Acompanhando a inflação
Os mercados de renda fixa deram uma estressada nesta
quinta-feira com a curva de juro longo se elevando e o dólar chegando a R$
3,38. A motivar isso os riscos de que a política econômica norte-americana com
Trump possa ser mais expansionista, aumentando as pressões inflacionárias e
levando o Fed a acelerar a política de juros.
No mercado, muitos já começam a achar que a tendência do
dólar é de alta, o que deve reduzir o espaço de manobra do BACEN na estratégia
de acelerar o ritmo de cortes da taxa Selic. Lembremos que nos dias 29 e 30/11
haverá mais uma reunião do Copom e alguma divisão se observa no mercado, com
uns acreditando haver espaço para um corte de 0,5 ponto percentual e outros,
pregando maior cautela, com corte de 0,25 p.p.. Este, inclusive, era o
posicionamento desta Consultoria, achando que a taxa fecharia o ano em 13,75%.
Agora, não será surpresa maior se não houver alteração, com a taxa mantida em
14%.
No comportamento dos índices de preço, não observamos nada
que não estivesse nas previsões. Na primeira prévia de novembro do IGP-M houve
deflação de 0,11%, depois de -0,01% em outubro; o IPC da FIPE registrou 0,33%,
mais impactado pela gasolina, e o IPCA de outubro registrou 0,26%, depois de 0,08%
no mês anterior, também impactado pelo reajuste da gasolina em 6,09% nos custos
do grupo Transporte.
Será importante, portanto, aguardarmos os movimentos do
presidente Trump para se ter um melhor embasamento sobre como deve ser sua
estratégia na economia. Com certeza, não poderá repetir a retórica de campanha
e terá que se render ao real politik.
Até acreditamos num maior endurecimento na política comercial, assim como na
externa, mas se repetir o discurso raivoso da campanha o próprio Congresso, com
maioria republicana, tratará de enquadrá-lo. Aguardemos.
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