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Bankinter Portugal Matinal 1211

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Começa a realização de lucros pós-Trump. Nova Iorque consegiu subiur ONTEM milimetricamente, mas não a tecnologia, que caiu com alguma força perante a possibilidade de que as taxas de juros baixem menos do que o esperado nos EUA. E as tech são altamente sensíveis a isto. Influenciou também um assunto específico sobre uma empresa em particular: Monolithic Power Systems, a 10.ª do SOX, caiu -15% porque Nvidia cancelou algumas encomendas não confirmadas à empresa, mas parece provável que haja algum problema de qualidade e/ou especificações por trás do cancelamento. Em paralelo, Infineon publicou resultados e guidance fracos, mas os de Bayer são piores. Isso não ajudará hoje. 

 

O USD continua a apreciar-se, até 1,065/€, com o retrocesso correspondente do ouro (2.605$) pela sua clássica correlação inversa. As cryptos continuam a subir perante a expetativa de escassa regulamentação, baixa perseguição (empregues nos negócios mais sórdidos) e reduzidos impostos. A realização de lucros é mais visível na Ásia, com retrocessos apreciáveis: China -1,5%, Coreia -1,9%, Japão -0,4%. É uma orientação da magnitude da realização de lucros que enfrentamos hoje. Sem drama, mas não menos de -1%. 

 

O que poderíamos denominar de “espírito animal do mercado” desatado após a vitória de Trump começa a esgotar-se e provavelmente entra numa segunda fase de reflexão e arrefecimento, ao começar a visualizar-se que nem tudo será bom, porque menos descidas de taxas de juros afetarão negativamente as avaliações (bolsas e obrigações) de uma perspetiva de conjunto, mas particularmente mais a tecnologia. E se a Fed baixa menos, então o BCE terá de fazer o mesmo ou arriscar-se-á a que o euro se deprecie seriamente e a Europa comece a importar inflação de forma preocupante, já que as matérias-primas são avaliadas em USD e a Europa não é autossuficiente em energia (nem nas restantes matérias-primas), diferente dos EUA. Até que os cálculos se reconstruam com alguma fiabilidade – o que não será imediato – o lógico é que as bolsas e obrigações arrefeçam durante um tempo, iniciando agora mesmo, a 24h da publicação da inflação americana que muito provavelmente aumentará desde +2,4% até +2,6%, com a Subjacente estável em +3,3% (isso, senão aumentar também), como já aconteceu há uns dias com a europeia (+2,0% desde +1,7%). O fator “inflação próxima” – além da inflação que provavelmente será gerada pelo “Trump Deal” – será também outra razão para pensar em taxas de juros superiores às esperadas. 

 

Para terminar na frente espanhola, o governo quer subir impostos às Socimis, aos seguros de saúde privados, aos apartamentos turísticos, aos combustíveis e ao tabaco. Será incluído nos Orçamentos, que não são suscetíveis de serem aprovados pelo Congresso… embora também incluam as subvenções devido à DANA e essa contaminação de conceitos torna menos provável que avance. Como afirmou Churchill: “tentar reanimar uma economia com o aumento de impostos é como colocar um balde no chão, pôr os pés lá dentro e tentar levantá-lo ao puxar a pega”. Muito bem, hoje realização de lucros -1%, com elevação das yields das obrigações. Uma boa notícia para terminar: a primeira página do FT apoia a adequação da nossa nova Carteira Modelo de Defesa. 

 

S&P500 +0,1% Nq-100 -0,1% SOX -2,5% ES-50 +1,1% IBEX +0,4% VIX 15,0% Bund 2,33% T-Note 4,33% Spread 2A-10A USA=+3pb B10A: ESP 3,05% PT 2,83% FRA 3,08% ITA 3,60% Euribor 12m 2,528% (fut.12m 2,088%) USD 1,064 JPY 163,7 Ouro 2.605$ Brent 71,7$ WTI 67,9$ Bitcoin +2,1% (89.788$) Ether +1,6% (3.383$). 

 

FIM

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