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Diário de um economista de mercado

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30 anos de mercado - algumas lições

São quase 30 anos de mercado, entre idas e vindas. Destes anos todos, importante colher alguns ensinamentos, absorvidos ao longo desta caminhada. 

1. Corretoras de valores não sobrevivem se não tiverem um "backup" de uma instituição financeira, um banco, ou recursos da matriz, se forem estrangeiras. Eu digo que monta-se uma mega estrutura cara, para gerar um caixa irrisório, vendendo produtos financeiros variados e pouco críveis. A conta não fecha;

2. Empresa de Consultoria economico-financeira não se sustenta se não tiver uma estrutura flexível. Tudo bem. Deve-se dar aos servidores de baixo, na parte administrativa, o salário fixo pela CLT, mas aos analistas, é importante flexibilidade e arrojo, sendo "pejota" e tendo participação nos resultados (ser sócio). 

3. Uma empresa não pode acumular dívida trabalhista, nem fiscal. Se esta estiver se acumulando, é essencial um alarme e um "freio de arrumação", antes que seja tarde. Empresa média quebra por estas razões. 

4. O mercado sofreu um "downsizing" violento nos últimos anos, se concentrando em umas poucas corretoras, grande maioria, vinculadas a bancos ou na mão de gringos. 

5. As duas principais "corretoras bancos" possuem um predicado que foi ter colocado muito dinheiro em escritórios de agentes autônomos (AAI), meio caminho para ganhar em escala e capilaridade. Dificilmente, hoje existe concorrência fora destas duas. Para reforçar, as corretoras de bancos ainda herdam os clientes destes. As independentes estão enrascadas. 

6. Isso resulta numa explosão destes escritórios de AAI e de gestoras. O problema é que estas se diferenciam pela gestão de fundos macro e multimercados. Mas como "sobreviver" à ambientes distópicos como o atual, com fraca governança e muitos conluios, muito improviso? A possibilidade de errar a mão, na gestão dos fundos, é muito grande.

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