segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Fundos com cotistas únicos

 Mercado volta atenção para fundos com cotista único sem identidade revelada

 

Fundo sem identidade de cotista gera preocupação A megaoperação que desmantelou o esquema do crime organizado para lavar dinheiro acendeu um alerta para a compra de participações de empresas listadas por fundos nos quais não há visibilidade sobre seus beneficiários finais — ou seja, não se sabe o nome do investidor. No geral, esses investimentos são realizados por “fundos de prateleira”, como são conhecidos aqueles constituídos pelas administradoras, com seu CNPJ, antes de terem sua função designada. Antes da operação, o início do processo de venda de ativos detidos pelo controlador do banco Master, Daniel Vorcaro, já havia chamado a atenção do mercado por ele usar esse tipo de estrutura. Página Cl Fernanda Guimarães De São Paulo Mercado volta atenção para fundos com cotista único sem identidade revelada Regulação Operação Carbono Oculto e casos ligados ao banco Master revelam brechas em normas Um fio condutor faz uma conexão entre a administradora de fundos Reag, a maior independente do país, a Trustee, ambas alvos da Operação Carbono Oculto, e o banco Master, de Daniel Vorcaro, com fundos de investimento em que não se conhece o beneficiário final, mesmo quando têm apenas um cotista. A compra de participações em empresas por meio dessas estruturas, conhecidas como “fundos de prateleira”, ou “baniga de aluguel”, está no centro dos holofotes, com o mercado — e agora os próprios reguladores e governo — pressionando por novas normas que fechem as brechas para o uso indevido desse tipo de fundo. Antes mesmo da eclosão da operação que expôs essas administradoras no fim da semana passada, evento que jogou luz nessas estruturas, o mercado já olhava com atenção fundos que escondiam o real investidor por trás de cada um, algo que ficou mais em evidência com o início do processo de venda de ativos detidos por Vorcaro. No geral, esses investimentos são realizados por fundos de prateleira, como são conhecidos no mercado aqueles que são constituídos pelas administradoras, com seu CNPJ, antes de terem sua função designada e ainda sem nenhum investimento sob seu guarda-chuva. O assunto ganhou relevância com os laços apontados na Carbono Oculto, já que a acusação é que fundos com esse formato vinham sendo utilizados para lavagem de dinheiro. Essa estrutura de fundos é vista em participações em empresas de capital aberto, onde chamam mais a atenção. Mas também pode ser uma forma de esconder participação em empresas de capital fechado, algo que pode ser ainda mais obscuro, como observado na Carbono Oculto. No mercado, a Reag, que multiplicou seu patrimônio nos últimos anos e hoje é uma das maiores gestoras independentes do país, é conhecida por oferecer esse tipo de estrutura. Se nas empresas fechadas não existe uma regulação própria sobre abertura de dados de um investidor, nas abertas, quando um acionista atinge uma posição relevante na companhia, a partir de uma fatia de 5%, ele precisa reportar à empresa, que transmite a informação ao mercado. Ainda assim, em alguns casos não se conhece o beneficiário final desses fundos que têm apenas um cotista. A mesma regra de abertura de dados vale para o administrador, quando seus fundos, mesmo que em conjunto, atinjam essa fatia. No entanto, sob a lei do sigilo bancário, o beneficiário final não é conhecido quando está dentro da estrutura desses fundos. O Valor conversou com especialistas, advogados e fontes que acompanham alguns dos casos citados, que optaram em falar em condição de anonimato. Também consultou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informações sobre diversos fundos, especialmente os citados na operação da semana passada, e na grande maioria não há qualquer informação ou, em muitos casos, os dados têm anos de defasagem. Poucas semanas antes da Carbono Oculto, questionamentos sobre o uso dessas estruturas entraram em evidência depois que Vorcaro vendeu sua participação na empresa de varejo de moda Veste, dona das marcas Dudalina e Le Lis Blanc, ao BTG Pactuai, que já protocolou pedido de autorização ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para concluir o negócio. A questão é que, conforme o formulário de referência da Veste, constavam como acionistas veículos ligados ao Master, como as gestoras WNT (49,55%) e Trustee (13,78%) — ou seja, a posição não estava consolidada. A Trustee , inclusive, pertence a Maurício Quadrado, ex-sócio de Vorcaro no Master. A companhia, em fato relevante divulgado na ocasião do negócio, se disse surpresa. Vorcaro, se utilizando de dois fundos distintos, era, assim, controlador da empresa, algo que não era conhecido publicamente. Procurada para comentar o caso, a companhia não se manifestou. Segundo fontes, caberá ao regulador analisar o caso e eventualmente abrir processo sancionador. Nesse exemplo específico, a posição de controle foi atingida por meio de dois fundos que tinham o mesmo beneficiário final. Assim, conforme especialistas consultados pelo Valor, se houver má-fé, a estrutura pode, em tese, ser utilizada para driblar obrigações como a realização de oferta pública de aquisição (OPA) por mudança de controle, ou até mesmo não ficar claro potencial conflito de interesses. Pela regulação vigente, o investidor precisa tornar pública a informação sobre sua participação a partir de 5%, sendo necessário ainda reportar quando a posição aumenta em mais 5%, ou seja, quando atinge 10%, 15%, 20% em diante. E precisa, ainda, esclarecer seu objetivo nesse aumento de participação. Nos casos dos desinvestimentos de Vorcaro, sob pressão para colocar mais capital no Master em meio ao processo de venda ao BRB, ele tem se desfeito de ativos que detém como pessoa física. Como consequência, ao longo das últimas semanas, algumas participações antes desconhecidas foram reveladas. Foi o caso de Metalfrio, Light e Méliuz, todas compradas em um pacote fechado com o BTG. Nas três empresas as posições eram detidas por meio da gestora WNT. Master, Vorcaro e WNT preferiram não se pronunciar. Fontes de mercado e advogados consultados pelo Valor afirmam que a prática está amparada sob a lei do sigilo bancário. No entanto, uma outra vertente aponta que, quando existe um investimento feito por um fundo de um único cotista, a regra que deveria prevalecer seria a obrigação de transparência ao se investir em uma empresa de capital aberto, especialmente quando são atingidas participações relevantes. Um dos problemas apontados também é quando um único investidor compra posição acionária em uma companhia por meio de mais de um fundo e não consolida a participação total, como ocorreu na Veste. Os demais investidores, em casos assim, ficam no escuro e não sabem quem controla a empresa. Uma fonte que acompanha o assunto de perto diz que o problema é que a estrutura tem sido utilizada em alguns casos com má-fé. Ele afirma que a preocupação também se dá em razão dos poderes políticos que esse investidor passa a ter na companhia quando ultrapassado um determinado nível de participação, como a possibilidade de indicar conselheiros ou chamar assembléia de acionistas. No geral, essas participações aparecem no capital social das investidas com o nome da administradora do fundo. “O caso Master trouxe holofote em uma questão que a CVM terá que endereçar, que é dar participação para participações acionárias”, disse uma fonte que tem acompanhado alguns dos casos. Em tese, a obrigação da administradora, como a Reag, é apenas em torno da diligência sobre a origem do dinheiro do fundo e se o cotista possui recursos compatíveis com o investimento. A Justiça tem poder para exigir a abertura do nome do cotista. A depender do caso, a própria CVM pode pedir a abertura do beneficiário final de determinado fundo, mas essa medida não teria poder para fundos “offshore”, que são aqueles estabelecidos fora do Brasil, disse uma fonte. Uma eventual mudança de norma podería, para fechar essa brecha, fazer uma diferenciação ente os fundos pulverizados e os monocotistas. Isso porque, nos fundos com muitos cotistas, o poder decisório fica de fato na mão do gestor do fundo, o que não é uma realidade de um fundo de um único investidor. Como Vorcaro segue vendendo participações para fazer frente aos compromissos do banco por ele controlado, nos bastidores se questiona se novas participações serão conhecidas — ou se outros investidores estão utilizando estruturas semelhantes para omitirem o beneficiário final de uma participação em uma determinada empresa. Por outro lado, uma fonte que falou com o Valor na condição de anonimato disse que compras de participações por meio dessas estruturas viabilizam o sucesso de operações especialmente em empresas que precisam passar por reestruturação. “Amparado na lei, o sigilo e a discrição são muito importantes para o sucesso do negócio”, afirma. Os casos envolvendo Vorcaro não são os únicos. Ainda recentemente, outro episódio chamou atenção. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamin Steinbruch, vendeu 4,99% de ações detidas na Usiminas para um fundo da Reag, constituído em julho e com um único cotista. Com essa operação, a CSN conseguiu, no limite do prazo, cumprir decisão do Cade, que tinha estipulado que a siderúrgica só podería manter 4,99% de participação em sua concorrente. O órgão antitruste solicitou à área técnica que verifique o efetivo cumprimento da venda das ações da Usiminas pela CSN, ou seja, é preciso saber quem é o beneficiário final do fundo para se descartar qualquer relação com a siderúrgica de Volta Redonda. Procurada, CSN não respondeu ao pedido de comentário. Outro caso envolveu a rede de supermercados Dia no Brasil, que foi vendida para um fundo de investimento da MAM Asset Management, gestora que faz parte do banco Master. A instituição financeira negou-se inicialmente a revelar o nome dos cotistas do fundo. Após embate, o administrador abriu que o beneficiário final do fundo se tratava do empresário Nelson Tanure. Em outra companhia do varejo, o GPA, o avanço de Tanure, feito por meio da Reag, só se tornou conhecido após chegar próximo de uma fatia de 10%. O empresário também não comentou. Outra fonte consultada pelo Valor, que também falou na condição de não ter sua identidade revelada, disse que em processos de recuperação judicial existe uma maior diligência para se identificar quem está por trás de fundos envolvidos no processo, sendo que uma das razões é para se distanciar de eventuais tentativas de fraude a credores. No passado, fundos de prateleira se tornaram uma estrutura comum em algumas administradoras apenas por conta dos prazos para abertura de fundos. Assim, elas abriam esses fundos para ficarem disponíveis. No entanto, por conta de mudanças regulatórias, explicou uma fonte, o prazo de abertura de fundos foi muito reduzido, não sendo mais necessário o uso do formato de prateleira. Por isso, hoje, quando esse tipo de estrutura acaba sendo utilizado, o comentário nos bastidores é que a intenção é omitir seu beneficiário final. Uma fonte disse que a CVM deverá ser severa ao punir o uso dessas estruturas quando ficar provado haver má-fé. A CVM disse que não comenta casos específicos, mas frisou que “os fundos de investimento devem observar o disposto na Resolução CVM 175, que estabelece as regras aplicáveis à constituição, funcionamento e divulgação de informações dos fundos de investimento". Destacou, ainda, que no que tange a identificação do beneficiário final de fundo de investimento, “cabe esclarecer que intermediários e/ou administradores têm a obrigação de realizar tal identificação, conforme a regulamentação vigente. Entretanto, essas informações são protegidas pelo sigilo previsto na Lei Complementar 105 e, portanto, não podem ser divulgadas publicamente”. De acordo com o regulador, “tais informações devem ser devidamente resguardadas por todos os integrantes do sistema de distribuição, pelas infraestruturas de mercado e pelas entidades administradoras de mercado, em observância ao marco regulatório aplicável”. Procurada, a Reag não quis se pronunciar. Leia mais na página C3 Expectativa é que brechas sejam fechadas com regulação mais firme sobre fundos monocotistas Decisão judicial tem poderde determinar abertura de nome de beneficiário final de fundo

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: O retrocesso de sexta-feira tem caráter técnico, após uma semana e um agosto bons, sem realizações de lucros nem sobressaltos. O Deflator do Consumo PCE americano repetiu em +2,6%, a Subjacente aumentou até +2,9% vs. +2,8%, e isso era o esperado. Hoje começamos o trimestre com Nova Iorque fechado e a única parte relevante do dia será o Desemprego na UE, repetindo em 6,2%, às 10 h. Com o início de setembro, os volumes irão aumentar em bolsas cujo fundo melhorou progressivamente durante o verão e que beneficiarão inercialmente do tom benigno da semana passada… e de todo o agosto. Enfrentamos 2 referências-chave semanas: resultados de Broadcom na quinta-feira à noite, que consideramos pouco provável que dececione, e o emprego americano na sexta-feira, que será muito difícil de interpretar devido à recente correção em baixa dos dados publicados. Localmente, temos a boa notícia da subida do rating de PORT (S&P) desde A até A+, e deixa a Perspetiva em Estável vs. Positiva.


Sem nenhuma correção em agosto, ao contrário de 2023 e 2024, e com as principais variáveis diretoras do mercado a proporcionarem um fundo mais firme durante o verão, subimos substancialmente os nossos níveis de exposição recomendados. São 6 as razões que nos apoiam: (1) sem correção em agosto, esse risco ficou para trás. (2) Lucros empresariais intactos apesar dos impostos alfandegários. (3) Depois de Jackson Hole (21/23 agosto), consolida-se a expetativa de que a Fed continue a baixar taxas de juros. (4) Desaparecimento do prémio de risco por geoestratégia (por agora). (5) O gigantismo dos balanços dos bancos centrais aponta para um suporte de liquidez fundamental para os ativos avaliados, particularmente para obrigações e bolsas. (6) As nossas avaliações atualizadas das bolsas para a nossa Estratégia de Investimento 4T 2025 irão incorporar EPSs 2026 em substituição dos EPSs 2025, portanto os potenciais de reavaliação resultantes serão superiores, porque a expansão de lucros mantém-se intacta. Em Wall St. espera-se: EPS 25/’26 ca.+10%/+13%.


Portanto, recuperamos os níveis de exposição ao risco que mantivemos até à invasão da Ucrânia (fevereiro de 2022), quando considerávamos que a situação do mercado era “padrão ou normalizada”: Perfil Defensivo 25% / Conservador 35% / Moderado 50% / Dinâmico 65% / Agressivo 80% vs. 5%/15%/30%/40%/50% até agora. E se setembro for fraco, como costuma ser, é melhor para aproveitar os atuais níveis de entrada.


CONCLUSÃO: Setembro e o 4T arrancam hoje com Nova Iorque fechada, portanto a atividade irá recuperar mais lentamente ao longo da semana. Depois da realização de lucros de sexta-feira, principalmente em Wall St., mas também na Europa, o mais provável é que esta última suba um pouco hoje, tratando de antecipar a reação de Nova Iorque amanhã. O fecho do Tribunal Supremo dos EUA decidir sobre os impostos alfandegários irá introduzir alguma esperança de otimismo, embora Trump tenha a maioria ideológica a seu favor no tribunal, e provavelmente irão ser aprovados sob alguma fórmula. Quando regressar hoje a atividade, tudo o que aconteceu em agosto será observado e irá impor-se o FOMO (Fear Of Missing Out) portanto, embora setembro seja tradicionalmente fraco, o sentimento será bastante pró-mercado. Iremos vê-lo progressivamente, porque hoje será um pouco aborrecido.


NY -0,6% US tech -1,2% Semis -3,2% UEM -0,8% España -0,9% VIX 15,4% Bund 2,70% T-Note 4,23% Spread 2A-10A USA=+61pb B10A: ESP 3,32% PT 3,17% FRA 3,50% ITA 3,60% Euribor 12m 2,119% (fut.2,158%) USD 1,173 JPY 172,1 Ouro 3.476$ Brent 67,2$ WTI 63,8$ Bitcoin -3% (107.966$) Ether -1,6% (4.406$). 


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Semana começa sem NY, mas é bem cheia*


Agenda tem payroll em NY, PIB e produção industrial aqui, além de início do julgamento de Bolsonaro


… A semana começa com os mercados fechados em NY, no feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, o que reduz a liquidez nos pregões domésticos. Mas a agenda dos próximos dias pode ser decisiva para as apostas ao Fed, com os dados do emprego de agosto, incluindo o payroll. No Brasil, o PIB/2Tri e a produção industrial do terceiro trimestre já devem mostrar o efeito dos juros elevados na desaceleração da economia e também podem influenciar a Selic. No STF, o início do julgamento de Bolsonaro movimenta o noticiário político e gera apreensão de novas sanções contra autoridades da Corte ou contra o governo brasileiro pelo presidente Trump.


O QUE SERÁ QUE VEM? – Integrantes do governo Lula acreditam que a pressão dos Estados Unidos contra o Brasil deve se intensificar com o julgamento do ex-presidente Bolsonaro na Primeira Turma do STF, a partir de amanhã, terça-feira.


… Junto com o ex-presidente Bolsonaro, outras sete pessoas são acusadas de tentar um golpe de Estado. Os oito réus fazem parte do núcleo 1 do que vem sendo chamado de “trama golpista”. O julgamento ocorrerá nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.


… Em paralelo, a decisão do governo brasileiro de entrar com a Lei de Reciprocidade contra o tarifaço de Trump aumenta a tensão.


… A comunicação de abertura do processo de reciprocidade já foi enviada ao governo americano pela embaixada do Brasil em Washington.


… Com isso, fica aberto o espaço para consultas e trocas de informações entre os países sobre práticas comerciais, mas o processo deve ser longo e durar até 210 dias, e o principal objetivo seria cavar um canal de diálogo, segundo a jornalista Célia Froufe (AE).


… O Brasil também acionou a OMC, numa atitude de caráter mais simbólico do que prático, mas sempre pode ser vista como provocação.


… A decisão do governo Lula de abrir o processo de Reciprocidade causou preocupação de exportadores das cadeias do agronegócio, que seguem insistindo para que o Brasil esgote as negociações diplomáticas com os Estados Unidos.


… “A prioridade deveria ser a abertura de diálogo e não retaliar”, comentou uma fonte do setor exportador ao Broadcast Político, acrescentando que o governo brasileiro “não pode incorrer no erro de medir forças com os Estados Unidos”.


… Outro interlocutor avalia que Lula está “esticando a corda” e “dobrando a aposta” com o presidente Trump. “O governo compra o risco de os Estados Unidos dobrarem as tarifas. Não é momento para ameaças.”


… Em nota, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) disse que a ação pode prejudicar a defesa de diversos representantes do setor produtivo brasileiro, no âmbito do processo formal junto ao USTR, que começa esta semana, em Washington.


MINERAIS CRÍTICOS – Na sexta-feira, Lula anunciou que fará nesta semana uma reunião para discutir os minerais críticos e terras raras brasileiras com os ministros Alexandre Silveira (MME), Rui Costa (Casa Civil) e representantes do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM).


… “Ninguém vai colocar o dedo nos nossos minerais críticos e terras raras porque são nossos”, afirmou o presidente em MG, após os Estados Unidos sinalizarem que o acesso aos minerais estratégicos do Brasil deveria fazer parte das negociações sobre a tarifa de 50%.


TARIFAS ILEGAIS – A decisão de um tribunal de apelações dos Estados Unidos considerando ilegal o uso da maioria das tarifas impostas por Trump, na sexta-feira, não suspendeu de imediato a sua vigência. As tarifas permanecem em vigor até 14 de outubro.


… Nesse tempo, o governo americano levará o caso à Suprema Corte dos Estados Unidos.


HADDAD – Em entrevista ao Canal Livre, da Band, neste domingo, o ministro criticou a postura dos Estados Unidos em relação às negociações sobre o tarifaço de 50%, voltando a relatar o cancelamento da agenda marcada com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.


… “Ele [Bessent] cancelou uma reunião previamente agendada com a alegação de falta de agenda, mas em seguida, no mesmo dia, recebeu Eduardo Bolsonaro, um gesto que coloca em questão a disposição real de diálogo da Casa Branca.”


… Em outro trecho da entrevista, Haddad defendeu o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, destacando que a proposta é “neutra do ponto de vista fiscal” e que pretende corrigir desigualdades históricas.


… “Para beneficiar 15 milhões de brasileiros, vamos cobrar de 141 mil milionários que não pagam Imposto de Renda.”


… O problema é a articulação dos partidos de oposição para alterar as medidas compensatórias. A votação na Câmara, prevista para ocorrer esta semana, ainda é uma incógnita, sobretudo porque o clima pode ser contaminado pelo julgamento de Bolsonaro.


… No Senado, o plenário pode votar amanhã a PEC 66, dos precatórios dos municípios, também importante para as contas públicas.


PLOA 2026 – Repercute hoje o Projeto de Lei do Orçamento para o ano que vem, divulgado pela equipe econômica na última sexta-feira, após o fechamento do mercado, quando foi enviado ao Congresso Nacional, com alguns importantes itens ainda pendentes.


… Foram incluídos na peça orçamentária R$ 19,8 bilhões com o corte linear em benefícios tributários, enquanto o Palácio do Planalto ainda negocia com o Congresso quais serão atingidos.


… O Poder Executivo também colocou uma estimativa de arrecadação de R$ 20,87 bilhões com a MP que aumenta a tributação sobre investimentos, bets e compensações tributários, que permanece sob análise dos congressistas.


… O governo federal conta ainda com R$ 27 bilhões do Programa de Transação Integral (PTI), de negociação de dívidas de grandes empresas, e R$ 31 bilhões da venda futura de participação da União em campos de petróleo.


… Para o economista-chefe da Warren, Felipe Salto, as receitas estão superestimadas e é improvável que a meta fiscal do ano que vem seja cumprida, mesmo no limite inferior (zero).


… A casa calcula déficit de R$ 101,6 bilhões, enquanto o PLOA estima superávit primário de R$ 34,5 bilhões (0,25% do PIB).


… A projeção de R$ 3,186 trilhões em receitas divulgada no PLOA está R$ 73,8 bilhões acima do projetado pela Warren.


… Também crítico à proposta, o economista-chefe da MB, Sergio Vale, qualificou o PLOA de “peça de propaganda”, com estimativa de receita “irrealista”, em tentativa do governo de “vender promessas para o ano eleitoral”.


… Segundo ele, talvez seja inescapável discutir a alteração da meta fiscal no primeiro trimestre de 2026.


… Para Vale, a peça orçamentária trouxe estimativas otimistas para o PIB (+2,44%) e a inflação no ano que vem (3,6%), enquanto o último Focus está bem mais conservador em relação ao crescimento (1,86%) e ao IPCA (4,33%).


… Para a Tendências, o governo vai precisar tirar “coelhos da cartola para manter o equilíbrio fiscal.” Apesar de o Orçamento não prever aumento do Bolsa Família, conta com “hipóteses heroicas”, avalia Rai Chicoli (da Citrino).


… O governo ainda retirou do limite de gastos do arcabouço fiscal determinadas despesas de seis instituições (IBGE, Ipea, AGU, TCU, ITI e INPI), após enquadrá-las como Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs).


… Durante coletiva do PLOA, o Planejamento e Orçamento não apresentou estimativa de impacto com a decisão.


BOLSONARO – A Primeira Turma do STF, presidida por Cristiano Zanin, inicia nesta terça-feira o julgamento do ex-presidente Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Nesta semana, serão três sessões, duas amanhã e uma na quarta-feira de manhã.


… O julgamento começa com a leitura do relatório pelo ministro-relator Alexandre de Moraes; em seguida, manifestam-se o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, e os advogados dos réus. Os votos são esperados apenas para a outra semana.


… Informações de bastidores apontam que o governo Trump poderá reagir em tempo real aos votos da Turma, anunciando novas sanções, como a aplicação da Lei Magnitsky, dado que a maioria dos ministros da Corte já foi punida com a suspensão dos vistos.


… O processo envolvendo Bolsonaro ganhou maior dimensão quando Trump usou a ação penal como argumento para impor o tarifaço ao Brasil, medidas de retaliação a Alexandre de Moraes e sua família, além de fazer ameaças aos aliados do ministro no Judiciário.


… Em entrevista ao Estadão, a cientista política Maria Tereza Sadek considerou o julgamento histórico, afirmando que há provas suficientes para condenar o ex-presidente, que está em prisão domiciliar. “A pressão [dos Estados Unidos] não está surtindo os efeitos almejados.”


… Para ela, ao invés de intimidar o STF, “as pressões estão fortalecendo a instituição, o espírito de corpo”.


… A Primeira Turma é formado por Alexandre de Moraes, relator, Cristiano Zanin, presidente da Turma, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.


… Além de Bolsonaro, serão julgados os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, o almirante Almir Garnier, o ex-ministro Anderson Torres, o deputado federal Alexandre Ramagem e o tenente-coronel Mauro Cid.


… Todos os réus respondem por organização criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As investigações, iniciadas em 2019, foram reunidas pela PGR na ação do golpe.


… A estratégia foi estabelecer conexões entre as várias apurações, apresentando Bolsonaro como principal beneficiário da trama golpista.


FIM DE SEMANA – Reportagem do Washington Post neste domingo deu detalhes sobre um plano pós-guerra para Gaza em discussão no governo Trump, que prevê a reconstrução do território como um ressorte turístico e centro industrial.


… Os Estados Unidos administrarão o local devastado pela guerra por, pelo menos, uma década e a população de dois milhões sairia, pelo menos temporariamente, em partidas “voluntárias” para outro país ou para áreas restritas dentro do território durante a reconstrução.


… Segundo o plano ao qual o jornal teve acesso, cada palestino que deixar o local receberá US$ 5.000 em dinheiro e subsídios para cobrir quatro anos de aluguel e um ano de alimentação. A realocação “voluntária” atingiria toda a população de Gaza.


PUTIN – Ainda no fim de semana, na véspera de uma visita à China, o presidente russo Vladimir Putin criticou as sanções ocidentais, enquanto a economia de seu país cambaleia à beira da recessão, afetada por restrições comerciais e pelos custos da guerra na Ucrânia.


… “Rússia e China se opuseram conjuntamente às sanções discriminatórias no comércio global”, disse Putin à agência chinesa Xinhua, no sábado. Putin estará na China até quarta-feira, em uma visita de quatro dias que o Kremlin classificou como “sem precedentes”.


… O líder russo participará da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, na cidade portuária de Tianjin, no norte da China. Em seguida, viajará a Pequim para se reunir com Xi Jinping e participar do desfile militar em comemoração ao fim da Segunda Guerra.


TRUMP – Em entrevista ao site conservador Daily Caller, descartou a possibilidade de um encontro bilateral no curto prazo entre os presidentes Putin e Zelensky. “Um encontro trilateral aconteceria. Um bilateral, eu não sei, mas um tri vai acontecer.”


… No sábado, Zelensky e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, relataram nas redes sociais uma conversa por telefone, quando trataram da guerra entre Rússia e Ucrânia, antes da participação do líder indiano no evento em Xangai, onde Putin também está.


MERCADO DE TRABALHO EM FOCO – Três indicadores do emprego nos Estados Unidos serão monitorados ao longo desta semana, culminando com o payroll de agosto, na sexta-feira, que pode ser decisivo para calibrar as expectativas para os juros americanos.


… Depois da surpresa com o relatório de julho, que assustou com a criação de apenas 73 mil vagas, bem abaixo das expectativas (110 mil), os dados de agosto são esperados com muita expectativa pelos investidores porque podem acelerar o ritmo do Fed.


… Há também o risco de julho ser revisado ainda mais para baixo, como aconteceu com o número de junho, derrubado de 147 mil para 14 mil.


… A sinalização de que o mercado de trabalho está esfriando aceleradamente mudou o discurso de Powell em Jackson Hole, quando ele praticamente admitiu que um corte de 25pbs será decidido na reunião do Fomc do dia 17.


… Essa expectativa é projetada com chances acima de 80% nos futuros dos Fed Funds, mas o que está em jogo é a terceira queda do juro este ano. Se o payroll de agosto confirmar o declínio acentuado, investidores podem passar a apostas em três cortes (e não dois) este ano.


… Antes do payroll, serão divulgados o relatório Jolts, com as vagas em aberto nos Estados Unidos em julho (quarta-feira) e a pesquisa ADP, de empregos criados no setor privado (quinta-feira). Além disso, o Livro Bege pode dar mais pistas (na quarta).


… Ainda nos Estados Unidos, estão na agenda os índices PMI industrial (terça-feira) e de serviços (quinta) de agosto.


… Na Zona do Euro sai hoje o PMI industrial e Christine Lagarde discursa em conferência do BCE (14h30).


CHINA HOJE – O PMI industrial medido pelo setor privado (S&P Global) subiu de 49,5 em julho para 50,5 em agosto e, acima da marca de 50, indicou expansão da atividade econômica.


… O mesmo indicador, só que calculado pelo governo, subiu para 49,4 em agosto, contra 49,3 em julho, mas veio abaixo da expectativa do mercado, que previa 49,5, e apontou que a atividade econômica segue em contração.


… O PMI de serviços subiu para 50,3 em agosto, de 50,1 em julho.


JAPÃO HOJE – O PMI/S&P Global industrial subiu de 48,9 em julho para 49,7 em agosto. Ainda que tenha apontado melhora, o indicador segue abaixo do patamar de 50, ou seja, indicando contração da atividade econômica.


NO BRASIL – O PIB do segundo trimestre, amanhã (terça-feira), pode ajustar as apostas quanto ao rumo da política monetária. A expectativa é de desaceleração, refletindo a política monetária restritiva, com a taxa Selic a 15% ao ano.


… Já na quarta será divulgado o primeiro dado de atividade econômica do terceiro trimestre: a produção industrial de julho. Na quinta, será a vez da balança comercial de julho e, na sexta-feira, produção e vendas de veículos em agosto.


… Hoje, atenção para a pesquisa Focus (8h25), em especial para as expectativas do IPCA de 2027, que registrou a primeira queda na última edição, para 3,97%, após semanas estabilizada em 4% ao ano. Às 10h, sai o PMI industrial de agosto da S&P Global.


… Logo cedo (8h), o IPC-S deve recuar 0,30% em agosto, após alta de 0,37% em julho. As projeções, todas de queda, vão de -0,35% a -0,27%, como reflexo dos descontos relacionados ao bônus de Itaipu nas contas de energia elétrica no período.


VEM TROCO? – Temendo pelo potencial revide de Trump à decisão do governo Lula de acionar a Lei da Reciprocidade como resposta ao tarifaço americano, a curva do DI armou posição defensiva na última sexta-feira.


… Em menor grau, também o câmbio assumiu alguma dose de cautela, mas como era dia de ptax, a volatilidade técnica pode ter se confundido aos novos ruídos em torno da guerra tarifária contra os Estados Unidos.


… Já o Ibovespa ignorou o risco de maior desgaste na relação com Washington e estabeleceu recordes inéditos.


… No caso dos juros futuros, também ajudou a pesar o desconforto com o déficit primário do setor público consolidado de R$ 66,6 bilhões em julho, pouco acima da previsão do mercado, de resultado negativo de R$ 63,25 bilhões.


… A pressão no DI foi sentida especialmente a partir do miolo da curva. Apesar dos prêmios de riscos no último pregão com o fiscal e a tensão com Trump, o Broadcast apontou que todas as taxas acumularam queda em agosto.


… O sinal de acomodação nos ânimos ao longo do mês foi comprovado pelo DI para Jan/27, que começou o mês em 14,21%, mas terminou abaixo do suporte psicológico de 14%, a 13,970% (contra 13,935% na sessão da véspera).


… O contrato para Jan/29 subiu a 13,205% na sexta-feira (de 13,135% no dia anterior); Jan/31 avançou para 13,505% (contra 13,448%); e Jan/33, a 13,680% (de 13,630%). Já no trecho curto, o Jan/26 ficou estável, aos 14,890%.


… Enquanto traders mantêm viva na curva do DI as apostas de corte antecipado da Selic, economistas reunidos com diretores do BC na sexta-feira avaliam que só existe espaço para queda no ano que vem, apurou a Agência Estado. 


… O grupo está do lado de Galípolo, que até aqui não tem se sensibilizado aos argumentos para o BC já agir em dezembro. Segundo ele, a convergência para a meta de inflação está lenta, a renda está alta e o desemprego, baixo.


… Em novo foco de cautela com a inflação, a Aneel anunciou na sexta a bandeira tarifária vermelha patamar 2 para setembro, mesmo nível de agosto, com cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 quilowatt-hora consumidos.


… A manutenção do patamar mais elevado responde às chuvas abaixo da média histórica, no pior cenário hídrico desde a crise energética de 2014-2015. Diante desta pressão, duas casas já revisaram as apostas para o IPCA do mês.


… A Warren puxou sua previsão de 0,61% para 0,77% após a bandeira e a Terra Investimentos, de 0,51% para 0,70%.


O PISO ENCANTADO – Envolvido na briga da ptax (+0,28%, a R$ 5,4264) e de olho no risco renovado de escalada protecionista, o dólar à vista, mais uma vez, não conseguiu furar R$ 5,40 e corrigiu parte da queda dos últimos dias.


… Fechou em alta moderada de 0,29%, a R$ 5,4220. Mas também o câmbio, como o DI, exibiu sinais em agosto de menor estresse. No mês, o dólar recuou 3,19%, zerando toda a alta de 3,07% de julho. No ano, cai quase 12,50%.


… Apesar dos desafios fiscais domésticos, tem estado mais difícil de apostar contra o real, com a Selic firme em 15%, que favorece o carry trade, e o Fed com o dedo no gatilho para cortar o juro, cada vez mais emparedado por Trump.


TENDÊNCIA BAIXISTA – A ofensiva política do republicano contra o BC americano afundou em 2,20% o índice DXY do dólar no acumulado de agosto, já que, daqui para a frente, a expectativa é de uma orientação cada vez mais dovish.


… No pregão de sexta-feira, o DXY operou praticamente estável (-0,04%), a 97,771 pontos, já que o PCE em linha com as previsões não abalou a aposta mais do que consolidada (87%) de que o ciclo de flexibilização começará este mês.


… Termômetro predileto do Fed para medir a inflação, o PCE subiu 0,2% na taxa mensal e 2,6% na anual de julho, enquanto o núcleo avançou 0,3% e 2,9%, respectivamente. Todos os resultados vieram dentro do consenso.


… O euro subiu 0,14%, para US$ 1,1702, a libra (+0,02%) não saiu de US$ 1,3512 e o iene caiu para 146,95 por dólar.


O SINAL ESTÁ ABERTO – Na medida em que o PCE não assustou e Powell já mandou o recado em Jackson Hole sobre a piora do mercado de trabalho, se o payroll vier fraco na sexta-feira, o Fed poderá ficar cada vez mais relaxado.


… A aposta principal no mercado é de que, daqui até o final do ano, o juro pode cair 50 pontos-base (dois cortes de 25 pontos). Mas um payroll fraco pode resgatar a chance de queda de 75 pontos ou um ciclo mais longo.


… Em publicação feita no LinkedIn na sexta-feira, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse que “logo será hora de recalibrar a política [monetária]”, apesar das incertezas sobre a pressão inflacionária do tarifaço.


… Ela reconheceu que “levará um tempo até termos certeza” sobre o impacto da política comercial nos preços. “Mas não podemos esperar por uma certeza absoluta sem correr o risco de prejudicar o mercado de trabalho.”


… Coincidindo com os comentários de Daly, as taxas dos Treasuries de curto prazo aceleraram a queda e acentuaram a inclinação da curva. Os yields mais longos retomaram o avanço, porque não dá para o Fed ser dovish para sempre.


… O rendimento da Note de 2 anos caiu a 3,618%, de 3,634% na véspera, e o de 10 anos subiu a 4,230%, de 4,207%.


… Empolgadas pela perspectiva de que o ciclo de queda do juro americano está para começar, as bolsas americanas exibiram força em agosto (Dow Jones, +3,10%; S&P 500, +1,91%; e Nasdaq, +1,58%), mês marcado por recordes.


… No último pregão de agosto, porém, a onda de perdas da Nvidia (-3,36%) abriu espaço para correção. O Dow Jones caiu 0,20%, a 45.544,88 pontos; S&P 500 recuou 0,64%, a 6.460,26 pontos; e Nasdaq, -1,15%, a 21.455,55 pontos.


DESBANCOU – Deixando para trás o estrago de julho, quando o Ibovespa caiu mais de 4%, agosto foi histórico para o índice à vista, que marcou recorde duplo no último pregão do mês e agora vai querer sonhar com os 150 mil pontos.


… Além de ter cravado pico inédito de fechamento (141.422,26 pontos), registrou a máxima intraday de todos os tempos (142.378,69 pontos), em leve alta de 0,26% na sexta-feira, com volume de R$ 23,2 bilhões.


… Subiu 6,2% em agosto, maior marca mensal em um ano, sob o efeito turbinado do trade eleitoral e, em maior medida, do horizonte de queda do juro americano, que pode animar o apetite do fluxo estrangeiro pelo Brasil.


… A cautela em torno da Lei da Reciprocidade só pesou na sexta-feira para as ações da CSN (ON, -1,55%) e da Usiminas (PNA, -1,35%), já que pode piorar ainda mais a taxação ao aço brasileiro se a guerra tarifária escalar.


… Já os papéis do bancos, alvos da polêmica da Lei Magnitsky, não acusaram o receio de tensão potencializada com Trump e subiram em bloco na bolsa, zerando o tombo recente de quase R$ 40 bilhões em valor de mercado.


… Destaque para BB, que saltou 1,62%, a R$ 21,39. Itaú PN ganhou 0,37%, a R$ 38,49, e acumulou rali de quase 10,5% no mês. Bradesco ON avançou 0,42% na sexta, para R$ 14,44, e Bradesco PN subiu 0,24%, a R$ 16,83.


… Santander unit registrou leve valorização de 0,14%, para R$ 28,22, e BTG Pactual subiu 0,81%, a R$ 44,86.


… Perto de seu melhor preço desde março (R$ 56), antes da ofensiva tarifária dos Estados Unidos contra os produtos chineses, Vale chegou na sexta-feira até R$ 55,70, em leve alta de 0,29%, mas numa arrancada de 7% em agosto.


… Também Petrobras subiu no último pregão do mês: ON em alta de 0,81%, para R$ 33,75, e PN, +0,55% (R$ 31,10). As ações operaram descoladas do petróleo, que antecipa oferta saturada e desconta os riscos geopolíticos.


… O contrato do barril do tipo Brent para outubro registrou queda de 0,73%, para US$ 68,12 na ICE londrina.


CIAS ABERTAS – A família mineira Coelho Diniz, que passou a deter 24,6% do GPA, vai enviar, nos próximos dias, proposta de uma chapa de candidatos à eleição do conselho de administração, informou comunicado do grupo…


… A família disse ter tido conversas “frutíferas” com membros do atual conselho do GPA e também com representantes dos principais acionistas da companhia para “chegar a uma chapa de consenso”…


… Entre os acionistas do GPA está a rede francesa Casino, com 22,5% do capital, e que era o maior acionista do grupo, posto agora ocupado pela família mineira.


PETROBRAS. O Conselho de Administração aprovou o nome de Cristina Bueno Camatta para a ouvidoria-geral da companhia, segundo apuração do Valor…


… Cristina é presidente do Conselho Fiscal da estatal; procurada pelo jornal, a Petrobras não respondeu.


SABESP. Volume armazenado nos mananciais da Região Metropolitana de SP caiu 0,2 ponto entre os dias 30 e 31 de agosto, para 37,2%, menor volume para a data desde 2015, quando a região sofreu com a crise hídrica histórica.


EMBRAER. Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região ajuizou ação coletiva na Justiça contra decisão da empresa de retomar o trabalho presencial em pelo menos três dias da semana…


… Desde a pandemia da Covid-19, os funcionários da companhia vinham trabalhando em regime totalmente remoto.


NATURA. BlackRock reduziu participação acionária na companhia de 5,091% para 2,509%, passando a deter 34.499.555 de papéis ordinários.


IGUATEMI fechou contrato vinculante de venda de participação no Shopping Pátio Higienópolis com o fundo de investimento imobiliário RBR Malls, por R$ 169,9 milhões.


MARISA LOJAS. O conselho de administração aprovou a 16ª, 17ª e 18ª emissões de notas comerciais escriturais, cada uma em série única, com garantia adicional fidejussória, no total de R$ 152,907 milhões.


SINQIA. A empresa de infraestrutura bancária sofreu ataque hacker na sexta-feira, no ambiente em que opera transações de Pix. Segundo o site Neofeed, o ataque teria desviado R$ 400 milhões de contas do HSBC para laranjas.


ENERGISA comunicou que fará aquisição facultativa das debêntures da 1ª e 2ª séries das 17ª e 18ª emissões e da 3ª série das 15ª, 16ª e 19ª emissões aos debenturistas que manifestarem interesse até 15 de setembro.

domingo, 31 de agosto de 2025

Frases do LFV

 *Frases de Luís Fernando Verissimo*


“A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.”


“Tem muita gente honesta neste país. Só não se identificam para não ficar de fora se aparecer um bom negócio.”


“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.”


“Você só sabe até onde pode ir quando já foi.”


“Resignemo-nos à ignorância, que é a forma mais cômoda de sabedoria.”


“Viva todos os dias como se fosse o último. Um dia você acerta.”


“Vou morrer sem realizar o meu grande sonho: não morrer nunca.”


“Conhece-te a ti mesmo, mas não fique íntimo.”


“A vida é a melhor coisa que eu conheço para passar o tempo.”


“Meu medo é que tenha outra vida após a morte, mas que seja só para debater esta.”


“No Brasil o fundo do poço é apenas uma etapa.”


“Se o mundo está correndo para o abismo, chegue para o lado e deixe ele passar.”

Lavagem com fundos pode ser maior

 https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/08/30/contaminacao-de-fundos-pelo-crime-pode-ser-maior-diz-superintendente-da-receita-em-sp.ghtml


*Contaminação de fundos pelo crime pode ser maior, diz superintendente da Receita em SP*


_Márcia Meng aguarda avaliação de documentos apreendidos para averiguar se há mais fundos envolvidos; até agora são 42_


Por Marcos de Moura e Souza, Valor — São Paulo


A avaliação de dados contidos em computadores, celulares e documentos apreendidos em São Paulo e em outros Estados nas operações realizadas na quinta-feira (28) contra uma rede de ilícitos poderá revelar uma contaminação maior de fundos de investimentos com recursos do crime organizado.


A avaliação é da superintendente da Receita Federal em São Paulo, Márcia Meng.


O que as investigações mostraram até agora, segundo ela, é que 42 fundos de investimento (que foram bloqueados) tinham como cotistas somente pessoas relacionadas a atividades criminosas.


Elas usavam essas estruturas financeiras para esconder recursos ilícitos, numa cadeia elaborada de lavagem de ativos.


Em entrevista ao Valor, a chefe da Receita no Estado disse que esses 42 fundos eram geridos por duas administradoras de fundos. Ela não informou quais seriam essas administradoras.


“Eu não consigo dizer se em nenhum dos outros fundos administrados por essas duas administradoras são de pessoas absolutamente honestas, que não estão fazendo nada de errado. Ou o contrário, se são também fundos completamente contaminados pelo crime organizado”, disse Meng.


“Hoje, os elementos que eu tenho só me permitiram identificar esses 42 fundos como sendo exclusivamente ligados ao crime organizado. Os outros, precisaremos ainda avançar nas investigações com os documentos que foram coletados e, aí sim, vamos conseguir desvendar isso.”


As três operações simultâneas deflagradas na quinta-feira, a Carbono Oculto, a Tank e a Quasar, pelo Ministério Público de São Paulo, pela Polícia Federal, pela Receita Federal e por outros órgãos, desbarataram uma rede de crimes que envolvia operações ilícitas em diversas empresas de combustíveis e uso de fintechs e de fundos de investimento.


A decisão da Justiça de São Paulo que autorizou a Carbono Oculto nomeia criminosos vinculados ao PCC atuando em conjunto a outros criminosos que exploravam o esquema.


Segundo as autoridades, a rede de crimes atacada pelas megaoperações movimentou mais de R$ 140 bilhões nos últimos anos.


O PCC é atualmente a organização criminosa do Brasil responsável pela maior parte do tráfico internacional de cocaína.


Ao ser perguntada se há indicações de que as administradoras de fundos podem ter sido coniventes ou feito vistas grossas, Márcia Meng afirmou: “A princípio, prevalece a presunção da inocência e não faltará espaço para as administradoras envolvidas provarem isso. Mas auditores ficais não acreditam em ‘eu não vi, eu não sabia, eu fui pego desprevenido’”.


Meng, assim como integrantes do Ministério Público, reforça que as investigações serão aprofundadas com a análise dos computadores, documentos e celulares apreendidos em diversos endereços pelo país das empresas na mira da operação.


A partir dessa análise, autoridades esperam ter condições de atestar ou não se houve gestão temerária sobre esses fundos. Mas, a chefe da Receita no Estado afirma: “Eu posso dizer que, com o que eu já tenho de informações, sou muito mais inclinada a dizer que eles [gestores que tiveram os 42 fundos bloqueados] tiveram uma cegueira deliberada.”


E acrescenta: “Essas administradoras que tiveram fundos bloqueados permitiram que situações anormais acontecessem embaixo do nariz delas.”


Ela lembra ainda que há um regramento em relação à prevenção à lavagem de dinheiro que as empresas precisam seguir.


“Precisam conhecer o cliente. Se você começa a receber dinheiro de uma empresa que é dona de um fundo de investimento, você não vai conhecer que empresa é essa? E, você acredita que vai aparecendo dinheiro de tudo que é lado, num crescimento vertiginoso? Em algum momento você tem contato com o cotista daquele fundo”, disse Meng.


Embora ainda aguardem mais informações extraídas do material apreendido, Meng diz que as administradoras alvo da Carbono Oculto “deixaram passar um elefante branco debaixo do nariz delas. No mínimo elas falharam na obrigação de conhecer o seu cliente”.


A decisão judicial que embasou a operação Carbono Oculto determinou buscas e apreensão em quatro administradoras de fundos. A maior delas é a Reag, que se apresenta como a maior gestora independente do Brasil, com R$ 340 bilhões sob sua gestão.


As outras administradoras de fundos contra as quais também houve ordens de busca e apreensão são a Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, a Altinvest Gestão e Administração de Recursos de Terceiros e a BFL Administração de Recursos.


Duas delas – cujos nomes a Receita não divulgou – geriam os 42 fundos bloqueados na Carbono Oculto. 


O Valor procurou as quatro empresas neste sábado (30).


Por meio de nota, a Reag afirmou que “sempre observa de forma rigorosa as normas vigentes e as melhores práticas de compliance”.


Disse também que “renunciou, transferiu ou liquidou oito fundos a partir de 2024, após identificar inconsistências em monitoramento. Os três restantes não possuem relação com as pessoas ou empresas objeto de investigação”.


A reportagem ainda não recebeu respostas das outras três administradoras: Trustee, Altinvest e BFL.


No dia da operação, Trustee e Altivest negaram qualquer irregularidade. Naquele dia, a reportagem não conseguiu ouvir a BFL.


*Novas regras para fintechs*


Além das investigações sobre as administradoras e da análise do que foi apreendido, um dia depois das operações a Receita Federal editou uma instrução normativa que criou regras mais rigorosas para outro negócio do ramo financeiro, também utilizado pela rede de criminosos: as fintechs.


A Instrução Normativa (IN) 2.278/2025 determina que essas empresas terão de passar a remeter dados sobre as movimentações de seus clientes “para o combate aos crimes contra a ordem tributária, inclusive aqueles relacionados ao crime organizado, em especial a lavagem ou ocultação de dinheiro”.


Pelo entendimento anterior, as fintechs deixavam de remeter os dados agora exigidos e o resultado, segundo Márcia Meng, vinha sendo a abertura de brechas para opacidade das transações.


“E, é a opacidade que sempre gera a possibilidade do mau uso de um instrumento. Quando você pensa num paraíso fiscal, o que ele oferece? Opacidade. Eu não sei quem tem conta ou quem não tem conta no paraíso fiscal. No caso de criptoativos, falamos também de opacidade”, diz ela, comparando com a situação de parte das fintechs em operação no país até antes da instrução normativa.


As exigências da nova regra já estão valendo. As fintechs têm datas específicas para entregar os dados. Há regras de vigência e de periodicidade. 


Para Meng seria muito difícil essas empresas de tecnologia financeira alegarem que não têm condições de cumprir essa nova demanda.


“Elas são empresas de tecnologia e não podem alegar que têm dificuldade para organizar dados e entregar informações na forma digital”, disse ela. “Esse seria o tipo de alegação que só virá de uma fintech que não têm interesse em se tornar transparente.”

sábado, 30 de agosto de 2025

Coluna do Estadão

 *COLUNA DO ESTADÃO: CRIME ORGANIZADO TROCOU USO DE DOLEIROS POR FINTECHS, DIZ AUDITOR DA RECEITA*


Por Roseann Kennedy, com Eduardo Barretto e Iander Porcella


 O presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), Dão Real, afirmou que o crime organizado mudou a estratégia para lavar dinheiro e ocultar crimes: trocou doleiros por fintechs. Diante da constatação, confirmada na Operação Carbono Oculto, ele comemorou a publicação da nova instrução normativa da Receita, que iguala o tratamento das startups de serviços financeiros ao dos bancos. A medida foi formalizada ontem, um dia após a investigação mostrar que fintechs lavaram bilhões de reais para o PCC. “Com a nova regra, será mais fácil para o Estado controlar as operações, não só do crime organizado tradicional, mas também das bets”, afirmou o auditor fiscal à Coluna.


*AVENIDA*. As fintechs se beneficiavam de um modelo que permitia uma “total ocultação dos beneficiários” nas contas-bolsão. A flexibilidade abria margem para o cometimento de diversos crimes, inclusive sonegação fiscal, com mais um impacto direto para os cofres públicos.


*SEM BASE*. “A regra anterior contrariava todas as lógicas de acordos internacionais. Gerava também uma perda de arrecadação para o governo, uma vez que parte do lucro das empresas é identificada a partir do monitoramento”, disse Dão Real.


*EMBASAMENTO*. A deputada Julia Zanatta (PL-SC) pediu explicação sobre a recusa do governo à indicação do diplomata Gali Dagan para embaixador de Israel no Brasil. Em ofício ao Itamaraty, a parlamentar questiona quais os fundamentos diplomáticos que justificaram a decisão e solicita cópia do comunicado oficial enviado ao governo israelense.


*CRÍTICA*. A ONG StandWithUs Brasil, por sua vez, afirmou que ofensas do presidente Lula a Israel levaram o governo brasileiro a ter o maior “desprezo” por aquele país em mais de 70 anos. A instituição educacional sem fins lucrativos apontou “hostilidade intencional” do petista.


*SILÊNCIO*. O governo do Maranhão ignorou um pedido do TCU para apresentar documentos sobre duas licitações suspeitas de favorecer a construtora Vigas, ligada à família do governador Carlos Brandão (PSB), e que turbinou contratos na atual gestão. Em uma seleção, só a empresa concorreu. Na outra, 9 concorrentes foram eliminadas. A investigação abrange 2022 e 2023.


*OUTRO LADO*. Procurado, o governo maranhense disse que enviou documentos referentes a “tudo que foi requisitado” pela Corte de Contas. Acrescentou ainda que a Vigas não pertence ao governador ou a sua família.


*BRUTAL*. Cerca de 95% das intimidações virtuais contra mulheres negras na política envolvem “ameaça de morte e de estupro”. Nesse grupo, 64% dos ataques são ameaça de morte, 31%, de estupro, 4%, de agressão física, e 2%, de exposição de informações sensíveis. Os dados são de estudo do Instituto Marielle Franco.


*MONITOR*. Nos últimos 4 anos, a entidade acompanhou 77 casos de violência política na internet com risco às vítimas. Desses, 30 foram monitorados pelo Instituto Marielle e 47 foram analisados pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos.

Fabio Alves