segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Augusto Franco

 "Uma das coisas mais nojentas e revoltantes destes tempos em que vivemos no Brasil é o aparecimento do jornalista chapa-branca. Alguns por oportunismo ou ganância (ou querer se dar bem na vida), mas são minoria. A maioria é por formação mesmo, por força da impregnação ideológica de que foram vítimas em universidades colonizadas pela esquerda populista e iliberal. 


O jornalista chapa-branca é sempre um agente corruptor, não só da dignidade da profissão, mas também dos mecanismos de freios e contrapesos da democracia (mecanismos nos quais a imprensa livre cumpre um papel fundamental). Não se trata de ter uma opinião ou posição política - direito que todos, jornalistas ou não, devem ter - e sim de distorcer as notícias e falsificar as interpretações para servir a um projeto de conquista de hegemonia sobre a sociedade a partir do Estado aparelhado por um partido. 


No Brasil, sob o comando lulopetista, o jornalista chapa-branca adquiriu, entretanto, outro status: passou a fazer parte, organicamente, do sistema ampliado de governança do governo. Se não fosse ele - essa espécie de "comissário" partidário na imprensa - a aceitação do governo e a popularidade do presidente estariam muito abaixo dos patamares revelados pelos institutos de pesquisa de opinião.


Augusto Franco no X.

Necessidade de freios

 Freios ao poder sem limites


As Supremas Cortes, como guardiãs da Constituição, são o anteparo mais eficaz contra a instrumentalização da democracia pelos que querem impor a tirania da maioria


17 ago. 2025

Estadão Editorial 


Como o mundo, atônito, observa, o presidente dos EUA, Donald Trump, tem cometido as maiores barbaridades supostamente em defesa dos valores da democracia liberal. Legitimado pela maioria do voto popular e do Colégio Eleitoral, além do fato de ter o controle de ambas as Casas Legislativas, Trump parece se sentir autorizado a fazer o que lhe dá na veneta, como se o triunfo eleitoral fosse uma espécie de salvo-conduto para a imposição arbitrária – e irresponsável – de suas vontades. Tal atitude viola o princípio democrático fundamental segundo o qual há limites claros para o exercício do poder, mesmo quando emanado de escolhas majoritárias.


Em escala menor de danos, mas não menos preocupante, Jair Bolsonaro agiu da mesma forma no Brasil. Durante seu trevoso mandato, o ex-presidente esgarçou as fronteiras da legalidade, da institucionalidade e da decência, naturalizando arroubos autoritários como tática para acostumar a opinião pública, digamos assim, ao seu projeto de poder. Os efeitos disso são duradouros. Há poucos dias, como se viu, uma súcia de parlamentares ligados ao bolsonarismo sequestrou as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado como se isso fosse a coisa mais normal do mundo, e cobrou como resgate o avanço de projetos destinados à impunidade não só de Bolsonaro e seus asseclas, como também de deputados e senadores que se sentem ameaçados pela lei – sobretudo pela malversação de bilhões de reais em emendas ao Orçamento.


Todos esses atores políticos se dizem defensores de valores democráticos universais – liberdade de expressão, direitos humanos, eleições regulares, participação popular –, mas, na prática, só instrumentalizam a democracia para dar vazão a seus desígnios autoritários, sem prejuízo de outros interesses inconfessáveis. Essa contradição, aliás, é o cerne de uma perversão contemporânea, de resto já amplamente descrita pela literatura política: as liberdades democráticas transformadas em um meio de sua própria erosão. Ao reivindicar legitimidade das urnas para atacar os pilares do Estado Democrático de Direito, líderes como Donald Trump, Jair Bolsonaro, Vladimir Putin e Viktor Orbán, entre outros, revelam-se, na verdade, inimigos da mesma democracia liberal que juram estar resguardando com suas estocadas.


Há, no entanto, obstáculos institucionais contra esses democratas de fancaria que precisam ser preservados. O principal deles é a Constituição, que garante que nem mesmo a vontade da maioria nas urnas pode transgredir os limites, direitos e garantias individuais nela consagrados. No Brasil, cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) a missão de ser o guardião desse pacto civilizatório. E, nesse sentido, é de justiça reconhecer que a Corte tem resistido bravamente a enormes pressões, internas e externas, principalmente do governo dos EUA – a maior potência militar e econômica da História –, para aliviar a barra de Jair Bolsonaro e seus corréus no julgamento por tentativa de golpe de Estado. Não seria aceitável, mas seria compreensível, se os ministros sucumbissem a tamanho A vida pessoal deles tem sido afetada por decisões arbitrárias da Casa Branca com claro propósito de subjugar o STF.


É legítimo e saudável criticar decisões pontuais de ministros ou mesmo do colegiado do STF. Isso é próprio de uma democracia vibrante. Outra coisa, intolerável, é deslegitimar a Corte pelo que ela é com o objetivo de enfraquecer ou eliminar a instituição guardiã da mais poderosa barreira contra o autoritarismo. Ataques desse jaez não podem ser enquadrados como mera divergência política – são atentados contra o Estado Democrático de Direito.


Há poucos dias, o próximo presidente do STF, ministro Edson Fachin, resumiu bem estes tempos estranhos ao afirmar que há “tentativas de erosão democrática” nas Américas. Fachin também foi preciso ao anunciar que sua gestão privilegiará a contenção, a colegialidade e a pluralidade. Oxalá assim seja. É exatamente disso que advém a força institucional das Cortes constitucionais mundo afora. Agindo dentro desses parâmetros, elas são hoje mais fundamentais do que nunca para garantir a integridade do texto que é o único anteparo civilizado contra aqueles que, disfarçados de democratas, pretendem governar sem freios. •

Mais uma SAF no pedaço, a do Flu

 *Diretoria do Flu aceita a proposta do BTG para a SAF*




A SAF do Fluminense avançou algumas casas: a diretoria do clube aceitou a proposta do BTG Pactual e decidiu levá-la à Assembleia Geral.


Ou seja, todos os sócios do clube com mensalidade em dia poderão votar se aceitam os termos do contrato ofertado pelo banco. São cerca de 59 mil sócios, mas na última eleição para presidente, a que reelegeu Mário Bittencourt, apenas 3,7 mil votaram. Este deve ser o quórum provável da votação.


O BTG propõe a criação de um fundo que terá como cotistas tricolores ilustres — um deles, o próprio dono do banco, André Esteves.


Precavida, a diretoria do Fluminense contratou uma grande empresa de comunicação para montar a estratégia de divulgação da proposta. Com problemas recentes em SAFs, como as do Vasco e do Botafogo, fica claro que uma ação de comunicação planejada é necessária para evitar ruídos causados pela oposição. Está previsto que já em setembro o clube comece a divulgar a proposta do BTG.


Para CEO da SAF, o nome escolhido é o de Mário Bittencourt, cujo mandato como presidente do Flu acaba no fim do ano.


https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2025/08/diretoria-do-flu-aceita-a-proposta-do-btg-para-a-saf.ghtml

Mais Bco Master

 Vorcaro negocia linha de R$ 12 bi a R$ 15 bi do FGC para o banco Master


 


Objetivo da operação é dar cobertura aos vencimentos dos CDBs após a análise pelo BC da operação de venda ao BRB; fundo já havia liberado R$ 4 bi em maio


 


BRASÍLIA


 


O banqueiro Daniel Vorcaro, do Master, negocia uma segunda linha com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) em um valor de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões para dar cobertura a vencimentos de CDBs (Certificado de Depósito Bancário) após a conclusão da análise e aprovação pelo Banco Central da operação de venda ao BRB (Banco de Brasília). O fundo, que recebe aporte das instituições financeiras e garante aplicações de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ em caso de intervenção ou falência, já liberou em maio uma linha de liquidez para garantir o fluxo de pagamento de até R$ 4 bilhões pelo banco durante a fase de apreciação do negócio pelo BC. O Master tinha como estratégia vender CDBs com alta remuneração, usando a cobertura do FGC como atrativo. As discussões em andamento passam por uma reorganização societária, o que inclui a cisão do banco Voiter, que hoje faz parte do conglomerado Master. Na divisão, Augusto Lima, hoje CEO do Master, ficará com o Voiter. A divisão já passou pela análise da diretoria do BC na semana passada. Procurado, o BC não respondeu à reportagem. Vorcaro também está fechando a venda da seguradora Kovr. A negociação deverá ser feita com os atuais gestores da corretora com a participação de fundos ligados ao PicPay, controlado pela J&F, holding dos irmãos Batista. O PicPay já é parceiro da Kovr. O Banco Master de Investimento, que também integra o conglomerado Master, ficará com os ativos que não serão adquiridos pelo BRB, calculados hoj e em cerca de R$ 46 bilhões. Segundo uma pessoa que participa das negociações, ele será o “vetor” a receber os ativos remanescentes. Esses ativos serão vendidos depois para fazer frente aos vencimentos dos CDBs. O BTG Pactuai é um dos interessados em fazer a liquidação privada desses ativos, como já ocorreu em outras operações desse tipo no passado. Para pessoas próximas, Vorcaro não descarta fazer a venda para gerar R$ 80 bilhões, já que considera que os valores dos ativos estão subestimados. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, se reuniu nesta sexta (15) com André Esteves, chairman e sócio sênior do BTG Pactuai, em São Paulo. Também estava previsto na agenda uma reunião à tarde com Joesley Mendonça Batista, acionista da J&F Investimentos S.A. Na quinta (14), os diretores de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, e de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Dias de Brito Gomes, se reuniram com Vorcaro e Lima. Com o dinheiro da venda da seguradora e de outros ativos, como precatórios (títulos de ações judiciais), pré-precatórios e ações de empresas, Vorcaro fará um aporte na parcela do Master que ficará com o BRB. A expectativa é que o montante fique em torno de R$ 1 bilhão para dar liquidez ao banco, que está com suas captações paradas após o anúncio da venda ao Banco de Brasília. A venda da seguradora já estava na estratégia do negócio com o BRB, porque o banco do governo do DF já tem uma seguradora própria e havería conflito de interesses, segundo uma pessoa que participa da negociação. A análise pelo BC se arrasta desde o fim do março, quando a aquisição foi comunicada ao mercado e os primeiros documentos foram entregues ao BC. De lá para cá, Galípolo e os diretores do BC tiveram uma batería de reuniões, inclusive aos sábados e feriados. O diretor Renato Gomes é o mais resistente à operação. Em maio, Vorcaro fechou com o BTG Pactuai a venda de ativos pessoais no valor de cerca de R$ 1,5 bilhão. O banco de Esteves afirmou em comunicado ao mercado que o negócio incluiu ações de empresas como Light (15,17% do capital social) e Méliuz (8,12% do capital social), via cessão de cotas de fundos de investimento. A negociação também envolveu precatórios e imóveis como o prédio do Hotel Fasano, em São Paulo. A operação provocou discussões entre o BC e os principais bancos do país e despertou preocupação entre parlamentares do Distrito Federal. Vorcaro ficará fora do controle do Master-BRB se a operação for aprovada. Procurado, o FGC não respondeu ao pedido de informações da reportagem. O fundo não comenta casos específicos.

Medicina

 Vencimento de 1,5 mil patentes vai deflagrar nova onda de genéricos


 


Indústria investe para produzir remédios mais baratos para doenças como câncer e diabetes


 


Até 2030, prescrevem no Brasil 1,5 mil patentes de princípios ativos e processos relacionados a cerca de mil medicamentos, a maioria de multinacionais. O fim da proteção dos direitos pode aumentar em 20% o total de genéricos no país, relata LETICIA LOPES, com remédios para 186 doenças, incluindo câncer e diabetes, ao menos 35% mais baratos. O potencial é enorme para a indústria farmacêutica, que amplia investimentos, e um alívio para o orçamento das famílias e do SUS. . PÁGINA21 MAISGENERICOS Vencimento de patentes de mil medicamentos estimula investimentos na indústria Aindústria farmacêutica t brasileira amplia investimentos para aproveitar uma janela de oportunidade nos próximos cinco anos para expandir a produção de genéricos e similares. Até 2030, vão prescrever cerca de 1,5 mil patentes de princípios ativos e processos industriais relativos a 1 mil medicamentos, permitindo a produção de versões ao menos 35% mais baratas. São remédios para 186 doenças, incluindo câncer e diabetes, além de antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios O potencial para a indústria é enorme: aumentar em 20% o total de genéricos comercializados no país. Hoje são 4,6 mil. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina (Abifina). As patentes mapeadas pertencem a 400 farmacêuticas, a maioria americanas e europeias, como Astrazeneca, Novartis, Takeda, Janssen e Pfizer. As empresas que atuam no Brasil e o governo mapeiam substâncias estratégicas que devem entrar em domínio publico para direcionar investimentos em pesquisa, fábricas e cadeias logísticas para produzir os genéricos assim que cair aproteção dos direitos dos medicamentos de referência. O aumento da busca por crédito no BNDES e na Finep, tradicionais financiadores do setor, dá uma ideia dessa corrida. Entre 2023 e junho deste ano, o banco emprestou R$ 7,8 bilhões para a indústria de saúde, a maior parte para farmacêuticas, alta de 72% em relação aos quatro anos anteriores. Se somados os recursos da Finep, focada em pesquisa e inovação, o montante chega a R$ 11,8 bilhões concedidos no âmbito do Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial do governo que tem o setor de fármacos entre os prioritários. José Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, espera o mesmo patamar nos próximos anos: — Boa parte disso é para o desenvolvimento de novos medicamentos, inovação, tecnologias e o que chamamos de plantas pioneiras, que não temos no Brasil, como as de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). A demandaé constante. Presidente executivo da Abifina, Andrey Vilas Boas de Freitas diz que o levantamento de patentes a vencer pode guiar o governo e as indústrias na avaliação do potencial de produção local, viabilidade econômica, exigências regulatórias e riscos de novos genéricos, aliviando o bolso do consumidor e o orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que gasta R$ 20 bilhões por ano com medicamentos. Algumas das drogas que poderão ter cópias são para o tratamento de câncer, de alto custo. E o alinhamento com as prioridades da saúde pública pode reduzir a dependência de remédios e IFAs importados. —Há remédios de centenas de milhares de reais para o tratamento anual de um único indivíduo, totalmente importados. Se trabalharmos nos próximos anos absorvendo tecnologias e produzindo genéricos, serábom não só para a concorrência, mas para garantia de acesso e redução de judicialização contra o SUS e planos de saúde —afirma Freitas. MERCADO BILIONÁRIO No Brasil, as patentes protegem os direitos econômicos de quem criou um medicamento por 20 anos, a partir do pedido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Quando o prazo termina, outras empresas podem copiar substâncias já desenvolvidas e testadas. Com maior oferta e competição, o preço cai. Pela lei, genéricos devem ser no mínimo 35% mais baratos que os de referência. No ano passado, esse mercado faturou R$ 20,4 bilhões, 13,5% a mais que em 2023, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), com dados da consultoria IQVIA. Dos 20 medicamentos mais prescritos no Brasil, 15 são genéricos, e 85% dos itens do programa Farmácia Popular são da categoria. Em nota, o Ministério da Saúde informou que já identificou entre as patentes que vão expirar moléculas como o eculizumabe, usado no tratamento da Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), doença rara das células sanguíneas. Só esse remédio custa ao SUS R$ 1 bilhão ao ano. A substância foi contemplada em recente parceria de Bahiafarmae Bionovis, anunciada pelo governo. A pasta espera uma economia entre 30% e 40% na compra de medicamentos “a partir de parcerias em curso”. Para Fernando Aith, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, o corte de custos do SUS com uso de genéricos tem impacto fiscal relevante: —O Brasil é dos poucos países que, além do atendimento, dão remédio. Isso dá ao Estado enorme poder de compra, o que ajuda a reduzir preço. O setor farmacêutico espera crescimento anual na casa dos 10% nos próximos anos, o que inclui o ganho de escala nos genéricos, diz Reginaldo Arcuri, presidente-executivo do FarmaBrasil, que reúne fabricantes como Aché, Eurofarma, EMS, Libbs e Hypera. ESFORÇO ANTECIPADO Para que um genérico chegue à farmácia assim que a patente expira, os investimentos começam anos antes, com pesquisadores das farmacêuticas estudando as moléculas e fazendo testes para licenciar a produção na Anvisa. No Aché, um genérico avaliado como viável começa a ser pesquisado até três anos antes do domínio público, diz o diretor-presidente, José Vicente Marino. Para surfar essa nova onda dos genéricos, o Aché começou a expansão da fábrica em Cabo de Santo Agostinho (PE), da unidade de antibióticos de Anápolis (GO) e da principal base, em Guarulhos (SP), onde expande laboratórios de alta potência para medicamentos oncológicos e antibióticos. São R$ 500 milhões previstos até 2027. — Dedicamos cerca de 6% da receita líquida (R$ 70 milhões no l9 trimestre) a projetos de inovação. Atualmente, são 250 iniciativas. Em 2025, lançaremos 54 produtos, um recorde, incluindo produtos próprios, importados, similares e genéricos —diz Marino. Na Cimed, o foco são remédios voltados para diabetes, doenças cardíacas e males do sistema nervoso, como ansiedade e depressão. A empresa investiu R$ 200 milhões só neste ano na divisão de genéricos. O plano é levar cinco novos ao mercado por ano, diz Fausto Lourenção, diretor de Medicamentos da empresa: —A ampliação de centros de distribuição é prioridade, considerando o ganho de escala recente e o que se aproxima. Peter Lay, diretor de Novos Negócios do Teuto, conta que o laboratório tem 80 produtos à espera de liberação da Anvisa. Por ano, são 30 novos pedidos. Sem detalhar valores, ele prevê investimentos em remédios para males cardiovasculares e nas canetas à base de semaglutida. NaMedley, são R$ 30 milhões por ano em estudos com foco em remédios para sistema nervoso, cardiologia, gastroenterologia e dor. A empresa aplicou R$ 120 milhões em aumento de capacidade produtiva em três anos. Contagem regressiva. Laboratório do Aché em Guarulhos: investimento na preparação de genérico começa antes de a patente do remédio de referência cair Direitos sobre medicamentos ENTENDA O CICLO DE PROTEÇÃO DAS PATENTES O 0- Após pesquisas e testes, farmacêutica descobre uma molécula e cria um novo medicamento 0 O INPI analisa. Se aprovada, a patente garante direitos exclusivos de comercialização à farmacêutica por 20 anos, a partir da data do depósito A empresa deposita um pedido de registro de patentes no INPI para proteger os direitos econômicos sobre molécula, composições e processos industriais o Quando termina a proteção, o objeto da patente entra em domínio público: qualquer empresa pode produzir aquele produto na forma de genérico ou similar 0 0 o A fabricante Os genéricos chegam às pede à Anvisa farmácias com preços ao autorização menos 35% mais baixos para comercia- que os remédios de lizar o genérico referência ou similar O CONSUMIDOR PAGA MENOS AO FIM DA PATENTE, TRÊS TIPOS DE UM MESMO MEDICAMENTO CONVIVEM NO MERCADO 000 fi 000 000 000 000 000 000 000 Medicamento de referência: é o "de marca", produzido pela indústria que o desenvolveu Genérico: é a cópia idêntica do de referência, com mesmo princípio ativo, dose, formato etc 0 SUS pode trocar a compra dos rótulos de referência por genéricos e similares O GOVERNO GASTA MENOS Similar: pode ter algumas diferenças, como tamanho, validade e nome comercial

Barroso: o zumbi da suprema corte

 *Barroso: o zumbi da Suprema Corte*.                                

Bruno Marques Rodrigues Aires.                TV 15/08/2025.                


No livro “Sem ‘data venia’: um olhar sobre o Brasil e o mundo”, o ministro Luís Roberto Barroso dedica um tópico inteiro da parte autobiográfica da obra para falar sobre sua intimidade com os Estados Unidos (1ª ed. Rio de Janeiro: História Real, 2020, p. 30-34).                                                         

Sem ruborizar, louva os méritos dos EUA advindos da economia liberal, ao mesmo tempo em que confessa, ainda em solo norte-americano, ter se dado ao trabalho de registrar-se na embaixada brasileira em Washington para votar em Brizola, no primeiro turno das eleições de 1989.                                         E em Lula, no segundo, o mesmo Brizola que, segundo Barroso, deu ocasião para que deixasse a carreira na procuradoria do estado do Rio de Janeiro, quando “a grana no serviço público ficou bem apertada” já no segundo mandato do governador socialista.                                      

Barroso foi aluno de intercâmbio no Meio-Oeste dos EUA ainda aos 15 anos.                                            Estudou em Yale.                      Trabalhou no escritório Arnold & Porter.                                              Foi Visiting Scholar na Faculdade de Direito de Harvard.                   

Os EUA pareciam ser uma segunda casa.                                 "Ia em janeiro, em julho e nos feriados prolongados, para estudar e escrever”, conta.                                     E mais adiante confessa:                            "A verdade é que me apaixonara por Cambridge, cidade da Universidade de Harvard, ao lado de Boston”; confidenciando:                         “Fiz do lugar meu refúgio acadêmico, onde me escondo para escrever e estudar”, mesmo já após envergar a toga de ministro do Supremo.                               

Com todo direito, se gaba:                     "Hoje, tenho uma posição na Harvard Kennedy School, de Senior Fellow.                                              Dou palestras para os professores, para estudantes e para o board do Carr Center for Human Rights Policy, ao qual sou afiliado.”                            Já ministro do STF, conta:                   "Volto a Yale uma vez por ano, para um encontro de juízes de supremas cortes de diferentes partes do mundo” (Global Constitutionalism Seminar).                                      

Embora Barroso não conte no livro, jornalistas já apuraram que o ministro guarda parcela considerável do seu patrimônio em empresas americanas; é proprietário de imóveis nos EUA; e, segundo a Revista Timeline, o filho de Barroso vive nos EUA, onde trabalha numa instituição financeira.                                            

Mesmo o famigerado “Perdeu, mané”, lacônico, mas cheio de significado, foi pronunciado em solo americano, quando Barroso se encaminhava para uma conferência do Grupo LIDE, em Nova Iorque.                              

A vida de Barroso é meio lá, meio cá.                 Se o Brasil é seu lar, os EUA são seu templo.                            Um lugar para comungar das oblações à deusa da razão.                                            Um lugar para professar a fé do Iluminismo.                             Os EUA encarnam, em grande medida, os valores liberais que Barroso confessa, e se tornaram seu local de culto.                                     

Quando teve seu visto cancelado por ordem do Secretário de Estado dos EUA, Barroso tremeu.                              Ninguém noticiou, mas me permito imaginar que, ao descobrir o infortúnio, anos a fio do esbulho constitucional que cometeu de repente lhe passaram às vistas como um filme.                                                De chofre, as pupilas dilataram e escamas de mentiras quebraram e caíram dos olhos.                      

Se já ao senso comum parece que os tumultos de 8 de janeiro de 2023 não foram mais do que vandalismo, sem liderança, sem armas, sem vítimas, em pleno recesso, em pleno domingo… a Barroso, que sabe ponderar, deve ter ocorrido a epifania de enxergar o exagero que foi chamar aquilo de "tentativa de golpe de Estado", condenando milhares de pessoas à prisão só para garantir a ruína de um inimigo político.                                  

Ao receber a notícia do visto cancelado, febril, a parcialidade exsudava pelos poros como um suor amarelo e acre: a bile dos juízes facciosos.                                 Já com a perda do visto, Barroso evitou falar sobre o assunto.                                   Seus pronunciamentos transpareciam o abalo.                                            As olheiras, a voz fraca e reticente, o cenho deprimido, a postura cabisbaixa.                          Barroso se transfigurou.                                

Mas, agora que declarações de órgãos de Estado dos EUA dão conta de que o ministro se acha na iminência de sofrer as penas do Global Magnitsky Act, e ser listado entre violadores contumazes de direitos humanos, seria como morrer.                  Morrer em vida, e tornar-se o primeiro zumbi na Suprema Corte:              eis aí uma minoria sem representatividade.


Bruno Marques Rodrigues Aires é advogado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Josue Leonel

 *Ucrânia divide foco com apostas em juros e 2026: Mercado Hoje*


Por Josue Leonel

(Bloomberg) -- Mercados operam sem tendência clara enquanto

aguardam encontro de líderes europeus com Donald Trump nesta

segunda-feira para discutir possível acordo sobre a Ucrânia, que

teria sido discutido pelo presidente americano com Vladimir

Putin na sexta-feira. Investidores ainda acompanham na semana

ata do Fed e Jackson Hole, em busca de sinalizações sobre corte

de juros.

No Brasil, apostas em cortes de juros também estão no

radar. Banco Central divulga IBC-Br e pesquisa Focus, antes de

palestra do diretor Diogo Guillen à tarde. Cenário político

também é avaliado pelos investidores, que aguardam pesquisa

prevista para quarta-feira, segundo O Globo. Zema lança

candidatura, em meio a críticas de filho de Bolsonaro a

governadores. Tarcísio, outro possível nome para 2026, participa

de evento. Direita triunfa na Bolívia com 2º turno sem

socialistas. No corporativo, Vélez vende 33 milhões de ações do

Nubank e XP divulga balanço pós-mercado.

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*T

No exterior, às 7:33:

S&P 500 Futuro -0,1%

FTSE 100 -0,1%

CAC 40 -0,8%

Nikkei 225 +0,8%

Hang Seng -0,4%

Shanghai SE Comp. +0,8%

MSCI World -0,1%

MSCI EM +0,1%

Petróleo WTI +0,5% a US$ 63,1 barril

Petróleo Brent +0,2% a US$ 65,97 barril

Futuro do minério em Singapura -0,4% a US$ 101,45

Bitcoin -2,2% a US$ 115151,25

*T

 

Internacional

Mercados de lado com Ucrânia e Fed no radar

* Futuros de ações dos EUA e bolsas europeias operam perto da

estabilidade no início de uma semana que deve ser moldada pelas

discussões sobre um possível acordo de paz na Ucrânia e pelas

sinalizações do Federal Reserve sobre as taxas de juros

** Volodymyr Zelenskiy e aliados europeus se reúnem hoje com

Donald Trump em Washington, na sequência do encontro do

pesidente dos EUA com Vladimir Putin na sexta-feira

* Segundo uma fonte próxima às discussões, os EUA devem focar

nas concessões territoriais exigidas pela Rússia, enquanto o

presidente ucraniano busca detalhes sobre possíveis garantias de

segurança

* Operadores também estão se mantendo cautelosos antes do

discurso de Jerome Powell no simpósio anual de Jackson Hole mais

tarde na semana, em meio a apostas em corte na taxa de juros em

setembro


Em um cenário em que o Fed comece a cortar juros ainda este

ano, combinado com lucros corporativos resilientes, “o S&P 500

provavelmente manterá sua tendência de alta de médio prazo”,

observou Linh Tran, analista de mercado da XS.com

* Rendimento dos treasuries de 10 anos recua e índice dólar

opera de lado

* Petróleo tem alta leve e minério de ferro estende recuo em

Singapura


Para acompanhar

Mercado de juros monitora IBC-Br, Focus, IGP-10 e Guillen

* Economistas estimam que o IBC-Br, que o BC divulga às 9:00,

teve estabilidade em junho sobre maio, depois de cair 0,74% no

mês anterior

** Curva de juros continua apontando possibilidade de o BC

começar a cortar a taxa Selic entre dezembro e janeiro

* FGV divulga às 8:00 IGP-10 de agosto, com estimativa de 0,2%

m/m, e IPC-S da segunda quadrissemana do mês

* Guillen palestra às 14:00 em evento organizado pela Warren

Investimentos, para tratar de conjuntura econômica - aberto à

imprensa presencialmente e por transmissão

** Com a fraqueza global do dólar diante da manutenção de

apostas em corte do Fed em setembro após dados mistos nos EUA, a

moeda americana e os juros futuros caíram na sexta-feira

* BC oferta 35.000 contratos de swap para rolagem

* XP divulga balanço pós-mercado

* B3 mantém Cury em 2ª prévia do Ibovespa para set-dez/2025

* Sabesp, CCR e autoridades como Tarcísio de Freitas, governador

de SP, e Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, participam do

evento Infrastructure Forum Veja


Outros destaques

Pesquisa sobre Lula e eleição de 2026; Tarcísio, Zema,

Bolívia

* Pesquisa Genial/Quaest sobre aprovação de Lula e percepção dos

brasileiros quanto à economia será divulgada na quarta-feira,

segundo O Globo

** Na quinta-feira, será conhecido o cenário eleitoral para

2026, incluindo pela primeira vez no questionário o nome de

Flávio Bolsonaro

* Perspectivas para a eleição também voltaram aos holofotes com

o lançamento, no sábado, da candidatura do governador de MG,

Romeu Zema, a presidente, pelo Partido Novo

** Carlos Bolsonaro critica, em postagem no X, “governadores

democráticos” que querem “herdar o espólio de Bolsonaro”

* Numa reunião recente com empresários, senador Ciro Nogueira

garantiu que Tarcísio será candidato a presidente: Veja

* Governadores se unem e indicam aliança para 2026: Valor

** Julgamento de Bolsonaro começará em 2 de setembro, informou o

STF

* Bolívia realizou eleições, que encerraram duas décadas de

governo do partido socialista, com segundo turno entre

candidatos pró-negócios

* Haddad concede às 9:30 entrevista em evento do Financial Times

e Times Brasil

* Mercado acompanha eventual tramitação no Congresso do plano de

contingência para ajudar empresas afetadas pelas tarifas

americanas, atento ao efeito das medidas nas contas públicas

** Governo Lula 3 somará ao menos R$ 387 bi em gastos fora da

meta fiscal com pacote: Estado

* Governo envia hoje resposta aos EUA sobre investigação que

envolve Pix: O Globo

* Lula recebe às 11:00 presidente do Equador, Daniel Noboa, em

visita oficial de Estado

* Fávaro diz acreditar que carne, café podem sair da tarifa de

50% dos EUA: Globo Rural

* Ex-dirigentes defendem CVM na PEC de autonomia do BC: Valor

* BC alerta sobre movimentação atípica envolvendo cripto: Uol


Empresas

Nubank, Vibra, GWM

* David Vélez, do Nubank, vende vende 33 milhões de ações

** Nubank saltou em NY na sexta com números acima do esperado

* Comerc diz que Vibra negou negociações de venda

* GWM tem meta de produzir até 300.000 carros/ano no Brasil

* Acionistas da Invepar adiam AGE sobre recuperação judicial

* Intercement adia Assembleia de Credores para 9/setembro

* Morgan Stanley elevou a BRF para equal-weight e a Minerva para

overweight, enquanto cortou a Marfrig para underweight

Fabio Alves