Matinal Bankinter Portugal 0411
Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Após uma semana passada fraca (ca.-1,3% tanto S&P500 como ES-50), esta semana temos referências fortes: eleições americanas amanhã e reduções de taxas de juros nos EUA (Fed) e Reino Unido (BoE). Para ganhar perspetiva: a semana passada foi a segunda consecutiva de retrocesso, mas após 6 consecutivas de subidas; pelo menos no S&P500, que é o que realmente conta. Isso é coerente com a melhoria dos resultados 3T publicados (S&P500): +7,8% vs +5,1% esperado. O regresso dos últimos dias é relevante.
As novidades desde sexta-feira são: (i) uma no cal e outra na ferradura em tecnologia: na quinta-feira à noite, Intel publicou resultados mistos, mas melhorou o guidance e subiu +7,8%, enquanto Apple teve bons resultados, mas resultados maus nas vendas na China que resultaram em uma queda de -1,3%. (i) China inicia uma agressiva inspeção fiscal geral para tratar de aumentar a cobrança de receitas, porque as suas receitas fiscais 9 meses -2,2% e as vendas apenas por parte do governo -25%, medida que será contraproducente e que indica que a situação das contas públicas se agrava seriamente. (iii) As sondagens estão a favor de Trump (47,0% Trump vs 47,9% Harris, mas estima-se ca.2,5% de voto oculto pró-Trump), embora o estado mais importante dos 7 swing states parece que será Pensilvânia (47,9% Trump vs 47,7% Harris), que é o que mais votos eleitorais acresce (20) desses 7 Estados. (iv) Petróleo ca.+2% devido ao facto da OPEP atrasar em um mês o seu aumento previsto de produção para dezembro (do corte de 5,9M b/d que aplica voluntariamente agora). Isso quer dizer que a procura final não poderá encaixar nenhum aumento de produção sem sofrimento do preço, o que é bom para o ciclo económico global.
HOJE os futuros vêm com uma tímida intenção de recuperar (+0,1%/+0,3%), mas o mais provável é que tenhamos uma sessão de transição um pouco errática e a movimentar-se num intervalo estreitíssimo (algo positivo, talvez) à espera de ver qual aspeto terá o desenvolvimento eleitoral americano, sobre o qual provavelmente não saberemos nada fiável até uns dias depois (talvez muitos) devido à contagem manual aceite pelo Tribunal Supremo em um ou outro Estado, como é o caso de Michigan (16 votos eleitorais). Portanto, não nos moveremos por impulsos e rumores sobre as eleições, mas por realidades.
Em paralelo, ao longo da semana haverá reunião de 6 bancos centrais, dos quais 3 baixarão taxas de juros, mas as 3 descidas já estão descontadas e, por isso, não influenciarão. As 3 descidas serão no mesmo dia, na quinta-feira: Fed -25pb, até 4,50/4,75%; BoE (Reino Unido) -25pb, até 4,75%; Riksbank (Suécia) -50pb, até 2,75%. Brasil subirá na quarta-feira: +25pb, até 11,25%, porque sente-se obrigado a proteger o Real da sua forte depreciação (desde 4,8/$ até 5,9/$ em 2024), enquanto Austrália irá repetir amanhã em 4,35% assim como a Noruega, na quinta-feira, em 4,50%, passando desapercebidos.
CONCLUSÃO PRÁTICA: Sessão e semana erráticas em intervalos muito estreitos, mas que provavelmente resultarão numa subida de Nova Iorque, assim que for conhecido o vencedor das eleições americanas, mesmo que seja apenas o mais provável e não o mais certo/definitivo. Subida que será mais sólida caso Trump seja o vencedor, que é o mais provável (especulação própria com base nos resultados). Mas subida apenas pela libertação da incerteza. Ficar de fora continua a ser mais arriscado do que estar dentro, embora seja apenas pelo processo de descidas de taxas de juros e melhoria de EPSs (lucros). Isto é, o FOMO (Fear Of Missing Out) funcionará.
S&P500 +0,4% Nq-100 +0,7% SOX +1,1% ES-50 +1% IBEX +1,5% VIX 21,9% Bund 2,41% T-Note 4,30% Spread 2A-10A USA=+15pb B10A: ESP 3,12% PT 2,85% FRA 3,17% ITA 3,68% Euribor 12m 2,547% (fut.12m 2,281%) USD 1,085 JPY 165,7 Ouro 2.741$ Brent 74,4$ WTI 70,8$ Bitcoin -0,3% (69.017$) Ether -1,8% (2.475$).
FIM
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