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Leitura de sábado - UBS e Prior

 *Leitura de Sábado: UBS vende ações da Prio para reduzir exposição a Tanure, dizem fontes*


Por Cynthia Decloedt


São Paulo, 16/10/2025 - O Banco UBS Brasil adotou a estratégia de reduzir sua exposição em créditos tomados pelo empresário Nelson Tanure junto ao Credit Suisse, banco suíço adquirido pelo UBS em 2023, apurou a Broadcast. Nesse movimento, o UBS desmontou uma das operações de crédito que tinham as ações da Prio como garantia, resultando na venda de posição relevante das ações da companhia produtora de petróleo que estavam em posse do banco. A operação foi feita na semana passada.


A venda pelo UBS de uma parte das ações da Prio foi comunicada ao mercado pela própria empresa na segunda-feira, 13. A Prio informou que o banco suíço reduziu participação relevante em derivativos, com liquidação financeira, referenciados em ações de emissão da Prio. Na quarta-feira, 14, em outro comunicado, a Prio informou que o UBS Brasil reiterou posição consolidada de 6,43% em derivativos com liquidação financeira referenciados em ações de emissão companhia.


A Prio é considerada um dos principais casos de sucesso dos investimentos feitos por Tanure em empresas problemáticas. A companhia passou por uma grande transformação desde 2013, quando a então HRT foi adquirida pelo empresário. A Prio vale hoje perto de R$ 32 bilhões e se consolidou como uma das maiores exploradoras e produtoras de petróleo privadas.


Mesmo depois desta operação, o UBS segue com parte de uma exposição em empréstimos tomados pelo empresário, que somavam entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões antes desta liquidação, conforme fontes. As operações de crédito a Tanure foram feitas no segmento de gestão de fortunas (wealth managment) do Credit Suisse. O banco foi comprado pelo UBS em 2023, em uma operação global.


EMAE


A decisão de diminuir sua exposição ao empresário acontece em meio a uma série de eventos recentes envolvendo o nome de Tanure e suas empresas investidas. No início deste mês, o empresário perdeu o controle da EMAE, empresa de energia privatizada no ano passado pelo governo de São Paulo. A perda se deu por uma operação feita após o vencimento antecipado de um empréstimo de R$ 520 milhões tomado por meio de uma emissão de debêntures subscritas pela XP. Os papéis eram garantidos por ações da EMAE e ainda da Ambipar, que está reestruturando uma dívida de R$ 11 bilhões e caminha para entrar em recuperação judicial.


O vencimento antecipado das debêntures da EMAE foi decretado após a Phoenix Água e Energia, holding que tinha o controle da EMAE e onde Tanure é o principal acionista, deixar de honrar um compromisso de cerca de R$ 130 milhões. Como mostrou a Broadcast, credores estavam atentos aos movimentos da EMAE havia pelo menos seis meses, incluindo relacionados ao uso do caixa da EMAE. O maior deles, revelado pela Coluna do Broadcast, foi o acordo para a compra de R$ 250 milhões em debêntures conversíveis, bônus de subscrição e títulos de dívida emitidos no exterior (bonds) da Light, empresa na qual Tanure é um dos acionistas de referência.


Procurado, por meio da assessoria de imprensa, o empresário Nelson Tanure questionou a informação apurada pela Broadcast. O UBS não comentou e a Prio não retornou até a publicação da nota.


Contato: cynthia.decloedt@estadao.com


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