terça-feira, 27 de maio de 2025

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Ontem, a Europa teve a atenção devido aos feriados nos EUA e no Reino Unido, fechando em alta graças à nova mudança de Trump em termos alfandegários no final de semana. Passou de ameaçar a imposição de impostos alfandegários de 50% à Europa a partir de 1 de junho para os atrasar até 9 de julho após uma chamada com Von der Leyen. Novo capítulo nesta política da ciclotimia, que ontem pareceu dar um descanso. Veremos hoje.


Os EUA reabrem e tudo indica que seja em alta, fruto de um tom menos beligerante com a Europa na política comercial, pelo menos temporariamente. Conheceremos, às 13:30 h, Pedidos de Bens Duráveis anormalmente baixos (-7,8% m/m esp.), compensando o forte registo do mês anterior (+9,2%) após a antecipação de encomendas antes da entrada em vigor dos impostos alfandegários e um pedido extraordinário de 192 aviões a Boeing. E às 15 h, a Confiança do Consumidor irá melhorar substancialmente (87,1 esp.) após alcançar em abril o nível mais baixo desde a pandemia (86,0). 


Na Europa, o mais importante sairá agora. Espera-se que a inflação francesa estabilize abaixo de +1%, favorecendo que os preços a nível europeu continuem a evoluir positivamente (+2,2% abril). Este progresso da inflação situa-se num contexto de debilidade da energia e força do euro (+10% vs. dólar em 2025), facilitando que o BCE baixe taxas de juros na sua próxima reunião, a 5 de junho. 


CONCLUSÃO: Tom positivo na bolsa graças à nova mudança na política comercial de Trump com a Europa, macro americana e uma inflação francesa estável.


S&P500 CERRADO NQ-100 CERRADO SOX CERRADO ES-50 +1,3% IBEX +0,8% VIX 20,6 BUND 2,56% T-NOTE CERRADO SPREAD 2A-10A USA=+48PB B10A: ESP 3,18% PT 3,06% FRA 3,24% ITA 3,55% EURIBOR 12M 2,08% USD 1,139 JPY 162,7 OURO 3.343$ BRENT 64,8$ WTI 61,8$ BITCOIN +1,2% (109.597$) ETHER +0,9% (2.567$).


FIM

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Gustavo Franco

 🔴💣 *GUSTAVO FRANCO DETONA PACOTE ECONÔMICO E COMPARA LULA 3 A DILMA 2* 💸⚠️


No artigo “Contando os minutos”, publicado em 25 de maio de 2025 no jornal O Estado de S. Paulo, o economista Gustavo H. B. Franco faz duras críticas ao pacote econômico do governo Lula 3. Segundo ele, o plano se apoia em manobras orçamentárias e no uso do IOF como imposto regulatório, o que remete à extinta e impopular CPMF. Franco afirma que não houve corte real de gastos, apenas adiamentos de despesas para cumprir a “meta” fiscal. Ele classifica a arrecadação de R$ 30 bilhões via IOF como medida mal recebida pelo mercado. O autor ainda ironiza a proposta como “menos irresponsável possível”. Para ele, Lula 3 caminha para repetir os erros da gestão Dilma, com aumento de gastos e pouca disposição para reformas. A crítica sugere um retorno à chamada Nova Matriz Macroeconômica, considerada fracassada. Segundo Franco, o país perde credibilidade ao abandonar o rigor fiscal. O texto termina com a avaliação de que “não parece haver mais dúvida de que o Lula 3 é uma espécie de Dilma 2”. (TC)

STEPHEN KANITZ

 Stephen Kanitz

21/05/24
“As Portas Se Fecham Para Nós Brasileiros.
Quem teve juízo já foi embora.
Quem ficou, ficará — para sempre.
Os últimos a saírem ainda conseguiram um visto italiano, português, americano. Os que zombaram da política, que votaram “no que fala pouco”, agora vão entender o preço da omissão.
No Brasil do futuro — que já começou — você somente obedecerá.
Obedecerá calado.
Pagará impostos cada vez mais pesados, aceitará uma saúde pública em colapso, verá seus filhos estudarem em escolas sucateadas. E ainda agradecerá, pois reclamar será crime.
Desde o fim do regime militar, único período de crescimento sustentado, nossa renda per capita foi cortada pela metade.
Dado escondido pelo IBGE, abafado pela imprensa.
Caímos do 40º onde hoje está a Grécia, para o 81º lugar no ranking global de renda.
Sim, caímos — e acreditamos todo este tempo estar subindo.
Foram 40 anos de doutrinação.
Nossos jornalistas, intelectuais e professores venceram: conseguiram fazer o país regredir em nome de justiça social — uma justiça que só distribui miséria.
Como ex-professor universitário, afirmo: nunca ouvi na USP uma conversa séria sobre crescimento. Só sobre distribuição.
Nunca discutimos eficiência. Só aumento de gastos.
Nunca produtividade. Só aumento de salários do funcionalismo.
Agora, quando o Brasil se tornar verdadeiramente inviável, Flórida e Portugal não estarão com os braços abertos para nos receber. Estarão com os portões trancados. E com razão.
A esperança de que Tarcísio, Caiado, ouRatinho, poderão mudar tudo isso sozinhos, é uma ingenuidade atroz.
Como se trocar o piloto mudasse o avião em queda.
A verdade é amarga: 1,5 milhão de brasileiros irresponsáveis, somados aos 12 milhões que anularam o voto, colocaram no poder um condenado em três instâncias. Mesmo que a primeira instância fosse falha, a segunda e a terceira confirmaram e isso ainda não foi contestado.
Prepare-se. O Brasil caminha para mais 50 anos de estagnação, comandado por políticos e economistas que vivem do que você produz, sem entregar nada em troca.
Mas ainda há tempo para reagir.
Comece se educando, politicamente e economicamente.
Exija reformas, desmascare as mentiras, confronte o discurso único.
Ensine seus filhos a pensar — e não a repetir slogans.
Denuncie o populismo, o aparelhamento, a corrupção sistêmica. Vote com coragem, com lucidez, com memória.
O futuro do Brasil não será diferente enquanto os brasileiros forem os mesmos. Mude. Agora.
Ou se conforme em assistir o país definhar — por sua culpa.”

Populismo na veia

 Investimentos para esse final de governo Lula acreditando que será semelhante ao final do governo Dilma!



Excelente pergunta — entender o contexto econômico do fim do primeiro mandato da Dilma Rousseff (2010–2014) e o início do segundo (2015) ajuda muito a avaliar cenários futuros semelhantes, inclusive se você projeta algo parecido para o fim do governo atual.



Contexto Econômico – Dilma 1 (2011–2014)


Início com otimismo (2011)

PIB ainda vinha no embalo do boom das commodities e do crescimento chinês.

Baixo desemprego, consumo forte e programas como o PAC e Minha Casa Minha Vida impulsionavam a atividade.


Declínio progressivo

Crescimento caiu de 7,5% (2010) para 0,5% (2014).

Inflação começou a subir e o governo adotou políticas de controle de preços (ex: represamento dos combustíveis e tarifas públicas).

Houve forte intervenção estatal: desonerações setoriais, controle de preços e pedaladas fiscais.



Início do segundo mandato – Dilma 2 (2015)


Reversão abrupta de expectativas

Para conter a deterioração fiscal, Dilma nomeia Joaquim Levy (ortodoxo) como Ministro da Fazenda.

Tentativa de ajuste fiscal gerou choque de confiança: o mercado viu a reversão como tardia e contraditória.

País entra em recessão profunda: PIB cai -3,8% em 2015, inflação explode e o desemprego sobe fortemente.

Crise política e econômica simultâneas: perda do grau de investimento, impeachment e retração no investimento privado.



Comparando com o cenário atual (governo Lula 3, 2023–2026)


Se você acredita que o final do governo Lula 3 poderá repetir padrões de 2014-2015, aqui vão as principais lições como investidor:



Lições para o investidor


1. Nunca subestime o impacto de expectativas fiscais

O mercado tolera déficits, mas exige previsibilidade.

Quando há “criatividade fiscal” ou sinalizações dúbias, há fuga de capital e elevação dos juros longos.


2. Proteja-se contra inflação escondida

Em 2014, o controle artificial de preços gerou uma inflação reprimida que explodiu depois.

Em cenário similar, ativos atrelados à inflação (NTN-B, IPCA+) tendem a se valorizar.


3. Diversifique geograficamente

Em 2015, muitos investidores com posição no exterior (em dólar) se protegeram da forte desvalorização do real.

Manter uma parte do portfólio em ativos internacionais é uma forma de hedge político e cambial.


4. Evite setores altamente dependentes do governo

Elétricas, petrolíferas e bancos públicos sofreram fortemente com intervenção estatal.

Prefira empresas com baixa dependência de regulação ou subsídios.


5. A hora de sair é antes do colapso

O ajuste de portfólio em 2014–2015 foi brutal. Quem antecipou a deterioração (vendendo Bolsa Brasil, comprando dólar, indexados ao IPCA) preservou patrimônio.



Exemplo prático


Se hoje o mercado começa a precificar:

Gasto público fora de controle, sem âncora fiscal crível,

Tentativas de crescimento forçado via bancos públicos,

E pressões sobre o Banco Central,


…então pode ser um sinal de alerta semelhante a 2013–2014.



Se quiser, posso montar um portfólio modelo conservador ou balanceado para esse cenário de risco fiscal e político. Quer seguir por esse caminho?

Uma casta acima da lei

 Uma casta acima da lei


A condenação de uma jornalista por divulgar dados públicos mostra que a toga virou escudo. E o Judiciário, uma corporação que intimida críticos e se protege sob o manto da honra ofendida


A condenação da jornalista Rosane Oliveira e do jornal Zero Hora pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) a pagar R$ 600 mil por divulgar a remuneração de uma desembargadora é mais do que um erro judicial: é uma violência contra a democracia liberal. A sentença não só ignora o direito fundamental de acesso à informação, como representa um ataque frontal à liberdade de imprensa – um dos pilares de qualquer sociedade aberta.


A desembargadora Iris Medeiros Nogueira, quando presidente do TJ-RS, teve vencimentos de R$ 662 mil em um único mês – quase 15 vezes o teto constitucional – reportados com base em dados do Portal da Transparência. A própria sentença reconhece que os dados publicados eram “públicos e verídicos”, mas condena a jornalista por uma suposta “linguagem sarcástica” e “abalo à imagem” da magistrada. Trata-se de uma decisão que pune não o erro, mas a irreverência; não a calúnia, mas o incômodo causado a uma casta acostumada a não ser contrariada. É autoritarismo em sua forma mais pérfida, sob o disfarce de tutela da honra.


O episódio é só um sintoma da arbitrariedade crescente de um Judiciário que se comporta como casta extrativista: uma elite blindada por prerrogativas autoatribuídas que subverte instrumentos do Estado para preservar seus privilégios e amordaçar seus críticos.


Os juízes brasileiros institucionalizaram a violação ao teto salarial constitucional. Subterfúgios como a “venda” de férias (de 60 dias), auxílios não remuneratórios e licenças especiais são empregados para fabricar, manter e ampliar privilégios. Segundo levantamento da Transparência Brasil feito com 18 dos 27 tribunais do País, todos receberam em 2023 salários médios brutos acima do teto constitucional: 69% ultrapassaram entre R$ 100 mil e R$ 499 mil, e 15% em mais de R$ 500 mil.


A lógica corporativista é reforçada por mecanismos de autoproteção. Juízes delinquentes frequentemente recebem como “punição” a aposentadoria com vencimentos integrais. O assédio judicial à imprensa também se tornou rotineiro: jornalistas vêm sendo alvos de processos milionários por expor abusos de poder, numa manobra que visa a silenciar o jornalismo investigativo por intimidação financeira. Editoras, colunistas e até humoristas são arrastados aos tribunais por criticarem decisões judiciais ou reportarem fatos incômodos a membros da magistratura.


A metástase chega até a cabeça. O Supremo Tribunal Federal (STF) também tem dado mostras de intolerância à crítica pública. Desde 2019, o STF ordenou buscas e apreensões contra jornalistas e influenciadores sem participação formal do Ministério Público, no âmbito do chamado “inquérito das fake news”, conduzido de ofício pela Corte, numa perversão processual inédita. Em 2021, o Tribunal confirmou uma indenização imposta ao jornalista Rubens Valente por publicar um livro-reportagem sobre Gilmar Mendes – apesar de o conteúdo ser factual, sem ataques pessoais e baseado em dados públicos. Também foi o STF que, em 2019, determinou a retirada do ar de uma reportagem da revista Crusoé sobre o ministro Dias Toffoli, num dos episódios mais vergonhosos de censura judicial da Nova República. É esse o Poder que quer regular as redes sociais?


Essa simbiose entre privilégio e autoritarismo corrói o Estado Democrático de Direito. Quando a magistratura abandona sua função contramajoritária equilibrada e se converte em corporação blindada, não há mais freios nem contrapesos reais. A corrupção discutida aqui não é a do dinheiro em envelopes – é a corrupção institucional, a desfiguração das funções constitucionais do Judiciário, tornando-o instrumento de acúmulo patrimonial, interferência política e repressão contra quem ousa revelar seus erros à sociedade.


É constrangedor para este jornal repetir o óbvio: não há democracia sem imprensa livre. E não há imprensa livre onde jornalistas são condenados por dizer a verdade. O Judiciário brasileiro, ao agir como senhor feudal da informação e inimigo da crítica, trai seu papel constitucional e ameaça a própria República que deveria proteger. Um poder sem limites, mesmo vestido da mais fina toga, se torna tirania.



https://www.estadao.com.br/opiniao/uma-casta-acima-da-lei/?utm_source=instagram:linkinbio&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-sociais:052025:e&utm_content=:::&utm_term=&_gl=1*1b340sb*_gcl_au*MTM4ODIwNDc1NS4xNzQ4MTE3MDcy*_ga*NTIwNTk0MDA3LjgzNTI3ODk4Mw..*_ga_H1D7PSZ1DW*czE3NDgxOTA3OTUkbzIkZzAkdDE3NDgxOTA3OTUkajYwJGwwJGgxNzY4MDY5Njc3JGRzNGdLaG1vbmQ3b0szcUlITG1nZmJHY243bmpBNFJZZVlR

Bateção de cabeça

 Kotscho: Bateção de cabeça no governo mina o projeto de Lula 4



25/05/2025 14h47


"Só perco essa eleição para mim mesmo", desabafou o presidente Lula para aliados nessa semana, ao voltar de mais uma vilegiatura no exterior, diante do clima de barata voa que encontrou no governo e as divisões na oposição pós-Bolsonaro inelegível.


Não deixa de ser verdade, e não tem nada a ver com a idade ou a saúde do presidente. Na pilha de crises e problemas que encontrou sobre a sua mesa no Planalto, a bateção de cabeça entre ministros, o fogo amigo e os tiros no pé do governo, dando munição aos adversários, deixaram Lula sem saber por onde começar para desatar os nós e botar ordem na casa.


E a cada dia a coisa piora. Já não dá para colocar a culpa na comunicação, muito menos na oposição, que só está preocupada com anistia para Bolsonaro. Basta ver o que aconteceu na quinta-feira, quando o governo ia anunciar mais um corte de gastos para salvar o arcabouço fiscal.


Antes que os ministros Haddad e Tebet, em Brasília, pudessem anunciar e explicar as medidas, os dois levaram um "furo", como se diz no jargão jornalístico, do colega dos Transportes, Renan Filho, que vazou as novidades durante um evento em São Paulo.


Pior: apenas 6 horas após o anúncio oficial, Haddad teve que fazer o primeiro recuo diante da repercussão negativa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que fez a Bolsa cair e o dólar subir. Falou-se mais disso do que do congelamento de R$ 30,1 bilhões nas despesas do governo, que seria uma notícia positiva.


Na mesma semana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que já tinha sido derrotada pelo ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, na discussão sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas, levou mais uma rasteira no governo com o "liberou geral" dos licenciamentos e controles ambientais promovido pela bancada ruralista, sob o comando do "aliado" Davi Alcolumbre, o novo poderoso de Brasília.


Marina e Haddad acumulam derrotas nos embates dentro do ministério e foram perdendo prestígio em duas áreas vitais para a credibilidade e popularidade do governo. Até quando eles resistirão estoicamente, num cenário de puxadas de tapete e bolas nas costas, com Lula tendo que mediar a toda hora o corte de gastos com o aumento de despesas?


É um cenário bem diferente do que vimos nos governo Lula 1 e Lula 2, quando o presidente não teve que entrar em tantas bolas divididas e podia viajar sem sustos dentro e fora do Brasil, porque tinha na retaguarda José Dirceu, no começo, e, depois, Dilma Rousseff, que administravam as divergências internas e as relações com a base aliada. Eram equipes mais unidas e coesas que acompanhavam o presidente desde a primeira campanha presidencial, em 1989.


Agora, no Lula 3, com um ministério bem mais fraco e desunido do que os anteriores e um Congresso muito mais hostil e empoderado, o presidente já não mostra a mesma disposição e paciência para apagar incêndios e assumir a articulação política nas situações de crise, que se acumulam entre uma viagem e outra.


O governo, a esta altura, está sempre correndo atrás do prejuízo, demorando a reagir, cedendo cada vez mais parcelas de poder ao Congresso, sem conseguir retomar a iniciativa das ações políticas para reverter a curva descendente nas pesquisas.


Falta pouco mais de um ano e meio para a próxima eleição presidencial, mas neste momento o panorama é sombrio para o projeto de Lula 4. Na pesquisa Ipespe divulgada na última semana, 54% desaprovam e 40% aprovam o governo, mas o mais preocupante para o governo é a resposta dada quando perguntaram o que esperar da gestão Lula nos próximos meses: para 44%, ainda vai piorar.


Como reverter este sentimento pessimista? Não basta investir na comunicação do que já foi feito, mas oferecer algo novo ao eleitorado para voltar a acreditar no próprio taco. Quando o maior adversário do governo é o próprio governo, fica difícil encontrar respostas. Em reforma ministerial, já nem se fala mais.


Vida que segue.


Opinião



Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.


Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


Kotscho: Bateção de cabeça no governo mina o projeto de Lula 4

25/05/2025 14h47

19.05.25 - O presidente lula em evento no Palácio Itamaraty, em Brasília

19.05.25 - O presidente lula em evento no Palácio Itamaraty, em Brasília Imagem: EVARISTO SA / AFP

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"Só perco essa eleição para mim mesmo", desabafou o presidente Lula para aliados nessa semana, ao voltar de mais uma vilegiatura no exterior, diante do clima de barata voa que encontrou no governo e as divisões na oposição pós-Bolsonaro inelegível.


Não deixa de ser verdade, e não tem nada a ver com a idade ou a saúde do presidente. Na pilha de crises e problemas que encontrou sobre a sua mesa no Planalto, a bateção de cabeça entre ministros, o fogo amigo e os tiros no pé do governo, dando munição aos adversários, deixaram Lula sem saber por onde começar para desatar os nós e botar ordem na casa.


E a cada dia a coisa piora. Já não dá para colocar a culpa na comunicação, muito menos na oposição, que só está preocupada com anistia para Bolsonaro. Basta ver o que aconteceu na quinta-feira, quando o governo ia anunciar mais um corte de gastos para salvar o arcabouço fiscal.


Antes que os ministros Haddad e Tebet, em Brasília, pudessem anunciar e explicar as medidas, os dois levaram um "furo", como se diz no jargão jornalístico, do colega dos Transportes, Renan Filho, que vazou as novidades durante um evento em São Paulo.


Pior: apenas 6 horas após o anúncio oficial, Haddad teve que fazer o primeiro recuo diante da repercussão negativa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que fez a Bolsa cair e o dólar subir. Falou-se mais disso do que do congelamento de R$ 30,1 bilhões nas despesas do governo, que seria uma notícia positiva.


Na mesma semana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que já tinha sido derrotada pelo ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, na discussão sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas, levou mais uma rasteira no governo com o "liberou geral" dos licenciamentos e controles ambientais promovido pela bancada ruralista, sob o comando do "aliado" Davi Alcolumbre, o novo poderoso de Brasília.


Marina e Haddad acumulam derrotas nos embates dentro do ministério e foram perdendo prestígio em duas áreas vitais para a credibilidade e popularidade do governo. Até quando eles resistirão estoicamente, num cenário de puxadas de tapete e bolas nas costas, com Lula tendo que mediar a toda hora o corte de gastos com o aumento de despesas?


É um cenário bem diferente do que vimos nos governo Lula 1 e Lula 2, quando o presidente não teve que entrar em tantas bolas divididas e podia viajar sem sustos dentro e fora do Brasil, porque tinha na retaguarda José Dirceu, no começo, e, depois, Dilma Rousseff, que administravam as divergências internas e as relações com a base aliada. Eram equipes mais unidas e coesas que acompanhavam o presidente desde a primeira campanha presidencial, em 1989.


Agora, no Lula 3, com um ministério bem mais fraco e desunido do que os anteriores e um Congresso muito mais hostil e empoderado, o presidente já não mostra a mesma disposição e paciência para apagar incêndios e assumir a articulação política nas situações de crise, que se acumulam entre uma viagem e outra.


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O governo, a esta altura, está sempre correndo atrás do prejuízo, demorando a reagir, cedendo cada vez mais parcelas de poder ao Congresso, sem conseguir retomar a iniciativa das ações políticas para reverter a curva descendente nas pesquisas.


Falta pouco mais de um ano e meio para a próxima eleição presidencial, mas neste momento o panorama é sombrio para o projeto de Lula 4. Na pesquisa Ipespe divulgada na última semana, 54% desaprovam e 40% aprovam o governo, mas o mais preocupante para o governo é a resposta dada quando perguntaram o que esperar da gestão Lula nos próximos meses: para 44%, ainda vai piorar.


Como reverter este sentimento pessimista? Não basta investir na comunicação do que já foi feito, mas oferecer algo novo ao eleitorado para voltar a acreditar no próprio taco. Quando o maior adversário do governo é o próprio governo, fica difícil encontrar respostas. Em reforma ministerial, já nem se fala mais.


Vida que segue.


Opinião



Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.


Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/05/25/kotscho-batecao-de-cabecas-no-governo-mina-o-projeto-de-lula-4.htm

Bankinter Portugal Matinal 2605

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Restará subir, com Nova Iorque fechada e após a mudança de Trump à sua mudança anterior. Já se sabe que quando as circunstâncias dão uma volta de 360º voltam ao seu estado original, que nada mudou. É o caso. Na sexta-feira, Trump assustou e reconduziu o fim de semana, confirmando, assim, a sua “política de psiquiátrico” em que o melhor que se pode fazer é reduzir riscos, porque os riscos estão há algum tempo a serem assimétricos, muito assimétricos.


Na sexta-feira à tarde, Trump afirmou que Apple deve pagar um imposto alfandegário de 25% pelos seus telemóveis fabricados fora dos EUA (como efetivamente se pode interpretar que aconteça, tendo em conta os seus componentes) e que irá impor um imposto alfandegário de 50% à UE, visto que as negociações comerciais não avançam. Mas hoje, segunda-feira, parece que já não… que a Europa tem até 9 de julho para negociar. Esta erraticidade apoia a nossa convicção de que o risco implícito do mercado é incoerente com as recentes subidas das bolsas. Este contexto confuso e instável torna conveniente uma estratégia cética e bastante conservadora. Porque na sexta-feira foram Apple e UE, mas Trump poderia ter escolhido qualquer outra coisa e teria acontecido o mesmo.


Hoje arrancamos com Nova Iorque fechada devido a feriado, depois de uma mudança para pior com base na reativação dos impostos alfandegários por parte de Trump. Mas, após a chamada adequada de Von Der Leyen este fim de semana, agora “concede” à Europa até 9 de julho para negociar. Continuamos fixos na política da ciclotimia, na política de psiquiátrico. Porque, após esta substituição da substituição anterior, hoje resta subir o retrocesso de sexta-feira. Ou pode ser que não, se Trump afirmar outra coisa esta tarde. Menos mal que é feriado em Nova Iorque.


Focando no que pode ser analisado, esta manhã sairão Pedidos de Bens Duráveis anormalmente baixos, depois do mês anterior ter sido anormalmente elevado (+9,2%) devido à antecipação de pedidos para contornar os impostos alfandegários e um pedido extraordinário de 192 aviões de Boeing. Um dado contrastará com outro. Também a Confiança do Consumidor americano, a melhorar um pouco desde um nível tão baixo como 86, semelhante ao observado durante alguns meses da pandemia. Na quarta-feira, após o fecho de Nova Iorque, publicação de Nvidia (EPS 0,88 $; +44%) e Salesforce (EPS 2,55 $; +4,5%). Consideramos improvável que Nvidia dececione, portanto influenciará positivamente na sessão de quinta-feira. Nesse mesmo dia sairá o PIB 1T americano revisto, que poderá ser menos mau do que -0,3% preliminar e ajudar um pouco. Igual a sexta-feira, com o Deflator de Consumo (PCE) americano, que se espera que retroceda 1 décima (+2,2% vs. +2,3%; Subjacente +2,5% vs. +2,6%) porque se trata do registo de abril, ainda, e as tensão inflacionistas não se deixarão ver até maio/junho. Isto também será bastante bom.


CONCLUSÃO: A chave será comprovar como o mercado absorve a política de psiquiátrico. Porque a complacência irá cobrar caro. De momento, hoje a Europa irá subir para contrastar com a descida de sexta-feira, com Nova Iorque fechada. O USD já alcançou 1,14/€, como temos vindo comentando. A yield das obrigações de longa duração deverá elevar-se pouco a pouco pelo term premium comentado, e isso não facilitará a situação às avaliações das bolsas, pelo contrário. Será um processo de reajusto prolongado e lento. Mas esta semana tem bom aspeto. Ou, pelo menos, arranca com bom aspeto. Depois Trump decide se a prejudica ou não.


S&P500 -0,7% Nq-100 -0,9% SOX -1,5% ES50 -1,8% IBEX -1,2% VIX 22,3% Bund 2,57% T-Note 4,51 Spread 2A-10A USA=+52pb B10A: ESP 3,20% PT 3,08% FRA 3,27% ITA 3,59% Euribor 12m 2,096% (fut.2,019%) USD 1,140 JPY 162,8 Ouro 3.348$ Brent 65,0$ WTI 61,7$ Bitcoin -0,7% (109.672$) Ether -3,7% (2.569$). 


FIM

Fabio Alves