quarta-feira, 18 de junho de 2025

XP Política

 Os impactos da CPMI do INSS

XP Política



O Congresso Nacional instaurou nesta terça-feira (17) a CPMI que investigará o esquema de fraudes no INSS — o colegiado, no entanto, só deve começar a funcionar no segundo semestre, após o recesso parlamentar. 


Embora o governo venha subestimando o impacto da comissão — a aposta do Planalto é que o ímpeto das investigações possa ser freado pelo ressarcimento dos valores desviados e pelo potencial de dano para nomes além da base governista  — o funcionamento do colegiado tem potencial de oferecer uma vitrine à oposição que pode gerar desgaste ao Executivo.


Até por isso, o Planalto costurou  acordo com Davi Alcolumbre e Hugo Motta para deixar os principais nomes do colegiado longe da polarização entre PT e PL.


Assim, a presidência deve ficar com o senador Omar Aziz (PSD-AM), da base aliada e com trânsito direto no Planalto. A relatoria, por sua vez, deve ser entregue a um deputado com perfil mais ao centro, escolhido para atender à oposição. A tendência é que seja um nome com interlocução em diferentes campos, mas que não figure entre os críticos mais radicais do governo.


Uma vez em funcionamento, a comissão tende a desviar o foco político da chamada agenda positiva do Planalto, que pretendia dar visibilidade à reforma do Imposto de Renda, sua principal aposta para reequilibrar o noticiário e recuperar fôlego. O governo também passará a lidar com um novo flanco de pressão nas negociações com deputados e senadores.

BDM Matinal Riscala 2

 *Rosa Riscala: Guerra na superquarta*


Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato


 … Foi uma longa noite de expectativa sobre um ataque das forças americanas a Fordow, a instalação nuclear iraniana construída sob uma montanha e projetada para resistir a bombardeios pesados, que marcaria a entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã. Trump, no entanto, [ainda] não agiu. […]


… Foi uma longa noite de expectativa sobre um ataque das forças americanas a Fordow, a instalação nuclear iraniana construída sob uma montanha e projetada para resistir a bombardeios pesados, que marcaria a entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã. Trump, no entanto, [ainda] não agiu. A reunião com seu Conselho de Segurança Nacional levantou especulações e colocou os mercados na defensiva, mas já na abertura dos negócios os ativos reagiam de forma moderada. Novos sinais de escalada dos conflitos podem produzir uma reviravolta em plena superquarta, dia de Fomc e Copom. O Fed manterá o juro, mas a expectativa é grande para Powell, que agora tem os riscos geopolíticos adicionados às incertezas das tarifas. Aqui, o mercado não se arriscou a um consenso e permanece dividido.


… As apostas mantêm a proporção de 60% de chances para uma Selic elevada a 15% e 40% para manutenção em 14,75%.


… Traders e economistas não acreditam que as tensões geopolíticas no Oriente Médio – agravadas pela participação dos EUA – venham a pesar na decisão do Comitê, mas podem ser mais um motivo para o BC continuar segurando o discurso hawkish.


… “Já não acreditávamos em guidance [agora menos ainda] e mesmo uma alta de 25pbs não permitirá ao BC afirmar que o aperto do juro acabou, com a desancoragem das expectativas e o hiato do produto positivo”, disse Felipe Rodrigo de Oliveira (MAG) ao Broadcast.


… Também o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, acredita que o Copom “não vai se comprometer com nada”, assim como outros economistas do mercado que participaram de uma live da Warren Investimentos, nesta 3ªF.


… Todos concordaram que, independentemente da decisão, os passos futuros seguirão em aberto, sem um indicativo mais forte.


… “Tenho uma dificuldade muito grande em achar que o Copom deixará um guidance explícito agora, depois de tanto bater na tecla da incerteza”, disse o gestor de renda fixa da Kinea, Vagner Alves, citando comunicações dos diretores do BC e de Galípolo.


… Se um guidance não é esperado, ainda menos esperada é a sinalização de um corte da Selic.


… A mensagem deve destacar a intenção de manter os juros em terreno restritivo por um período prolongado e sem fechar as portas para novas altas. É um passo importante para evitar que o mercado passe a precificar cortes no futuro próximo.


… Um ajuste de 25pbs, portanto, teria mais o efeito de evitar que se iniciasse o debate dos cortes. No caso de não haver uma alta hoje, o BC deve reforçar que segue vigilante e pronto para reagir em caso de não convergência da inflação para a meta.


… O estrategista-chefe da Warren, Luis Felipe Vital, defende a alta da Selic hoje, dizendo que, se o Copom vier com um discurso mais duro e entregar mais 25pbs, vai ter a chance de controlar as expectativas. “É um momento fenomenal para mostrar credibilidade.”


… Mesmo quem espera manutenção da Selic em 14,75%, como o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício Rosal, diz que a decisão precisaria ser acompanhada por uma “comunicação dura”, visando justamente ancorar as expectativas do mercado.


… Desde o último Copom, houve alguma melhora nas expectativas de inflação, embora permaneçam desancoradas, e moderação do IPCA, além do PIB/1Tri mais fraco. Mas outros fatores altistas persistem, como os estímulos fiscais e o mercado de trabalho ainda aquecido.


… Em resumo: há motivos para manter a Selic em 14,75%, não serão 25pbs a mais ou a menos que fariam tanta diferença nos preços, o que BC decidirá hoje é se precisa parecer mais hawkish do que de fato deve desejar. A briga é pelas expectativas.


FED – Antes do Copom, que anuncia o resultado para a Selic após as 18h30, o Fomc deve manter a taxa de juros nos EUA (15h), segundo aposta unânime. Analistas consultados pelo Broadcast acreditam que será conservada a postura de “esperar para ver”.


… Se já era assim antes, considerando os efeitos incertos das tarifas, mais ainda agora, com as tensões geopolíticas sobre as expectativas inflacionárias. O tom do comunicado, as projeções de cortes do Comitê e a mensagem de Powell (15h30) darão rumo aos mercados.


… O alívio das pressões tarifárias não deve ser considerado em destaque pelo Fed, já que apenas um acordo foi fechado até agora, com o Reino Unido, as negociações com a China são apenas preliminares e a trégua dos 90 dias está vencendo em 9 de julho.


… Preocupação mais direta é com o salto de cerca de 10% nos preços do petróleo desde a semana passada.


… Goldman Sachs aposta que os dirigentes do Fomc manterão a perspectiva de dois cortes do juro este ano. Deutsche espera uma postura mais restritiva. E o BofA quer ver o que Powell diz sobre o mercado de trabalho e os riscos inflacionários das tarifas.


… Já Citi e BBH acreditam que o Fed virá mais dovish, após três meses de dados mais baixos do núcleo da inflação e ausência de pressões de preços relacionadas a tarifas. Ambos esperam o primeiro corte do juro em setembro e concordam que o petróleo é um risco.


A GUERRA – Autoridades americanas disseram que as próximas 24 a 48 horas serão cruciais para determinar se uma solução diplomática com o Irã é possível ou se Trump recorreria à ação militar, informou no final da noite a rede ABC.


… Trump se reuniu com sua equipe de segurança nacional por mais de uma hora para discutir o crescente conflito no Oriente Médio, gerando especulações de que os Estados Unidos estariam prestes a se juntar ao ataque de Israel ao Irã.


… A Casa Branca, porém, não comentou ou emitiu uma declaração ao final do encontro.


… As armas americanas são vistas como cruciais para alcançar uma destruição mais completa do programa atômico da República Islâmica, sobretudo para destruir a instalação nuclear de Fordow, construída sob uma montanha a 61 metros de profundidade.


… Antes de reunir seus assessores na Sala de Situação, o presidente Trump publicou uma mensagem nas redes sociais exigindo a rendição incondicional do Irã e alertou sobre um possível ataque contra o líder do país, o aiatolá Ali Khamenei.


… “Sabemos exatamente onde o chamado Líder Supremo está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos matá-lo, pelo menos não por enquanto.” Enquanto isso, Israel e Irã indicavam que planejam intensificar os conflitos, que já duram cinco dias.


… Na Bloomberg, forças de Israel identificaram mísseis lançados do Irã e instruíram a população a se abrigar. Na Reuters, explosões eram ouvidas em Tel Aviv. E no NYT, o Irã atacará interesses militares dos EUA no Oriente Médio, se Trump prosseguir com sua campanha.


… A Agência da República Islâmica falou em uma “operação punitiva” e alertou os israelenses para evacuarem Tel Aviv e Haifa.


… O chanceler alemão Friedrich Merz, que participava do G7 no Canadá, disse que uma decisão dos EUA de se juntar à guerra aconteceria “no decorrer do dia” e que, se o Irã não voltar à mesa de negociações, “seu programa nuclear será completamente destruído”.


… O Irã estava negociando com os EUA há semanas sobre um acordo nuclear antes de Israel lançar seu ataque surpresa.


… O vice-presidente JD Vance disse a repórteres que Trump estava “deixando claro para o povo americano e para o mundo inteiro que a política dos EUA é que o Irã não pode ter uma arma nuclear e que “eles não têm permissão para enriquecer urânio”.


… À noite, a Embaixada dos EUA em Jerusalém e os consulados em Jerusalém e Tel Aviv anunciaram o fechamento por três dias.


… Nesta 3ªF, declarações do presidente Trump sinalizando a possibilidade de aderir ao conflito no Oriente Médio sustentaram um pregão de cautela em Nova York, com os investidores indo para a defensiva no ambiente de aversão ao risco (leia abaixo).


LULA – O presidente deixou a Cúpula do G7 no Canadá e está voltando ao Brasil, sem se reunir com os líderes da Alemanha (Fridrich Merz cancelou o encontro porque a agenda atrasou) e da Ucrânia, Volodymyr Zelenski (pela segunda vez; a primeira foi no Japão, em 2023).


… Até mesmo a entrevista com a imprensa que estava marcada para antes do embarque não aconteceu.


… As únicas reuniões bilaterais de Lula às margens do G7 foram com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, com quem ele discutiu comércio, transição energética e democracia, e o novo líder da Coreia do Sul, Lee Jae-myung.


NÃO TÁ FÁCIL – O presidente enfrenta na volta duras derrotas no Congresso: 1) a aprovação da urgência do Decreto Legislativo contra o aumento do IOF, 2) a leitura do CPMI do INSS, e 3) a derrubada de vetos importantes para as contas públicas.


… Entre os vetos, os relacionados às regras para a produção de energia eólica em alto-mar, chamado pelo jargão de “eólicas offshore”, são o mais preocupante, porque o projeto passou com uma série de jabutis para atender a diferentes geradores de energia.


… Segundo as estimativas, esses jabutis podem custar até R$ 17 bilhões/ano e também encarecerão a conta de luz dos consumidores.


… O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, disse que o governo deve editar em breve uma MP para compensar eventuais aumentos na conta de energia elétrica causados pela derrubada de um veto sobre pequenas hidrelétricas.


… Nem todos os vetos foram apreciados, os líderes conseguiram segurar alguns para negociar e, segundo apurou o Estadão, se o governo colocasse os demais jabutis em votação, corria o risco de perder em todos, com o clima negativo na relação com o Congresso.


… Durante à tarde, um a um, os vetos presidenciais foram derrubados, incluindo o veto ao projeto que garante pensão vitalícia de R$ 7,7 mil a crianças vítimas do Zika Vírus e o veto à isenção de FIIs e Fiagros da cobrança de IBS e CBS, no âmbito da reforma tributária.


MAIS AGENDA – O 2º decêndio de junho do IGP-M (8h) e os dados semanais do fluxo cambial (14h30) são os dois indicadores da 4ªF.


… Lá fora, o dia começa com a inflação (CPI) de maio na Zona do Euro (6h) e, nos EUA, segue com as construções de moradias iniciadas em maio e os pedidos de auxílio-desemprego na semana até o dia 14 – ambos com divulgação às 9h30.


… Às 11h30, o DoE divulga os estoques de petróleo nos Estados Unidos, que na semana anterior caíram 3,644 milhões de barris.


JAPÃO HOJE – As exportações registraram queda anualizada de 1,7% em maio, após alta de 2% em abril, dando a medida do impacto das tarifas aplicadas pelo governo Trump. Foi o primeiro recuo do indicador em 8 meses.


… O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, conversou esta semana com Trump à margem da cúpula do G7, no Canadá, e afirmou que os dois países ainda não chegaram a um acordo, mas concordaram em ampliar as discussões.


PIOR DOS MUNDOS – O risco no ar da manobra política tão temida, de que os EUA se metam no conflito Irã/Israel, gerou nova onda de estresse mundial, disparou o petróleo e o “índice do medo” VIX (+12,40%, a 21,48 pontos).


… Felizmente, o mercado doméstico sentiu menos o choque externo, porque o petróleo amorteceu a queda do Ibov e do dólar, e o câmbio ainda foi favorecido pela perspectiva de Selic alta, mesmo que o Copom não suba o juro hoje.


… Mais ou menos tanto faz para o capital especulativo interessado em aplicar no Brasil se a taxa básica continuará em 14,75% ou será elevada para 15%, porque com pausa ou sem pausa no ciclo de alta, a Selic está muito atrativa.  


… Apostando na continuidade do fluxo estrangeiro, o dólar operou só pontualmente ontem na faixa dos R$ 5,50 (máxima intraday de R$ 5,5076), mas fechou abaixo desta marca, cotado a R$ 5,4968, em leve alta de 0,20%.


… Operou comportado se comparado ao salto lá fora do índice DXY (+0,84%, a 98,817 pontos) com a busca por proteção na moeda americana, que derrubou o euro (-0,71%, para US$ 1,1487) e a libra (-1,15%, para US$ 1,3487).


… Também o iene (145,27/US$) caiu, depois de o BoJ ter deixado os juros inalterados em 0,50% pela terceira vez consecutiva e ter anunciado que reduzirá as compras mensais de JGBs, os títulos do Tesouro japonês.


… Além de terem operado com relativo sangue-frio à subida de tom de Trump nas ameaças ao Irã, os ativos domésticos tampouco foram abalados pela surra tomada pelo governo na aprovação da urgência do PDL do IOF.


… Apesar do ambiente sensível em Brasília, o investidor parece estar apostando no sucesso dos acordos que serão costurados nos bastidores nas próximas semanas para baixar a temperatura na relação do governo e o Congresso.


… Quanto à escalada da tensão externa, o Brasil tem sentido a dimensão do conflito menos dramaticamente, blindado pela condição de exportador de petróleo, segundo o economista Carlos Kawall (da Oriz) no Broadcast.


… Depois de uma curta realização de lucro na 2ªF, os papéis da Petrobras já voltaram a exibir fôlego ontem, ocupando o ranking das maiores altas do Ibov e ajudando a contrabalançar o impacto do tombo das ações da Vale.


… A mineradora corrigiu o salto superior a 3% do pregão anterior e afundou 4,50%, para R$ 51,41, enquanto Petrobras ON liderou os ganhos do Ibovespa, com 2,95% (R$ 35,95), e PN registrou valorização de 2,27% (R$ 32,94).


… Em meio às forças opostas entre as blue chips das commodities, o índice à vista da bolsa limitou a queda a 0,30%, aos 138.840 pontos, e continua sonhando em fechar um dia acima do patamar inédito dos 140 mil pontos.


… Mês passado, esta marca já foi cruzada no intraday (140.381,93), mas nunca ainda bancada até o fechamento.


… Entre os bancos, ontem, só BB caiu (ON, -0,36%, a 21,90). Bradesco PN engatou alta de 1,50%, para R$ 16,89, Bradesco ON subiu 0,90%, a R$ 14,50; Itaú PN ganhou 0,60%, a R$ 37,05; e Santander Unit, +0,20%, a R$ 30,15.


… Pior queda do dia, Usiminas PNA (-6,90%; R$ 4,59) sentiu o corte de recomendação para marketperform (neutro) pelo Itaú BBA, após o banco ter identificado uma rápida deterioração nos preços do aço (-14% desde março).


BARRIL DE PÓLVORA – Avesso a uma solução diplomática para o fim ao conflito de Israel com Teerã, Trump voltou a botar fogo no mercado de petróleo com os relatos na imprensa de que atacaria as instalações nucleares iranianas.


… De seu lado, o Irã teria voltado a levantar a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz, considera a última grande cartada do país. Mas analistas afirmam nas agências internacionais que a ameaça dificilmente se concretizará.


… Primeiro, porque desencadearia resposta violenta dos EUA, o que seria ainda pior. Fora isso, economicamente, fechar o Estreito de Ormuz prejudicaria o próprio Irã, que está usando a hidrovia para exportar petróleo à China.


… Pelo Estreito, é transportado 34% de todo o fluxo global da commodity por via oceânica. Agitado pelo cenário conturbado, o contrato do petróleo Brent com vencimento em agosto disparou 4,40%, negociado a US$ 76,45.


… Pela manhã, a AIE avaliou que o mercado da commodity deve ficar bem abastecido até o final desta década, mas ponderou que os riscos geopolíticos e as tensões comerciais introduzem incertezas significativas para a oferta.


… Tensas com o risco de os EUA exibirem o seu poderio bélico e Trump ordenar uma ação militar contra o Irã, as bolsas em NY foram para a defensiva. Indicadores fracos também afetaram o sentimento na véspera do Fed.


… Dow Jones, -0,70%, a 42.215,80 pontos; S&P 500, -0,84% (5.982,72 pontos); e Nasdaq, -0,91% (19.521,09 pontos).


… Em sinal de desaquecimento da economia americana, as vendas no varejo recuaram 0,9% em maio contra abril, pior do que a queda de 0,7% esperada. A produção industrial caiu 0,2% e contrariou a aposta de alta de 0,2%.


… Os dados foram lidos pelo lado negativo, da atividade fraca, mas reforçam a expectativa de corte de juro no 3Tri.


… Essa percepção de que o Fed pode começar a relaxar a política monetária em setembro derrubou ontem as taxas dos Treasuries, que já sofriam com o apelo defensivo provocado pela onda global de aversão a risco com o Irã.


… Mas se a guerra escalar para graus mais alarmantes, que disparem o petróleo acima de US$ 80, e se Trump não desistir de sua obsessão protecionista, Powell vai ter trabalho para lidar com as pressões inflacionárias.


… O retorno da Note de 2 anos caiu a 3,943%, contra 3,972%, e o de 10 anos recuou para 4,388%, de 4,456%.


… Aqui, só a ponta curta do DI fechou praticamente estável, engessada pelo suspense com o Copom. Já os demais contratos embutiram prêmio, precificando o clima de nervosismo, se os EUA decidirem se intrometer na guerra.


… No fechamento, o vencimento para Jan/26 marcava 14,860% (de 14,863% no ajuste anterior). Já o Jan/27 subia a 14,235% (de 14,170%); Jan/29, a 13,540% (de 13,454%); Jan/31, a 13,660% (13,597%); e Jan/33, 13,720% (13,669%).


EM TEMPO… PETROBRAS e BRASKEM assinaram, em 6/6, aditivo ao contrato de fornecimento de hidrocarbonetos leves de refinaria (HLR) da Refinaria Henrique Lage (Revap), originalmente firmado em outubro de 2024…


… O novo aditivo visa incorporar mecanismos que permitam a comercialização de HLR a preço diferenciado (HLRPD) no contrato…


… Segundo comunicado, valor máximo estimado da operação é de R$ 590 milhões, considerando a comercialização total dos volumes adicionais e o câmbio atual.


CEMIG aprovou a distribuição de R$ 596,75 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,2086 por ação, com pagamento em duas parcelas (30/6 e 30/12); ex em 24/6.


HYPERA aprovou a distribuição de R$ 185,1 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,2925 por ação, com pagamento até o fim do exercício social de 2026, em data a ser definida pela companhia; ex em 27/6.


JALLES MACHADO encerrou o 4Tri da temporada 2024/25 com prejuízo líquido de R$ 8,5 milhões, uma reversão do lucro de R$ 7,4 milhões registrado em igual período da safra anterior…


… O Ebitda ajustado foi de R$ 530,3 milhões, avanço de 78,3% na comparação anual. Já a receita líquida avançou 30%, para R$ 653,6 milhões.


GRIPE AVIÁRIA. O Ministério da Agricultura confirmou a suspensão temporária pelo Japão das importações de carne de aves provenientes dos municípios de Santo Antônio da Barra (GO) e Campinápolis (MT).

BDM Matinal Riscala

 _Caros amigos, bom dia!_

_Iniciamos as transmissões do BDM Online com o BDM Morning Call, que traz as expectativas da pré-abertura._


*BDM Morning Call: Guerra na superquarta*


[18/06/25] Foi uma longa noite de expectativa sobre um ataque das forças americanas a Fordow, a instalação nuclear iraniana construída sob uma montanha e projetada para resistir a bombardeios pesados, que marcaria a entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã. Trump, no entanto, [ainda] não agiu. A reunião com seu Conselho de Segurança Nacional levantou especulações e colocou os mercados na defensiva, mas já na abertura dos negócios os ativos reagiam de forma moderada. Novos sinais de escalada dos conflitos podem produzir uma reviravolta em plena superquarta, dia de Fomc e Copom. O Fed manterá o juro, mas a expectativa é grande para Powell, que agora tem os riscos geopolíticos adicionados às incertezas das tarifas. Aqui, o mercado não se arriscou a um consenso e permanece dividido. *(Rosa Riscala)*


_Leia o BDM Morning Call na íntegra acessando o link_

www.bomdiamercado.com.br

Valor econômico

 Artigo do Jornal Valor Econômico de 17/06/2025


Intitulado: Inquietação com os swaps em dólar, Alerta sobre a turbulência de Charles Kindleberger:


Em seu livro "The World in Depression" (O Mundo em Depressão), Kindleberger argumenta que a estabilidade financeira internacional depende da existência de uma potência dominante que possa fornecer liderança e estabilidade ao sistema financeiro global. Segundo essa visão, quando uma potência dominante perde a capacidade ou o desejo de sustentar a ordem financeira internacional, e não há uma nova potência emergente para assumir esse papel, o sistema financeiro global pode entrar em turbulência. Isso pode levar a instabilidade, crises financeiras e até mesmo depressões econômicas. Essa ideia é frequentemente relacionada à transição entre a libra esterlina e o dólar americano como moeda de reserva global no início do século XX. A falta de uma potência dominante clara durante esse período contribuiu para a instabilidade financeira global durante a Grande Depressão.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Brasil sem rumo

 🧨 Brasil sem rumo: Murillo de Aragão alerta sobre o vácuo de lideranças no país


No artigo “Cenário desalentador”, Murillo de Aragão analisa com contundência a atual paralisia política no Brasil. Para ele, o país vive um profundo vácuo de lideranças, o que inviabiliza qualquer tentativa séria de renovação institucional ou política. A ausência de nomes com credibilidade e visão estratégica cria um ambiente propício à estagnação e à descrença generalizada. Aragão aponta que, sem líderes capazes de mobilizar e inspirar, a democracia se enfraquece e o debate público perde qualidade. O ex-presidente é mencionado como símbolo de um passado que ainda contamina o presente. O autor destaca a falta de projetos consistentes e o predomínio de agendas personalistas. O cenário, segundo ele, é preocupante e exige reflexão. A análise foi publicada originalmente na coluna de Murillo de Aragão na Veja, em 13 de junho de 2025.

Paul Romer

 Nobel de Economia.


Paul Romer, professor do Boston College, Nobel de Economia, anuncia que está planejando deixar os EUA. 


Ele afirma que as pressões do governo Trump sobre as Universidades do país criam um ambiente em que acadêmicos começam a se censurar e a medir as palavras por receio de algum tipo de perseguição.


Para ele, não é concebível ter de pensar “ah, não posso dizer isso, porque posso me meter em encrenca. Simplesmente não vou viver assim”.


As universidades tem sido pressionadas a rever políticas de contratação, de acesso de alunos estrangeiros e de conteúdos de cursos.


PT mira Galipolo

 PT mira em Galípolo

Indicado por Lula como aposta para mudar os rumos da política monetária e disfarçar a gastança do governo, presidente do BC vira alvo do lulopetismo, prova de que o PT é incorrigível.

Por Notas & Informações - 17/06/2025 


Está declarado o fim da lua de mel entre o PT de Lula da Silva e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. Indicado pelo presidente como uma aposta para dar um cavalo de pau nos rumos da política monetária, como se isso fosse viável e o melhor para o Brasil, Galípolo começa aos poucos a se converter em alvo do lulopetismo. Os sinais do rompimento podem ainda não ter aparecido sob a forma dos apopléticos documentos do partido, com os quais invariavelmente petistas põem o dedo em riste contra aqueles que consideram inimigos, mas são cada vez mais barulhentas as críticas que até aqui se restringiam a murmúrios internos.


O episódio do aumento do IOF escancarou uma divergência entre Galípolo e o outrora amigo próximo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O redivivo ex-ministro José Dirceu escreveu um artigo no qual, ao atacar o rentismo, o mercado financeiro, a “Faria Lima” e os juros altos, ironiza um Galípolo que, “tão cioso de sua independência”, se reúne com empresários e o setor financeiro – é como se o presidente do BNDES fosse criticado, num evidente disparate, por se encontrar com representantes da indústria. Antes, em carta aberta à militância, o antigo amigo de Fidel Castro propôs à esquerda uma “revolução social” capaz de “pôr fim à apropriação e expropriação da renda nacional pelo capital financeiro e agrário, num circuito entre o Banco Central e a Faria Lima”.


Houve mais. Três dos quatro candidatos à presidência do PT não só fizeram críticas ao capitalismo, como foram explícitos no ataque ao Banco Central e sua preocupação com a inflação, a (má) percepção dos agentes econômicos e seus efeitos sobre a política monetária e a estabilidade da moeda. Um dos poucos governadores de Estado do partido, o cearense Elmano de Freitas, cobrou de Galípolo – “agora que indicamos o presidente do Banco Central” – a redução da taxa básica de juros (Selic), como se isso dependesse de uma canetada. A cisão se completa com o debate sobre a proposta que prevê autonomia financeira do BC.


O problema de fundo é o vício petista de enxergar o Banco Central como um instrumento do mercado para favorecer o rentismo, em detrimento do crescimento do País. É uma versão conveniente para uma verdade inconveniente: a incapacidade do lulopetismo de enfrentar a realidade da alta da inflação e o papel dos gastos do governo nessa escalada. A grita petista mostra que Galípolo pode estar fazendo o certo: como presidente do BC, cabe a ele ser o zelador prudente do poder de compra da moeda, e não o irresponsável sabujo de um presidente perdulário, como o PT desejaria. Mas, para os petistas, Galípolo apenas se rendeu à lógica do mercado.


O que é ilógico, contudo, é que mais de 15 anos de poder foram insuficientes para que o PT entendesse a dinâmica do mercado. Lula e seu partido nunca esconderam o desconforto com o modelo estabelecido em lei para o Banco Central. Antes disso, nos seus dois primeiros mandatos, o demiurgo petista até deixou o então presidente do BC, Henrique Meirelles, trabalhar de forma autônoma. Era uma autonomia que lhe convinha. Precisando conquistar a confiança dos agentes econômicos, ele permitiu uma maior complementaridade entre as políticas fiscal e monetária – foi a maior disciplina fiscal no primeiro mandato, aliás, que permitiu o crescimento robusto no segundo mandato, ainda que, como se sabe, com alto custo futuro. Mas não sem uma no cravo e outra na ferradura: morubixabas petistas ou o próprio Lula esbravejavam publicamente contra os “juros altos” do BC, enquanto nos bastidores o presidente trocava mesuras com Meirelles.


Funcionou enquanto Lula e o PT tinham capital político para brigar contra o mercado e a realidade. Não é o caso de agora. Ocorre que a independência institucional garantida por lei ao BC e algum zelo demonstrado pela autoridade monetária para compensar a expansão fiscal do terceiro mandato são vistos pelo PT como forças malignas. A torpeza de sentido tem um vício de origem: a incapacidade do lulopetismo de lidar com a dinâmica do setor privado, e é assim que o mercado financeiro é o Tinhoso, empresário bom é só aquele que favorece a companheirada e a autonomia do Banco Central só é bem-vinda pela metade, isto é, que o BC seja autônomo em relação ao mercado, afugentando investidores, mas não ao governo e sua gastança.

Fabio Alves