terça-feira, 24 de junho de 2025

Fabio Alves

 FÁBIO ALVES: A HORA DO OURO


O ouro caminha para ameaçar a posição do dólar como o grande refúgio dos investidores em busca de proteção a um ambiente global de aguda incerteza, especialmente diante da escalada do conflito no Oriente Médio, após os Estados Unidos juntarem-se a Israel com ataques militares contra o Irã. Não há quem descarte novo recorde de alta no preço do metal ao longo das próximas semanas, caso a turbulência geopolítica aumente. Esse movimento não reflete apenas as características do ouro como um ativo de reserva de valor ou de proteção à inflação, mas é também uma história de corrosão do dólar e de outras moedas fortes, a exemplo do iene e até do euro, como refúgio para momentos de crise ou de grande instabilidade dos mercados globais. O caso do dólar é o mais emblemático. Em razão do crescente e preocupante déficit fiscal dos EUA nas últimas décadas, além da errática política econômica no atual mandato do presidente Donald Trump, a moeda americana perdeu prestígio entre investidores globais e também perdeu terreno como principal ativo nas carteiras dos maiores bancos centrais do mundo. Já o ouro, especialmente nos últimos dois anos, fez o caminho inverso. Há duas semanas, o Banco Central Europeu (BCE) divulgou um estudo mostrando que o ouro ultrapassou o euro como o segundo ativo de maior participação nas reservas dos bancos centrais, correspondendo a 20% do total global ao fim do ano passado, em comparação com 16% do euro e 46% do dólar. Conforme o estudo, esse salto do ouro foi resultado de um volume recorde de compra do metal pelos bancos centrais globais e da disparada no seu preço. A cotação máxima histórica é de US$ 3.509,90, atingida em abril passado. Em 2024, pelo terceiro ano seguido, os bancos centrais mundiais compraram mais de 1 mil tonelada de ouro para as suas reservas - um quinto da produção global anual. Em 2024, o preço do ouro saltou 25,5%, enquanto o dólar ganhou 7,1%. No acumulado deste ano, até a semana passada, antes de os EUA entraram diretamente no conflito do Oriente Médio, o ouro subia mais de 28%. Já o dólar, em comparação com uma cesta de seis moedas fortes, caía 9%. Contra o dólar ainda pesa a incerteza sobre o eventual impacto da guerra tarifária sobre a inflação e o crescimento da economia americana. As idas e vindas de Trump sobre as alíquotas de importação não ajudam a confiança de consumidores e empresários. Com a escalada no conflito no Oriente Médio, o que acontecerá com o preço do petróleo? De incerteza a incerteza, a única segurança parece estar no ouro. (fabio.alves@estadao.com) Fábio Alves é jornalista do Broadcast

Ata do Copom

1. O ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos;

2. Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de acirramento da tensão geopolítica;

3. Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado algum dinamismo, mas observa-se certa moderação no crescimento;

4. O cenário prospectivo de inflação segue desafiador em diversas dimensões;

5. A conjuntura de atividade econômica doméstica segue marcada por sinais mistos com relação à desaceleração de atividade, mas observa-se certa moderação de crescimento. A divulgação do PIB do primeiro trimestre indicou, conforme esperado, um crescimento forte nos setores menos sensíveis ao ciclo econômico;

6. As expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes, mantiveram-se acima da meta de inflação em todos os horizontes, tornando o cenário de inflação mais adverso. Nos horizontes mais curtos, a partir da divulgação dos dados mais recentes, observa-se uma queda nas expectativas de inflação;

Concluindo. O Comitê seguirá acompanhando o ritmo da atividade econômica, fundamental na determinação da inflação, em particular da inflação de serviços; o repasse do câmbio para a inflação, após um processo de maior volatilidade da taxa de câmbio; e as expectativas de inflação, que se mantêm desancoradas e são determinantes para o comportamento da inflação futura.

Paulo Roberto de Almeida

 A The New Yorker, a excelente revista intelectual americana, da qual fui assinante enquanto residia nos EUA, tem um artigo de capa, na edição de 23 de junho de 2025, cuja pergunta título eu vou responder antes mesmo de ler a matéria: 


Can Ayatollah Khamenei, and Iran’s Theocracy, Survive This War?

The future of the Islamic Republic may be shaped more by the country’s culture and politics than by the military prowess of its opponents.


Vou responder que sim, totalmente sim, absolutamente sim, qualquer que seja a destruição infligida a seu patrimônio material, a seus equipamentos bélicos, a seu programa nuclear, ainda que toda a sua atual liderança teocrática, reacionária, repressiva, ditatorial, antifeminista, antigays, antissionista e antiamericana, ainda que tudo isso seja eliminado, a golpes de mísseis, bombardeios, assassinatos dirigidos, operações abertas ou clandestinas de supressão de seus guardas revolucionários e até mesmo Forças Armadas, mesmo que sua capital e principais instalações militares sejam extirpadas da face da terra iraniana.

Sim, tudo isso sobreviverá às bombas israelenses e americanas, pela simples razão que uma sociedade não pode ser "consertada", nenhuma sociedade pode ser "ajustada", por mais que ela esteja errada – economicamente, politicamente, socialmente, diplomaticamente –, por mais que ela seja disfuncional e negativa para o seu próprio povo, à custa de bombas e destruição impostas de fora.

A sociedade iraniana, como qualquer outra, possui uma história, uma cultura, uma forma de ser, que não são moldados pelo alto e de fora. Tudo depende de sua dinâmica própria, e ela virá, no momento apropriado para o povo iraniano.

Sim, infelizmente os teocratas reacionários do regime iraniano atual sobreviveram e continuarão impondo sua ditadura sobre o povo, as mulheres, a sociedade iraniana, enquanto sua dinâmica própria não for transformada a partir de dentro, pela vontade da maioria do seu povo. Não creio que as bombas trarão algum resultado positivo, apenas sofrimento e opressão para a maioria da sociedade.

Pronto, vou ler o artigo agora.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 24/06/2025

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Ata do Copom e fala de Powell são destaques*


… Trump ficou tão animado com a resposta protocolar do Irã às bases americanas do Catar e os ataques “fracos” telegrafados aos Estados Unidos, que foi às redes sociais festejar: PARABÉNS AO MUNDO, É HORA DA PAZ! Fez mais: anunciou um acordo de cessar-fogo entre o Irã e […]


… Trump ficou tão animado com a resposta protocolar do Irã às bases americanas do Catar e os ataques “fracos” telegrafados aos Estados Unidos, que foi às redes sociais festejar: PARABÉNS AO MUNDO, É HORA DA PAZ! Fez mais: anunciou um acordo de cessar-fogo entre o Irã e Israel, “completo e total”, levando o petróleo a ampliar as perdas de quase 7% do pregão regular. O barril já vinha caindo com os sinais de que o Estreito de Ormuz ficaria fora da guerra, na aposta certeira do mercado. De volta à rotina, investidores têm hoje como destaques a fala de Powell na Câmara dos Representantes (11h), quando já poderá suavizar os riscos dos impactos inflacionários da tensão no Oriente Médio – abrindo caminho para um corte antecipado do juro americano. Aqui, a ata do Copom (8h) não pode vacilar na mensagem hawkish. Ou vai dar ruim.


… Depois de subir a Selic para 15%, quando pelo menos a metade dos economistas enxergavam condições para manter a taxa em 14,75%, o Banco Central tem o desafio de convencer o mercado de que nem começou a pensar em reduzir o juro.


… A maioria ainda trabalha com uma queda da Selic apenas no 3Tri/26, mas muita gente não comprou essa história e aposta que, do 1Tri, não passa. Outros, ainda mais ousados, acreditam que o Copom poderá agir já no final deste ano.


… Por mais que Galípolo tenha provado a sua atuação técnica, não dá para esquecer que é o “menino de ouro” de Lula, e nem tampouco que 2026 é ano de reeleição. Será que já não pesou a mão agora para poder soltar no ano que vem?


… Dando tudo certo, a economia vai desacelerar, o emprego vai enfraquecer e a inflação vai convergir para a meta – ou perto dela. Para que essa trajetória seja confirmada é importante que o mercado não se antecipe ou o BC ficará em desvantagem.


… O BC tem que ganhar a guerra das expectativas e, para isso, precisa manter a fama de mau e os juros elevados.


… Não foi por outro motivo que o Copom deu mais 25 pbs para a Selic, nem que ameaçou voltar a subir o juro. Agora, é selar esse cenário com um texto coerente na ata. O mercado vai procurar pistas sobre o timing dos cortes. O BC não deve dar pista nenhuma.


… Já nos EUA, Powell pode ir bem mais leve para o testemunho sobre a política monetária na Câmara, depois que os conflitos no Oriente Médio tomaram outro rumo, afastando os riscos de pressões inflacionárias com um salto do petróleo que não aconteceu.


… Os pregões regulares já estavam fechados quando Trump anunciou que Israel e Irã concordaram com um cessar-fogo, que começaria à meia-noite (hora de Washington). O Irã pararia primeiro e 12 horas depois Israel cessaria os ataques.


… “Na 24ª Hora, um fim oficial da GUERRA DOS 12 DIAS será saudado pelo mundo”, escreveu Trump em sua rede Truth Social.


… Israel não disse que não nem que sim e continuou bombardeando Teerã, mas o ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abbas Araghchi, criou uma pequena confusão à noite quando foi ao X para desconhecer o acordo.


… “Até o momento, NÃO há acordo sobre qualquer cessar-fogo ou cessação de operações militares. No entanto, desde que Israel cesse a sua agressão ilegal contra o povo iraniano até as 4h (horário de Teerã), não temos intenção de continuar nossa resposta depois disso.”


… O horário não batia com o informado por Trump, mas o mais importante foi Araghchi ter admitido o cessar-fogo.


… Vitorioso em sua aposta, Trump disse que o conflito poderia ter durado anos, mas será encerrado em 12 dias. E saiu abençoando todo mundo: “Deus abençoe Israel, Deus abençoe o Irã, o Oriente Médio, os Estados Unidos da América e Deus abençoe o mundo”.


… No início dos pregões asiáticos, o petróleo Brent já era negociado abaixo de US$ 70, enquanto os futuros de NY subiam, refletindo as esperanças de que o pior do conflito no Oriente Médio já passou.


MAIS AGENDA – O índice IFO com as Expectativas e o Clima de Negócios na Alemanha em junho abre o dia dos mercados na Europa (5h), seguido por discursos de três dirigentes do BCE: Luis de Guindos (8h15), Christine Lagarde (10h) e Phillip Lane (10h45).


… Nos EUA, além de Powell – principal interesse – falam hoje John Williams/Fed de NY (13h30) e Michael Barr (17h).


… Entre os indicadores americanos, saem as transações correntes (9h30), o índice Redbook (9h55) e preços dos imóveis em abril (10h). Às 11h, a Conference Board divulga a Confiança do Consumidor em Junho e, às 17h30, a API informa os estoques de petróleo.


… Aqui, além da ata do Copom, a FGV divulga a Confiança do Consumidor de junho – também às 8h.


HADDAD – Ao lado de Padilha, o ministro da Fazenda participa de coletiva (14h) sobre o programa “Agora Tem Especialistas”, que permite a hospitais privados prestar atendimento especializado a pacientes do SUS em troca de abater dívidas tributárias com a União.


… Nesta 2ªF, Haddad reuniu-se com Lula para discutir como impulsionar o programa “Acredita”, que tem como objetivo ampliar o acesso ao crédito do País, garantindo mais apoio aos Microempreendedores Individuais (MEIs) e às micro e pequenas empresas.


ISENÇÕES – Em entrevista nesta 2ªF à Rádio CBN, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a previsão da equipe econômica é de apresentar nesta semana ao Congresso um projeto para reduzir os benefícios fiscais.


… A ideia é um corte linear de 10% para enfrentar o tamanho das desonerações, que estão saindo da ordem de R$ 550 bilhões ao ano para R$ 750 bilhões ao ano, podendo chegar a R$ 800 bilhões ao ano. A intenção é apresentar um projeto de lei, não uma PEC.


PRA INGLÊS VER – Sem fator de surpresa e com aviso prévio ao Catar, a retaliação coreografada do Irã ao ataque americano de sábado contra as instalações nucleares deixou muito claro que Teerã não pretende esticar a corda.


… Alguma vingança era inevitável, nem que fosse para salvar a retórica dos aiatolás de que o “Grande Satã” [EUA] não sairia impune. Mas cumprido o script, o recado foi de que agora estão todos quites e vida que segue…


… Quisesse escalar o conflito, o regime iraniano teria usado a carta na manga de fechar o Estreito de Ormuz, ponto mais sensível economicamente, pelo impacto pesado que causaria ao fluxo mundial de petróleo.


… Mas preferiu tirar o time de campo, na resposta estratégica que abriu uma liquidação de quase 7% no Brent/ago (-6,67%, a US$ 70,52) e desmontou os prognósticos de que o barril pudesse se lançar aos US$ 100.


… Para o Brasil, a desvantagem foi o tombo do petróleo ter custado queda firme às ações da Petrobras (ON, -2,81%, a R$ 34,90; e PN, -2,50%, a R$ 32,00), que ontem devolveram todo o salto da semana passada.


… Embora descolado dos ganhos das bolsas em NY, o Ibovespa registrou queda moderada, de 0,41%, aos 136.550,50 pontos, com giro de R$ 20,4 bi. Em véspera de ata do Copom, o setor financeiro também recuou.


… Antecipando-se à linguagem do BC, que deve continuar duro na queda, Bradesco PN caiu 0,78% (R$ 16,49); Bradesco ON, -0,70% (R$ 14,19); Itaú, -0,22% (R$ 36,56); Santander, -1,19% (R$ 29,12); e BB, -1,22% (R$ 21,09).


… Com o provável fim do ciclo de alta da Selic e de olho na eleição de 2026, em meio ao desgaste da popularidade de Lula, o UBS elevou ontem a recomendação de ações brasileiras de neutra para “overweight”.


… Analistas do banco avaliam que decisão do BC de elevar o juro a 15% foi a última e projetam corte para abril.


… Na avaliação do UBS, mesmo com os ganhos acumulados de 13,5% do Ibovespa este ano, ainda há espaço para o índice à vista da bolsa doméstica ampliar a recuperação, diante da queda de 40% registrada em 2024.


… Vale ON seguiu ontem o minério de ferro (+0,50%) e avançou 1,26%, fechando na máxima de R$ 50,55. 


… Ainda no lado positivo, BRF liderou o ranking (+4,67%; R$ 21,76), seguida de Marfrig (+4,46%; R$ 24,36). A assembleia de acionistas que discutirá fusão das companhias foi agendada para 14/7, após adiamento pela CVM.


A EQUAÇÃO VANTAJOSA – Imaginando que se concretize o plano de voo do Fed de cortar os juros duas vezes este ano (50pb no total) e que, de outro lado, a Selic demore muito tempo para cair, o real promete fôlego.


… Já nas próximas horas, dando tudo certo com o cessar-fogo e Powell, o dólar não deve ter dificuldade para furar R$ 5,50. Ontem, caiu 0,39%, a R$ 5,5032, com a resposta inofensiva do Irã e o viés dovish dos Fed boys.


… Christopher Waller não está sozinho. Michelle Bowman afirmou que, caso as pressões inflacionárias permaneçam contidas, ela poderá apoiar um corte de juros já na próxima reunião do Fed, no mês que vem.


… Austan Goolsbee disse que, até agora, o impacto das tarifaço de Trump não foi tão ruim quanto se temia.


… Combinadas ao alívio de tensões no Oriente Médio, as novas declarações sobre espaço para o juro cair logo colaboraram para enfraquecer o dólar globalmente. O índice DXY fechou em queda de 0,29%, a 98,416 pontos.


… O euro subiu 0,50%, para U$ 1,1577, a libra avançou 0,56%, a US$ 1,3524, e o iene caiu para 146,13/US$.


… O câmbio doméstico amanhece hoje com a novidade de que o BC realizará amanhã operação simultânea de leilão de venda de dólar à vista e swap reverso, o que, na prática, corresponde à compra de dólar futuro.


… A oferta em cada operação será de US$ 1 bi. O Broadcast apurou que a intervenção cambial dupla tenta prevenir estresse recente identificado no cupom cambial, provavelmente relacionado a saídas de recursos.


… “O fim de semestre sempre traz certa pressão”, explicou o diretor de Investimentos da Azimut, Leonardo Monoli, destacando que um mercado de cupom cambial mais funcional favorece operações de carry trade.


… Na véspera da ata do Copom, a curva do DI optou por oscilações contidas, deixando de lado a perspectiva desinflacionária que poderia ter sido transmitida aos juros futuros pela onda vendedora do petróleo.


… No fechamento, o contrato para Jan/26 marcava 14,955% (de 14,958% no ajuste anterior); Jan/27, 14,255% (de 14,279%); Jan/29, 13,375% (de 13,408%); Jan/31, 13,510% (de 13,529%); e Jan/33, 13,600% (de 13,607%).


… O DI quer conferir se a ata servirá como tira-teima de todo o conservadorismo assumido pelo comunicado.


… Entre os Treasuries, a esperança em corte antecipado do juro pelo Fed, de setembro para julho, derrubou os yields da Note de 2 anos, para 3,847% (contra 3,905% no pregão anterior), e de 10 anos (4,335%, de 4,379%).


… Também as bolsas em NY faturaram o cenário aberto para um potencial relaxamento monetário antes do que se imaginava. O ataque simbólico do Irã a alvos americanos contribuiu para animar a chance de um Fed dovish.


… O índice Dow Jones registrou valorização de 0,89%, aos 42.581,78 pontos, no fechamento dos mercados à vista. O S&P 500 avançou 0,96%, aos 6.025,19 pontos, enquanto o Nasdaq subiu 0,94%, aos 19.630,98 pontos.


EM TEMPO… JBS captou US$ 3,5 bilhões com títulos de dívida em dólar (bonds); “book” atingiu US$ 16,7 bilhões, volume quase cinco vezes maior que a oferta…


… Papéis foram divididos em três tranches; a mais curta (10 anos) teve taxa de 1,25% acima do T-note de mesmo vencimento e yield de 5,572%…


… Segunda tranche (30 anos) fechou com taxa equivalente a Treasuries mais 1,4% e yield de 6,265%; a terceira tranche (40 anos) foi marco da operação, já que pela primeira vez uma companhia do país emitiu com esse prazo…


… JBS USA Food Company iniciou oferta para recompra de US$ 1 bilhão em notas seniores com vencimento em 2027 e taxa de juros de 2,500%, emitidas anteriormente por subsidiárias da companhia nos EUA…


… Oferta está programada para expirar na próxima 6ªF, às 17h, no horário de NY. A JBS Food Company também pretende resgatar todas ou parte de suas notas seniores de 5,125% com vencimento em 2028.


OI firmou acordo com credores de notes e da 7ª emissão de debêntures para capitalizar juros.


IGUATEMI. Conselho de Administração aprovou alienação de 49% dos shoppings Market Place e Galleria e do Edifício Market Place Towers; venda das participações nos ativos foi anunciada em abril; comprador não foi revelado…


… Também foi aprovada a venda de 24% das unidades do futuro empreendimento residencial a ser construído no complexo Market Place e de 16,7% do empreendimento comercial no Galleria, ambos com conclusão em 2029…


… Segundo a companhia, participação no Market Place foi vendida por R$ 219,74 milhões, enquanto a fração do Galleria foi alienada por R$ 84 milhões; já a participação no Market Place Towers foi avaliada em R$ 146,36 mi…


… Frações dos futuros empreendimentos somaram o montante de R$ 49,88 milhões; operação totalizou cerca de R$ 500 milhões, como já havia sido anunciado pelo Iguatemi.


GRUPO MATEUS aprovou a distribuição de R$ 150 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,0670 por ação ON, com pagamento até 31/12; ex em 27/6.


SÃO MARTINHO encerrou o 4Tri da safra 2024/25 com lucro líquido de R$ 105 milhões, queda de 83,3% na comparação com igual período do ciclo anterior. O Ebitda ajustado somou R$ 771,4 milhões, recuo de 33,2%…


… A receita líquida foi de R$ 1,74 bilhão entre janeiro e março, 28,2% abaixo de igual intervalo da safra anterior.


BRAVA ENERGIA. Acionistas detentores de 28,7% das ações votaram a favor da exclusão de alguns artigos do estatuto que tratam da obrigatoriedade de OPA em caso de aquisição de participação relevante da companhia.


VIBRA ENERGIA comprou controle da Repelub, empresa do Grupo RP especializada na revenda “retalhista” de combustíveis (TRR, no jargão desse mercado) com foco em óleo diesel (Capital/O Globo)…


… Companhia adquirida concentra suas operações no Estado de Minas Gerais.


COPEL. Conselho de Administração aprovou início do processo de migração para o Novo Mercado da B3; migração será submetida à deliberação dos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) marcada para 4/8.


AMBIPAR retirou projeções relacionadas à potencial parceria com Dow Brasil Sudeste Industrial, cujas negociações haviam sido anunciadas em outubro; nenhum acordo foi definido ou celebrado entre as partes até ontem.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Israel/Irão, aparentemente, está terminado. Nas últimas horas, foi declarado um cessar-fogo indefinido promovido por Trump, que pretende marcar o fim de uma guerra de 12 dias. O petróleo recua entre 8 e 10 dólares de imediato, com o USD a depreciar-se até 1,16 e o ouro a cair para perto dos 3.300 dólares por onça.


Perante a esmagadora superioridade militar de Israel/EUA, o Irão aproveitará esta oportunidade para dar por terminada a guerra. Sobretudo porque pode justificar que salvou a face depois de atacar uma base americana no Qatar (praticamente sem danos, pois aparentemente estava acordado com os EUA), sem que os EUA retaliassem, e de lançar uma última vaga de mísseis balísticos sobre Israel, com consequências limitadas. Os EUA e Israel preferiram suportar estas ações sem retaliar, proporcionando assim uma saída aceitável ao Irão, que opta por salvar a face em vez de arriscar a sobrevivência do regime—o seu verdadeiro objetivo interno—anunciando no telejornal um cessar-fogo triunfante. Por sua vez, Israel parece preferir deixar as coisas como estão para evitar uma guerra de desgaste sem o apoio prolongado dos EUA, o que prejudicaria gravemente a sua economia.


Bowman e Goolsbee, membros da Fed, sugerem mais cortes nas taxas de juro, talvez já na reunião de 30 de julho (embora o mercado atribua apenas 22% de probabilidade), caso as tarifas provoquem menos inflação do que o esperado e tendo em conta o aumento das preocupações com o emprego. Waller já tinha referido este tema na semana passada. Com este contexto, Nova Iorque subiu ontem 1% e os futuros americanos e europeus estão hoje a recuperar mais de 1%.


Na sessão de hoje, espera-se melhoria tanto no IFO Clima Empresarial da Alemanha (10h) (88,3 vs 87,5) como na Confiança do Consumidor dos EUA (16h) (99,4 vs 98,0). Além disso, a partir dessa hora, Powell comparece na Câmara dos Representantes (amanhã será no Senado) para a atualização semestral obrigatória sobre a situação económica e das taxas de juro, anteriormente conhecida como Discurso Humphrey-Hawkins. Será a sua oportunidade para clarificar as declarações recentes de Bowman e Goolsbee.


CONCLUSÃO: Recuperação do sentimento positivo graças à redução do risco geoestratégico, aos comentários sobre possíveis cortes adicionais nas taxas nos EUA e a alguns indicadores macroeconómicos com perspetivas de melhoria. O mercado entra subitamente num modo reconstrutivo. Hoje tudo aponta para uma recuperação da confiança: as bolsas deverão subir (+1%/+2%), as obrigações perderão algum rendimento (ou seja, serão algo vendidas) e o USD e o ouro continuam a depreciar-se, embora talvez não muito além dos níveis atuais após o movimento desta noite. Tudo num movimento reconstrutivo bastante convencional. Resta ver se será sustentável.


S&P500 +1% | Nq-100 +1% | SOX +0,6% | ES50 -0,2% | IBEX -0,1% | VIX 19,8% | Bund 2,52% | T-Note 4,33 | Spread 2A-10A EUA = +49pb

O10A: ESP 3,21% | PT 3,01% | FRA 3,24% | ITA 3,51% | Euribor 12m 2,081% (fut. 2,064%) | USD 1,161 | JPY 168,7 | Ouro 3.333$ | Brent 69,0$ | WTI 66,2$ | Bitcoin +3,8% (105.399$) | Ether +8% (2.422$)


FIM

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Denise Frossard

 Há mais de 20 anos fui a Israel a convite da Associação Israelita do Rio com um grupo genial: minha querida amiga Ester Kosovski, Heloisa Buarque de Holanda, Padre Jesus Hortal... éramos um grupo animado e foi inesquecível! Heloisa e eu nos tratávamos por “Beduíno” - mas aí é outra estória 😂. Havia uma agente do Mossad, Da. Liliane, de origem alemã, cuja missão era não relaxar a vigilância sobre mim. Abri a televisão hoje e vi a Heloisa sendo entrevistada pela Miriam Leitão! Que lucidez, que aula! Aí veio o turbilhão de lembranças! Lembrei-me da minha época na PUC , um sistema de créditos que fazia com que buscássemos matérias eletivas de outros departamentos e convivêssemos fora da nossa caixinha com pessoas absolutamente geniais e que não percebíamos que eram geniais à época .  Eu lia compulsivamente Cecília Meirelles, avó da minha amiga Fátima Correia Dias, mas não percebia outra poeta genial com a qual eu tinha algum contacto nos Pilotis da PUC: Ana Cristina Cesar. Ao ver a Heloisa hoje, quem publicou poemas dela, lembrei-me daquela menina da minha idade que não envelheceu pq morreu cedo - da mesma forma como minha mãe - e resolvi postar aqui não um poema mas uma frase dela da qual gosto muito; 


“...a gente sempre acha que é

Fernando Pessoa”


Ana Cristina Cesar

 

Por que não?

Visão de um amigo

 Minha visão:

1 - para vencer o Irã será necessário tropa no terreno, ou seja, a velha e boa infantaria desentocando o inimigo em suas posições. Como isto não vai ocorrer, ficamos por conta da resistência iraniana vencer eventual sublevação.

2 - A guerra de Bibi e Trump é cara e não se sustenta neste nível no médio e longo prazos.

3 - Rússia e China podem não se mover de forma muito ostensiva, mas criar para os EUA, parafraseando Churchill, "a longa e tenebrosa descida na ladeira de lama escorregadia", pode ser uma alternativa pouco custosa mas efetiva no longo prazo, vide Afeganistão.

4 - O ocidente agora estará mais exposto do que nunca a atentados terroristas com ou sem assinatura.

5 - Israel deveria se concentrar na solução do seu problema em Gaza, antes de perder o fôlego com múltiplas frentes de luta.

6 - Embora as múltiplas denominações muçulmanas possam ser inimigas entre si, para todas elas o verdadeiro inimigo são os infieis, não podemos esquecer. Isso significa que, quem disser que compreendeu as nuanças entre eles pode estar cometendo um grave erro de avaliação.

7 - Trump e suas fanfarronices podem estar solapando seus próprios interesses. Vamos ver como serão as eleições de meio de mandato.

Fabio Alves