quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Na Colômbia

 *Pai de candidato morto a tiros na Colômbia lança campanha presidencial*


Bogotá, Colômbia, 26/08/2025 - O pai de Miguel Uribe, candidato presidencial colombiano morto a tiros em um comício político no início deste ano, lançou uma campanha presidencial na terça-feira, no que ele chamou de um esforço para manter vivo o legado de seu filho e construir uma Colômbia mais segura e próspera.


Miguel Uribe Londoño, de 72 anos, anunciou sua candidatura com um discurso do lado de fora do prédio do Congresso na capital, onde seu filho se tornou um senador conhecido, e discursou atrás de um pódio com o logotipo da campanha usado por seu filho falecido.


“Juntos, podemos construir uma Colômbia segura, onde as pessoas não tenham medo de sair às ruas e onde os empresários não precisem extorquir dinheiro” de gangues, disse Uribe Londoño. “Uma Colômbia democrática, onde o governo não fomente divisões entre ricos e pobres, brancos e negros, ou entre os que estão à esquerda ou à direita.” Fonte: Associated Press



*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast



Broadcast+

Tarcísio na pista

 *Com aval de Tarcísio, Nunes e Garcia articulam possível chapa em SP*


Segundo aliados, prefeito da capital e ex-governador têm conversado com Tarcísio sobre sua sucessão, caso ele decida disputar a Presidência


Em meio a especulações sobre uma eventual candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência da República no ano que vem, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido) discutem uma possível chapa para disputar a sucessão ao governo paulista.


A articulação se dá pensando no cenário em que Tarcísio renuncie ao governo em abril de 2026 para concorrer ao Palácio do Planalto, e conta com o aval do governador. Segundo integrantes desse grupo político, o desempenho em recentes pesquisas de intenção de voto tem colocado Nunes em posição de vantagem para ter o apoio de Tarcísio para sua sucessão.


O Metrópoles mostrou que aliados do prefeito paulistano comemoraram o levantamento do instituto Paraná Pesquisas, divulgado em julho, que mostrou Nunes à frente do ex-governador e atual ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), em um dos cenários sem Tarcísio nas simulações ao Palácio dos Bandeirantes. O prefeito aparecia com 29,9%, enquanto o ministro de Lula (PT) somava 14,2%.


Derrotado por Tarcísio em 2022, Rodrigo Garcia se aproximou do governador ao longo do atual mandato e tem tido conversas frequentes sobre o cenário eleitoral do ano que vem. Uma das opções discutidas nas conversas mais reservadas é Garcia ser o vice em uma chapa encabeçada por Nunes. Nas eleições municipais de 2024, Garcia coordenou plano de governo da reeleição de Nunes.


Aliados do prefeito da capital afirmam que, no bastidores, Tarcísio tem sinalizado preferência pelo emedebista para sua sucessão, caso decida mesmo disputar o Palácio do Planalto. Segundo aliados, essa definição passa pelo crivo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível e tem visto o governador de São Paulo se tornar um nome mais competitivo do que o de seus filhos.


Na avaliação de Tarcísio, segundo interlocutores, é preciso ter um palanque forte em São Paulo para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por isso, dizem, o governador não gostaria de ter de se empenhar para construir uma candidatura menos conhecida, como seria o caso do presidente da Assembleia Legislativa (Alesp), André do Prado (PL), que também goza da confiança do governador.


Vindo de uma acirrada e midiática disputa pela reeleição à Prefeitura de São Paulo, que contou com o forte empenho de Tarcísio e um apoio tímido de Bolsonaro, Nunes já é um nome mais conhecido e consolidado junto ao eleitorado do que os de André do Prado e do ex-governador Rodrigo Garcia.


Além disso, o prefeito tem se aproximado do bolsonarismo desde que foi reeleito. Compareceu ao último ato a favor do ex-presidente na Avenida Paulista e tem feito falas públicas em defesa de Bolsonaro em meio ao processo contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe.


Nessa quinta-feira (7/8), o Metrópoles mostrou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) ligou para Nunes para agradecer o apoio público ao pai, em meio aos ataques feitos por ele ao governador Tarcísio de Freitas.


Caso seja candidato, Nunes teria de deixar a prefeitura até abril do próximo ano, dando lugar ao vice-prefeito, o bolsonarista Mello Araújo (PL). Segundo alguns aliados, isso pode ser um entrave para o prefeito, já que Mello Araújo é visto como inexperiente ainda e tem incomodado quadros da gestão municipal com sua postura de fiscalização sobre secretários e até mesmo vereadores.


Opções para Rodrigo Garcia


Rodrigo Garcia também tem a confiança de Tarcísio, além da simpatia de Bolsonaro. Em 2022, por vontade de Bolsonaro, Garcia declarou apoio a Tarcísio no segundo turno, no dia seguinte à sua derrota no primeiro turno. Segundo aliados, o ex-governador tem ido com frequência ao Palácio dos Bandeirantes e tem se colocado à disposição do projeto político de Tarcísio.

Além da vice ou mesmo uma possível cabeça de chapa para o governo, outra opção aventada para Rodrigo Garcia seria a candidatura ao Senado — em 2026, serão duas vagas por estado.

A escolha sobre a qual partido Garcia se filiará, ainda de acordo com interlocutores do ex-governador, dependerá de qual cargo ele disputará em 2026 e da composição das outras candidaturas da chapa dentro do arco de alianças partidárias que se formará em torno de um eventual projeto presidencial de Tarcísio.

Garcia sinalizou a aliados que pretende escolher a legenda em outubro, um ano antes da eleição.

Até o momento, o campo da direita tem o atual secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), como provável postulante ao Senado.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que também se colocava como candidato, perdeu força para a disputa, segundo aliados, após se envolver na articulação junto ao governo dos EUA para aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Outro postulante ao Senado é o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), que tem conversas com o União Brasil para uma possível filiação.


https://www.metropoles.com/sao-paulo/tarcisio-nunes-garcia-chapa-sp

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Balanço da Nvidia e Caged concentram expectativas*


… A expectativa pelo balanço da Nvidia, após o fechamento, mobiliza os mercados em Nova York, em dia de agenda esvaziada, mas tomado por muitos ruídos, que colocam o investidor de sobreaviso. Aqui, após o IPCA-15 frustrar com deflação menor que a esperada, saem dados do Caged, enquanto o governo tenta evitar que o projeto de isenção do Imposto de Renda seja aprovado sem medidas compensatórias e luta para fechar o Orçamento para 2026. Haddad dá entrevista às 11h. Nos Estados Unidos, a demissão de Lisa Cook, que vai contestar judicialmente a decisão de Trump, domina os receios de interferência no Fed, sob o risco de puxar os juros longos com mais força.


TIRO PELA CULATRA – Artigo na agência Bloomberg afirma que o ataque sem precedentes do presidente Trump ao Federal Reserve poderá sair pela culatra, atingindo os mercados financeiros e a economia com custos de empréstimos mais altos.


… Mesmo após Powell ter sinalizado em Jackson Hole que está pronto para começar a reduzir os juros já no mês que vem, o rendimento das Notes de 10 anos reflete o desconforto dos investidores, mantendo a projeção do yield acima de 4,2%.


… Essas taxas já vinham em alta diante do risco de as tarifas piorarem a inflação e, ainda, pelo impacto dos cortes de impostos que podem gerar uma onda de estímulo e pela chance de o déficit orçamentário continuar inundando o mercado com novos títulos do Tesouro.


… A esta conjuntura, soma-se o esforço de Trump para conseguir um Fed “leal” às suas vontades, que possa cortar os juros muito rápido e em excesso, o que colocaria em risco a credibilidade da instituição no combate à inflação.


… “A combinação do crescimento mais fraco do payroll e das provocações da Casa Branca ao Fed está começando a criar problemas reais aos investidores em títulos do Tesouro americano”, disse David Roberts, chefe de renda fixa da Nedgroups Investments.


… Ele espera que as taxas de longo prazo subam mesmo com recuo no curto prazo. “A inflação está muito acima da meta. Dinheiro muito mais barato agora provavelmente alimentaria um boom, um dólar americano mais fraco e uma inflação substancialmente mais alta.”


… Para Edward Harrison, estrategista macro da Markets Live, se os esforços para obter o controle político do Fed ganharem mais força, “devemos esperar uma reação mais ampla tanto nos prêmios quanto nas expectativas de inflação”.


… Por ora, a resposta do mercado ao anúncio da demissão de Cook ainda é relativamente discreta, mas esse é um fator potencial de estresse.


TRUMP – Questionado pelos jornalistas sobre a decisão de Lisa Cook de contestar judicialmente a demissão, o presidente disse que “acataria a decisão dos tribunais”, mas voltou a pedir taxas de juros mais baixas ao Fed.


NVIDIA – Em paralelo à pressão de Trump sobre a independência do Fed, o mercado em Nova York aguarda com grande expectativa o balanço da gigante de tecnologia, no final do dia, em busca de pistas sobre se a atual alta continua ou se estagnará.


… Os resultados da Nvidia devem apresentar uma atualização sobre o boom de gastos com inteligência artificial e também dar a medida de como a rivalidade entre Estados Unidos e China está limitando o crescimento.


… Analistas estimam que os maiores compradores de hardware de IA ainda estão investindo pesadamente em novos equipamentos, com as vendas da empresa previstas para crescer a um ritmo de mais de 50% este ano.


… O que diminui a empolgação é a confusão sobre quantos negócios a Nvidia conseguirá fazer na China.


… “Os resultados da Nvidia transcendem a empresa, tornando-se um barômetro da atividade macroeconômica, um talismã para o comércio de inteligência artificial e um ponto de pressão crítico para a geopolítica global”, disse Kyle Rodda (Capital.com), na Bloomberg.


LULA 2026 – A reunião ministerial realizada pelo presidente nesta terça-feira teve como principal objetivo uniformizar o discurso do governo e dar o recado aos ministros para que eles propaguem os dados positivos da economia, apurou o Broadcast Político.


… O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Sidônio Palmeira, apresentou aos colegas uma peça publicitária que será divulgada a partir da próxima semana e o novo slogan da gestão Lula: “Governo do Brasil: do lado do povo brasileiro”.


… Sidônio enfatizou a importância de a “tropa” dos ministros defenderem o governo para melhorar a popularidade do presidente, reforçando que a palavra de ordem é o discurso da soberania, após o tarifaço dos Estados Unidos para o Brasil.


… Bastidores apurados pelo Valor indicam que Lula cobrou lealdade dos ministros em favor do governo, citando como exemplo as críticas de Ciro Nogueira na oficialização da federação União Brasil e PP, onde “não teve um ministro para defender a gestão petista”.


… Lula citou também o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, dizendo que não gosta dele e admitindo que o sentimento é recíproco.


… Rueda respondeu às críticas de Lula com postagem nas redes sociais, quando disse que “a fala do presidente evidencia o valor da nossa independência e a importância de uma força política que não se submete ao governo”.


ISENÇÃO DO IR – Câmara e Senado negociam calendário conjunto de votação do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, de forma a aprovar o texto nas duas Casas ainda em setembro.


… O cronograma deve ser definido nesta semana em reunião entre Hugo Motta, Davi Alcolumbre e a ministra Gleisi Hoffmann.


… Segundo o Valor, parlamentares avaliam que a liberação de emendas e o pagamento efetivo de recursos podem contribuir para o ambiente de aprovação do texto. A preocupação é com a alteração da proposta, por meio de destaques no plenário.


… O movimento é liderado pelo PL e conta com o apoio de parte do União Brasil e do PP, que trabalham para evitar medidas compensatórias, como a tributação de até 10% para quem ganha mais de R$ 1,2 milhão por ano.


… O PP articula uma compensação alternativa que inclui um aumento de 5% na Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), além da redução de incentivos fiscais. O relator do projeto, deputado Arthur Lira, admitiu que “há 200 conversas” e “muita especulação”.


HADDAD – O ministro da Fazenda concede entrevista ao vivo ao portal UOL, a partir das 11h, e deve abordar esse tema.


CPMI DO INSS – Governo fez acordo para investigar gestão Dilma e evitar a convocação de irmão de Lula, o Frei Chico, que é vice-presidente do Sindnapi, uma das entidades citadas no escândalo de descontos irregulares de aposentadorias.


… Projeto que veda os descontos associativos em benefícios do INSS estava na pauta da Câmara, mas a sessão deliberativa foi encerrada sem a votação, assim como um requerimento de urgência para um projeto que limita o ingresso de ações dos partidos no STF.


… Essas matérias ficaram para hoje, junto com a PEC da Blindagem e a PEC que extingue o foro privilegiado.


… No Senado, Davi Alcolumbre se comprometeu a votar nesta quarta-feira o projeto de lei complementar que uniformiza para oito anos o tempo de inelegibilidade de políticos e, na prática, diminui o período em que, determinados casos, alguém fica inelegível.


BOLSONARO – Alexandre de Moraes atendeu à manifestação da PGR e determinou que o ex-presidente seja monitorado em tempo integral, com policiais de prontidão próximos da residência onde cumpre prisão domiciliar, devido ao risco de fuga.


… O policiamento, diz o ministro do STF, deverá “evitar exposição indevida, abstendo-se de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática”.


AGENDA – Dados do Caged de julho (14h30) são o destaque entre os indicadores de hoje, com a mediana das estimativas (Broadcast) apontando para a criação líquida de 135 mil vagas com carteira assinada, abaixo de junho (166.621 vagas).


… As expectativas para esta leitura variam de 110 mil a 185.521 vagas, garantidas pela atividade ainda forte.


… No mesmo horário (14h30), o Tesouro divulga o Relatório da Dívida Pública Federal de julho e o BC, os dados semanais do fluxo cambial. Já pela manhã (8h30), serão divulgados os dados de crédito do Banco Central.


EXPOFENABRAVE – Tarcísio de Freitas (11h) e Gabriel Galípolo (14h) participam do 33º Congresso & ExpoFenabrave.


LÁ FORA – Sai de madrugada o índice de confiança do consumidor GfK na Alemanha, em dia de agenda esvaziada no exterior.


… Nos Estados Unidos, estão previstos apenas os estoques de petróleo do DoE e o discurso repetido de Tom Barkin (Fed/Richmond) em evento da Greensboro Chamber of Commerce (13h45).


… No final da noite (22h), o BC da Coreia do Sul divulga decisão de política monetária e, no Japão, Junko Nakagawa (BoJ) discursa (22h30).


A GUERRA EM GAZA – O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, disse que haverá uma grande reunião, chefiada pelo presidente Trump, hoje na Casa Branca, para discutir planos para Gaza após a guerra.


… À Fox News, Witkoff afirmou sobre o fim da guerra: “Vamos resolver isso de ou jeito ou de outro até o final do ano”.


… Sobre a Ucrânia, ele comentou que Trump pode ser necessário na cúpula entre Putin e Zelensky, informando que irá se reunir com ucranianos esta semana em Nova York. Sobre uma “pressão máxima” à Rússia, disse que “é o presidente que precisa decidir sobre sanções”.


… Já Trump disse que pode aplicar sanções econômicas contra a Rússia, caso não cheguemos a um cessar-fogo. Sem dar detalhes, acrescentou que tem “coisas muito sérias em mente, se for preciso, para usar contra o presidente Vladimir Putin”.


ÍNDIA – Começa a valer hoje a sobretaxa adicional de 25% dos Estados Unidos, elevando a tarifa total sobre Nova Délhi para 50%.


O FED POLITIZADO – A perseguição implacável de Trump para o Fed cortar juro conseguiu derrubar ontem os Treasuries de mais curto prazo, mas ampliou a inclinação da curva, na maior prova de mercado na defensiva.


… A alta nas taxas dos títulos do Tesouro americano de longo prazo não esconde o medo de que esta batalha agora para forçar uma atuação dovish cobrará o seu preço lá na frente, com potencial perda do controle da inflação.


… O diferencial da ponta curta com a longa dos Treasuries abriu: o spread entre o bônus de 5 anos e o de 30 anos superou 115 pontos-base pela primeira vez desde setembro de 2021, segundo a BMO, ficando em quase 118 pontos.


… O yield da Note de 2 anos caiu para 3,684%, contra 3,728% na véspera, o rendimento das Notes de 10 anos recuou para 4,259% (de 4,281no pregão anterior), enquanto o retorno do título de 30 anos subiu a 4,911%, de 4,895%.


… O mais novo capítulo da queda de braço de Trump com o Fed levanta a lebre sobre a independência do Fed. O republicano assegura que terá a maioria dos indicados para o conselho de política monetária “muito em breve”.


… Segundo a BMO, não existe caminho fácil para o presidente americano obter quatro nomeações no conselho de sete membros do BC e ampliar sua influência. Mas os riscos associados à perda de credibilidade do Fed estão dados.


… Vencedor do Prêmio Nobel em 2008, o economista Paul Krugman acredita que a resposta que Powell dará à demissão de Lisa Cook será um teste e, se Suprema Corte validar a ação, as implicações serão “desastrosas”.


… “Isso marcará a destruição do profissionalismo e do pensamento independente em todo o governo federal.”


… Segundo ele, os Estados Unidos estão a caminho de se tornar a Turquia, “onde um governante autoritário [Erdogan] impôs sua economia maluca ao Banco Central, fazendo a inflação disparar para 80%”.


… Para Krugman, os mercados financeiros provavelmente vão continuar ignorando a “ilegalidade da administração Trump”, mas, em última análise, “nada disso é sobre política monetária; é sobre se ainda somos uma nação de leis”.


DANÇA DAS CADEIRAS – Investidores ponderam se a decisão de Trump sobre Cook terá validade judicial.


… Indicada por Biden, a diretora do Fed diz que continuará trabalhando normalmente, que Trump não tem autoridade legal para destituí-la por justa causa de seu cargo e que contestará a demissão judicialmente.


… O Fed diz que cumprirá qualquer decisão da Justiça, enquanto Trump afirma estar preparado para uma batalha judicial. De acordo com o WSJ, ele deseja agir rápido para escolher o substituto de Cook na vaga que vai até 2038.


… Entre os potenciais candidatos, está o ex-presidente do Banco Mundial David Malpass, que trabalhou na Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump e que recentemente já criticou o Fed por não reduzir os juros.


… Outra alternativa, segundo o jornal, seria Trump indicar Malpass para a vaga deixada pela ex-diretora Adriana Kugler, que expira em janeiro, e optar por nomear seu assessor econômico Stephen Miran para o lugar de Lisa Cook.


… Fonte da BBG disse que o Comitê Bancário do Senado se prepara para audiência de Miran semana que vem.


… Apesar da credibilidade em xeque do Fed, o dólar caiu lá fora com a promessa de cortes do juro. O DXY recuou 0,21%, a 98,225 pontos, o euro ganhou 0,15%, a US$ 1,1647, a libra, +0,12%, a US$ 1,3486, e o iene, a 147,36/US$.


… Na contramão do exterior, o dólar fechou em alta moderada de 0,37% por aqui, negociado a R$ 5,4345. No Broadcast, operadores atribuíram a falta de fôlego do real à performance negativa das commodities ontem.


… As novas ameaças tarifárias de Trump contra a China e a Índia pesaram sobre o minério de ferro, em queda de 0,70%, e especialmente sobre o contrato do Brent para outubro, que afundou 2,29%, para US$ 67,22 o barril.


… Durante reunião de gabinete, Trump disse esperar que o petróleo caia abaixo do patamar de US$ 60 “em breve”.


… Na esteira da forte queda da commodity, Petrobras PN perdeu 0,72%, a R$ 30,43, e ON caiu 0,51%, a R$ 32,89. Já Vale contrariou o minério, subiu 0,89%, à máxima do dia, de R$ 55,41, e ajudou a frear as quedas do Ibovespa.


… O índice à vista recuou de leve (-0,18%), abaixo dos 138 mil pontos (137.771,39), com giro de R$ 20 bilhões.


… Entre os bancos, BB ON testou uma recuperação e subiu 1,65%, a R$ 20,38, Bradesco ON avançou 0,14%, a R$ 14,03, mas Bradesco PN registrou desvalorização tímida de 0,24%, a R$ 16,31, e Itaú caiu 0,67%, para R$ 36,95.


… Em Nova York, as bolsas deixaram em segundo plano o debate sobre a independência do Fed e se concentraram no horizonte de corte dos juros. Além disso, anteciparam positivamente o balanço trimestral da Nvidia (+1,09%) hoje.


… O Dow subiu 0,30% (45.418,07 pontos); S&P 500, +0,41% (6.465,94 pontos); e Nasdaq, +0,44% (21.544,27 pontos).


NÃO DEU MATCH – Um dia depois do ânimo com a nova melhora das expectativas de inflação no boletim Focus, inclusive para os prazos mais longos, a deflação menor do que a esperada do IPCA-15 deixou gosto de decepção.


… A prévia da inflação oficial de agosto recuou 0,14%, quando os economistas esperavam queda de 0,19%.


… Os serviços subjacentes aceleraram de 0,45% em julho para 0,55%. Nos serviços como um todo, houve desaceleração de 0,70% para 0,50%, mas a variação superou o teto das projeções do mercado, de 0,47%.


… Frustrada pelo indicador e influenciada ainda pela crise de confiança no Fed, a curva do DI fechou em alta.


… No fechamento, o contrato de juro para Jan/26 subiu a 14,895% (de 14,886% no ajuste anterior); Jan/27, a 13,975% (13,916%); Jan/29, a 13,245% (de 13,202%); Jan/31, a 13,585% (de 13,561%); e Jan/33, 13,765% (13,754%).


… O resultado menos favorável do IPCA-15 esvaziou parte das apostas de um corte antecipado da Selic, em dezembro, e reforçou a expectativa de que o ciclo de relaxamento do Copom comece em janeiro ou depois.


… O Barclays reduziu as projeções para IPCA deste ano para baixo de 5%, de 5,1% para 4,9%, e para 2026 (de 4,3% para 4,2%), mas ainda vê um cenário inflacionário desafiador justamente por conta da pressão dos serviços.


CIAS ABERTAS – JBS passará a integrar o índice FTSE US, operado pela FTSE Russell, a mesma gestora do conhecido índice Russell…


… A confirmação foi divulgada em comunicado oficial, detalhando mudanças que serão efetivas a partir do fechamento do mercado em 19 de setembro, com validade em 22 de setembro…


… A entrada no FTSE US reforça a consolidação da empresa no mercado de capitais americano, processo acelerado após a dupla listagem (B3 e Nyse) realizada neste ano…


… O movimento é visto como estratégia para atrair um leque mais amplo e diversificado de investidores…


… Desde a estreia na Nyse, em 12 de junho, as ações da empresa acumulam valorização de 15%; nesta terça-feira, atingiram sua máxima histórica, encerrando a sessão a US$ 15,99.


CSN. O Citi reduziu o preço-alvo de R$ 9 para R$ 7 por alta alavancagem e fluxo de caixa negativo. Quanto à CSN Mineração, o banco estabeleceu o preço-alvo em R$ 5, contra R$ 5,03 do fechamento do papel ontem na bolsa.


AZZAS. Conselho aprovou o adiamento para 10 de setembro da data das posses de Eric Alexandre como diretor financeiro, corporativo e de RI, e de Rafael Sachete como diretor, sem designação específica…


… Originalmente, posses estavam marcadas para a próxima segunda-feira (1º).


ECORODOVIAS celebrou termo aditivo para otimização do contrato de concessão da controlada Ecovias 101, com vigência por 24 anos, preservando continuidade da prestação do serviço na BR-101, entre Espírito Santo e Bahia.


HYPERA. Itaú BBA manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 35, e reduziu em 5% a estimativa para receita líquida da empresa neste ano e em 2026, após os resultados do segundo trimestre.


SANTOS BRASIL. Conselho de Administração aprovou parecer favorável à OPA proposta pela CMA CGM para aquisição da totalidade das ações de emissão da companhia.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

O silêncio dos universitários

 O silêncio dos universitários.

Pesquisa mostra que metade dos alunos evita discutir temas polêmicos nas universidades por temer perseguição e retaliação. O campus, que deveria ser o lugar das ideias, virou usina de dogmas. - ESP-25/08/2025 

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A verdade incômoda é que, dentro dos muros, os maiores carrascos da liberdade não são reacionários caricatos, e sim a esquerda iliberal hegemônica nas humanidades.

A degradação não foi imposta de fora para dentro. Foi construída por anos de covardia institucional e conformismo ideológico. Diretores coniventes com protestos truculentos; colegiados que chancelam cursos com uma versão única da História; professores que se calam para não perder prestígio ou verbas. A cultura do cancelamento floresce porque encontrou terreno fértil na militância disfarçada de docência e no silêncio cúmplice da administração.

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As universidades vieram à luz como templos da liberdade intelectual, carregando já no nome a promessa de brilhar como um “universo” de saberes, onde ideias rivais se enfrentam sem medo, dogmas são desafiados e consensos só existem enquanto resistem ao fogo do debate. Mas essa promessa foi traída. O câmpus, que deveria ser laboratório do pluralismo, tornou-se casamata da intolerância.


Professores e alunos admitem que se calam por medo das patrulhas ideológicas. Segundo uma pesquisa do Instituto Sivis, 47% dos estudantes brasileiros consultados relutam em discutir assuntos controversos. Os mais afetados são os estudantes que se consideram de centro: 57% deles se autocensuram, contra 43% dos alunos de esquerda e 39% dos de direita. Discussões políticas (39%) lideram o cardápio de temas que costumam ser evitados.


A mordaça não vem de decreto nem da polícia, mas do medo de ser linchado nas redes sociais, sabotado pelos pares, hostilizado em sala de aula. A autocensura se tornou forma mentis. O preço de pensar fora da cartilha é a difamação, o cancelamento e até o veto a pesquisas ou à docência.


Naturalmente, há fanatismos de direita rondando os portões da universidade, tentando minar a legitimidade da ciência e instrumentalizar a ignorância. Mas a verdade incômoda é que, dentro dos muros, os maiores carrascos da liberdade não são reacionários caricatos, e sim a esquerda iliberal hegemônica nas humanidades. Sob a máscara da “inclusão” e da “justiça social”, essa nova ortodoxia impôs um código de fé progressista, em que divergências são escorchadas como blasfêmia. A universidade, que deveria ser antídoto contra o pensamento único, abastardou-se em sua encarnação mais zelosa.


Uma academia sem dissenso não forma lideranças democráticas: fabrica inquisidores de toga acadêmica, adestrados para silenciar o adversário em vez de refutá-lo. A retórica do respeito a grupos marginalizados virou desculpa para marginalizar dissidentes. A depauperação do debate interno repercute na sociedade: onde a discordância vira ofensa, a política degenera em polarização tóxica. Ao abdicar da liberdade acadêmica, a universidade legitima o populismo que diz combater, abrindo espaço para que demagogos de direita se apresentem como paladinos da “verdade proibida”.


A degradação não foi imposta de fora para dentro. Foi construída por anos de covardia institucional e conformismo ideológico. Diretores coniventes com protestos truculentos; colegiados que chancelam cursos com uma versão única da História; professores que se calam para não perder prestígio ou verbas. A cultura do cancelamento floresce porque encontrou terreno fértil na militância disfarçada de docência e no silêncio cúmplice da administração.


Há antídotos. Universidades que adotam a neutralidade institucional – recusando-se a endossar causas políticas ou manifestos partidários – preservam maior diversidade intelectual. Experiências internacionais mostram que regras de convivência, centradas na defesa intransigente da liberdade de expressão, criam ambientes mais férteis para a ciência e mais resilientes a modismos ideológicos. No Brasil, manifestos de intelectuais que denunciam a asfixia do pluralismo são sinais tímidos, mas encorajadores, de resistência. Porém, só terão efeito se acompanhados de reformas institucionais: desde códigos de conduta que protejam vozes divergentes até currículos que ofereçam perspectivas contrastantes, em vez de catecismos disfarçados de disciplinas.


A liberdade de se expressar não é luxo nem bandeira partidária. É a quintessência da vida acadêmica. Sem ela, a universidade deixa de ser espaço de investigação crítica e se converte em megafone de dogmas; deixa de formar cidadãos esclarecidos e passa a moldar militantes biônicos – alienando todo o resto. Uma universidade que cancela palestras, silencia teses e criminaliza a divergência trai sua missão e se torna caricatura de si mesma. Ou as universidades resgatam sua vocação para o livre debate e experimentação de ideias, ou continuarão a se desmoralizar – e se desfigurar – como tribunais ideológicos. E quem perde não são só os acadêmicos – é a própria democracia brasileira.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Nem boa, nem má. Natural. O desenvolvimento de ONTEM foi uma realização de lucros espontânea, razoável e modesta, após as fortes subidas de sexta-feira depois de Powell falar em Jackson Hole. Poderá ter sido um pouco melhor na Europa, mas esta limitou-se a deixar-se arrastar por Nova Iorque, sem vontade. As yields das obrigações ampliaram-se de forma testemunhal (preços inferiores) para acompanhar o movimento suave da retração do conjunto do mercado. Saiu um IFO Clima Empresarial na Alemanha um pouco bom (89,0 vs. 88,6 esperado e anterior), mas passou despercebido por um mercado que estava em “modo relaxamento e de deixar-se cair” após Jackson Hole e ainda em pleno agosto. 


Temos como referências práticas (i) mais ataques de Trump à Fed. (ii) Moção confiança sobre o governo francês (8 de setembro), que provavelmente perdera. E estamos à espera de Nvidia, na quarta-feira, no fecho de Nova Iorque (21:30 h), esperando um EPS 1,009 $ (+48%). Por isso, HOJE os Pedidos de Bens Duráveis (13:30 h) não influenciarão quase nada (-4,0% vs. -9,4%), nem a Confiança do Consumidor (15 h) (96,4 vs. 97,2) nos EUA, que são as referências macro do dia e que seriam relevantes em dias e circunstâncias normais. 


Trump continua a pressionar qualquer conselheiro da Fed que não lhe seja útil, tentando agora que Lisa Cook se despeça, acusando-a de irregularidades nas suas 2 hipotecas. É um dos 7 conselheiros permanentes (total de 12 membros rotativos de Fed regionais), mulher de origem afro-americana. Na realidade, provisoriamente, agora são 6 conselheiros até que se incorpore Stephen Miran, que substituirá Kugler, a primeira mulher hispânica na história da Fed e a quem Trump já conseguiu ameaçar vagamente. Os conselheiros da Fed são designados e propostos pelo Presidente, mas devem ser aprovados pelo Senado (e não pela Câmara de Representantes) e o Presidente apenas pode forçar a sua demissão sob “causa objetiva”, que não parece clara neste caso, e que Cook tem intenção de defender. Mas estas pressões políticas agressivas sobre a Fed debilitam as bolsas, obrigações e o USD.


Na França, Bayrou apresentará uma moção de confiança para reduzir o défice fiscal, mas é provável que perca, como Barnier fez há 1 ano, e sejam realizadas eleições novamente. Implica falta de estabilidade política na Europa, aproximando-se a yield da O10A francesa à italiana (ca. 3,65%). Mau para a bolsa europeia, obviamente.


CONCLUSÃO: Tom fraco típico de agosto, com pressões em baixa por Trump vs. Fed e França, além da cautela habitual prévia à publicação de Nvidia e as prováveis subidas nas inflações que serão publicadas na sexta-feira (ALE, FRA, ITA, ESP, PT, PCE nos EUA). Poderia ser um dia de bolsas -0,5%/-1%, obrigações europeias a elevaram as suas yields (i.e., preços fracos) e euro em suave retrocesso (por França).


S&P500 -0,4% Nq-100 -0,3% SOX +0,03% ES50 -0,8% IBEX -0,9% VIX 14,8% Bund 2,74% T-Note 4,30% Spread 2A-10A USA=+59pb B10A: ESP 3,32% PT 3,20% FRA 3,51% ITA 3,62% Euribor 12m 2,113% (fut.2,206%) USD 1,164 JPY 172,0 OUro 3.377$ Brent 68,5$ WTI 64,5$ Bitcoin +0,7% (110.371$) Ether +2% (4.444$). 


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Demissão no Fed e alívio com IPCA-15*


Aqui, saem ainda dados do setor externo e Lula faz a segunda reunião ministerial do ano


… O dólar, o rendimento do Tesouro de 2 anos e os futuros do S&P 500 passaram a cair ontem à noite após Trump demitir a diretora do Fed Lisa Cook, a quem vinha pressionando pela renúncia sob acusação de que teria cometido fraude hipotecária. A agenda de indicadores em Nova York é mais fraca, abrindo espaço para a repercussão de mais essa pressão sobre o Fed. Aqui, saem dados do setor externo e IPCA-15, após a pesquisa Focus mostrar nova queda das projeções para a inflação de 2025 e recuo das expectativas para 2026 e 2027, que animaram as apostas em redução antecipada da Selic. Em Brasília, Lula faz a segunda reunião ministerial do ano e anuncia linha de crédito para a indústria.


TRUMP DEMITE COOK – Em carta à diretora publicada em sua rede Truth Social, o presidente americano afirmou não ter “confiança na integridade de Cook”, citando o artigo 2 da Constituição dos Estados Unidos e o Ato do Federal Reserve de 1913.


… O ato permite a demissão justificável, diz Trump em documento. “Eu determinei que há causa suficiente para removê-la de sua posição.”


… O presidente citou a acusação de um aliado da Casa Branca, o presidente do conselho da Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA, William Pulte, que relata declarações falsas de Cook em pedidos de hipoteca.


… Segundo Pulte, ela teria assinado documento atestando que uma propriedade em Michigan era sua residência principal para o próximo ano. Duas semanas depois, teria assinado outro documento apontando uma propriedade na Geórgia como sua residência principal.


… “O povo americano deve poder ter plena confiança na honestidade dos membros encarregados de supervisionar o Fed. Em vista de sua conduta enganosa e possivelmente criminosa em questões financeiras, eles não podem, e eu não tenho, tanta confiança em sua integridade.”


… Presidentes podem destituir governadores do Fed apenas por “justa causa”, uma situação que abrange três possibilidades: ineficiência; negligência no cumprimento do dever; e má conduta, ou seja, irregularidades no exercício do cargo.


… Não está claro se Cook pretende contestar a demissão judicialmente e buscar uma liminar para sua reintegração enquanto o litígio avança.


… Há poucos dias, Cook disse que não tinha intenção de ser intimidada a renunciar ao cargo e que estava reunindo informações para responder a quaisquer perguntas legítimas e fornecer os fatos. A demissão ocorre após o Depto de Justiça indicar que planeja investigá-la.


… Trump tem sido implacável em seus ataques ao Fed, mas as autoridades monetárias minimizaram a pressão, mantendo a taxa básica de juros estável até o momento, em meio a preocupações de que tarifas e outras políticas alimentem a inflação.


… Em Jackson Hole, porém, Powell sinalizou que a queda dos juros pode acontecer em setembro, diante dos riscos para o mercado de trabalho. A demissão de Cook abre espaço para mais uma indicação de Trump, após a nomeação de Stephen Miran ao lugar de Adriana Kugler.


… Como diretora do Fed, Cook possui direito a voto nas decisões de política monetária. Na reunião do fim de julho, ela defendeu a manutenção dos juros. Nomeada pelo presidente Joe Biden em 2022, seu mandato expiraria apenas em 2038.


TARIFAS À ÍNDIA – O governo dos Estados Unidos confirmou que começará a cobrar amanhã uma tarifa adicional de 25% sobre os produtos da Índia. A medida, que possui algumas isenções específicas, será publicada no Federal Register na data em que entrar em vigor.


… Entre os itens poupados estão artigos de ferro, aço, alumínio e produtos semielaborados ou derivados intensivos de cobre, considerados estratégicos, além de veículos de passageiros, caminhonetes leves e suas respectivas peças.


… Essas categorias já estão sujeitas a regras tarifárias próprias e continuam a ser tributadas por outras medidas em vigor.


… A sobretaxa já havia sido determinada por Trump em ordem executiva de 6 de agosto, sob argumento de que a Índia está importando direta ou indiretamente petróleo da Rússia e que a aplicação de tarifas adicionais “lidará de forma mais eficaz com a emergência nacional”.


… Washington, assim, vincula formalmente a medida à relação comercial entre Nova Délhi e o petróleo russo, enquanto os esforços para um acordo de paz entre Rússia e a Ucrânia parecem estar estagnados.


COREIA DO SUL – Nesta segunda-feira, Trump recebeu o presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, na Casa Branca, e apesar dos apelos, manteve a tarifa de 15% sobre os todos os produtos do país importados pelos americanos.


CANADÁ – Já as autoridades do Canadá terão um novo encontro nos Estados Unidos, após terem retirado algumas tarifas retaliatórias de 25%.


… Ao mesmo tempo, o ministro do Comércio Internacional do Canadá, Maninder Sidhu, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, anunciaram ontem a retomada das negociações de um possível acordo de livre comércio entre o país e o Mercosul.


… Segundo o Valor, o Canadá é uma das apostas do Itamaraty para diversificar as exportações brasileiras, no contexto do tarifaço de Trump.


… Já está programada uma missão empresarial para Toronto nos dias 10 a 12 de setembro e prevista uma reunião presencial entre os principais negociadores dos dois países para discutir o acordo bilateral entre Canadá e Mercosul, que deve ser realizada no Brasil.


CHINA RETOMA NEGOCIAÇÕES – Um alto negociador chinês está indo para Washington esta semana, no que poderá ser a primeira rodada de negociações entre os dois países, que buscam estabelecer um diálogo durante a trégua tarifária estendida até novembro (Dow Jones).


… Nesta segunda-feira, Trump ameaçou impor uma tarifa de 200% “ou algo assim” à China caso Pequim recue no fornecimento de imãs.


… Em abril, logo após o anúncio das tarifas “recíprocas” e a escalada mútua de tarifas entre Estados Unidos e China, Pequim optou por restringir as importações de ímãs e terras raras, o que colocou em xeque as cadeias de suprimento americanas.


… Desde o acordo firmado em maio, as exportações de imãs e terras raras têm sido flexibilizadas.


INDÚSTRIA 4.0 – O lançamento do programa, que visa modernizar a indústria e estimular sua produtividade, foi feito em cerimônia fechada no Palácio do Planalto, na tarde desta segunda-feira, com o áudio dos discursos divulgado pela Secretaria de Comunicação Social.


… A nova linha de crédito para a indústria, apresentada pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, terá financiamento do BNDES, que repassará R$ 10 bilhões, e mais R$ 2 bilhões do Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas (Finep).


… Alckmin disse que as novas linhas de crédito para a indústria renovar seu parque fabril já estavam sendo planejadas antes do tarifaço de Trump, que a iniciativa não tem nada a ver com a disputa comercial entre o Brasil e os Estados Unidos.


… O novo programa foi denominado “Indústria 4.0”, com juros entre 7,5% e 8% mais o spread. No caso da linha ofertada pelo BNDES, o spread de crédito terá como base o percentual de 60% de Taxa Referencial (TR) mais 40% referente a juros de mercado.


… Os recursos serão destinados para bens de capital, ou seja, máquinas e equipamentos, que vão fazer com que a indústria brasileira ganhe competitividade, reduza custos e modernize o parque industrial, cuja depreciação está acontecendo de forma mais acelerada.


… O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também presente à cerimônia, disse que mesmo as empresas tarifadas em menos de 50% pelos Estados Unidos, que tenham 5%, 10% ou 20% de sobretaxa, poderão ter acesso à linha de crédito da Indústria 4.0.


… Mercadante estima que os créditos começarão a ser aprovados a partir do dia 15 de setembro. “A gente vai repassar recursos e o que não for possível a gente faz diretamente. Essa medida, é fundamental, porque não tem crescimento de emprego sem investimento.”


… Também o ministro Fernando Haddad falou, dizendo que o Congresso tem projetos a votar que dariam “ainda mais impulso, mais transparência e mais garantias” para o barateamento do crédito no Brasil. “Se tudo der certo, a gente consegue aprovar este ano.”


… Haddad citou o projeto de inteligência artificial (IA), que já foi votado pelo Senado e deve ser aperfeiçoado na Câmara, e o Regime Especial para Data Centers (ReData), que já está na mesa do presidente Lula, “gerando grande expectativa de investimento no Brasil”.


… Segundo ele, esse novo regime “vai permitir que nós possamos processar os dados brasileiros no Brasil, garantindo soberania digital”.


… Hoje, o presidente Lula faz a segunda reunião ministerial do ano para alinhar as ações do governo na reta final de 2025 (às 9h).


… No site Metrópoles, Lula deve orientar os seus auxiliares na resposta ao tarifaço dos Estados Unidos e pretende ainda divulgar um novo slogan do governo, com mote que explora a defesa da soberania do País.


BOMBA FISCAL – Oposição e Centrão planejam derrubar as medidas compensatórias que cobririam o custo com a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, informou a colunista Malu Gaspar, no Globo.


… Líderes da oposição e mesmo de partidos do centro resistem a incluir no pacote a tributação de grandes fortunas, a taxação em 10% sobre dividendos enviados ao exterior e a cobrança para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais.


… Além disso, querem desidratar o bônus eleitoral de Lula com a medida, mas vão acabar criando um novo problema fiscal para o governo, já que a renúncia com o projeto é estimada em R$ 100 bilhões.


RECEITAS – O governo agendou para 4 de dezembro o leilão de petróleo do pré-sal, proposto pelo MME a Lula como alternativa para elevar a arrecadação, em meio à resistência do Congresso em aprovar a elevação do IOF.


… Na disputa, que pode render R$ 15 bilhões aos cofres públicos, será oferecida ao mercado a parcela na produção de três campos: Mero, Atapu, e Tupi. O objetivo é antecipar as receitas para fechas as contas de 2026.


A FRAUDES NO INSS – O ministro André Mendonça foi sorteado no Supremo Tribunal Federal relator da investigação sobre o esquema de fraude em descontos associativos de aposentados e pensionistas do INSS, após a PGR questionar a relatoria de Dias Toffoli.


AGENDA – OIPCA-15 (9h) deve recuar 0,21% em agosto, na mediana do Broadcast, após subir 0,33% em julho. As projeções vão de deflação de 0,28% a alta de 0,29%. Para a inflação em 12 meses, a mediana indica desaceleração do ritmo de alta de 5,30% em julho para 4,89% agora.


… A entrada do bônus de Itaipu nas contas de energia elétrica deverá puxar a primeira queda mensal do IPCA-15 desde julho de 2023.


… O número, porém, deverá refletir vetores pontuais, com destaque para a entrada do bônus de Itaipu nas contas de energia. De qualquer modo, será a primeira queda mensal do IPCA-15 desde julho de 2023 e a primeira vez desde fevereiro que o acumulado cai abaixo de 5%.


… Na Focus, as projeções para a inflação de 2025 tiveram a décima terceira queda consecutiva, recuando de 4,95% para 4,86%. Já para 2026, a expectativa passou de 4,40% para 4,33% e para 2027, de 4,00% para 3,97%, após 26 semanas de estagnação.


… Mais cedo (8h30), o mercado prevê déficit de US$ 5,7 bilhões nas transações correntes em julho, após saldo negativo de US$ 5,13 bilhões em junho. As estimativas, todas de déficit, variam de US$ 6,8 bilhões a US$ 4,3 bilhões.


… O superávit comercial da balança de bens deve ser novamente mais do que compensado pelos déficits da balança de serviços e da conta de renda primária em julho, como um reflexo da atividade econômica e da sazonalidade do período, dizem economistas à AE.


… Para o Investimento Direto no País (IDP), a mediana da pesquisa indica entrada líquida de US$ 5,250 bilhões em julho, ante saldo positivo de US$ 2,810 bilhões em junho. As expectativas vão de US$ 3 bilhões a US$ 7,9 bilhões.


… Está ainda na agenda a terceira quadrissemana de agosto do IPC-Fipe, que sai à primeira hora do dia (5h).


… Entre os eventos, destaque para a participação de Alckmin e Haddad no Congresso Aço Brasil 2025 (9h) e para a presença do ministro da Fazenda no final da tarde (17h) na Fiesp, em São Paulo, onde será debatida a relação entre Brasil e Estados Unidos.


NOS ESTADOS UNIDOS – Saem pedidos de bens duráveis em julho (9h30), índice Redbook (9h55), preços de imóveis em junho (10h) e a confiança do consumidor do Conference Board em agosto (11h). Às 9h30, o Fed boy Tom Barkin tem fala prevista.


A ÂNCORA – Coincidindo com as pressões no mercado para um corte antecipado da Selic, a onda de boas notícias da Focus e especulações de que o IPCA-15 pode vir hoje com deflação maior do que a esperada aliviaram a curva do DI.


… Semana após semana, a melhora nas expectativas de inflação, que agora já rodam abaixo do teto da meta, vai esvaziando os riscos de desancoragem e consolida um ambiente de menor percepção de risco nos negócios.


… As chances de o Copom iniciar o ciclo de corte do juro já em dezembro são expressivas (40%-45%), embora o dobro das apostas (quase 90%) se concentre em janeiro, calcula o economista Flávio Serrano (BMG) ao Broadcast.


… Traders vão puxando o call de queda da Selic do segundo trimestre do ano que vem para cada vez mais cedo.


… Em evento promovido pela Esfera em São Paulo, Campos Neto (agora no Nubank) comentou ontem que as condições de curto prazo devem propiciar uma queda de juros para 12% ou 13%. “Ir para 11% já seria otimista.”


… Mas alertou que, para o Brasil ter um juro estruturalmente mais baixo, seria preciso uma mudança na percepção, de tal forma que as pessoas entendam que haverá um novo regime das contas públicas, com maior credibilidade.


… De olho nas novidades positivas do boletim Focus, os juros futuros ampliaram a devolução dos prêmios de risco.


… No fechamento, o DI para Jan/2026 marcava 14,885% (contra 14,897% no ajuste anterior); Jan/27 caía a 13,900% (de 13,956%); Jan/29 recuava a 13,190% (de 13,268%); Jan/31, 13,550% (de 13,625%); e Jan/33, 13,740% (13,806%).


… Paralelamente à sensação de IPCA mais sob controle, o Focus trouxe queda na projeção do dólar deste ano (R$ 5,60 para R$ 5,59), de 2026 (R$ 5,70 para R$ 5,64), 2027 (R$ 5,70 para R$ 5,63) e 2028 (R$ 5,70 para R$ 5,60).


… Sob o clima positivo do Focus, a moeda americana descolou ontem do exterior e fechou em leve queda de 0,19%, cotada a R$ 5,4153. Após o fechamento, o BC informou que iniciará a rolagem de swap para outubro no dia 2/9. 


… Não foi informado o montante a vencer na data. Segundo o BC, as informações serão divulgadas oportunamente.


… Lá fora, em ajuste técnico depois da festa com Powell em Jackson Hole, o índice DXY fechou em alta de 0,73%, a 98,430 pontos, à espera do PCE esta semana. Mas a força do dólar ontem também respondeu ao euro enfraquecido.


… A moeda afundou quase 1%, para US$ 1,1633, depois da manobra política arriscada do primeiro-ministro da França, François Bayrou, que pediu uma votação de confiança no Parlamento no dia 8 para aprovar o orçamento.


… Se ganhar, terá apoio para cortar 44 bilhões de euros em gastos públicos; se perder, perderá junto o cargo.


… A libra esterlina registrou desvalorização de 0,52%, para US$ 1,3452, e o iene recuou para 147,83 por dólar.


A VOLTA – Com o pouco que subiu ontem, só 0,04%, o Ibovespa conseguiu recuperar a faixa dos 138 mil pontos, a 138.025 pontos, e voltou ao melhor nível de fechamento desde o anúncio do tarifaço, segundo o Broadcast.


… Apesar do cenário de incertezas, a bolsa tenta retomar a normalidade. O giro fraco de R$ 15 bilhões continuou, porém, deflagrando ontem a cautela do investidor, que afastou o Ibovespa da máxima do dia, aos 138.890 pontos.


… A tentativa do índice à vista de resgatar os 139 mil pontos foi frustrada pela queda expressiva de 2,20% das ações do BB, que fecharam na mínima de R$ 20,05, em meio aos ataques bolsonaristas contra o banco nas redes sociais.


… Ainda no setor financeiro, Itaú PN caiu 0,51%, a R$ 37,20, e BTG Pactual recuou 0,12%. Já Bradesco ON subiu 0,36%, para R$ 14,01; Bradesco PN registrou valorização de 0,25%, a R$ 16,35; Santander avançou 0,70%, a R$ 27,31.


… Entre as blue chips das commodities, Vale falhou em acompanhar o avanço firme de 2,27% do minério e limitou a alta a 0,24%, negociada a R$ 54,92. Também a intensidade dos ganhos da Petrobras foi menor do que a do petróleo.


… O papel PN subiu 0,59%, a R$ 30,65, e o ON ganhou 0,12%, a R$ 33,06, enquanto o barril do Brent para outubro avançou 1,57%, a US$ 68,80, embalado pelo horizonte de corte de juros do Fed e o impasse Ucrânia/Rússia.


… O destaque positivo na bolsa foi GPA, que disparou 8,98%, para R$ 3,52, diante da ofensiva da família Coelho Diniz pelo controle do conselho de administração, com pedido de convocação de AGE para destituir o colegiado atual.


… As ações da Eneva também chamaram a atenção ontem, com salto de 4,61%, para R$ 14,97, beneficiadas pela perspectiva de um novo leilão de reserva de capacidade, previsto pela União para março do ano que vem.


… Em Nova York, as bolsas passaram por correção depois do rali com Powell e tiveram como gatilho para o ajuste negativo o comentário de Trump de que pretende colocar tarifas sobre os medicamentos “bem rapidamente”.


… Merck cedeu 2,3%, Amgem perdeu 1,8%, Pfizer caiu 2,9%, Moderna recuou 6,5% e Eli Lilly teve queda de 2,3%.


… O Dow Jones fechou em queda de 0,77%, aos 45.282,47 pontos; o S&P 500 perdeu 0,43%, a 6.439,32 pontos, e o Nasdaq caiu 0,22%, a 21.449,29 pontos. Intel recuou 1% após o governo Trump confirmar fatia de 10% na empresa.


… À espera do balanço trimestral desta semana, as ações da Nvidia encerraram o pregão em alta de 1,03%.


… Como as bolsas, também os juros dos Treasuries testaram realização após Jackson Hole e subiram, com a taxa da Note de dois anos a 3,728%, contra 3,692% na última sexta-feira, e a de dez anos a 4,281%, contra 4,257%.


CIAS ABERTAS – Participação da PETROBRAS nos contratos de longo prazo com distribuidoras de gás caiu de 100% para 69% entre 2021 e 2024, segundo dados do Observatório do Gás Natural.


GRUPO PÃO DE AÇÚCAR. Nuveen LLS reduziu participação de 8,24% para 3,81% do total das ações ordinárias.


TELEFÔNICA alterou valor de JCP a ser pago por ação, anunciado em 14 de abril, devido à recompra de papéis, de R$ 0,0777 para R$ 0,0779; valor líquido subiu de R$ 0,0660 para R$ 0,0662…


… Pagamento será feito até 30 de abril de 2026, ex a partir de hoje.


ONCOCLÍNICAS confirmou venda do Hospital Marcos Moraes, no Rio de Janeiro, para a Hapvida, por R$ 5,3 milhões.


HYPERA. BB Investimentos elevou preço-alvo de R$ 25,40 para R$ 25,80, mantendo recomendação neutra; atualização incorporou resultados no primeiro semestre e tendências do cenário macroeconômico atual.


ITAÚSA. O conselho de administração aprovou a sua oitava emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única, da espécie quirografária, no valor de R$ 1 bilhão.


ALLOS. Gestora Fourth Sail Capital atingiu participação acionária de 5,01% na companhia, passando a deter 27.216.600 de papéis.


AMERICANAS. Conselho de Administração elegeu Fernando Dias Soares para o cargo de diretor-presidente da companhia, com mandato iniciando-se em 1º de outubro…


… Assim, Leonardo Coelho, que assumiu o posto em fevereiro de 2023, passará a integrar o comitê financeiro.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

BRB recuando

 O Banco de Brasília (BRB) anunciou uma redução significativa na fatia que planeja adquirir do Banco Master, diminuindo de R$ 48 bilhões para R$ 23,9 bilhões, impactada por uma auditoria que excluiu ativos considerados inadequados, como Certificados de Recebíveis Imobiliários e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, resultando em uma redução de R$ 13,5 bilhões no valor da transação. Essa diminuição gerou um novo comunicado ao mercado, refletindo as dificuldades enfrentadas nas discussões com o Banco Central, que ainda está avaliando a operação. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, ressaltou que a análise levou mais tempo do que o esperado, mas ainda acredita que a aprovação ocorrerá em breve. Além disso, mudaram regras de governança, excluindo o banqueiro Daniel Vorcaro do grupo de controle.


Esse desdobramento é importante pois altera o valor da aquisição e o perfil dos ativos e passivos envolvidos, refletindo uma reavaliação do negócio perante o contexto regulatório e a situação atual do Banco Master, que não está captando novos recursos desde março. Os principais impactos dessa mudança incluem um ajuste no preço da compra, que deve ficar em torno de R$ 1,8 bilhão, e considerações sobre a saúde financeira do Banco Master, afetando potencialmente a confiança do mercado e a percepção de risco associado à operação e à futura governança do novo banco. A questão do tempo também é crítica, pois a demora na aprovação pode impactar a continuidade das operações do Banco Master.

Fabio Alves