segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Cepacs na Faria Lima

 *Cepacs da Faria Lima têm ao menos 20 interessados*


Maior disputa desde 2019 mobiliza incorporadoras, com expectativa de ágio entre 30% e 50% nos títulos


As incorporadoras estão se movimentando para participar do primeiro leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) da região da avenida Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista, desde 2021. Há pelo menos 20 grupos interessados em participar do certame que ocorre nesta terça-feira, apurou o Pipeline.


São principalmente companhias com projetos na região como a Construtora São José, a Lucio Incorporadora, JHSF, Partage – do empresário Ricardo Baptista, um dos sócios do grupo farmacêutico Aché –, além de Bolsa de Imóveis e Jacarandá Capital, desenvolvedora e gestora de investimentos imobiliários, segundo fontes com conhecimento do assunto.


Esse é o maior leilão da Operação Urbana Faria Lima desde 2019, quando foram vendidos 93 mil títulos com ágio de 170%. A Prefeitura de São Paulo vai oferecer 164,5 mil Cepacs do total de 218,5 mil títulos autorizados para a emissão, que devem levantar ao menos R$ 2,9 bilhões. A operação é coordenada pelo BB Investimentos.


Os Cepacs permitem que incorporadoras levantem prédios acima dos limites estabelecidos no perímetro da região. Muitas precisam dos títulos para desenvolver seus projetos ou expandir os empreendimentos já existentes. Por isso, é esperada uma participação menor de gestoras de investimentos, dado que a disputa deve levar a um ágio, o que não seria interessante para agentes com viés predominantemente financeiro.


Isso não significa que essas firmas não possam entrar em um segundo momento para financiar os empreendimentos, explica um gestor. “Com o desconto dos fundos imobiliários de laje corporativa listados na bolsa, alguns portfólios estão negociando abaixo do custo da mão de obra dos imóveis em carteira, e estão mais interessantes para os gestores do que entrar em projetos de desenvolvimento ou comprar Cepacs para vender no mercado secundário”, diz esse executivo.


O preço dos títulos foi estabelecido em R$ 17,6 mil, mesmo valor do último leilão. Contudo, o preço do metro quadrado subiu de lá para cá, e hoje está em torno de R$ 45 mil em média, considerando o custo de reposição para edifícios triplo A na região central da Faria Lima. Por isso, é esperado que o leilão saia com ágio, mas não chegue ao patamar dos 170% de 2021, que inviabilizaria a construção de novos empreendimentos.


“No leilão de 2021, a Prefeitura de São Paulo acabou cortando pela metade o número de títulos que eram necessários de acordo com a demanda e, por isso, o ágio foi tão alto. Não vejo isso acontecer nesse leilão. Acho que o ágio deve ficar entre 30% a 50%. Acima disso, não fecha a conta para edifício corporativo”, diz o gestor.


Os compradores não estão de olho só nos projetos novos: há também incorporadoras que precisam regularizar os empreendimentos. A estimativa é que haja cerca de 15 projetos nessa situação e uma delas é a São José, que teve a obra do edifício de luxo St. Barths, localizado na rua Leopoldo Couto Magalhães, embargada por ultrapassar o limite de construção.


Já a Lucio Incoporadora, que está construindo o edifício Faria Lima II, na Vila Olímpia, já é conhecida por investir em empreendimentos corporativos de alto padrão na região - como o Infinity Tower (sede da Meta, Goldman Sachs e Bloomberg no Brasil) e o HL Faria Lima.


A maior demanda deve ficar com o trecho mais valorizado da Faria Lima, entre as avenidas Cidade Jardim e Presidente Juscelino Kubitschek. Nesse trecho, a Partage, dona de alguns andares do prédio da baleia, o Birmann 32, e do Plaza Iguatemi, é uma das que devem entrar no leilão para comprar Cepacs para o projeto imobiliário corporativo triplo A que pretende construir no terreno da antiga Arena XP.


A JHSF está de olho em expandir seu projeto imobiliário na esquina da Faria Lima com a Leopoldo Couto Magalhães, que abrigará o centro comercial Shops Faria Lima e pode ter uma torre multiuso.


Já no Largo da Batata, os potenciais compradores são a Bolsa de Imóveis, incorporadora que tem imóveis residenciais na região, além da Jacarandá Capital, que tem o empreendimento Lapi (cujo nome remete a Largo de Pinheiros), que está em uma primeira fase em que reúne lojas e espaços gastronômicos, mas prevê a construção de apartamentos e escritórios em novas etapas.


“Dependendo do preço que sair o Cepac, a incorporadora poderá direcionar mais o uso para empreendimentos residenciais na região, que tem um preço do metro quadrado maior”, diz um investidor.


Procurados, Partage, JHSF, Jacarandá Capital, Bolsa de Imóveis, Lucio Incorporadora e Construtora São José não comentaram.


https://pipelinevalor.globo.com/mercado/noticia/cepacs-da-faria-lima-tem-ao-menos-20-interessados.ghtml

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Embora já fosse de esperar, a reunião entre Trump e Putin, na sexta-feira, terminou sem acordos importantes em relação à Ucrânia. Portanto, toda a atenção continua sobre a Fed e as possíveis descidas de taxas de juros.


Nas últimas sessões da semana passada vimos um certo arrefecimento das expetativas de cortes de taxas de juros, e tanto os Preços Industriais dos EUA (quinta-feira) como a Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan (sexta-feira) apontam para um cenário de estagflação (inflação elevada e menor crescimento económico), que Goolbee (Fed de Chicago) definia como cenário mais difícil para um Banco Central. Por isso, o mercado situa-se agora mais próximo das 2 descidas de taxas de juros este ano do que das 3 que descontava em meados da semana passada.


E neste contexto chega a reunião de banqueiros centrais de Jackson Hole (de quinta a sábado). A presença de Powell terá toda a atenção e poderá ser mista. Por um lado, consideramos muito provável que aproveite o momento para suavizar o tom em relação às suas últimas comparências e até poderá deixar a porta aberta para uma descida de taxas de juros em setembro. Contudo, poderá ser insuficiente para apoiar as ambiciosas expetativas do mercado, que esperam entre 2-3 cortes consecutivos antes do final do ano. E a Fed não tem necessidade de correr muito, e muito menos de se comprometer, com a inflação acima do seu objetivo (2%) e com riscos em alta devido aos impostos alfandegários, crescimento económico sólido e pleno emprego.


Mas isto será na sexta-feira. Até lá teremos um início de semana de certa calma, com as bolsas a moverem-se no intervalo lateral, à espera da presença de Powell em Jackson Hole, provavelmente a arrefecer as expetativas de descidas de taxas de juros e, portanto, a propiciar um pouco a realização de lucros.


S&P500 -0,3% NQ100 -0,5% SOX -2,3% ES-50 +0,3% VIX 15,1% BUND 2,79%. T-NOTE 4,30%. SPREAD 2A-10A USA=+56,5PB B10A: ESP 3,35% ITA 3,59%. EURIBOR 12M 2,09% (FUT. EURIBOR 12M 2,16%). USD 1,170. JPY 172,6. OURO 3.349$. BRENT 66,0$. WTI 63,0$. BITCOIN -1,3% (144.400$). ETHER -5,3% (4.283$)


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Trump recebe Zelensky e europeus em Washington*


Na sexta-feira, é grande a expectativa para o discurso de Powell em Jackson Hole


… O Simpósio de Jackson Hole é o principal destaque dos mercados nesta semana, com grande expectativa para o discurso de Powell, na sexta-feira, quando o presidente do Fed pode dar indicações mais claras sobre a queda do juro americano. A torcida é para que ele confirme a aposta majoritária de três cortes este ano, começando em setembro. Ainda no exterior, tem reunião do BC chinês e as prévias dos PMIs de agosto, que medem a atividade global. Em Wall St, varejistas divulgam balanços, enquanto Trump recebe hoje, em Washington, os líderes europeus e Zelensky para discutir a paz na Ucrânia, após seu encontro com Putin, que frustrou pela falta de detalhes e ausência de um cessar-fogo.


AINDA SEM ACORDO – A conversa de quase três horas entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, no Alasca, permanece sob sigilo, sem que nada tenha sido revelado no curto pronunciamento de ambos. O que há são especulações.


… O clima entre Trump e Putin foi amistoso, até demais, segundo a percepção de líderes europeus e de Kiev, como se viu na transmissão por TV, com o presidente dos Estados Unidos falando em um “acordo de paz permanente” em vez de um cessar-fogo.


… Como condição para essa paz permanente, Putin quer anexar territórios da Ucrânia, o mesmo que Trump vem defendendo.


… No domingo, Trump escreveu em sua rede social que houve “grandes avanços com a Rússia”. “Fiquem ligados”, disse ele, enquanto Zelensky viajou a Bruxelas para um encontro com os presidentes da UE e Ursula von der Leyen, que voam hoje para os Estados Unidos.


… O secretário de Estado americano, Marco Rubio, que participou da cúpula entre Trump e Putin, disse que foram “pedidas concessões” [por Moscou].


… Outro participante, Steve Witkoff, declarou à CNN que o líder russo sugeriu no encontro que poderia acabar com a guerra se garantisse o controle de dois territórios. A troca envolveria Donetsk e Lugansk por Sumi, Kharkiv, Zaporíjia e Kherson.


… A Rússia já controla três quartos da província de Donetsk, que invadiu pela primeira vez em 2014, e, até aqui, Zelensky descartava ceder qualquer território a Moscou, sustentando que isso abriria espaço para Putin conduzir novas ofensivas futuras.


… Outro tema sensível é a entrada da Ucrânia na Otan.


… Witkoff disse ainda que a Rússia concordou, pela primeira vez, que os Estados Unidos e outros países forneçam à Ucrânia proteção similar à prevista do Artigo 5 do Tratado de Washington, mas que Zelensky teria que abrir mão de se tornar um membro formal da Organização.


… Em declarações coordenadas após a cúpula no Alasca, os líderes europeus disseram que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deve “desempenhar um papel maior nas futuras conversas e que a paz não pode ser alcançada sem ele”.


… Zelensky agradeceu no X o “apoio significativo da Europa à independência e soberania da Ucrânia”, afirmando que “todos concordam que as fronteiras não devem ser alteradas pela força”. Segundo ele, as questões devem ser resolvidas entre Ucrânia, EUA e Rússia.


… No site Axios, Trump propôs no telefonema aos líderes europeus uma cúpula entre os três países já nesta sexta-feira, dia 22.


… Do encontro de hoje em Washington participarão, além de Zelensky, Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália), Friedrich Merz (Alemanha), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Keir Starmer (Reino Unido) e Mark Rutte (Otan).


LULA – Voltou a provocar Trump, em um vídeo postado no sábado à noite, no qual aparece plantando um pé de uva no Alvorada.


… Ajoelhado no chão, mexendo com a terra em torno da muda, o presidente diz: “Não adianta o presidente Trump taxar a nossa uva, porque, se for necessário, ela vai para a merenda escolar”. Em seguida, disse que espera uma visita de Trump pra ele conhecer o “Brasil verdadeiro”.


… “O povo que gosta de samba, que gosta de carnaval, que gosta de futebol, que gosta dos Estados Unidos, que gosta da China, que gosta da Rússia, que gosta do Uruguai, que gosta da Venezuela, nós gostamos de todo mundo.”


… Já no domingo, Lula postou novo vídeo ao lado de Padilha, cuja esposa e filha tiveram cassados os vistos aos Estados Unidos, em visita a dois pacientes do SUS atendidos pelo programa Agora Tem Especialistas na rede privada de hospitais.


… Novo recorte de pesquisa Datafolha no fim de semana mostra que 35% dos entrevistados veem o presidente Lula como o principal culpado pela tarifa aplicada ao Brasil pelos Estados Unidos. Bolsonaro (22%) e seu filho Eduardo (17%) são o segundo e o terceiro mais citados.


… Lula recebe hoje o presidente do Equador, Daniel Noboa. Os dois fazem declaração conjunta à imprensa às 12h30.


JACKSON HOLE – Depois que as apostas em três cortes do juro americano, a partir de setembro, chegaram a quase 100%, dados mais fortes da inflação ao produtor nos Estados Unidos esfriaram um pouco as expectativas, mas a ampla maioria ainda trabalha com esse cenário.


… O discurso de Powell acontecerá na sexta-feira e até lá o suspense pode gerar volatilidade nos negócios.


MAIS AGENDA – Antes de Jackson Hole, a quarta-feira já desperta atenção, com a ata do último Fomc e uma fala de Christopher Waller, favorito para substituir Powell. Amanhã, terça, fala Michelle Bowman, também dovish. Pelos falcões, Raphael Bostic fala na quinta.


… Quinta-feira também é dia dos índices de atividade industrial e de serviços (PMI) nos países da Europa, zona do euro e Estados Unidos.


… Na China, o PBoC decide sobre o juro com resultado no final da noite de terça-feira.


… Em Wall St, a semana é das varejistas, com os balanços da Home Depot amanhã (terça), Target na quarta e Walmart na quinta.


NO BRASIL – Indicadores estão concentrados nesta segunda, quando serão divulgados o IGP-10 de agosto (8h), com a mediana em 0,29% (de -1,65% em julho), e o IBC-BR de junho (9h), que deve ficar positivo em 0,05% (-0,74% em maio) – projeções Broadcast.


… Ainda hoje, saem o IPC-Fipe semanal (5h), a primeira prévia de agosto do IGP-M (8h) e a pesquisa Focus (8h25), com a atualização das projeções. E, na quarta-feira, o BC divulga nota da reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) e dados do fluxo cambial.


… Na quinta-feira, a Receita deve divulgar o resultado da arrecadação federal de julho, com coletiva de imprensa dos técnicos. Os economistas de mercado esperam um resultado de R$ 252,50 bilhões em julho (mediana), após R$ 234,594 bilhões em junho.


HADDAD -Participa hoje, às 9h30, da sessão de abertura do Fórum “Futuro Sustentável”, promovido pelo Financial Times & Times Brasil CNBC. O evento será em São Paulo.


WARREN DAY – Realiza hoje, das 13h às 19h30, no Hotel Unique (SP), a terceira edição de seu evento anual, com o tema “Futuros Possíveis”, e a participação de gestores de fundos como Rogério Xavier (SPX), Bruno Cordeiro (Kapitalo) e Felipe Guerra (Legacy Capital).


… Estão ainda confirmadas as presenças do governador Tarcísio de Freitas (17h15), do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron (16h15), e do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen (14h). Transmissão ao vivo pelo Youtube.


POLÍTICA –Presidente Lula viaja na sexta-feira para Bogotá (Colômbia), onde participará da 5ª Cúpula de Presidentes dos Estados do TCA.


… Na Câmara, é aguardada a apresentação do parecer da reforma administrativa pelo relator Pedro Paulo (PSD) e, no Senado, a ministra Simone Tebet deve participar de audiência pública para tratar de subsídios tributários, financeiros e creditícios concedidos pela União.


… A CCJ tem na pauta a discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autonomia financeira do Banco Central.


TARIFAS – O governo vai enviar hoje a defesa do País sobre a acusação de práticas desleais feita pelos Estados Unidos, na investigação comercial aberta pelo Escritório do Representante Comercial (USTR) contra o Brasil em 15 de julho. A data é o prazo final para a resposta.


… Sem fornecer detalhes, Trump disse que anunciará nesta semana as tarifas sobre aço e chips, que inicialmente terão taxas menores.


A RÉGUA DO CÂMBIO – As especulações de que o dólar possa furar o patamar de R$ 5,30 nas próximas semanas começarão a ser calibradas na sexta-feira pelo tom do discurso que Powell resolver assumir em Jackson Hole.


… Não é provável que o presidente do Fed confronte a aposta amplamente precificada pelo mercado de início do ciclo de relaxamento monetário em setembro e preferira esperar pelo payroll e inflação de agosto.


… O consenso é que Powell deve ratificar o mês que vem como largada para os cortes, embora refutando a pressão de Trump por uma queda mais agressiva, de 50 pontos.


… Quanto ao ajuste total do juro, ele deve fazer fama à sua abordagem cautelosa, optando por esperar para ver os dados e impacto das tarifas na inflação, antes de se comprometer com cortes também em outubro e dezembro.


… Mary Daly sinalizou na última sexta-feira que dois cortes continuam sendo uma boa projeção, começando por setembro.


… Segundo ela, um mercado de trabalho em abrandamento, uma economia que está desacelerando, mas não lenta, em comparação com a inflação que ainda está acima da meta do Fed, justificariam “alguns cortes” este ano.


… Antecipando à inclinação dovish, o dólar continua caindo mundo afora. Aqui, fechou a semana abaixo da marca dos R$ 5,40, em queda de 0,35%, cotado a R$ 5,3980, seguindo a onda externa de enfraquecimento.


… Nos Estados Unidos, os investidores avaliaram a piora na prévia do sentimento ao consumidor de Michigan (58,6 em agosto, de 61,7 em julho e abaixo do consenso, de 62) e o índice DXY do dólar caiu abaixo da linha dos 98 pontos.


… Fechou em queda de 0,43%, aos 97,831 pontos. Só este mês, já caiu mais de 2% e, no ano, acumula perdas de quase 10%. O euro subiu 0,47%, a US$ 1,1705, e a libra esterlina ganhou 0,21%, negociado a US$ 1,3554.


… O iene (147,23/US$) se animou com o PIB japonês do segundo trimestre de 1%, acima da previsão de 0,90%.


… Dois grandes bancos (Itaú e Santander) informaram na sexta-feira terem revisado para baixo as suas estimativas para o IPCA deste ano, citando o câmbio doméstico mais apreciado, que tende a esvaziar os preços dos alimentos.


… Diante da fraqueza global da moeda norte-americana e dos juros altos no Brasil, o Itaú Unibanco reduziu a projeção do dólar em 2025 de R$ 5,65 para R$ 5,50 e, por tabela, revisou o IPCA do ano de 5,2% para 5,1%.


… Também citando a valorização do real, além da queda nos bens comercializáveis, o Santander passou a esperar inflação abaixo de 5%, com projeção de IPCA de 4,9% (contra 5,1% antes), de carona na surpresa do IPCA de julho.


VAI QUE… – O mercado vai forçando o BC a incorporar uma comunicação menos conservadora em relação à taxa Selic, que possa antecipar para janeiro ou até mesmo dezembro a queda do juro abaixo de 15%. Mas até agora nada.


… Um dia depois do indicador de serviços em junho ter vindo mais forte do que se esperava, os dados de emprego da Pnad contínua também revelaram ritmo aquecido, apesar da política monetária ainda bastante contracionista.


… A taxa de desemprego caiu ao menor nível da série histórica, para 5,8% no segundo trimestre, de 7% no primeiro trimestre, impedindo uma queda no DI curto. Mas o BC não está livre da pressão por corte antecipado do juro.


… No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcou 14,895% (de 14,891% no ajuste anterior). Já os demais contratos devolveram prêmios de risco forma moderada, em linha com o alívio observado no câmbio.


… Jan/27 caiu a 13,910% (contra 13,940% na véspera); Jan/29 recuou para 13,090% (de 13,130%); Jan/31 voltou  a 13,360% (de 13,402%); e o vencimento para Jan/33 terminou na mínima do dia, a 13,500% (contra 13,553%).


SKAVURSKA! – Enquanto Trump tentava quebrar o gelo com Putin no Alasca, na sexta-feira, o petróleo antecipava um desfecho positivo, com possível relaxamento de tensões geopolíticas e sem novas sanções ao petróleo russo.


… O barril do Brent para outubro registrou desvalorização expressiva de 1,48%, negociado a US$ 65,85.


… Apesar da queda firme do petróleo, as ações da Petrobras resistiram estáveis, em dia de exercício de opções na bolsa, com possível contra-ataque dos comprados. ON recuou 0,09%, a R$ 32,60, e PN caiu 0,03% (R$ 30,17).


… Em dia de game, o Ibovespa girou R$ 24,6 bilhões e fechou no zero a zero (-0,01%), aos 136.340,77 pontos. Vale ON perdeu 0,19% (R$ 53,32), bem menos do que o minério de ferro, que fechou em baixa de 1,08% na China.


… Entre as blue chips financeiras, a estrela do dia foi BB, com salto de 4,03%, para R$ 20,65. O papel exibiu otimismo improvável, depois do menor lucro trimestral em quase cinco anos e corte da perspectiva de dividendos para 2025.


… Analistas no Broadcast atribuíram o call de compra a um movimento técnico de investidores que estavam vendidos no papel, antecipando um balanço pessimista, e que foram forçados a zerar suas posições negativas.


… O Globo destacou comentário do vice-presidente de Gestão Financeira e de RI do Banco do Brasil, Geovanne Tobias, de que 2025 será um ano de ajustes à instituição, sem previsão de pagamento de dividendos extraordinários.


… Ainda entre os bancos, Itaú PN cedeu 0,35% (R$ 37,49), Bradesco ON fechou praticamente estável (-0,07%), a R$ 13,79, Bradesco PN registrou leve alta de 0,12%, a R$ 16,03, e Santander unit subiu 0,26%, negociada a R$ 26,93.


… Em pregão de compasso de espera pela cúpula entre Trump e Putin, o S&P 500 caiu 0,29%, aos 6.449,80 pontos, o Nasdaq perdeu 0,40%, aos 21.622,98 pontos, e o Dow Jones fechou estável (+0,08%), a 44.946,12 pontos.


… A notícia de que o bilionário Warren Buffett comprou 5 milhões de ações UnitedHealth, por meio da Berkshire Hathaway, impulsionou o desempenho dos papéis do grupo de saúde, que registram ganho de quase 12%.


… Os juros dos Treasuries ignoraram a primeira queda em quatro meses do sentimento do consumidor americano e se concentraram na alta das vendas no varejo, de 0,5% em julho, que superou a previsão do mercado de +0,1%.


… A taxa da Note de 2 anos subiu para 3,751%, contra 3,733% na véspera, e a de 10 anos foi a 4,320%, de 4,286%.


CIAS ABERTAS – Conselho da EMBRAER aprovou nova capitalização da Eve; investimento de US$ 300 milhões será realizado por diversos investidores, incluindo o BNDES…


… Investimento total da Embraer será de US$ 20 milhões, pelo preço de US$ 4,85 por ação.


AZUL informou ter recebido notificação da B3 sobre enquadramento da cotação das suas ações PN…


… Empresa afirmou que avaliará e adotará as medidas necessárias para o reenquadramento, observando evolução e aprovações do plano apresentado no processo de recuperação judicial nos EUA (Chapter 11).


GPA informou que André Francez Nassar e Diego Xavier Mendes apresentaram carta de renúncia aos cargos de membro efetivo e membro suplente do Conselho Fiscal da companhia, respectivamente…


… A companhia disse que adotará as medidas necessárias para a oportuna eleição os novos integrantes.


MULTIPLAN. GIC, fundo soberano de Cingapura, reduziu participação acionária na empresa de 6,036% para 4,995%, passando a deter 25.634.200 de papéis ordinários.


ELETROBRAS alterou valores do dividendo por ação ON e golden share, que passaram de R$ 1,757706425 para R$ 1,757644112; segundo a empresa, mudança ocorreu devido a alteração da quantidade de ações em tesouraria…


… Pagamento será realizado em 28/8 e faz parte da distribuição de R$ 4 bilhões em dividendos já prevista.


VIBRA ENERGIA. Comerc afirmou, após consultar a sua acionista controladora, que não existem negociações para a sua venda, após a veiculação de notícias sobre o assunto. 


BANCO MASTER. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, se reúne amanhã (terça-feira) com deputados, após governo do DF enviar à Câmara Legislativa do DF o projeto de lei que autoriza o BRB a comprar parte do Master.

domingo, 17 de agosto de 2025

Leitura de domingo

 *Leitura de Domingo:Fazenda cria pacote regulatório mirando aceitação da tributação de LCI e LCA*


Por Giordanna Neves


Brasília, 12/08/2025 - O Ministério da Fazenda prepara um pacote regulatório voltado aos setores agrícola e imobiliário para reduzir a resistência à proposta de tributar em 5% títulos de renda fixa hoje isentos, como as LCAs e as LCIs, apurou a Broadcast. A estratégia é "casar" essas medidas com o aumento de alíquota previsto na Medida Provisória (MP) encaminhada pelo governo ao Congresso. As propostas ainda estão em elaboração, com participação dos setores envolvidos.


Um interlocutor da equipe econômica ouvido pela reportagem explicou que as propostas regulatórias, que serão tratadas no âmbito do Conselho Monetário Nacional (CMN), buscam garantir que os recursos incentivados sejam efetivamente direcionados aos setores-alvo, ampliando a oferta de crédito e reduzindo o custo das linhas. "Embora as medidas possam ser implementadas de maneira infralegal, o que a gente quer construir com o setor é a ideia de que tem um pacote que melhora a vida deles, mesmo aumentando a tributação dos títulos", explicou a fonte.


Há uma avaliação que o incentivo tributário sobre papéis como LCIs e LCAs, que será mantido mesmo após o fim da isenção, não têm chegado aos setores-alvo. Em entrevista exclusiva ao Broadcast/Estadão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou que poderia haver uma nova regulação para esses títulos com o intuito de aperfeiçoar os mecanismos de financiamento. "Esses outros títulos [letras de crédito] pagam zero. Quando você vai ver, o que está chegando na ponta para o produtor? Nada. Os detentores do título me dizem isso. [O recurso] fica no meio do caminho", disse Haddad.


As propostas em estudo visam dar continuidade à uma agenda que avançou no CMN no ano passado, quando foram aprovadas medidas para garantir que títulos como CRA, CRI, LCA, LCI e LIG sejam lastreados apenas em operações diretamente ligadas ao agronegócio ou ao mercado imobiliário, evitando distorções e usos para fins que não correspondem aos objetivos originais desses instrumentos.


Avanço


Esse novo pacote regulatório poderia diminuir a resistência dos setores à medida e, ainda, superar divergências de entendimento sobre o conteúdo mais amplo da MP. Como mostrou a Broadcast, uma ala da equipe econômica considera que, se o Congresso rejeitar a proposta de cobrar 5% de IR sobre títulos de renda fixa hoje isentos, não fará sentido manter a unificação da alíquota de 17,5% sobre aplicações financeiras, até para não gerar uma distorção no mercado.


A avaliação, no entanto, não é unânime entre os técnicos. A ala responsável pela elaboração do texto, por exemplo, aponta que as medidas são totalmente independentes e que a uniformização da alíquota sobre as aplicações financeiras seria mantida no texto mesmo se o Congresso viesse a rejeitar o fim da isenção dos títulos.


O trecho da MP que está de fato ligado à uniformização de alíquotas, disse um interlocutor, é a ampliação da compensação de ganhos e perdas no mercado financeiro. Antes, essa possibilidade existia apenas para operações em renda variável. Com a mudança, é possível, por exemplo, usar o rendimento da renda fixa para compensar prejuízos na renda variável. Segundo técnicos, não é viável fazer essa compensação de forma simples e racional sem uma alíquota uniforme.


A MP estabelece que, a partir de 2026, os rendimentos de aplicações financeiras no Brasil terão alíquota fixa de 17,5% de Imposto de Renda. Com isso, acaba o modelo escalonado, que previa 22,5% para investimentos de até seis meses e 15% para os que superassem dois anos.


Integrantes da Fazenda ponderam que esse incentivo para reter papéis é desnecessário e não faz sentido no mercado atual. Hoje, os prazos dos títulos no Brasil superam dez anos, enquanto o benefício foi criado mirando prazos de dois anos. Além disso, explicou um interlocutor, manter o papel parado reduz a liquidez, quando o objetivo é apenas alongar o prazo dos títulos, "e não fazer com que as pessoas fiquem com o título na mão".


Contato: giordanna.neves@estadao.com


Broadcast+

Arko Advice e FSP

 *ARKO ALERTA | Lula é visto como o principal responsável pelo tarifaço, aponta o Datafolha*


A estratégia adotada pelo presidente Lula (PT) de tentar responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil enfrenta obstáculos.


Segundo a pesquisa divulgada nesse sábado (16) pelo instituto Datafolha, 35% dos entrevistados consideram que Lula é o principal responsável pela taxação de 50% imposta pelo governo norte-americano contra o Brasil. Jair Bolsonaro é citado por 22%. Eduardo Bolsonaro é mencionado por 17%. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, é visto por 15% dos entrevistados como o responsável pelas tarifas.


Se somarmos os percentuais de Lula e Moraes, o índice dos que responsabilizam o presidente e o ministro do STF pelas tarifas atinge 50%. Por outro lado, 39% responsabilizam Jair e Eduardo Bolsonaro.


Vale recordar ainda que a pesquisa Ipsos-Ipec divulgada na semana passada havia revelado que 51%  discordam totalmente/em parte da frase “o presidente Lula fez tudo o que deveria para evitar o tarifaço”. 41% concordam totalmente/em parte com a frase. 


O Datafolha também apontou que 40% acreditam que Donald Trump irá tomar novas medidas que irão prejudicar mais a economia brasileira após a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. 28% consideram que Trump irá negociar mais. 20% entendem que os Estados Unidos irão manter as medidas econômicas que já haviam sido tomadas.


Apesar de Lula ter se apropriado da narrativa da defesa da soberania, a aposta na politização do tarifaço, explorando o discurso antiamericano e a polarização com o bolsonarismo indica limites. Tais limites devem ser insuficientes para Lula reverter o saldo negativo de popularidade. 


Como as tarifas impactam negativamente a economia, o custo político do caminho adotado por Lula pode ser elevado, já que o presidente tende a ser responsabilizado pelo ambiente econômico.




*Com discurso de candidato a presidente, Tarcísio almoça em SP com o PIB*


Parte expressiva do PIB almoçou hoje com o seu candidato preferido a presidente da República, Tarcísio de Freitas.


O encontro foi na casa de Alexandre Bettamio, co-head de investment banking global do Bank of America, na Fazenda Boa Vista. Tarcísio falou por uma hora e meia. Fez uma longa apresentação sobre sua trajetória pessoal e política para cerca de 200 convidados. E foi interrompido várias vezes por aplausos.


Sempre agradecendo a sua mulher, Cristiane, Tarcísio abordou meticulosamente o que precisaria ser feito para colocar o Brasil nos trilhos, sempre dando exemplos de sua gestão em São Paulo. Quem esteve lá, achou o governador candidatíssimo à Presidência da República.


Estavam presentes Rubens Ometto (Cosan), Milton Maluhy (Itaú), Mário Leão (Santander), Alexandre Birman (Azzas), Marcos Molina (Marfrig/BRF), Zeco Auriemo (JHSF)e Roberto Campos Netto, entre outros pesos pesados da economia brasileira


https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2025/08/com-discurso-de-candidato-a-presidente-tarcisio-almoca-em-sp-com-o-pib.ghtml

Decisão do Fed x Trump

 *O canto da sereia do corte de juros*


A semana foi marcada pelo otimismo dos investidores globais, especialmente em função do aumento na probabilidade de cortes de juros nos EUA já na reunião de setembro. O principal fundamento para esse posicionamento foi a divulgação do índice de inflação ao consumidor, levemente abaixo das expectativas. O mercado de juros passou a precificar praticamente como certo um corte em setembro, mesmo após a divulgação de dados de inflação ao produtor significativamente acima do esperado.


O FED possui dois mandatos principais: (i) a estabilidade de preços, com a meta de manter a inflação abaixo de 2% no longo prazo, e (ii) a saúde do mercado de trabalho, sem uma meta numérica específica. Nesse contexto, um corte de juros em setembro poderia ser justificado pela expressiva revisão negativa na abertura de postos de trabalho, ao mesmo tempo em que a inflação ao consumidor mostra trajetória gradual de convergência à meta, ainda que permaneça acima dela.


Nesse cenário, a inflação ao produtor acima do esperado divulgada nesta semana ganha ainda mais relevância. Como indicador antecedente da inflação ao consumidor, dada a capacidade de repasse de custos pelas empresas para manter margens. O dado acima do esperado veio especialmente do setor de serviços, enquanto o segmento de bens tende a ser pressionado nas próximas divulgações pelo efeito das tarifas. Caso a pressão persista, dois cenários se tornam prováveis: (i) repasse de custos ao consumidor, pressionando os índices de inflação, ou (ii) absorção dos custos pelas empresas, com impacto negativo sobre suas margens.


No campo geopolítico, houve avanço nas conversas entre Trump e Putin no Alasca sobre a guerra da Ucrânia. O resultado pareceu positivo para a possibilidade de encerramento do conflito, ficando a decisão final sob responsabilidade da Ucrânia em aceitar ou não o acordo proposto pela Rússia. A divulgação ocorreu após o fechamento do mercado na sexta-feira, e seus efeitos devem ser refletidos na próxima semana, embora parte do movimento já estivesse precificado pelos agentes.


A expectativa de cortes de juros beneficiou especialmente empresas mais sensíveis ao ciclo econômico, com menor geração de caixa e maior alavancagem. Assim, o Russell 2000 subiu 3,1%, enquanto o S&P 500 avançou 0,9%. O Dow Jones teve alta de 1,7%, e o Nasdaq, mais atrelado às empresas de tecnologia, avançou apenas 0,4%.


Na curva de juros, a ponta curta recuou, com a taxa do título de 2 anos caindo 0,2 p.p., cotada a 3,8%. Já a ponta longa subiu, refletindo tanto a alta da inflação ao produtor quanto os dados fiscais piores que o esperado, o que elevou a taxa do título de 10 anos em 0,9 p.p., para 4,3%, levando à queda de 1,0% nos preços dos Treasuries de longo prazo. O dólar recuou 0,4% globalmente.


Os ativos globais também se beneficiaram da perspectiva de afrouxamento monetário, com o DAX subindo 0,8%, o Nikkei 2,6% e os mercados emergentes 1,0%. Na China, o adiamento de 90 dias nas tarifas comerciais com os EUA impulsionou ganhos de 2,6% nas ações tradicionais e 3,7% nas de tecnologia. O ouro caiu 1,8% e o petróleo recuou 0,8%.


*À espera do estrangeiro*


No Brasil, o destaque foi o IPCA abaixo do esperado, reforçando a tendência de desinflação. O dado reflete arrefecimento dos preços, especialmente em função da queda global das commodities e da apreciação cambial. Apesar disso, a inflação ainda se mantém acima do teto da meta, exigindo manutenção de uma política monetária restritiva por período prolongado. Parte do mercado, no entanto, passou a considerar cortes antes do previsto.


No campo fiscal, o governo anunciou um pacote de apoio aos produtores afetados pelas tarifas. A proposta, ainda pendente de aprovação, prevê cerca de R$ 30 bilhões, dos quais R$ 9,5 bilhões ficariam fora do arcabouço fiscal. Embora o valor seja relativamente pequeno diante do orçamento federal, o precedente de exclusões pode trazer riscos à credibilidade do regime fiscal. Caso o pacote seja utilizado como estímulo à atividade, o Banco Central pode enfrentar maior dificuldade na convergência da inflação.


O mercado local reagiu de forma moderada. O Ibovespa subiu 0,3% e o dólar caiu 0,4%. As taxas dos títulos públicos com vencimento em 2030 recuaram: -1,1% na taxa prefixada (13,3%) e -0,8% no papel indexado ao IPCA (IPCA+7,6%).


Em nossa visão, o Brasil se beneficiou ao longo do ano de forte fluxo estrangeiro em busca de ativos emergentes, aliado a valuations depreciados, o que justificou parte relevante da valorização observada até aqui. Entretanto, sem entrada consistente de novos fluxos, vemos dificuldade na sustentação desse movimento, especialmente diante das fragilidades fiscais. Optamos, portanto, por um posicionamento mais defensivo, reduzindo exposição a prefixados longos e aguardando um momento de maior assimetria para retomar posições mais relevantes.


Qualquer necessidade estou à disposição.

Um abraço, Breno - Rubik Capital

O efeito deleterio do Bolsa Família

 Do Editorial do Estadão de hojehttps://gilvanmelo.blogspot.com/2025/08/o-que-midia-pensa-editoriais-opinioes_17.html#more


O efeito deletério do Bolsa Família


O Estado de S. Paulo


Estudo mostra que mudanças no programa nos últimos anos, sobretudo o aumento do benefício, têm gerado impacto negativo sobre o mercado de trabalho e estimulado a informalidade


Com mais de 20 anos de existência num país onde as políticas públicas têm história errante, o Bolsa Família é um robusto programa de transferência de renda, uma marca já integrada ao imaginário nacional e uma força de irresistível apelo eleitoral – atributos que costumam converter críticas em crime de lesa-pátria. Mas, felizmente, não têm faltado estudos sérios destinados muito mais a aperfeiçoar o programa do que questionar sua existência. O mais recente deles, realizado por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), toca numa novidade: os efeitos do Bolsa Família sobre o mercado de trabalho mudaram. Para pior. Segundo o estudo, para cada duas famílias que recebem o auxílio, uma sai da força de trabalho.

Fabio Alves