terça-feira, 23 de maio de 2017

CRISE POLÍTICA E AS AGÊNCIAS

Continuamos monitorando a crise eclodida na quarta-feira passada, com a delação de Joesley Batista, da JBS, atingindo de morte o governo Temer. Ele segue resistindo, negando que estas gravações tivessem conteúdo suficiente para justificar sua saída, mas crescem rumores sobre a sua saída e possíveis alternativas.

Já se comentou sobre FHC, Henrique Meirelles e até pela manutenção de Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara, até as eleições de 2018. Outro nome ventilado nesta terça-feira foi Tasso Jereissati, presidente do PSDB. Com bom trânsito, experiente e sem nada que o desabone, Tasso seria uma boa opção, mas sem Henrique Meirelles como Ministro da Fazenda. Seu ministro preferido seria Armínio Fraga, sempre especulado para governos do PSDB.

A verdade é que, havendo uma eleição indireta, é extremamente difícil encontrar alguém com a credibilidade suficiente no Congresso Nacional para tocar as reformas e conduzir o Brasil bem até as eleições de 2018.

Em paralelo, as agências de rating, diante da crise política atual, já começam a reavaliar o risco soberano do País. Segundo a Standard and Poor’s “se as alegações contra Temer se confirmarem, a capacidade dele permanecer no governo de maneira eficaz ficará insustentável”. Neste quadro, esta agência colocou o rating BB do País em revisão para um possível rebaixamento num prazo de 90 dias.


Na semana passada a Fitch manteve em BB os rating de longo prazo do País e em B os de curto prazo. Manteve também a expectativa negativa, devido ao quadro de incerteza na capacidade de retomada e no andamento da agenda legislativa. Considerou que “a nota de crédito é pressionada pela fraqueza estrutural de suas finanças públicas e limitada pelos recorrentes episódios de instabilidade política, que têm consequência negativa para a economia do País”. Apontou também que “os recentes eventos políticos relacionados ao presidente Michel Temer podem prejudicar a confiança na recuperação econômica do Brasil”. Ou seja, corremos sério risco de novos rebaixamentos...

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