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Há dois cenários para o Brasil hoje: um ruim e outro péssimo, diz Figueiredo

Ex-diretor do BACEN entre 1999 e 2003, Luiz Fernando Figueiredo, enxerga apenas dois cenários: o ruim, porém otimista, que seria a aprovação da reforma com vários meses de atraso; ou o pessimista, onde não teremos nenhuma reforma e tudo vai ficar para 2018. Você concorda que ambos cenários apontam para um prêmio de risco maior exigido pelo mercado, certo? Pois é, este é o cenário: estávamos a beira de criar um equilíbrio fiscal e agora tudo ficou mais distante. O ponto central é que os dois cenários mais prováveis carregam uma dose extra de risco. "Na economia, teremos uma parada súbita relevante de atividade. Pode ser temporária caso a situação política seja resolvida rapidamente, mas pode não ser. Não dá pra cravar, a única coisa que sabemos é que está “contratado” um nível de contração da economia. Contudo, não vemos um processo inflacionário acompanhado disso: hoje o impacto cambial na inflação é baixo e com a economia tão ociosa o efeito será menor ainda. Podemos ter um impacto no curto prazo pela alta do dólar mas estruturalmente o efeito é baixo.
Por isso não acho que o mercado mudará a opinião sobre a velocidade de cortes de juros do Banco Central no curto prazo [na última reunião, o corte foi de 100 pontos-base; próxima reunião será em 31 de maio], mas aquela percepção de Selic abaixo de 8% até o final do ano está bem mais difícil. Agora é esperar: vamos viver no curto prazo aos dissabores dessas notícias. Ativos no Brasil vão andar em cima disso, com um prêmio de risco mais caro e contando com a “retração” dos investidores". "Não estamos acrescentando risco, estamos na verdade reduzindo risco. Para aquele investidor de longuíssimo prazo, pode ser sim uma oportunidade [de comprar ações], olhando com cautela e para empresas de qualidade. Hoje elas estão bem precificadas para um ambiente turbulento, mas no longo prazo, diante de um cenário mais controlável, elas estão baratas".

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