terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Doc "O Código Bill Gates" por Cora Ronai

A série "O código Bill Gates", da Netflix, é uma ode à versão revista e atualizada do homem mais rico do mundo, agora uma espécie de supercidadão global preocupado com o meio ambiente e as multidões necessitadas.

Dirigidos por Davis Guggenheim, que ganhou um Oscar em 2007 por "Uma verdade inconveniente", os três episódios da série falam quase superficialmente da Microsoft, e tocam o mínimo possível em... bom, verdades inconvenientes. 

Em foco, a Fundação Bill e Melinda Gates e os seus principais desafios, como a erradicação da polio, um sistema eficaz de saneamento e usinas nucleares eficientes e seguras. Há longas conversas com Bill Gates, é claro, e com Melinda. E mais família e amigos e cientistas diversos que atestam, todos, a genialidade do protagonista -- cuja excelente forma física, aliás, também é exibida, em longas caminhadas, partidas de tênis e uma bela cena final de canoagem ao entardecer.

O contraditório passa longe da série, que funciona como uma peça de propaganda para a Fundação e para o casal que a criou. Em nenhum momento se questiona o seu poder, e o fato de apenas duas pessoas terem acesso a tantos recursos. Apesar disso, "O código Bill Gates" tem  aspectos positivos como documentário -- é bem filmado, aborda problemas sérios de forma  compreensível e interessante, e nos oferece uma visão rara e íntima de um dos homens que, para o bem e para o mal, arquitetou o nosso tempo.

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