Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Mau aspeto para encerrar a semana. Repentino refúgio para a qualidade: ouro quase 4.400 $/onça e yield T-Note < 4%, por exemplo. Causas: possibilidade de uma intensificação mais complexa e agressiva do que o esperado nas negociações comerciais EUA/CH (reunião Trump/Putin a 29 de outubro) e, principalmente, quedas significativas por parte de um par de bancos regionais americanos (-13% Zions Bancorp. e -11% Western Alliance) perante incumprimentos de certa dimensão. Ontem, a minúscula subida de tecnologia (+0,1%) contra o mercado (todos os restantes setores caíram; bancos -2,8%) salvou o fecho de Nova Iorque (-0,6%), que poderia ter sido muito pior devido aos problemas dos bancos regionais… que faz lembrar o que lhes aconteceu em 2023. Isto acontece mesmo após a publicação de bons resultados e guidances por parte dos bancos grandes americanos, portanto a correção parte desde níveis superiores e tem a sua origem nas dúvidas sobre a qualidade de crédito dos bancos americanos de tamanho mais modesto e alcance regional. Lembrete na frente comercial: Trump ameaçou, na sexta-feira (10) com impostos alfandegários de 100% à China a partir de 1 de novembro, após as novas restrições da China às exportações de terras raras.
BBVA só consegue 25,5% de Sabadell, portanto a OPA fracassa. Esta foi a nossa estimativa sobre o desenvolvimento desde o primeiro momento, em maio de 2024. Estimamos que a partir de agora BBVA será extremamente generoso com os seus dividendos para reter acionistas e que poderá subir um pouco ao retirar este peso de cima, que foi um erro estratégico e de planeamento desde o início. Sabadell também irá subir por motivos semelhantes.
NY +0,4% US tech +0,7% US semis +3% UEM +1% España -0,1% VIX 20,6% Bund 2,57% T-Note 4,03% Spread 2A-10A USA=+53pb B10A: ESP 3,10% PT 2,95% FRA 3,34% ITA 3,38% Euribor 12m 2,163% (fut.2,192%) USD 1,166 JPY 176,1 Ouro 4.207$ Brent 62,4$ WTI 58,8$ Bitcoin -1,7% (111.093$) Ether -2,9% (4.002$)
CONCLUSÃO: Tom repentinamente mau porque aos incumprimentos em 2 bancos regionais americanos acrescenta-se o endurecimento das negociações EUA/CH, a cautela crescente perante uma hipotética sobrevalorização da IA e o encerramento parcial do governo americano, que parece que continuará durante algum tempo, porque ambas as partes carecem de estímulos para chegar a um acordo. Como este último obriga a ir às cegas em relação à macro americana, porque não são publicados indicadores federais e, também, não sai um grande fluxo resultados (apenas Amex, entre as grandes: EPS +14%), hoje não há solução: sessão tocada com certa vontade, de modo que poderíamos pensar em retrocessos superiores a -1% na Europa e ca.-0,5% em Wall St., como aproximação. É grave? Não. Até parece são que o mercado corrija e se limpe um pouco. A não ser que a situação dos bancos regionais americanos se complique seriamente, os problemas para o mercado não deverão escalar. Há umas semanas caíram First Brands (peças sobressalentes para automóveis) e Tricolor (venda de carros usados), mas são considerados casos isolados por sobrealavancagem e gestão imprudente. Veremos se o desenvolvimento é semelhante com os bancos regionais americanos, que deverá ser o mais provável. Hoje, ouro e T-Note impagáveis, portanto, a não ser que aconteça algo estranho e novo este fim de semana, deverão corrigir na segunda-feira e as bolsas deverão subir, embora com pouca alegria, de momento.
FIM
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