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Bankinter Portugal Matinal 1002

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Esta semana, inflação americana e Powell (Fed), mas o realmente importante acontecerá durante o fim de semana e estará relacionado com o prémio de risco geoestratégico: a Conferência de Segurança de Munique. 

 

A temporada de publicação de resultados empresariais continua ativa e, por agora, está a apoiar as bolsas, porque os resultados agregados são bons: tendo publicado já ca. 3/5 das empresas americanas avaliadas, o seu EPS médio é +13,3% vs. +7,5% esperado. Isto é, a realidade quase duplica a expetativa. Por isso, voltam a ser, mais um trimestre, um apoio fiável para as bolsas. Não esqueçamos que, a longo prazo, estas evoluem de forma coerente com os resultados empresariais. Dando isto por descontado em positivo, esta semana dependemos basicamente da inflação americana, na quarta-feira, a meio do dia, e do tom de Powell perante o Senado e o Congresso, na terça e quarta-feira, respetivamente. Espera-se que a inflação repita em +2,9%, mas que a Taxa Subjacente retroceda até +3,1% desde +3,2%, portanto pode ser um evento modestamente favorável. 

 

Powell dará a sua visão sobre a situação da economia e será responsabilizado em frente às câmaras pela política monetária da Fed, no que antes se denominava “Discurso Humphrey-Hawkins” semestral. Provavelmente, mostrar-se-á cauteloso e relutante em orientar sobre as seguintes descidas de taxas de juros até ter informação mais fiável em relação ao impacto sobre a inflação e o crescimento das políticas de Trump, principalmente sobre os impostos alfandegários. De facto, hoje serão anunciados impostos alfandegários de 25% às importações de aço e alumínio, as quais têm origem, principalmente, do Canadá (79% do total), México, Brasil, Coreia do Sul e Vietnam. Isso poderá arrefecer um pouco o mercado… mas pouco, porque pesarão mais os seus comentários sobre uma conversa que afirma ter mantido com Putin para terminar a guerra na Ucrânia, sem acrescentar concretização e expressando-se de forma ambígua. 

 

E isto tem relação direta com a Conferência de Segurança de Munique no próximo fim de semana, cuja influência, já para a próxima semana, é imprevisível. Qualquer alusão a um hipotético cessar-fogo reduzirá o prémio de risco geoestratégico e relançaria as bolsas, mas qualquer deceção a respeito conseguiria o contrário. Por isso, é provável que na quinta/sexta-feira ocorra uma retirada de posições que se traduzirá em ligeiros retrocessos. Ou o contrário, porque o desenvolvimento é tão imprevisível como as declarações de Trump. A questão é que, por precaução, as bolsas devem enfraquecer para o final de semana, embora apenas como precaução. Embora hoje iniciem a subir um pouco, animadas por essa ambígua e inconcreta conversa de Trump com Putin. 

 

S&P500 -0,9% Nq-100 -1,3% SOX -1,6% ES-50 -0,6% IBEX -0,3% VIX 16,5 Bund 2,37% T-Note 4,49% Spread 2A-10A USA=+20pb B10A: ESP 3,04% PT 2,89% FRA 3,09% ITA 3,46% Euribor 12m 2,384% (fut.2,160%) USD 1,033 JPY 156,5 Ouro 2.888$ Brent 75,3$ WTI 71,6$ Bitcoin +0,4% (97.281$) Ether -2,4% (2.638$). 

 

FIM

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