quarta-feira, 18 de junho de 2025

BDM Matinal Riscala 2

 *Rosa Riscala: Guerra na superquarta*


Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato


 … Foi uma longa noite de expectativa sobre um ataque das forças americanas a Fordow, a instalação nuclear iraniana construída sob uma montanha e projetada para resistir a bombardeios pesados, que marcaria a entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã. Trump, no entanto, [ainda] não agiu. […]


… Foi uma longa noite de expectativa sobre um ataque das forças americanas a Fordow, a instalação nuclear iraniana construída sob uma montanha e projetada para resistir a bombardeios pesados, que marcaria a entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã. Trump, no entanto, [ainda] não agiu. A reunião com seu Conselho de Segurança Nacional levantou especulações e colocou os mercados na defensiva, mas já na abertura dos negócios os ativos reagiam de forma moderada. Novos sinais de escalada dos conflitos podem produzir uma reviravolta em plena superquarta, dia de Fomc e Copom. O Fed manterá o juro, mas a expectativa é grande para Powell, que agora tem os riscos geopolíticos adicionados às incertezas das tarifas. Aqui, o mercado não se arriscou a um consenso e permanece dividido.


… As apostas mantêm a proporção de 60% de chances para uma Selic elevada a 15% e 40% para manutenção em 14,75%.


… Traders e economistas não acreditam que as tensões geopolíticas no Oriente Médio – agravadas pela participação dos EUA – venham a pesar na decisão do Comitê, mas podem ser mais um motivo para o BC continuar segurando o discurso hawkish.


… “Já não acreditávamos em guidance [agora menos ainda] e mesmo uma alta de 25pbs não permitirá ao BC afirmar que o aperto do juro acabou, com a desancoragem das expectativas e o hiato do produto positivo”, disse Felipe Rodrigo de Oliveira (MAG) ao Broadcast.


… Também o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, acredita que o Copom “não vai se comprometer com nada”, assim como outros economistas do mercado que participaram de uma live da Warren Investimentos, nesta 3ªF.


… Todos concordaram que, independentemente da decisão, os passos futuros seguirão em aberto, sem um indicativo mais forte.


… “Tenho uma dificuldade muito grande em achar que o Copom deixará um guidance explícito agora, depois de tanto bater na tecla da incerteza”, disse o gestor de renda fixa da Kinea, Vagner Alves, citando comunicações dos diretores do BC e de Galípolo.


… Se um guidance não é esperado, ainda menos esperada é a sinalização de um corte da Selic.


… A mensagem deve destacar a intenção de manter os juros em terreno restritivo por um período prolongado e sem fechar as portas para novas altas. É um passo importante para evitar que o mercado passe a precificar cortes no futuro próximo.


… Um ajuste de 25pbs, portanto, teria mais o efeito de evitar que se iniciasse o debate dos cortes. No caso de não haver uma alta hoje, o BC deve reforçar que segue vigilante e pronto para reagir em caso de não convergência da inflação para a meta.


… O estrategista-chefe da Warren, Luis Felipe Vital, defende a alta da Selic hoje, dizendo que, se o Copom vier com um discurso mais duro e entregar mais 25pbs, vai ter a chance de controlar as expectativas. “É um momento fenomenal para mostrar credibilidade.”


… Mesmo quem espera manutenção da Selic em 14,75%, como o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício Rosal, diz que a decisão precisaria ser acompanhada por uma “comunicação dura”, visando justamente ancorar as expectativas do mercado.


… Desde o último Copom, houve alguma melhora nas expectativas de inflação, embora permaneçam desancoradas, e moderação do IPCA, além do PIB/1Tri mais fraco. Mas outros fatores altistas persistem, como os estímulos fiscais e o mercado de trabalho ainda aquecido.


… Em resumo: há motivos para manter a Selic em 14,75%, não serão 25pbs a mais ou a menos que fariam tanta diferença nos preços, o que BC decidirá hoje é se precisa parecer mais hawkish do que de fato deve desejar. A briga é pelas expectativas.


FED – Antes do Copom, que anuncia o resultado para a Selic após as 18h30, o Fomc deve manter a taxa de juros nos EUA (15h), segundo aposta unânime. Analistas consultados pelo Broadcast acreditam que será conservada a postura de “esperar para ver”.


… Se já era assim antes, considerando os efeitos incertos das tarifas, mais ainda agora, com as tensões geopolíticas sobre as expectativas inflacionárias. O tom do comunicado, as projeções de cortes do Comitê e a mensagem de Powell (15h30) darão rumo aos mercados.


… O alívio das pressões tarifárias não deve ser considerado em destaque pelo Fed, já que apenas um acordo foi fechado até agora, com o Reino Unido, as negociações com a China são apenas preliminares e a trégua dos 90 dias está vencendo em 9 de julho.


… Preocupação mais direta é com o salto de cerca de 10% nos preços do petróleo desde a semana passada.


… Goldman Sachs aposta que os dirigentes do Fomc manterão a perspectiva de dois cortes do juro este ano. Deutsche espera uma postura mais restritiva. E o BofA quer ver o que Powell diz sobre o mercado de trabalho e os riscos inflacionários das tarifas.


… Já Citi e BBH acreditam que o Fed virá mais dovish, após três meses de dados mais baixos do núcleo da inflação e ausência de pressões de preços relacionadas a tarifas. Ambos esperam o primeiro corte do juro em setembro e concordam que o petróleo é um risco.


A GUERRA – Autoridades americanas disseram que as próximas 24 a 48 horas serão cruciais para determinar se uma solução diplomática com o Irã é possível ou se Trump recorreria à ação militar, informou no final da noite a rede ABC.


… Trump se reuniu com sua equipe de segurança nacional por mais de uma hora para discutir o crescente conflito no Oriente Médio, gerando especulações de que os Estados Unidos estariam prestes a se juntar ao ataque de Israel ao Irã.


… A Casa Branca, porém, não comentou ou emitiu uma declaração ao final do encontro.


… As armas americanas são vistas como cruciais para alcançar uma destruição mais completa do programa atômico da República Islâmica, sobretudo para destruir a instalação nuclear de Fordow, construída sob uma montanha a 61 metros de profundidade.


… Antes de reunir seus assessores na Sala de Situação, o presidente Trump publicou uma mensagem nas redes sociais exigindo a rendição incondicional do Irã e alertou sobre um possível ataque contra o líder do país, o aiatolá Ali Khamenei.


… “Sabemos exatamente onde o chamado Líder Supremo está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos matá-lo, pelo menos não por enquanto.” Enquanto isso, Israel e Irã indicavam que planejam intensificar os conflitos, que já duram cinco dias.


… Na Bloomberg, forças de Israel identificaram mísseis lançados do Irã e instruíram a população a se abrigar. Na Reuters, explosões eram ouvidas em Tel Aviv. E no NYT, o Irã atacará interesses militares dos EUA no Oriente Médio, se Trump prosseguir com sua campanha.


… A Agência da República Islâmica falou em uma “operação punitiva” e alertou os israelenses para evacuarem Tel Aviv e Haifa.


… O chanceler alemão Friedrich Merz, que participava do G7 no Canadá, disse que uma decisão dos EUA de se juntar à guerra aconteceria “no decorrer do dia” e que, se o Irã não voltar à mesa de negociações, “seu programa nuclear será completamente destruído”.


… O Irã estava negociando com os EUA há semanas sobre um acordo nuclear antes de Israel lançar seu ataque surpresa.


… O vice-presidente JD Vance disse a repórteres que Trump estava “deixando claro para o povo americano e para o mundo inteiro que a política dos EUA é que o Irã não pode ter uma arma nuclear e que “eles não têm permissão para enriquecer urânio”.


… À noite, a Embaixada dos EUA em Jerusalém e os consulados em Jerusalém e Tel Aviv anunciaram o fechamento por três dias.


… Nesta 3ªF, declarações do presidente Trump sinalizando a possibilidade de aderir ao conflito no Oriente Médio sustentaram um pregão de cautela em Nova York, com os investidores indo para a defensiva no ambiente de aversão ao risco (leia abaixo).


LULA – O presidente deixou a Cúpula do G7 no Canadá e está voltando ao Brasil, sem se reunir com os líderes da Alemanha (Fridrich Merz cancelou o encontro porque a agenda atrasou) e da Ucrânia, Volodymyr Zelenski (pela segunda vez; a primeira foi no Japão, em 2023).


… Até mesmo a entrevista com a imprensa que estava marcada para antes do embarque não aconteceu.


… As únicas reuniões bilaterais de Lula às margens do G7 foram com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, com quem ele discutiu comércio, transição energética e democracia, e o novo líder da Coreia do Sul, Lee Jae-myung.


NÃO TÁ FÁCIL – O presidente enfrenta na volta duras derrotas no Congresso: 1) a aprovação da urgência do Decreto Legislativo contra o aumento do IOF, 2) a leitura do CPMI do INSS, e 3) a derrubada de vetos importantes para as contas públicas.


… Entre os vetos, os relacionados às regras para a produção de energia eólica em alto-mar, chamado pelo jargão de “eólicas offshore”, são o mais preocupante, porque o projeto passou com uma série de jabutis para atender a diferentes geradores de energia.


… Segundo as estimativas, esses jabutis podem custar até R$ 17 bilhões/ano e também encarecerão a conta de luz dos consumidores.


… O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, disse que o governo deve editar em breve uma MP para compensar eventuais aumentos na conta de energia elétrica causados pela derrubada de um veto sobre pequenas hidrelétricas.


… Nem todos os vetos foram apreciados, os líderes conseguiram segurar alguns para negociar e, segundo apurou o Estadão, se o governo colocasse os demais jabutis em votação, corria o risco de perder em todos, com o clima negativo na relação com o Congresso.


… Durante à tarde, um a um, os vetos presidenciais foram derrubados, incluindo o veto ao projeto que garante pensão vitalícia de R$ 7,7 mil a crianças vítimas do Zika Vírus e o veto à isenção de FIIs e Fiagros da cobrança de IBS e CBS, no âmbito da reforma tributária.


MAIS AGENDA – O 2º decêndio de junho do IGP-M (8h) e os dados semanais do fluxo cambial (14h30) são os dois indicadores da 4ªF.


… Lá fora, o dia começa com a inflação (CPI) de maio na Zona do Euro (6h) e, nos EUA, segue com as construções de moradias iniciadas em maio e os pedidos de auxílio-desemprego na semana até o dia 14 – ambos com divulgação às 9h30.


… Às 11h30, o DoE divulga os estoques de petróleo nos Estados Unidos, que na semana anterior caíram 3,644 milhões de barris.


JAPÃO HOJE – As exportações registraram queda anualizada de 1,7% em maio, após alta de 2% em abril, dando a medida do impacto das tarifas aplicadas pelo governo Trump. Foi o primeiro recuo do indicador em 8 meses.


… O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, conversou esta semana com Trump à margem da cúpula do G7, no Canadá, e afirmou que os dois países ainda não chegaram a um acordo, mas concordaram em ampliar as discussões.


PIOR DOS MUNDOS – O risco no ar da manobra política tão temida, de que os EUA se metam no conflito Irã/Israel, gerou nova onda de estresse mundial, disparou o petróleo e o “índice do medo” VIX (+12,40%, a 21,48 pontos).


… Felizmente, o mercado doméstico sentiu menos o choque externo, porque o petróleo amorteceu a queda do Ibov e do dólar, e o câmbio ainda foi favorecido pela perspectiva de Selic alta, mesmo que o Copom não suba o juro hoje.


… Mais ou menos tanto faz para o capital especulativo interessado em aplicar no Brasil se a taxa básica continuará em 14,75% ou será elevada para 15%, porque com pausa ou sem pausa no ciclo de alta, a Selic está muito atrativa.  


… Apostando na continuidade do fluxo estrangeiro, o dólar operou só pontualmente ontem na faixa dos R$ 5,50 (máxima intraday de R$ 5,5076), mas fechou abaixo desta marca, cotado a R$ 5,4968, em leve alta de 0,20%.


… Operou comportado se comparado ao salto lá fora do índice DXY (+0,84%, a 98,817 pontos) com a busca por proteção na moeda americana, que derrubou o euro (-0,71%, para US$ 1,1487) e a libra (-1,15%, para US$ 1,3487).


… Também o iene (145,27/US$) caiu, depois de o BoJ ter deixado os juros inalterados em 0,50% pela terceira vez consecutiva e ter anunciado que reduzirá as compras mensais de JGBs, os títulos do Tesouro japonês.


… Além de terem operado com relativo sangue-frio à subida de tom de Trump nas ameaças ao Irã, os ativos domésticos tampouco foram abalados pela surra tomada pelo governo na aprovação da urgência do PDL do IOF.


… Apesar do ambiente sensível em Brasília, o investidor parece estar apostando no sucesso dos acordos que serão costurados nos bastidores nas próximas semanas para baixar a temperatura na relação do governo e o Congresso.


… Quanto à escalada da tensão externa, o Brasil tem sentido a dimensão do conflito menos dramaticamente, blindado pela condição de exportador de petróleo, segundo o economista Carlos Kawall (da Oriz) no Broadcast.


… Depois de uma curta realização de lucro na 2ªF, os papéis da Petrobras já voltaram a exibir fôlego ontem, ocupando o ranking das maiores altas do Ibov e ajudando a contrabalançar o impacto do tombo das ações da Vale.


… A mineradora corrigiu o salto superior a 3% do pregão anterior e afundou 4,50%, para R$ 51,41, enquanto Petrobras ON liderou os ganhos do Ibovespa, com 2,95% (R$ 35,95), e PN registrou valorização de 2,27% (R$ 32,94).


… Em meio às forças opostas entre as blue chips das commodities, o índice à vista da bolsa limitou a queda a 0,30%, aos 138.840 pontos, e continua sonhando em fechar um dia acima do patamar inédito dos 140 mil pontos.


… Mês passado, esta marca já foi cruzada no intraday (140.381,93), mas nunca ainda bancada até o fechamento.


… Entre os bancos, ontem, só BB caiu (ON, -0,36%, a 21,90). Bradesco PN engatou alta de 1,50%, para R$ 16,89, Bradesco ON subiu 0,90%, a R$ 14,50; Itaú PN ganhou 0,60%, a R$ 37,05; e Santander Unit, +0,20%, a R$ 30,15.


… Pior queda do dia, Usiminas PNA (-6,90%; R$ 4,59) sentiu o corte de recomendação para marketperform (neutro) pelo Itaú BBA, após o banco ter identificado uma rápida deterioração nos preços do aço (-14% desde março).


BARRIL DE PÓLVORA – Avesso a uma solução diplomática para o fim ao conflito de Israel com Teerã, Trump voltou a botar fogo no mercado de petróleo com os relatos na imprensa de que atacaria as instalações nucleares iranianas.


… De seu lado, o Irã teria voltado a levantar a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz, considera a última grande cartada do país. Mas analistas afirmam nas agências internacionais que a ameaça dificilmente se concretizará.


… Primeiro, porque desencadearia resposta violenta dos EUA, o que seria ainda pior. Fora isso, economicamente, fechar o Estreito de Ormuz prejudicaria o próprio Irã, que está usando a hidrovia para exportar petróleo à China.


… Pelo Estreito, é transportado 34% de todo o fluxo global da commodity por via oceânica. Agitado pelo cenário conturbado, o contrato do petróleo Brent com vencimento em agosto disparou 4,40%, negociado a US$ 76,45.


… Pela manhã, a AIE avaliou que o mercado da commodity deve ficar bem abastecido até o final desta década, mas ponderou que os riscos geopolíticos e as tensões comerciais introduzem incertezas significativas para a oferta.


… Tensas com o risco de os EUA exibirem o seu poderio bélico e Trump ordenar uma ação militar contra o Irã, as bolsas em NY foram para a defensiva. Indicadores fracos também afetaram o sentimento na véspera do Fed.


… Dow Jones, -0,70%, a 42.215,80 pontos; S&P 500, -0,84% (5.982,72 pontos); e Nasdaq, -0,91% (19.521,09 pontos).


… Em sinal de desaquecimento da economia americana, as vendas no varejo recuaram 0,9% em maio contra abril, pior do que a queda de 0,7% esperada. A produção industrial caiu 0,2% e contrariou a aposta de alta de 0,2%.


… Os dados foram lidos pelo lado negativo, da atividade fraca, mas reforçam a expectativa de corte de juro no 3Tri.


… Essa percepção de que o Fed pode começar a relaxar a política monetária em setembro derrubou ontem as taxas dos Treasuries, que já sofriam com o apelo defensivo provocado pela onda global de aversão a risco com o Irã.


… Mas se a guerra escalar para graus mais alarmantes, que disparem o petróleo acima de US$ 80, e se Trump não desistir de sua obsessão protecionista, Powell vai ter trabalho para lidar com as pressões inflacionárias.


… O retorno da Note de 2 anos caiu a 3,943%, contra 3,972%, e o de 10 anos recuou para 4,388%, de 4,456%.


… Aqui, só a ponta curta do DI fechou praticamente estável, engessada pelo suspense com o Copom. Já os demais contratos embutiram prêmio, precificando o clima de nervosismo, se os EUA decidirem se intrometer na guerra.


… No fechamento, o vencimento para Jan/26 marcava 14,860% (de 14,863% no ajuste anterior). Já o Jan/27 subia a 14,235% (de 14,170%); Jan/29, a 13,540% (de 13,454%); Jan/31, a 13,660% (13,597%); e Jan/33, 13,720% (13,669%).


EM TEMPO… PETROBRAS e BRASKEM assinaram, em 6/6, aditivo ao contrato de fornecimento de hidrocarbonetos leves de refinaria (HLR) da Refinaria Henrique Lage (Revap), originalmente firmado em outubro de 2024…


… O novo aditivo visa incorporar mecanismos que permitam a comercialização de HLR a preço diferenciado (HLRPD) no contrato…


… Segundo comunicado, valor máximo estimado da operação é de R$ 590 milhões, considerando a comercialização total dos volumes adicionais e o câmbio atual.


CEMIG aprovou a distribuição de R$ 596,75 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,2086 por ação, com pagamento em duas parcelas (30/6 e 30/12); ex em 24/6.


HYPERA aprovou a distribuição de R$ 185,1 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,2925 por ação, com pagamento até o fim do exercício social de 2026, em data a ser definida pela companhia; ex em 27/6.


JALLES MACHADO encerrou o 4Tri da temporada 2024/25 com prejuízo líquido de R$ 8,5 milhões, uma reversão do lucro de R$ 7,4 milhões registrado em igual período da safra anterior…


… O Ebitda ajustado foi de R$ 530,3 milhões, avanço de 78,3% na comparação anual. Já a receita líquida avançou 30%, para R$ 653,6 milhões.


GRIPE AVIÁRIA. O Ministério da Agricultura confirmou a suspensão temporária pelo Japão das importações de carne de aves provenientes dos municípios de Santo Antônio da Barra (GO) e Campinápolis (MT).

BDM Matinal Riscala

 _Caros amigos, bom dia!_

_Iniciamos as transmissões do BDM Online com o BDM Morning Call, que traz as expectativas da pré-abertura._


*BDM Morning Call: Guerra na superquarta*


[18/06/25] Foi uma longa noite de expectativa sobre um ataque das forças americanas a Fordow, a instalação nuclear iraniana construída sob uma montanha e projetada para resistir a bombardeios pesados, que marcaria a entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã. Trump, no entanto, [ainda] não agiu. A reunião com seu Conselho de Segurança Nacional levantou especulações e colocou os mercados na defensiva, mas já na abertura dos negócios os ativos reagiam de forma moderada. Novos sinais de escalada dos conflitos podem produzir uma reviravolta em plena superquarta, dia de Fomc e Copom. O Fed manterá o juro, mas a expectativa é grande para Powell, que agora tem os riscos geopolíticos adicionados às incertezas das tarifas. Aqui, o mercado não se arriscou a um consenso e permanece dividido. *(Rosa Riscala)*


_Leia o BDM Morning Call na íntegra acessando o link_

www.bomdiamercado.com.br

Valor econômico

 Artigo do Jornal Valor Econômico de 17/06/2025


Intitulado: Inquietação com os swaps em dólar, Alerta sobre a turbulência de Charles Kindleberger:


Em seu livro "The World in Depression" (O Mundo em Depressão), Kindleberger argumenta que a estabilidade financeira internacional depende da existência de uma potência dominante que possa fornecer liderança e estabilidade ao sistema financeiro global. Segundo essa visão, quando uma potência dominante perde a capacidade ou o desejo de sustentar a ordem financeira internacional, e não há uma nova potência emergente para assumir esse papel, o sistema financeiro global pode entrar em turbulência. Isso pode levar a instabilidade, crises financeiras e até mesmo depressões econômicas. Essa ideia é frequentemente relacionada à transição entre a libra esterlina e o dólar americano como moeda de reserva global no início do século XX. A falta de uma potência dominante clara durante esse período contribuiu para a instabilidade financeira global durante a Grande Depressão.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Brasil sem rumo

 🧨 Brasil sem rumo: Murillo de Aragão alerta sobre o vácuo de lideranças no país


No artigo “Cenário desalentador”, Murillo de Aragão analisa com contundência a atual paralisia política no Brasil. Para ele, o país vive um profundo vácuo de lideranças, o que inviabiliza qualquer tentativa séria de renovação institucional ou política. A ausência de nomes com credibilidade e visão estratégica cria um ambiente propício à estagnação e à descrença generalizada. Aragão aponta que, sem líderes capazes de mobilizar e inspirar, a democracia se enfraquece e o debate público perde qualidade. O ex-presidente é mencionado como símbolo de um passado que ainda contamina o presente. O autor destaca a falta de projetos consistentes e o predomínio de agendas personalistas. O cenário, segundo ele, é preocupante e exige reflexão. A análise foi publicada originalmente na coluna de Murillo de Aragão na Veja, em 13 de junho de 2025.

Paul Romer

 Nobel de Economia.


Paul Romer, professor do Boston College, Nobel de Economia, anuncia que está planejando deixar os EUA. 


Ele afirma que as pressões do governo Trump sobre as Universidades do país criam um ambiente em que acadêmicos começam a se censurar e a medir as palavras por receio de algum tipo de perseguição.


Para ele, não é concebível ter de pensar “ah, não posso dizer isso, porque posso me meter em encrenca. Simplesmente não vou viver assim”.


As universidades tem sido pressionadas a rever políticas de contratação, de acesso de alunos estrangeiros e de conteúdos de cursos.


PT mira Galipolo

 PT mira em Galípolo

Indicado por Lula como aposta para mudar os rumos da política monetária e disfarçar a gastança do governo, presidente do BC vira alvo do lulopetismo, prova de que o PT é incorrigível.

Por Notas & Informações - 17/06/2025 


Está declarado o fim da lua de mel entre o PT de Lula da Silva e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. Indicado pelo presidente como uma aposta para dar um cavalo de pau nos rumos da política monetária, como se isso fosse viável e o melhor para o Brasil, Galípolo começa aos poucos a se converter em alvo do lulopetismo. Os sinais do rompimento podem ainda não ter aparecido sob a forma dos apopléticos documentos do partido, com os quais invariavelmente petistas põem o dedo em riste contra aqueles que consideram inimigos, mas são cada vez mais barulhentas as críticas que até aqui se restringiam a murmúrios internos.


O episódio do aumento do IOF escancarou uma divergência entre Galípolo e o outrora amigo próximo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O redivivo ex-ministro José Dirceu escreveu um artigo no qual, ao atacar o rentismo, o mercado financeiro, a “Faria Lima” e os juros altos, ironiza um Galípolo que, “tão cioso de sua independência”, se reúne com empresários e o setor financeiro – é como se o presidente do BNDES fosse criticado, num evidente disparate, por se encontrar com representantes da indústria. Antes, em carta aberta à militância, o antigo amigo de Fidel Castro propôs à esquerda uma “revolução social” capaz de “pôr fim à apropriação e expropriação da renda nacional pelo capital financeiro e agrário, num circuito entre o Banco Central e a Faria Lima”.


Houve mais. Três dos quatro candidatos à presidência do PT não só fizeram críticas ao capitalismo, como foram explícitos no ataque ao Banco Central e sua preocupação com a inflação, a (má) percepção dos agentes econômicos e seus efeitos sobre a política monetária e a estabilidade da moeda. Um dos poucos governadores de Estado do partido, o cearense Elmano de Freitas, cobrou de Galípolo – “agora que indicamos o presidente do Banco Central” – a redução da taxa básica de juros (Selic), como se isso dependesse de uma canetada. A cisão se completa com o debate sobre a proposta que prevê autonomia financeira do BC.


O problema de fundo é o vício petista de enxergar o Banco Central como um instrumento do mercado para favorecer o rentismo, em detrimento do crescimento do País. É uma versão conveniente para uma verdade inconveniente: a incapacidade do lulopetismo de enfrentar a realidade da alta da inflação e o papel dos gastos do governo nessa escalada. A grita petista mostra que Galípolo pode estar fazendo o certo: como presidente do BC, cabe a ele ser o zelador prudente do poder de compra da moeda, e não o irresponsável sabujo de um presidente perdulário, como o PT desejaria. Mas, para os petistas, Galípolo apenas se rendeu à lógica do mercado.


O que é ilógico, contudo, é que mais de 15 anos de poder foram insuficientes para que o PT entendesse a dinâmica do mercado. Lula e seu partido nunca esconderam o desconforto com o modelo estabelecido em lei para o Banco Central. Antes disso, nos seus dois primeiros mandatos, o demiurgo petista até deixou o então presidente do BC, Henrique Meirelles, trabalhar de forma autônoma. Era uma autonomia que lhe convinha. Precisando conquistar a confiança dos agentes econômicos, ele permitiu uma maior complementaridade entre as políticas fiscal e monetária – foi a maior disciplina fiscal no primeiro mandato, aliás, que permitiu o crescimento robusto no segundo mandato, ainda que, como se sabe, com alto custo futuro. Mas não sem uma no cravo e outra na ferradura: morubixabas petistas ou o próprio Lula esbravejavam publicamente contra os “juros altos” do BC, enquanto nos bastidores o presidente trocava mesuras com Meirelles.


Funcionou enquanto Lula e o PT tinham capital político para brigar contra o mercado e a realidade. Não é o caso de agora. Ocorre que a independência institucional garantida por lei ao BC e algum zelo demonstrado pela autoridade monetária para compensar a expansão fiscal do terceiro mandato são vistos pelo PT como forças malignas. A torpeza de sentido tem um vício de origem: a incapacidade do lulopetismo de lidar com a dinâmica do setor privado, e é assim que o mercado financeiro é o Tinhoso, empresário bom é só aquele que favorece a companheirada e a autonomia do Banco Central só é bem-vinda pela metade, isto é, que o BC seja autônomo em relação ao mercado, afugentando investidores, mas não ao governo e sua gastança.

BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Terça Feira, 17 de Junho de 2.025.


Sessão de vetos no Congresso é nova ameaça


… Confirmando as expectativas, o BoJ manteve hoje o juro japonês em 0,5%, na primeira das sete decisões de política monetária previstas para esta semana. Ainda ontem à noite, o petróleo voltava a subir, após Trump alertar à população para deixar Teerã, antecipando sua volta do Canadá. Na agenda dos EUA, são importantes as vendas no varejo e a produção industrial, embora os dados não devam mudar as expectativas de juro estável no Fomc de amanhã. Aqui, o IBC-Br acima do esperado em abril estimulou apostas em nova alta da Selic no Copom, que fecharam o dia precificadas em 60%. Na Câmara, o governo não conseguiu evitar a aprovação da urgência do PDL que pede a derrubada do IOF, mas ganhou tempo para a análise do mérito. Hoje, a preocupação é com a sessão de vetos do Congresso.


… A aprovação do requerimento de urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para derrubar o decreto que aumentou o IOF, ontem à noite, representou uma derrota fragorosa para o Planalto, marcando um placar de 346 votos contra 97.


… Havia a expectativa de a votação ocorrer de forma simbólica, mas a Câmara quis expor toda sua insatisfação com as medidas.


… A boa notícia é que os deputados não avançaram para o mérito, dando tempo ao Planalto para negociar com a liberação de emendas.


… Acordo costurado pelos ministros Rui Costa e Gleisi Hoffmann com os líderes da Câmara deu duas semanas ao governo, antes de levar o PDL à votação. O projeto só deve voltar a ser discutido após os festejos de São João e o Fórum Jurídico de Lisboa.


… No plenário, o presidente da Câmara disse que reforçou a Rui Costa e a Gleisi que o Congresso não vai aceitar alta de impostos, que não defende fazer o ajuste fiscal em cima dos mais pobres, mas também não quer punir “quem produz e gera emprego”.


… Motta também informou aos deputados que o governo se comprometeu a encaminhar um pacote de corte de gastos.


… Hoje, a apreensão é com a sessão do Congresso Nacional, a partir das 12h, que analisará vários vetos do presidente Lula.


… Reportagem do Valor citou as principais preocupações da equipe econômica, que incluem o BPC, reforma tributária, dívida dos Estados, eólicas offshore e até projetos sobre o vírus da Zika e Diabete Mellitus – todos representando alto custo para a União.


… O veto que trata do projeto que regulamenta a produção de energia eólica offshore está sendo monitorado de perto pelo seu impacto fiscal, que pode significar um gasto entre R$ 80 bilhões e R$ 120 bilhões para os cofres públicos nos próximos cinco anos.


… O PL foi vetado em três artigos que previam obrigatoriedade da contratação de usinas térmicas a gás natural com operação mínima de 70% do tempo, prolongamento de contratos de usinas a carvão mineral e aquisição de energia de pequenas centrais elétricas.


… Na lista de hoje, também consta um veto do presidente que exclui pessoas com deficiência leve como elegíveis para receber o BPC, que tem uma trajetória crescente, com 5,7 milhões de beneficiários, e custos que já ultrapassam até mesmo o Bolsa Família.


… Outro tema que causa preocupação são os vetos à pensão vitalícia às vítimas do vírus Zika, no valor de mais de R$ 7,7 mil mensais. Lula vetou ainda um projeto que inclui quem sofre de diabetes mellitus tipo 1 como pessoa com deficiência, portanto, elegível ao BPC.


… Para evitar mais perda de arrecadação, o governo monitora também os vetos do Propag para dispositivos que autorizavam os Estados a reduzirem parcelas de suas dívidas com a União utilizando gastos estratégicos, como obras que cabem ao governo federal.


… Sobre a reforma tributária, o presidente vetou 15 dos 544 artigos da lei que regulamenta o consumo, entre os quais, a isenção de fundos de investimento imobiliário, patrimoniais e do agronegócio de pagar os novos tributos CBS e IBS.


… Lula vetou ainda na reforma tributária, os trechos que incluíam na alíquota reduzida de 60% da CBS e do IBS os serviços de sistemas de segurança, seguro para dispositivos com dados pessoais furtados ou roubados e serviços de ressarcimento de transações bancárias.


CPMI – Na sessão do Congresso, o presidente David Alcolumbre poderá realizar hoje a leitura do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigará as fraudes no INSS – mais uma frente de desgaste ao governo Lula.


FRONT DE GUERRA – Apesar da escalada das tensões entre Israel e o Irã, o impacto nos mercados permaneceu limitado, nesta 2ªF.


… A expectativa de que o conflito venha a ser contido acomodou as reações. O humor do mercado melhorou após o Wall Street Journal informar que o Irã estaria buscando retomar negociações sobre o seu programa nuclear com a Casa Branca.


… A única condição dos aiatolás seria que os Estados Unidos não entrem na guerra.


… Mais tarde, o próprio Trump exaltou o Irã a se apressar nas negociações, “antes que seja tarde demais”, mas em um segundo alerta, ele pediu a todos para abandonarem Teerã, sinalizando que um novo ataque de Israel seria grave e iminente.


… Na sequência, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmava no X que o presidente iria embora da Cúpula do G7, após jantar com chefes de Estado, “devido ao que está acontecendo no Oriente Médio”.


… Segundo informações da Fox News, Trump solicitou que sua equipe do Conselho de Segurança Nacional o aguardasse na Sala de Crise da Casa Branca, onde ele chegará depois de interromper sua participação na Cúpula do G7 devido à situação no Oriente Médio.


… Em entrevista à emissora, o secretário de defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que Trump ainda busca um acordo nuclear com o Irã. “A posição do presidente sobre o objetivo de paz e não envolvimento dos EUA segue inalterada, mas todas as opções estão na mesa.”


… A agência Axios informou que a Casa Branca discute com o Irã a possibilidade de um encontro, ainda nesta semana, entre o enviado americano Steve Witkoff e o ministro do Exterior iraniano, Abbas Araghchi.


… O objetivo seria debater uma iniciativa diplomática sobre o acordo nuclear e o fim do conflito com Israel.


… Para a consultoria Capital Economics, as coisas podem piorar com “alguma disrupção na infraestrutura de exportação de energia”.


… Durante o pregão, quando tudo parecia melhor, impulsionado pelos ganhos em NY, o Ibov reaproximou-se dos 140 mil pontos, o dólar furou os R$ 5,50 e os juros futuros de longo prazo queimaram prêmios, com a menor aversão ao risco no exterior (leia abaixo).


EUA & REINO UNIDO –Ainda em Alberta (Canadá), em entrevista às margens da Cúpula do G7, o presidente Trump e o primeiro-ministro Keir Starmer anunciaram a conclusão do acordo que reduzirá as tarifas sobre produtos dos dois países.


… O compromisso preliminar, fechado em maio, cortou os impostos de importação dos EUA sobre carros, aço e alumínio do Reino Unido em troca de maior acesso ao mercado britânico para produtos americanos, incluindo carne bovina e etanol.


EUA & CANADÁ – Trump e o primeiro-ministro, Mark Carney, concordaram em trabalhar para buscar o fechamento de um acordo comercial entre os dois países em até 30 dias, segundo comunicado do governo canadense.


EUA & UE – Na Reuters, a União Europeia negou rumores de que estaria disposta a aceitar tarifa de 10%.


… Mais cedo, o jornal alemão Handelsblatt afirmou que negociadores de Bruxelas estariam preparados para aceitar essa tarifa fixa para evitar taxação ainda mais elevada sobre carros, medicamentos e eletrônicos europeus.


MAIS AGENDA – O IPC-Fipe semanal abre o dia (5h) e é o único indicador do calendário econômico no Brasil.


… O destaque é o leilão de bloco de petróleo da ANP, entre os quais o da Foz do Amazonas, no 5º Ciclo da Oferta Permanente (10h).


… O presidente Lula participa de reunião do G7, no Canadá, após Trump ter antecipado a viagem de volta aos Estados Unidos. Lula terá reuniões bilaterais com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, às 18h30.


LÁ FORA – Na Zona do Euro, o índice ZEW de sentimento econômico deve melhorar em junho (consenso de 35 no Trading Economics).


… Nos Estados Unidos, as vendas no varejo (9h30) devem recuar 0,7% em maio (após +0,1% em abril) e a produção industrial (10h15), que ficou estável em abril, tem previsão de leve expansão (+0,1%).


… Ainda nos EUA, saem estoques das empresas de abril (11h), com previsão de estabilidade (0,00%), após +0,1% em março.


PETRÓLEO – À primeira hora, a Agência Internacional de Energia (AIE) divulga o seu relatório mensal.


… Nesta 2ªF, relatório da Opep reafirmou sua previsão para o crescimento da demanda global pela commodity este ano em 1,3 milhão de barris por dia (bpd), com previsão de alta de 2,9% do PIB mundial (1,7% nos EUA, 4,6% na China e 1% na Zona do Euro).


… A Opep ainda ampliou sua projeção para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2025, esperando a alta de 200 mil barris por dia (bpd), para uma média de 4,4 milhões de bpd. No último relatório, a expectativa era de alta de 165 mil bpd.


TÁTICAS DE GUERRA – O mercado reverteu ontem o estresse com relatos de que o Irã queria retomar a negociação do acordo nuclear, desde que os EUA seguissem de fora do conflito e Israel concordasse com cessar-fogo imediato.


… O recuo estratégico intensificou o ritmo de queda do petróleo, que desde cedo já testava uma correção do salto de mais de 7% no pregão da última 6ªF. Devolvendo uma parte do rali, o Brent/agosto caiu 1,35%, a US$ 73,23.


… Embora a retórica agressiva de parte a parte continue em cena, a percepção ontem do investidor era de que o conflito não extrapolaria para a influência direta dos americanos, esvaziando o risco de escalar a nível crítico.


… Além disso, pelo menos até ontem, as instalações mais importantes do setor de energia estavam poupadas dos ataques e o fluxo de transporte de petróleo seguia normal no Estreito de Ormuz, aliviando a gravidade do ambiente.


… A permanecer um cenário de menores hostilidades e retaliações, não devem prosperar as especulações que correram semana passada nas mesas de negócios de que o barril do petróleo possa investir até a marca dos US$ 80.


… Mas o quadro é imprevisível e a volatilidade impera, haja vista a virada de humor na noite de ontem.


… Seja como for, com o petróleo precipitando alguma realização nesta 2ªF, também Petrobras parou de subir. Mas o ajuste em baixa foi considerado limitado, comparado à força exibida pelos papéis da estatal nos últimos dias.  


… O papel PN caiu 0,98% e fechou cotado a R$ 32,21, enquanto a ação ON perdeu 0,17% (R$ 34,92).


… O sinal negativo da Petrobras não comprometeu o otimismo do Ibov com o maior apetite global ao risco. Na máxima intraday, o índice à vista encostou nos 140 mil pontos (139.998). Fechou em +1,49%, a 139.255,91 pontos.


… Os papéis da Vale (ON, +3,26%, a R$ 53,83) foram embalados pelo rápido avanço das vendas no varejo na China em maio (+6,4%) e pela obtenção de licença prévia pela mineradora para o projeto de cobre Bacaba, no Pará.


… Ganhos firmes foram exibidos pelos bancos. Itaú registrou valorização de 1,82%, a R$ 36,83; Bradesco PN subiu 2,15%, a R$ 16,64; Bradesco ON emplacou alta de 1,84%, a R$ 14,37; e Santander unit avançou 0,97%, a R$ 30,09.


… Na esperança de retomada da rodada de negociações sobre o programa nuclear, o Dow Jones subiu 0,75%, aos 42.515,09 pontos; o S&P 500 ganhou 0,94%, a 6.033,11 pontos; e o Nasdaq avançou 1,52%, a 19.701,21 pontos.


… Sob menor apelo defensivo dos Treasuries, o juro da Note de 2 anos foi a 3,972%, contra 3,952% no fechamento do pregão na última 6ªF. O rendimento da Note de 10 anos registrou alta para 4,456%, de 4,409% na sessão anterior.


COPOM INCLINADO – Entre os traders, o placar das apostas ainda continua bem equilibrado, embora com precificação maior (60%) para um aperto adicional de 0,25pp no ciclo da Selic, contra 40% projetando uma pausa.  


… Ontem, o IBC-Br de abril (+0,20%) veio no dobro do esperado e estimulou posições mais hawkish para a política monetária. Depois do “PIB do BC”, a estimativa do mercado para o crescimento do Brasil este ano subiu levemente.


… A mediana para o PIB de 2025 em pesquisa Broadcast melhorou de 2,2% para 2,3%. Para o 2Tri, seguiu em 0,5%.


… A turbulência geopolítica no Oriente Médio é um fator que não estava no script e pode entrar para o debate do Copom, embora ainda seja muito prematuro avaliar o impacto do conflito em potenciais pressões inflacionárias.


… No boletim Focus, divulgado ontem, a novidade foi a desaceleração expressiva nas projeções de inflação para este ano (de 5,44% para 5,25%), embora as estimativas ainda continuem estourando o teto da meta do BC (4,5%).


… De olho na chance de que o Copom suba a Selic para 15% amanhã, a ponta curta do DI começou a semana exibindo viés de alta, enquanto os vencimentos longos acompanharam o alívio global do risco geopolítico.


… O DI para Jan/26 fechou na máxima do dia (14,880%), contra 14,837% no ajuste da sessão anterior; Jan/27 foi a 14,165% (de 14,161%); Jan/29 caiu a 13,465% (13,520%); Jan/31, 13,610% (13,666%); e Jan/33, 13,670% (13,743%).


… Ainda que o Copom faça a opção por deixar a Selic onde está, sem prosseguir com ciclo de aperto monetário para ancorar a inflação e enfrentar a dinâmica fiscal, o que se comenta é que o carry trade continuará bastante atraente.


… Ou seja, não é daí que promete vir qualquer risco maior para o mercado de câmbio. O dólar continuará sofrendo as influências mais diretas do exterior e dos desdobramentos políticos em torno da situação das contas públicas.  


… Pela primeira vez desde outubro, a moeda americana furou ontem os R$ 5,50. Fechou cotada a R$ 5,4855, em queda consistente de 1,03%, diante da suposta intenção do Irã de sentar à mesa para dialogar com os EUA.


… O fôlego de baixa do dólar aqui foi bem maior do que lá fora, onde o índice DXY caiu 0,19%, a 97,998 pontos. O euro (+0,09%, para US$ 1,1561), e a libra (+0,06%, a US$ 1,3582) fecharam estáveis e o iene caiu para 144,80/US$.


EM TEMPO… PETROBRAS assinou três primeiros contratos, no valor de R$ 4,9 bilhões, com a Consag Engenharia para conclusão da construção do Trem 2 da Rnest, em Pernambuco.


BRF optou por fazer abate preventivo de 74 mil aves em Goiás, no intuito de evitar a contaminação pelo vírus H5N1 da gripe aviária, após a confirmação de um caso da doença em Santo Antônio da Barra (GO) na semana passada…


… Empresa informou que os animais abatidos eram saudáveis e estavam em uma granja no município.


ITAÚSA aprovou a distribuição de R$ 650 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,0591 por ação, com pagamento até 29/8.


ALPARGATAS. BlackRock atingiu participação de 4,84% na companhia, passando a deter 16.623.117 de ações PN; conforme dados mais recentes, gestora não detinha participação relevante na empresa.


DIRECIONAL. O conselho de administração aprovou a proposta de distribuição de dividendos intermediários de R$ 346,6 milhões, ao preço de R$ 2 por ação. As ações passam a ser negociadas ex a partir do próximo dia 30.


MOVIDA. A Moody´s atribuiu, pela primeira vez, o rating AA+.br à proposta da 22ª emissão de debêntures a ser emitida pela Movida Participações. A perspectiva é estável. “O rating reflete a nossa visão da qualidade de crédito.”


HAPVIDA. BlackRock reduziu participação na companhia de 5,14% para 4,929%, passando a deter 24.776.232 de ações ON.


TOTVS aprovou a distribuição de R$ 88 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,15 por ação, com pagamento em 7/7; ex em 24/6.


RAÍZEN. Fitch revisou perspectiva para nota de emissor da companhia de estável para negativa, diante do aumento da dívida da empresa e da redução de seu fluxo de caixa…


… Perspectiva para rating nacional foi mantida estável…


… IDR da Raízen e de suas dívidas de longo prazo e em moeda estrangeira e local foi mantido em BB, assim como o rating para as sênior notes com vencimento em 2027, 2034, 2035, 2037 e 2054…


… Agência também manteve o rating de longo prazo da empresa, das debêntures de 2ª e 3ª emissão e das debêntures sem garantia de 4ª e 5ª emissão da Raízen Energia em AAA(bra).

Fabio Alves