Ventos Positivos e Liberais
By Dan Kawa27Out25
O fim de semana trouxe notícias que reduzem alguns riscos relevantes no cenário global e reforçam ventos mais liberais na América Latina.
Na Argentina, Javier Milei obteve uma vitória decisiva nas eleições, garantindo a continuidade de seu programa de reformas econômicas. A reação foi imediata: o ETF argentino nos EUA chegou a subir mais de 12% no pré-mercado, impulsionando outros ativos da região — uma reprecificação que poucos esperavam até dias atrás.
Nos Estados Unidos, Trump anunciou novas tarifas sobre o Canadá, enquanto surgiram sinais de distensão entre EUA e China, com possibilidade de um acordo comercial temporário. Há também avanços em tratativas entre EUA e Brasil, em linha com um ambiente mais cooperativo no comércio global.
A próxima semana será decisiva: quase metade do valor de mercado do S&P 500 divulgará resultados, incluindo os grandes nomes da IA (MSFT, GOOGL, AMZN, META e AAPL). O foco está nas projeções de capex em IA, que devem ser revisadas para cima — o J.P. Morgan estima crescimento de +35% em 12 meses.
Os balanços seguem apontando reaceleração dos lucros e guidance otimista, liderados por tecnologia e IA, enquanto outros setores mostram resiliência macro e controle de custos. O mercado vai testar nas próximas semanas a sustentabilidade desse ciclo de investimento em IA e o impacto nas margens — fatores-chave para manter o viés construtivo das ações americanas.
No Brasil, o IPCA-15 de outubro - divulgado na sexta-feira - surpreendeu positivamente, com desaceleração ampla em bens e serviços, reforçando a convergência para a meta de 3% do BCB. A combinação entre alívio em serviços, estabilidade industrial e corte de combustíveis deve manter a inflação em torno de 4,5% em 2025.
Nos EUA, o CPI de setembro subiu 0,23% no mês e a taxa anual caiu para 3,02%, abaixo do esperado — um sinal de desinflação mais sólida, sustentada pela forte desaceleração do componente de moradia. O quadro segue consistente com um pouso suave da economia americana.
Em suma, o cenário segue construtivo para ativos de risco: a inflação continua convergindo para as metas, o crescimento global mostra resiliência e o ciclo de lucros corporativos se reacelera — especialmente nos setores ligados à tecnologia e IA. Na ausência de novos choques geopolíticos, de crescimento ou de política monetária, o ambiente permanece favorável, a despeito de valuations elevados e posição técnica mais carregada.
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