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BCB intervindo no cambial -

 *ESPECIAL: BC IRRIGA MERCADO E DIMINUI PRESSÃO SOBRE CUPOM CAMBIAL COM NOVO "CASADÃO"*


Por Antonio Perez 


São Paulo, 23/10/2025 - O Banco Central anunciou há pouco uma intervenção dupla no mercado de câmbio para a próxima segunda-feira, 27, provavelmente com o objetivo de mitigar pressões de alta no chamado cupom cambial (que reflete juro em dólar no Brasil) e atender a uma demanda pontual pela moeda americana. Em uma operação conhecida como "casadão", a autoridade monetária fará oferta simultânea de US$ 1 bilhão em swaps cambiais reversos (o que equivale, na prática, à compra de dólar futuro) com venda de até US$ 1 bilhão à vista. Trata-se de operação idêntica a realizada em junho deste ano. 


O sócio-fundador da Eytse Estratégia, Sergio Goldenstein, explica que o "casadão" é uma operação que não afeta diretamente a taxa de câmbio, uma vez que não altera a exposição cambial do mercado. "Porém, ambas as operações geram pressão baixista sobre o cupom cambial. Vale lembrar que um cupom mais baixo favorece as operações de 'carry trade' e encarece o hedge cambial. É possível que o BC tenha identificado um fluxo mais forte de saída de dólares nos próximos dias", afirma Goldenstein. 


O sócio da Ethica Services Ricardo Gallo observa que o cupom cambial, que serve de termômetro para a demanda de dólares no mercado spot, vem subindo desde julho, quando houve uma aceleração das saídas de divisas do país. "E recentemente subiu ainda mais, denotando um problema de falta de linhas no curto prazo", afirma Gallo, ressaltando que o real tem sido favorecido pelas operações de carry trade. 


Um experiente gestor de recursos, que pede anonimato, observa que o "casadão" visa a reduzir simultaneamente o estoque de reservas internacionais e de swap cambiais. "Com isso, o impacto recai sobre o cupom cambial, sem afetar diretamente o nível do dólar frente ao real. Também não há mudança no nível de reserva líquida", afirma. 


Esse gestor pontua que o BC poderia atuar via linhas com compromisso de recompra, mas parece preferir, neste momento, não elevar o estoque de linhas. A opção seria amenizar a pressão sobre o cupom com a redução simultânea de swaps e reservas em dólar. "Faz todo sentido ele atuar dessa forma. O BC pode descarregar linhas a partir da segunda quinzena de dezembro até o fim do ano, se precisar. Até lá, atua com o casadão", afirma o gestor, lembrando que há pressões maiores de saídas de recursos no fim do ano, com remessas de lucros e dividendos por empresas.


 O estoque total de linhas com compromisso de recompra que vence em 4 de novembro é de US$ 3 bilhões, dos quais o BC já rolou US$ 2 bilhões em operações realizadas neste mês. É possível que o BC tenha optado por fazer o "casadão" em vez de rolar o valor de US$ 1 bilhão restante.

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