*COLUNA DO BROADCAST: ANBIMA LANÇA PROJETO DE TOKENIZAÇÃO DE DEBÊNTURES E COTAS DE FUNDOS*
22:00 23/10/2025
Por Aramis Merki
São Paulo, 23/10/2025 - A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) começa nesta sexta-feira, 24, a levantar o seu projeto-piloto de uma rede de tecnologia de registros distribuídos (DLT, na sigla em inglês) para testar a oferta de ativos tokenizados. A tecnologia é baseada em blockchain, o sistema que baseia os criptoativos e que o Banco Central está usando para testar o Drex.
COMO FUNCIONA. O projeto da entidade terá como foco a negociação de cotas de fundos de investimentos e de debêntures. Tokenizar significa criar uma representação digital (token) desses ativos, com a vantagem de que a negociação pode ser feita de forma mais rápida, barata e fracionada. O plano é realizar, no ambiente simulado, o ciclo completo dos títulos, desde a estruturação até a liquidação, explica o presidente da Anbima, Carlos André.
INTEROPERABILIDADE. Já existem casos de tokenização de ativos no Brasil, mas uma das preocupações do mercado é que o setor se desenvolva de uma forma fragmentada.”Já existem diversas iniciativas de tokenização no Brasil e no mundo, mas cada uma usa um ambiente próprio. Isso fragmenta e impede a interoperabilidade, que é um conceito fundamental para que a tecnologia entregue o máximo possível", afirma André. O mercado secundário de ativos, por exemplo, demanda que os ativos possam circular entre diferentes sistemas.
INSCRIÇÕES. As inscrições para o grupo de trabalho do piloto abrem nesta sexta-fei-ra. O plano é recrutar profissionais que já tenham conhecimento sobre esse tipo de tecnologia. A primeira definição desse grupo vai ser justamente a tecnologia block-chain que será usada, entendendo os requisitos e a demanda.
FIM DE 2026. Haverá ainda um comitê técnico e de negócios com instituições associadas à Anbima e um comitê gestor formado pela diretoria da entidade. Por fim, um grupo de acompanhamento será composto por Anbima, Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os resultados do piloto devem ser apresentados no final do ano que vem.
DREX. André aponta que a ideia é o piloto correr paralelamente ao Drex, não como um concorrente. O projeto de moeda digital do BC (CBDC, na sigla em inglês) está em sua segunda fase, mas neste ano viu o ritmo de evolução cair. "Lá na frente, com Drex mais maduro, poderemos entregar uma série de respostas. Então acabou casando melhor ainda com o nosso plano."
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