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Caso Itaú

 Bastidores: analistas veem risco de imagem em caso entre Itaú e Broedel


Por Matheus Piovesana


São Paulo, 07/12/2024 - O caso revelado pelas acusações feitas pelo Itaú Unibanco a seu ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel, pode gerar percepções de risco de imagem para o banco, avaliam reservadamente analistas de mercado. Embora os valores financeiros envolvidos no caso sejam baixos, o episódio causou comentários na Faria Lima neste sábado, especialmente por vir à tona poucos dias após o banco demitir o diretor de Marketing devido ao uso indevido do cartão de crédito corporativo.


"É mais o risco de imagem do que os valores, até porque é o ex-CFO e foram dois em uma semana", comentou um analista de banco de investimento. De acordo com ele, até agora, não há preocupações de clientes quanto ao balanço do banco, por exemplo.


O analista de outra casa afirmou que o assunto está rodando nas mesas de mercado, mas sem questionamentos de clientes até aqui. Um terceiro profissional disse que a despeito do valor envolvido ser baixo em comparação com o balanço do banco, a história parece "muito séria". "Mais do que o valor é a conduta em si", afirmou.


Alguns analistas consultados pela reportagem disseram ter procurado o banco para repercutir o assunto, mas que até agora, a área de relações com investidores do Itaú não se manifestou a respeito.


O Itaú entrou com processo na Justiça de São Paulo em que afirma que Broedel agiu em conflito de interesse ao autorizar a contratação e o pagamento de 40 pareceres contábeis confeccionados pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Eliseu Martins.


De acordo com investigação interna, Broedel é sócio de Martins em uma empresa para a qual foram enviados valores correspondentes aos dos pagamentos feitos pelo banco a Martins sob a autorização do ex-diretor pelos serviços.


Broedel teria omitido do banco o fato de ter uma sociedade com Martins, como mostrou a reportagem. Fontes afirmam que a investigação mostrou que Broedel agiu utilizando atribuições do cargo, como a possibilidade de contratar diretamente pareceres contábeis de especialistas específicos, para contornar controles internos.


Em nota, o Itaú afirmou que os valores pagos indevidamente entre 2019 e 2024 somaram R$ 13,3 milhões, e que há indícios de que destes, Broedel teria recebido cerca R$ 4,9 milhões. Segundo o banco, o potencial prejuízo do caso está limitado a estes valores.


Neste sábado, Broedel disse via assessoria que as acusações do Itaú causam estranhamento por terem sido reveladas após ele deixar o conglomerado. Ele negou as acusações, e disse que tomará as medidas judiciais cabíveis. O executivo deixou o banco em julho deste ano rumo a um posto na diretoria do Grupo Santander, na Espanha, que assumirá após cumprir período de quarentena. Eliseu Martins não se manifestou até o fechamento desta nota.


O Itaú informou que após os resultados da investigação, comunicou as autoridades competentes, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O banco disse ainda que os balanços do período em que Broedel ocupou a diretoria financeira foram revisados por um comitê interno e por uma auditoria externa, e que foram revalidados.


Contato: matheus.piovesana@broadcast.com.br



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