15%, ou CDI + 4% a 5% (o equivalente a um juro nominal na ordem de 20% ao ano, um patamar pesado para financiar a produção).


"Todos os CRIs que deram pau de 2024 para 2025 são ?high yield?", apontou Ribeiro. "Quando a taxa de juro sobe no País, os empresários ficam mais apertados, as obras ficam mais caras, cai a velocidade de vendas e o fluxo de caixa seca. Os primeiros a abrir o bico são os ?high yield?".


O risco/retorno desses CRIs é maior porque as operações envolvem incorporadoras pequenas, com governança mais simples, mais endividadas e/ou com menor capacidade de obter capital de giro em caso de urgência, o que eleva o risco de uma eventual inadimplência. Em outros casos, o risco tem mais a ver com o empreendimento em si e as chances de as vendas falharem. Boa parte dos CRIs problemáticos vêm do setor de multipropriedades - em que o direito de uso de cada apartamento é vendido para vários proprietários, que se revezam na ocupação. Esses imóveis são um bem de mero lazer, e o comprador desiste do negócio na primeira dificuldade que surgir, ao contrário da aquisição da casa própria.


Dis

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...