Bankinter Portugal Matinal 2312
Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: O mercado aguenta tudo. Pode parar, mas os seus suportes são muito sólidos (ciclo, lucros…) e, por isso, retrocessos relevantes são improváveis. Reajustes sim, mas não golpes fortes. Bastou na sexta-feira que o Deflator do Consumo (PCE) americano subisse um pouco menos do que o esperado (+2,4% vs +2,5% esperado vs +2,3% anterior, repetindo a Subjacente em +2,8% vs +2,9% esperado) para que NY revertesse para o positivo à tarde. E bastante: S&P500 +1,1%. Esta madrugada, a Ásia recuperou com certa comodidade, imitando NY na sexta-feira, como é normal. No sábado, o Congresso e o Senado evitaram o fecho da Administração americana no último momento, o que ajudará hoje. O mercado pode ter perdido atratividade porque as valorizações estão ajustadas, mas não perdeu resistência. Ainda assim, as valorizações orientam e comandam, por isso convém ser mais prudente, pois parecem ajustadas. Especialmente na Europa.
Esta semana será de transição e curta, já que na quarta-feira é Natal e as referências são escassas, como é natural nesta época. Não há nada particularmente mau, talvez até o contrário: o mercado avançou muito em 2024, então uma fase de reajuste é saudável. O natural seria que as bolsas continuassem ajustando níveis, sem quedas acentuadas… mas não nos esqueçamos de que ajustar significa, na prática, retroceder um pouco.
O aumento das inflações fará com que as taxas de juros baixem menos do que se imagina (temos dito isso desde dez.2023 e se confirmou...), sendo nossas estimativas para as chamadas taxas terminais (nível estável onde estarão ao término da queda) de 2,25/2,40% Depósito/Crédito para o BCE, 3,50/3,75% para o Fed (ou até um pouco acima disso) e 3,75% no caso do BoE. Taxas menos baixas implicam valorizações (ações e títulos) menos generosas. É preciso ter isso em mente por algum tempo e, particularmente, para o início de 2025, que pode ser fraco.
O mais relevante nesta semana de perfil baixo são 2 indicadores macro americanos hoje, que provavelmente oferecerão resultados opostos (um bom e outro fraco) e terão influência reduzida: 15h Confiança do Consumidor (113,0 esperado vs 111,7) e 13h30 Pedidos de Bens Duradouros (-0,3% vs +0,3%). Amanhã haverá pouca atividade porque é véspera de Natal, depois estará fechado pelo Natal e na quinta-feira, 26, apenas NY abrirá.
O ano já terminou, na prática. Não há nada grave a acontecer, mas devemos ser um pouco mais prudentes e esperar menos dos próximos trimestres, até que o ajuste de preços se complete e inflação/juros fiquem mais claros quanto ao seu rumo. O natural será que as bolsas recuem um pouco durante algum tempo (sem dramas, apenas ajustando-se), que os títulos continuem subindo suavemente suas yields (T-Note já ca.4,55%, o Bund ca.2,30% e o B10A Espanha voltou ao 3%...), que o USD continue valorizado (em algum momento de 2025 veremos a paridade com o euro), euro e iene fracos, petróleo relativamente barato e criptomoedas em um movimento típico de realização de lucros, com riscos em alta.
S&P500 +1,1% Nq-100 +0,9% SOX +1,5% ES-50 -0,3% IBEX +0,2% VIX 18,4% Bund 2,29% T-Note 4,52% Spread 2A-10A EUA=+20pb B10A: ESP 2,99% PT 2,78% FRA 3,09% ITA 3,45% Euribor 12m 2,484% (fut.2,058%) USD 1,042 JPY 163,2 Ouro 2.630$ Brent 73,3$ WTI 69,8$ Bitcoin -2% (94.837$) Ether -2,2% (3.279$).
FIM
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