terça-feira, 12 de agosto de 2025

Kapitalo

 *🇧🇷 Kapitalo aposta em Brasil atrativo e mantém cautela no exterior*


A gestora Kapitalo vê o Brasil em um momento favorável para investimentos, impulsionado por preços atrativos na bolsa, desaceleração econômica considerada saudável e expectativas positivas diante de possível alternância eleitoral. Em julho, a gestora aumentou as posições otimistas no mercado doméstico, especialmente em juros nominais e reais.


Globalmente, a gestora enxerga desaceleração moderada, com exceção da China, cujo desempenho fraco favorece o Brasil. No portfólio externo, mantém perfil defensivo, com apostas em queda de juros nos EUA, posições compradas no índice local e foco no setor de tecnologia, além de exposição a ouro, gás natural e urânio.


No Brasil, a Kapitalo mantém posições em exportadoras, commodities, papel e celulose, mineração e siderurgia, enquanto aposta contra consumo, estatais, construção e educação. No exterior, reduziu exposição comprada e segue vendida em petróleo e em empresas americanas de pequeno e médio porte.


#Notícias #TradeNews

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Resumo de ontem: nada relevante. Movimentos milimétricos nas bolsas, obrigações e divisas à espera do IPC americano de hoje. 


O mercado espera o dado, um dos dois com os quais a Fed contará antes da sua reunião de 17 de setembro, para calibrar as suas expetativas de cortes de taxas de juros, atualmente em -58 p.b. em 2025, e atribuindo uma probabilidade de 88% a uma primeira descida em setembro. Assunto especialmente delicado, porque um inquérito de BofA mostra que 91% dos gestores de fundos inquiridos (169 com AUMs conjuntos de 413.000 M$) consideram que a bolsa americana está supervalorizada. Isto é, novos estímulos devem justificar essas avaliações ou bolsas, e também as obrigações devem sofrer uma correção.


Por isso, o tom da sessão de hoje e das próximas ficará marcado pelo IPC de julho nos EUA (13:30 h). Espera-se que tanto a taxa Geral como a Subjacente aumentem uma décima até +2,8% e +3,0%, respetivamente. Se cumprir ou for melhor, o mercado irá respirar, porque irá entender que a Fed tem o caminho livre para cortar taxas de juros como espera. Mas, se for pior e arrefecer as expetativas de cortes, poderá dar a desculpa para uma correção de bolsas e obrigações. O risco de um dado mau não é irrelevante. Em julho de 2024, Energia e Bens quase não contribuíram com inflação. Um contexto mais normalizado este ano deverá levar a um ligeiro aumento, mas se, além disso, os impostos alfandegários começarem a surtir efeito, a inflação poderá ser pior do que o esperado. O vaivém de anúncios, prorrogas e medidas dificulta fazer uma estimativa fiável. Veremos. 


Previamente teremos conhecido um ZEW na Alemanha (10 h) que se espera que caia desde 52,7 até 39,5 em agosto, refletindo a deceção de uns impostos alfandegários (EUA) (15%) mais elevados do que o esperado e dados económicos fracos recentes (PIB 2T -0,1% t/t, PMI Industrial 49,1, Prod. Industrial -3,6% em junho). 


De madrugada, as bolsas asiáticas celebraram com subidas a prorroga dos EUA à China até 10 de novembro para negociar os atuais impostos alfandegários (55% à China e 10% o oposto), mas na Europa e nos EUA esperamos uma sessão matutina cautelosa, à espera do IPC que será quem marcará o sinal dos fechos. 


S&P500 -0,3% NQ100 -0,3% SOX -0,1% ES-50 -0,3% VIX 16,3% BUND 2,63%. T-NOTE 4,28%. SPREAD 2A-10A USA=+51,5PB B10A: ESP 3,26% ITA 3,48%. EURIBOR 12M 2,12% (FUT. EURIBOR 12M 2,14%). USD 1,161. JPY 172,3. OURO 3.350$. BRENT 66,9$. WTI 64,2$. BITCOIN -0,1% (118.794$). ETHER +1,0% (4.292$).


FIM

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Amilton Aquino

 Entre princípios, pragmatismo e cinismo — a difícil arte de manter a sanidade num mundo em ebulição


Max Weber via a política oscilando entre dois polos: a ética da convicção (agir guiado por princípios) e a ética da responsabilidade (agir considerando as consequências práticas). Entre um polo e outro haveria espaço para o pragmatismo político, em nome de um bem maior que justificaria algumas contradições.


O dilema é um clássico da política, mas, mesmo em nossa vida pessoal, frequentemente nos vemos medindo palavras para não transformar nossas relações num inferno. Além disso, tal exercício serve também como aprendizado, pois muitas vezes os princípios que defendemos não são tão inabaláveis quanto gostaríamos. Portanto, mais que uma necessidade social, o pragmatismo pode ser uma forma de testar nossa visão de mundo. 


Observando, no entanto, os diferentes graus de pragmatismo adotados em diversos temas políticos e geopolíticos atuais, atrevo-me a acrescentar um terceiro polo ao eixo original de Weber: o cinismo.


Sim, é presunçoso da minha parte, mas me parece que o mais adequado à realidade atual seria o eixo: Princípios → Pragmatismo → Cinismo.


Ainda mais quando percebemos que o cinismo a que me refiro já havia sido abordado por George Orwell com o seu duplipensar: a “arte” de sustentar contradições sem perceber.


Essa reflexão me ocorreu a partir da leitura de um excelente artigo de Henrique Zétola e Jamil Assis publicado no Estadão, com o título “Precisamos dar nome aos bois”. Nele, os autores sintetizam nossa realidade ao apontar o cinismo dos tais “guardiões da Constituição”, que mergulham cada vez mais no autoritarismo “em defesa da democracia”:


“Esse estado de exceção não é declarado, como nas ditaduras do século 20. Ele se infiltra por dentro, mantendo os ritos institucionais enquanto esvazia seus contrapesos. Giorgio Agamben descreveu esse fenômeno com precisão: não é necessário fechar o Congresso ou suspender formalmente garantias constitucionais. Basta reinterpretá-las de maneira flexível, sempre em nome de um bem maior, sob a retórica da urgência. No Brasil, a narrativa predominante é a da defesa da democracia e do combate à desinformação. Sob esse pretexto, mecanismos de controle do poder são relativizados e direitos fundamentais se tornam variáveis interpretativas.”


O artigo é um primor. Só acrescentaria as escandalosas flexibilizações na interpretação das leis para permitir, sem o menor constrangimento, que juízes do STF possam agora julgar causas em que os advogados sejam suas esposas, filhos ou qualquer outro parente — para mim, o auge do cinismo daqueles que se diziam indignados com a parcialidade de Sérgio Moro.


Na mesma semana, deparei-me com uma fala de Dilma Rousseff justificando a invsão da Ucrânia pela Rússia, repetindo os mesmos argumentos imperialistas de Putin. Note-se que, para a “democrata” Dilma, as fronteiras da Ucrânia, reconhecidas internacionalmente (inclusive pela própria Rússia à época), perdem qualquer validade. Aliás, a Ucrânia como nação precede a Rússia, possui língua própria e foi vítima de uma das maiores atrocidades da história: o Holodomor. Neste caso, para os cínicos que normalizam a violência da invasão russa, tudo é justificado — inclusive os ataques deliberados contra civis, usados como forma de pressionar a população a se render.


Já quando se trata da anunciada retomada do controle de Gaza por Israel — uma vez que o Hamas não só se recusa a devolver os últimos reféns, como também insiste em manter o poder político no território já prometendo repetir o massacre de 07/10 —, aí tudo se inverte. Pouco importa que os palestinos tenham rejeitado as principais propostas de convivência pacífica, seja pela ONU, pelo Reino Unido, EUA ou pela União Europeia, optando sempre pela guerra e perdendo-a, o que, por si só, já justificaria o controle israelense como vencedor, ainda mais contra um adversário que nunca conseguiu formar consensos mínimos para estabelecer um Estado. Não importa se Gaza é governada por um grupo terrorista cujo estatuto tem como lema a destruição de Israel. Não importa se esse grupo mantém reféns em condições sub-humanas nos túneis de Gaza. Não importa se usa a própria população como escudo humano. Importam mais as narrativas vitimistas plantadas na imprensa internacional pelo  tal "Ministério da Saúde" de Gaza — narrativas que, muitas vezes, são desmascaradas pela realidade, como a recente denúncia de fome usando a foto de uma criança raquítica vítima de uma doença rara (ao lado de pais saudáveis) ou imagens fabricadas, seja por “jornalistas” ocidentais (como a famosa foto das panelas vazias, também desmascarada nesta semana), seja pela já conhecida “Pallywood”, onde um mesmo ator, de tanto interpretar papéis diferentes, virou meme.


Ou seja, na escala de “valores” da esquerda, o anti-imperialismo norte-americano ocupa o topo — mesmo que os EUA jamais tenham anexado um único quilômetro quadrado desde que assumiram o bastão do império britânico após a Segunda Guerra. Aí, o “pragmatismo” esquerdista abraça todo tipo de ditadura: desde teocracias que enforcam homossexuais e mulheres por mostrarem o cabelo em público, até regimes que praticam o capitalismo mais selvagem que a própria esquerda critica no Ocidente, explorando mão de obra escrava. Abraça também a mais imperialista das nações atuais: a Rússia — um mosaico de etnias incorporadas em pouco mais de três séculos de expansão. Não por acaso, o império russo, hoje controlado com mão de ferro pelo Hitler do século XXI, tem quase o dobro do tamanho da segunda maior nação… e ainda quer mais.


Enfim, a hipocrisia! O estado de Cinismo que melhor representa a esquizofrenia do nosso tempo.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Hoje, sessão de referências escassas, na qual se prolongará, provavelmente, o otimismo da semana passada em relação a mais descidas de taxas de juros por parte da Fed. Os futuros vêm com ligeiras subidas, tanto na Europa como nos EUA (+0,2%), com a atenção nas negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia. Nomeadamente, na reunião desta sexta-feira entre Putin, Trump e, quem sabe, Zelensky. Por isso, o preço do petróleo cai novamente (-0,7%) e o dólar deprecia-se ligeiramente (-0,3%).


Contudo, consideramos que é um otimismo excessivo, diria que até ingénuo, e esta semana poderemos ter um banho de realidade. O primeiro, amanhã, com o dado do IPC dos EUA, que poderá voltar a aumentar em julho, tanto na taxa geral como na subjacente, ainda com impacto moderado dos impostos alfandegários que entraram em vigor a 1 de agosto. O segundo, na sexta-feira, com a reunião entre Trump e Putin, já que infelizmente atribuímos pouca probabilidade a um acordo que termine o conflito. Portanto, é altamente provável que as expetativas de corte de taxas de juros tendam a arrefecer um pouco durante a semana e que, portanto, as bolsas tendam a enfraquecer.


S&P500 +0,8% Nq100 +1,0% SOX +0,8% ES-50 +0,3% VIX 15,2% Bund 2,69%. T-Note 4,28%. Spread 2A-10A USA=+52pb B10A: ESP 3,25% ITA 3,48%. Euribor 12m 2,12%.  USD 1,164. JPY 172,0. Ouro 3.398$. Brent 67,9$. WTI 63,9$. Bitcoin +3,1% (122.035$). Ether +2,0% (4.304$)


FIM

Venda do banco Master encontra resistência

 *Venda do Banco Master encontra resistência no Banco Central*


Por Alvaro Gribel, do Estadão


Brasília, 11/08/2025 - Desde o anúncio da oferta do Banco de Brasília (BRB) por uma fatia do Banco Master, os presidentes das duas instituições, Paulo Henrique Costa e Daniel Vorcaro, respectivamente, têm tido reuniões no Banco Central para fornecer informações sobre a transação.


A autorização estaria enfrentando resistência do diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Dias de Brito Gomes, que é a área dentro do Banco Central responsável pela compra.


A análise, vista como criteriosa, é entendida como normal e tem o aval dos seus pares dentro do BC, ainda mais por envolver uma instituição financeira estatal, o BRB.


Se por um lado o BC não entra no mérito da conveniência da operação para o BRB - ou seja, se a compra será boa ou não -, por outro, precisa ter a certeza de que o banco consegue absorver os ativos do Master sem se colocar em risco. Por isso, o plano de negócios é um dos pontos vistos como cruciais para a autorização da venda.


Pela governança do Banco Central, cabe ao diretor da área emitir um voto, que será aprovado ou negado pela diretoria colegiada. Em caso de discordância entre o diretor e o colegiado, o caso volta para análise do diretor da respectiva área.


A cada entrega de novos documentos ao Banco Central, o prazo de análise de 365 dias recomeça e houve casos de documentos enviados a título de “errata”. Por isso, no BC, ninguém se sente pressionado por uma saída rápida.


Em outro front, a transação já recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Nesse caso, a análise foi mais rápida, já que Master e BRB são bancos médios que não representam risco para a livre concorrência do mercado financeiro.


No início de agosto, o BC autorizou um aumento de R$ 1 bilhão no capital do Master, de R$ 3,763 bilhões para R$ 4,763 bilhões. Esse foi o segundo aumento de capital de R$ 1 bilhão no banco este ano. A injeção de R$ 2 bilhões foi uma das exigências feitas pelo BRB para comprar ativos do Master, como mostrou o Estadão/Broadcast. Agora, um novo aporte deve ser efetuado.


Também em agosto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma série de alterações nas regras do FGC. Por meio de nota, o BC, que faz parte do colegiado, informou que a resolução tem o objetivo de mitigar incentivos à tomada de riscos excessivos pelas instituições associadas.


A nota do BC não menciona o Master, mas, segundo apurou a reportagem, a resolução quis servir como recado para que instituições financeiras não tentem repetir o modelo de negócio do banco.

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Inflação e Petrobras no foco da semana*


Ainda Trump tem reunião de cúpula com Putin na sexta-feira para negociar o fim da guerra na Ucrânia


… Dados de atividade mobilizam a semana na China, após a inflação ter vindo estável, em meio ao protecionismo americano. A trégua tarifária aos chineses chega ao fim amanhã, sem confirmação ainda sobre a extensão do prazo por 90 dias. Aqui, o plano de contingência contra o tarifaço será lançado até terça, enquanto Haddad articula em reunião com Bessent na quarta-feira a exclusão do café e das carnes da “lista negra” de Trump. Agenda dos balanços tem como destaque JBS, BRF, Marfrig, varejistas e o BB, que aponta para resultado fraco. Galípolo faz palestra hoje (10h30), na véspera do IPCA, que deve acelerar em julho. A inflação também está no radar do Fed, com o CPI amanhã, enquanto Trump tem reunião de cúpula com Putin na sexta-feira para negociar o fim da guerra na Ucrânia. No front corporativo, a Petrobras informa que pode estar perto do consenso para a licença da Foz do Amazonas.


MARGEM EQUATORIAL – Reunião agendada para amanhã entre a estatal e o Ibama será “decisiva” para potencial sinal verde para a exploração da região, disse a presidente da companhia, Magda Chambriard, na última sexta-feira.


… Ela reiterou mensagem aos investidor de que “quem apostar contra a Petrobras vai perder dinheiro”.


… O comentário veio na sequência do tombo das ações da Petrobras no último pregão (abaixo), diante da frustração dos investidores com os dividendos e o anúncio da empresa de que pretende voltar à distribuição de GLP no varejo.


… Em outra indicação positiva à liberação para a Petrobras perfurar poços na região amazônica, o presidente Lula fez um aceno a Alcolumbre e manteve itens polêmicos na nova lei do licenciamento ambiental (“PEC da devastação”).


… Apesar de ter vetado 63 pontos, conservou a Licença Ambiental Especial, proposta pelo presidente do Senado.


… O texto prevê procedimento acelerado para empreendimentos considerados estratégicos pelo Conselho de governo e só entraria em vigor em 5 meses, mas o governo editou medida provisória para ter vigência imediata.


… Na prática, o modelo favorece a prospecção de petróleo pela Petrobras na Margem Equatorial da Foz do Amazonas, berço eleitoral de Alcolumbre, em gesto de Lula para estabilizar a relação com o comando do Senado.


“PEC DA BLINDAGEM” – Insurgindo contra o que consideram abusos cometidos pelo STF, parlamentares tentam pautar esta semana a proposta que fortalece a imunidade do Congresso e limita a prisão em flagrante de políticos.


… A imprensa informou que o acordo em torno da PEC foi utilizado como moeda de troca para o fim do motim na Câmara e Senado. Motta encaminhou à Corregedoria o caso dos deputados que obstruíram o plenário.


PLANO DE CONTINGÊNCIA – O governo Lula promete até amanhã o lançamento para as empresas das medidas de combate aos impactos da tarifa de 50% implantada pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras.


… Nas últimas semanas, têm sido estudadas linhas de crédito, flexibilização trabalhista e ampliação do Reintegra.


… Às vésperas da reunião marcada entre Haddad e o secretário Scott Bessent (Tesouro), Alckmin destacou que a prioridade do Executivo é não retaliar os Estados Unidos, mas ampliar o número de setores excluídos da tarifa.


… Alckmin tem reunião marcada com Lula hoje, às 17h, para deliberar sobre as medidas do plano de contingência.


EUA X MORAES – Em meio ao tarifaço e às críticas contra a regulação das redes, o número 2 do secretário de Estado Marco Rubio, Christopher Landau, acusou Moraes de criar um “beco sem saída” na relação histórica com o Brasil.


… A embaixada americana em Brasília repostou a mensagem dele em português.


… De seu lado, o empresário Jason Miller, considerado um dos principais conselheiros de Trump, publicou uma mensagem em suas redes sociais em que afirma que “não vai parar” até que Bolsonaro “esteja livre”.


BALANÇOS – Cercado de expectativas, o resultado trimestral do BB vem na quinta, depois do abalo recente com a notícia apurada pelo Brazil Journal de que a instituição lucrou só R$ 500 mi em maio, contra R$ 1,7 bi em abril. 


… Entre os frigoríficos, JBS vem na quarta-feira, depois do fechamento dos mercados, e BRF e Marfrig na quinta-feira. Hoje, saem os números da Sabesp, Natura, Marisa, Direcional, Even, Itaúsa, Localiza, Vamos e Vibra Energia.


… Amanhã, vale o destaque para Americanas, BTG, CVC, Light e MRV. Na quarta, vêm Casas Bahia, Allos, Bradespar, Eneva, Equatorial, Hapvida, PagBank, Porto Seguro, Positivo, Raízen, Rede D´Or, SLC Agrícola, Taesa, Ultrapar e Vittia.


… Quinta-feira é a vez de 3Tentos, AgroGalaxy, Azul, Banrisul, Cemig, Cosan, CPFL Energia, Cyrela, IRB Re, JHSF, LWSA, Nubank, Oi, Qualicorp e Yduqs. Fechando a semana, na sexta-feira, a Gol divulga o seu balanço trimestral.


MAIS AGENDA – Mesmo se a inflação (IPCA) vier comportada aqui e as vendas no varejo (quarta), serviços em junho (quinta) e emprego da Pnad (sexta) exibirem ritmo menos aquecido, a Selic pode começar a cair só em 2016.


… O mercado consolida as apostas do início do ciclo de queda apenas no primeiro trimestre do ano que vem.


… Se falar de política monetária hoje, na ACSP, Galípolo deve continuar batendo na tecla contra um corte antecipado do juro. No início da noite (18h), ele terá reunião com a Febraban e os presidentes dos grandes bancos domésticos.


… Ainda nesta segunda-feira, saem as prévias do IPC-Fipe (5h), IGP-M (8h), o Focus (8h25) e a balança semanal (15h).


LÁ FORA – Próximo indicador mais aguardado depois do payroll fraco de julho, o índice de preços ao consumidor (CPI) americano, amanhã, pega o mercado praticamente fechado na aposta de corte do juro em setembro.


… Resta saber se essa expectativa será abalada se o dado indicar impacto mais forte vindo das tarifas comerciais.


… Já a inflação ao produtor (PPI) vem na quinta. Também serão monitorados em Nova York os dados sobre o ritmo da atividade econômica, com as vendas no varejo em julho, na quinta-feira, e a produção industrial, na sexta-feira. 


… Às voltas com as articulações de Trump para alinhar o Fed a uma postura mais dovish na política monetária, os investidores ainda acompanharão ao longo da semana os discursos dos dirigentes do BC norte-americano.


… No sábado, Michelle Bowman, que já votou pela flexibilização do juro em julho, disse que os dados fracos sobre o emprego reforçam a confiança em sua previsão de que três cortes provavelmente serão apropriados no ano.


… Trump anunciou coletiva de imprensa para hoje, às 11h, sobre “crime e embelezamento” de Washington.


… Na zona do euro, a segunda leitura do PIB do segundo trimestre será divulgada na quinta-feira.


PETRÓLEO – Os relatórios mensais da Opep (amanhã) e da AIE, na quarta-feira, conferem volatilidade extra às negociações com a commodity, neste momento em que o mercado já é agitado pelas tensões na Rússia e em Gaza.


QUEBRA-GELO – O encontro entre Trump e Putin acontecerá no Alasca, enquanto Zelensky teme estar sendo escanteado das negociações. O governo de Kiev não foi convidado a participar das negociações de paz.


… O clima gera temores de que um possível acordo para encerrar o conflito envolva pressões para os ucranianos entregarem territórios significativos aos russos ou serem obrigados a aceitar outras restrições para a sua soberania.


… Antes do encontro entre Trump e Putin, Zelensky se reuniu com líderes europeus neste domingo e agradeceu pelo  apoio das lideranças pela demanda dos ucranianos por um lugar à mesa de negociações por um cessar-fogo.


… Em entrevista à Fox News, exibida neste domingo, o vice-presidente norte-americano, JD Vance, afirmou que uma solução negociada provavelmente não irá satisfazer ninguém e deixará os governos de Moscou e Kiev “insatisfeitos”.


… Questionado se os americanos aplicariam aos chineses o mesmo tratamento dado à Índia, que recebeu uma tarifa adicional de 25% por comprar petróleo da Rússia, Vance disse que a relação com a China é mais complicada.


… “Muitas coisas que não têm nada a ver com a situação russa”, respondeu, sem especificar o que seria afetado.


… A China pressiona os Estados Unidos a afrouxarem as restrições para a exportação de chips essenciais para inteligência artificial em negociações comerciais antes de uma possível reunião entre Trump e Xi Jinping este ano.


… O FT informou ontem que a Nvidia e a AMD concordaram em repassar 15% de suas receitas com vendas de chips para a China ao governo dos EUA, como parte de acordo com a Casa Branca para garantir licenças de exportação.


ISRAEL E PALESTINA – Enquanto o Conselho de Segurança da ONU realizava reunião de emergência neste domingo, o gabinete de Netanyahu informava que conversou ontem com Trump e agradeceu por seu “apoio constante”.


… O premiê defendeu uma nova ofensiva militar em Gaza, mais abrangente do que a anunciada anteriormente, e afirmou para a imprensa estrangeira que o objetivo não seria “ocupar Gaza”, e sim “libertá-la”.


CHINA – Destaque na noite de quinta-feira para a produção industrial e as vendas no varejo em julho.


… Durante o final de semana, saiu a inflação chinesa. Mais forte do que o esperado, o CPI de julho veio estável, contrariando a previsão de queda. Já a deflação de 3,6% do PPI veio mais intensa do que o consenso de -3,2%.


APOSTOU CONTRA – Decepcionados com os dividendos e alarmados pela intenção da Petrobras de voltar à distribuição de GLP no varejo, os investidores lançaram na sexta-feira um ataque de vendas contra as ações.


… ON levou um tombo de 7,95% (R$ 32,85) e a ação PN derreteu 6,15% (R$ 30,53), nas mínimas do dia.


… Apesar de um desempenho operacional robusto da Petrobras, com aumento de produção, o balanço trimestral foi pressionado por investimentos elevados e fraca geração de caixa, que gerou dividendos abaixo do esperado.


… Fernando Melgarejo, CFO da companhia, disse em coletiva ser baixa a probabilidade de a companhia distribuir proventos extraordinários neste ano. Para isso, seria necessário ter sobra de caixa acima da necessidade operacional.


… “Isso depende de duas variáveis: preço e quantidade. A quantidade vem evoluindo, mas o preço cedeu. Se seguir nesse patamar, vemos menos chances de realizar o pagamento de dividendos extraordinários neste ano”, disse.


… Com Petrobras derretendo, o Ibovespa operou na contramão da alta de Nova York, perdeu os 136 mil pontos e fechou em baixa de 0,45%, aos 135.913,25 pontos, e giro de R$ 25,4 bilhões. Na semana, acumulou ganho de 2,6%.


… Lá fora, o preço do petróleo Brent para outubro subiu 0,24%, a US$ 66,59 o barril, em meio à queda do dólar, e fechou a semana com queda de 4,4%, de olho nas negociações de cessar-fogo na Ucrânia mediadas por Trump.


… Vale limitou as perdas do Ibovespa, subindo 2,37%, para R$ 55,39, bem melhor que a estabilidade (+0,06%) da cotação do minério de ferro em Dalian.


… Braskem disparou 4,41%, a R$ 8,76, diante de potencial venda de ativos para a Unipar. Eletrobras (ON +3,53%, a R$ 44,28; e PNB +3,41%, a R$ 47,60) ainda repercutiu o bom balanço divulgado na semana.


… A liderança negativa ficou com Rumo (-9,50%; R$ 15,34), com um resultado do segundo trimestre em linha, mas um dos balanços mais fracos desde 2016, segundo o Itaú BBA. Renner, com -7,26% (R$ 16,73), também foi mal.


FRAGMENTADA – Algum viés defensivo nos negócios foi identificado no meio da tarde, quando a Bloomberg noticiou, via fontes, que Bolsonaro não deve apoiar o governador Tarcísio de Freitas à Presidência em 2026.


… Aliados do ex-presidente teriam dito que ele estaria mais inclinado a apoiar alguém da própria família.


… O dólar, que vinha rondando a estabilidade, passou a subir com mais firmeza, com a informação servindo de pretexto para um movimento de realização de lucros depois de cinco sessões consecutivas de valorização do real.


… No mercado à vista, o dólar fechou em leve alta de 0,25%, a R$ 5,4361. Na semana, a moeda caiu 1,97%, diante da expectativa de um Fed mais dovish à frente, que ainda pode dar fôlego extra ao real.


… O ajuste no câmbio foi reproduzido na sexta-feira pelo DI, que virou e passou a subir à tarde.


… Até ali, o mercado absorvia a perspectiva de queda de juros nos EUA e os sinais dados pelos diretores do BC Diogo Guillen (Política Econômica) e Nilton David de que a Selic parou de subir (mas ainda deve demorar a cair).


… De acordo com o Santander, o mercado precifica um corte de 25 pontos-base na reunião de janeiro de 2026 do Copom, e um orçamento total de redução em torno de 2,5 pontos porcentuais no ano que vem.


… No fechamento, o DI Jan/26 marcava 14,905% (de 14,897% no ajuste anterior); Jan/27 subia a 14,130% (de 14,087%); Jan/29, a 13,300% (13,267%); Jan/31, a 13,500% (13,479%); e Jan/33, a 13,610% (13,604%)


MAIS UM POMBO – Enquanto isso, em Nova York, as bolsas subiram, ainda embaladas pela expectativa de cortes de juros pelo Fed, reforçada pela escolha de Stephen Miren para substituir Adriana Kugler até janeiro.


… Como virou rotina, o Nasdaq bateu novo recorde de fechamento, com alta de 0,98%, a 21.450,02 pontos. O Dow Jones subiu 0,47%, aos 44.175,61 pontos. O S&P 500 ganhou 0,78%, aos 6.389,45 pontos.


… Na semana, os índices acumularam ganhos de, respectivamente, 3,87%, 1,35% e 2,43%.


… Se Miren já foi escolhido, a novela para a sucessão de Powell continua. Trump acrescentou dois nomes à lista de candidatos a chefiar o Fed, segundo WSJ: James Bullard, ex-Fed St. Louis, e Marc Sumerlin, ex-assessor de Bush.


… Além deles, seguem com chances o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hasset; o atual diretor do Fed Christopher Waller; e o ex-diretor do Fed Kevin Warsh.


… A indicação de Miren, que pode ter postura dovish no Fed, continuou derrubando o dólar. O índice caiu 0,22%, a 98,18 pontos. O euro perdeu a US$ 1,1643, a libra subiu a US$ 1,3448, e o dólar avançou ante o iene, a 147,75/US$.


… Apesar do “efeito Miren”, os retornos dos Treasuries registraram alta. O juro da note de 2 anos foi a 3,769%, de 3,736% na sessão anterior, e o da note de 10 anos subiu a 4,288%, de 4,259%.


CIAS ABERTAS – Daniel Vorcaro prepara nova venda de ativos pessoais para injetar no BANCO MASTER. No Estadão, as negociações giram em torno de R$ 1 bilhão e envolvem a seguradora Kovr, além de ações de empresas.


COGNA comprou 100% da Faculdade de Medicina de Dourados (FMD), no Mato Grosso do Sul, por R$ 54,4 milhões; segundo o Valor, esse é o menor valor fechado no mercado para cursos de medicina.


DIRECIONAL. Acionistas aprovaram em assembleia geral extraordinária o desdobramento, sem alteração do capital social, da totalidade das ações ordinárias de emissão da companhia, na proporção de uma para três.


M.DIAS BRANCO registrou lucro líquido de R$ 216 milhões no segundo trimestre, alta anual de 14%; Ebitda somou R$ 344,9 milhões, avanço de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024.


AZUL anunciou que vai encerrar operações em 13 cidades e cortar 53 rotas de menor rentabilidade, com margem de 17% abaixo da média da companhia, informou O Globo…


… A empresa não divulgou quais cidades e rotas terão as operações encerradas. Mas informou que a ideia é concentrar a operação em seus principais hubs – Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife…


… As mudanças fazem parte da reestruturação da empresa, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos.


METALFRIO. O BTG Pactual adquiriu 1.256.630 de ações ordinárias, passando a deter 19,99% do capital social.

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Leonardo Corrêa

 Grande Léo!! Mais um belíssimo texto! 👏👊


Quando o Golpe Vem com Selo de Aprovação

Leonardo Corrêa*


O Estadão, em editorial publicado nesta sexta-feira, resolveu dar um salto mortal sem rede: acusou de “golpistas” os parlamentares que ousaram — vejam só — usar instrumentos regimentais para se opor à omissão cúmplice das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Segundo o jornal, obstruir sessões, protestar contra a blindagem permanente de ministros do STF e exigir o funcionamento das regras constitucionais é “sequestrar o Congresso”. Golpismo explícito, diz o título. Pois bem: vamos chamar de explícito o que realmente está escancarado ali — o duplo padrão moral de quem aceita o golpe, desde que venha embalado em toga ou gravata institucional.


O editorial, travestido de defesa da democracia, é um exemplo de como o conceito foi sequestrado pelo arbítrio semântico: obstruir votações virou “crime”, mas impedir que o Senado delibere — mesmo que todos os 81 senadores queiram — é, pasmem, sinal de maturidade institucional. A coragem virou subversão. A covardia virou prudência. O silêncio virou virtude.


Se um parlamentar eleito, no uso legítimo de suas prerrogativas, protesta contra a paralisia seletiva da República, é golpista. Mas se o presidente do Senado declara publicamente que não permitirá, sob nenhuma hipótese, que o Senado aprecie um pedido de impeachment de ministro do STF — ainda que assinado por todos os senadores da Casa — aí temos um herói da estabilidade democrática.


Ora, sejamos honestos: quem subverte a Constituição? Quem rasga o regimento? Quem tranca as instituições por dentro? O parlamentar que luta para que elas funcionem, ou o dirigente que anuncia, de antemão, que elas não funcionarão — “nem com 81 assinaturas”?


O Estadão quer que aplaudamos o fechamento do debate sob a justificativa de conter os perigos de quem quer abrir o debate. Quer que aceitemos como guardiões da democracia os que se recusam a deixá-la operar. Essa é a lógica invertida dos novos tempos: a democracia virou uma estátua de vitrine — bonita de se olhar, intocável, sem uso.


Chamam de golpismo a tentativa de fazer valer a separação de Poderes. Chamam de golpe o esforço de restaurar a função do Senado como instância de controle. Chamam de sequestro institucional o clamor pela aplicação da lei — desde que esse clamor venha das pessoas erradas, segundo o tribunal da virtude editorial.


Mas o que realmente está sendo sequestrado — com a ajuda luxuosa dos editoriais de circunstância — é o sentido da própria democracia representativa. Uma democracia em que a maioria do Senado não pode deliberar, mas o presidente da Casa pode vetar tudo de ofício, não é um regime de pesos e contrapesos. É um teatro com cadeados nos bastidores.


A diferença entre protesto legítimo e golpe não está no desconforto que provoca, mas na fidelidade às regras do jogo. E quem rasga as regras não é quem exige que o Senado funcione — é quem anuncia que, com ou sem maioria, o Senado não funcionará. Isso, sim, é golpismo explícito. E o mais perigoso de todos: o golpismo elegante, assinado, chancelado pela respeitabilidade das colunas de opinião.


Esse simulacro de legalidade, que transforma o zelo institucional em transgressão e a paralisia cúmplice em virtude republicana, não é senão mais uma manifestação do velho estamento burocrático descrito por Raymundo Faoro em Os Donos do Poder — burocrático nas suas expansões e nos seus longos dedos, que vela sobre a política e dela se apropria para manter o jogo sob seu controle.


Herdeiro da tradição patrimonial ibérica e senhor do aparelho de Estado, esse estamento não teme a ruptura aberta, mas sim a devolução do poder à nação representada. Por isso, dissimula sua hegemonia sob a toga, esconde seu veto nas formalidades e convoca a democracia como ornamento de uma estrutura que, na realidade, recusa-se a operá-la. O que se aplaude, nesse teatro com cadeado, é a persistência da forma sem conteúdo, da regra sem eficácia, da ordem sem legitimidade. E quem aponta o dedo à disfunção torna-se, por definição editorial, o subversivo.


O mais estarrecedor é que esse cerco ao funcionamento do Senado já nem se esconde mais nas entrelinhas. Em postagem publicada na rede X, a jornalista Basília Rodrigues informou que ministros do STF ameaçam “levantar o mercúrio” contra o Congresso caso um processo de impeachment avance. Fala-se abertamente em represálias judiciais contra parlamentares, como forma de dissuasão institucional — não jurídica, mas política. A toga passa a ser não mais símbolo de imparcialidade, mas de poder preventivo, intimidatório, disciplinador. Eis o novo pacto: o Senado não toca no Supremo, e o Supremo não toca nos senadores. Mas isso não é separação de Poderes — é pacto de silêncio mútuo.


Assim funciona a democracia quando quem governa é o veto — e quando a imprensa, inclusive por um jornal que sempre respeitei, aplaude, defende e faz a advocacia de um ato tão abertamente antidemocrático.


*Leonardo Corrêa – Advogado, LL.M pela University of Pennsylvania, sócio de 3C LAW | Corrêa & Conforti Advogados, um dos Fundadores e Presidente da Lexum.

Fabio Alves