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Casos de recuperação judicial

 Coluna do Broadcast: Com St. Marche, casos de recuperação extrajudicial somam R$ 3,3 bi em 2025


Por Cynthia Decloedt e Circe Bonatelli


São Paulo, 18/04/2025 - O volume dívidas sendo renegociadas por meio da recuperação extrajudicial subiu para R$ 3,3 bilhões este ano com a chegada à Justiça de um pedido da rede de supermercados St Marche. Isso representa um crescimento de mais de 800% em relação ao volume do primeiro trimestre de 2024, de acordo com o Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial (Obre). O Obre nota ainda que a dívida de R$ 528 milhões do St Marche é a segunda maior sendo reestruturada nesta modalidade em 2025, ficando atrás apenas do caso da Araguaia Níquel Metais (R$ 2,3 bilhões). No ano passado, os pedidos de recuperação extrajudicial tiveram um recorde histórico no País. Ao todo, foram 59 novos pedidos, totalizando R$ 39 bilhões em dívidas renegociadas, um aumento de 387,5% em relação a 2023.


Lei foi flexibilizada em 2020


O crescimento nos processos de recuperação extrajudicial reflete flexibilidades realizadas na Lei de Recuperação Judicial e Falências, durante reforma feita em 2020, abrindo espaço para conversas diretas entre devedores e seus credores. Outros exemplos de empresas que optaram pelo instrumento são a Casas Bahia e a Sequoia, de logística.


Instrumento chama menos atenção do mercado 


Uma das principais diferenças é a exigência de um número menor de credores aderentes ao plano de reestruturação tanto na abertura do processo junto ao judiciário, quanto para a sua homologação. O instrumento também é bem recebido por retirar o estigma de uma recuperação judicial e diminuir os holofotes das renegociações das dívidas.


NICHO. O empresário do mercado imobiliário Alexandre Frankel, que está à frente da Vitacon e da Housi, vai lançar sua própria linha de moradias para idosos em São Paulo. O primeiro prédio irá a mercado no segundo semestre, em Higienópolis, com 300 apartamentos de 30 a 60 metros quadrados, e valor geral de vendas estimado em R$ 400 milhões. Outros dois projetos estão em desenvolvimento para o ano que vem nos bairros de Perdizes e Jardins.


EXPERIMENTAÇÃO. O mercado imobiliário brasileiro ainda não tem um conceito amplamente estabelecido de habitação para idosos. Mas, com o envelhecimento da população e a perspectiva de uma demanda crescente por moradias adaptadas, algumas empresas vêm se mexendo para criar produtos que atendam as necessidades dos idosos. Ainda são poucos projetos na área, e o tom é de experimentação.


SAÚDE. Neste caso, o projeto foi concebido para que cada prédio tenha uma equipe de enfermagem para atendimentos emergenciais e/ou resgates. Já os serviços de saúde recorrentes de cada morador poderão ser contratados à parte. O projeto para idosos incluirá ainda uma sala para consultas via telemedicina, equipada com aparelho para se medir a pressão arterial e a oxigenação Do sangue, por exemplo.


ATIVIDADES. As áreas comuns terão salas apropriadas para atividades como hidromassagem, fisioterapia e atividades físicas de baixo impacto, como ioga. Outros itens típicos de condomínios também estarão ali, como academia, salão de jogos e áreas verdes.


TENDÊNCIA. "Há muito tempo estamos estudando entrar no senior living. Esse é um setor que tomou proporções enormes", afirma Frankel, em entrevista à Coluna. "Em alguns anos, o Brasil vai ter mais 30 milhões de idosos, mas não dá mais para continuar nas soluções caseiras", diz, citando casos em que os idosos são cuidados por filhos ou acabam indo parar em asilos e casas de repouso.


ESTRUTURA. Neste modelo de negócios, a Housi é a startup responsável pela concepção e gestão do projeto, enquanto a Vitacon faz a incorporação imobiliária e as vendas. Os primeiros dois projetos serão skin in the game, ou "arriscando a própria pele", para Frankel, que é o acionista controlador de ambas as empresas. Mas o plano é comercializar esse projeto para outras incorporadoras.


HISTÓRICO. A Housi surgiu em 2012 a partir de um desdobramento de ativos da Vitacon, fundada em 2009. A Vitacon ficou famosa em São Paulo pelos apartamentos com área inferior a 20 m². A proposta era lançar imóveis mais acessíveis a moradores e investidores. Já a Housi virou uma plataforma online reunindo imóveis residenciais próprios (da Vitacon) e de terceiros para locação, com acréscimo de serviços condominiais pay per use.


AMEAÇA VIRTUAL. O sequestro de dados, conhecido como ataques de ransomware, mais que dobraram no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período no ano passado, somando 2.062 incidentes, de acordo com um levantamento da ISH Tecnologia, companhia nacional de cibersegurança. Durante um ataque de ransomware, dados sigilosos da empresa atingida são roubados por criminosos e têm seu acesso bloqueado, só liberado mediante pagamentos que podem ser milionários.


Contato: colunadobroadcast@estadao.com


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