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BOM DIA MERCADO

CRISE TURCA AINDA GERA EXPECTATIVA
Por ROSA RISCALA (@rosa_riscala) *

... Balanços de Itaúsa, antes da abertura, e de Eletrobras e Cemig, após o fechamento, têm impactos pontuais na bolsa, também influenciada pelo vencimento do Índice Futuro, amanhã. Na agenda eleitoral, Rosa Weber assume o TSE (20h), na véspera da festa que o PT quer fazer para registrar a candidatura de Lula. No exterior, produção industrial na China esfria, sai o PIB na zona do euro e continua a expectativa com a crise na Turquia.

... Nos pregões asiáticos, a bolsa de Tóquio liderava a recuperação, após o estresse com a lira turca, que também pesou para o euro, no risco da exposição dos bancos europeus à dívida pública e privada do país.

... A injeção de liquidez do BC turco para recuperar a estabilidade do sistema financeiro e a decisão da bolsa de Istambul de proibir vendas a descoberto a partir de hoje conseguiram um efeito apenas marginal.

... A lira já acumula desvalorização de 45% no ano, acentuando os receios de insolvência do governo da Turquia, que está em situação de pré-calote, sem o apoio dos EUA para recorrer ao FMI, na solução clássica.

... Enquanto a moeda entra em colapso, o governo de Erdogan teima em não dar uma resposta à disparada da inflação para mais de 15%, apesar das pressões do mercado para um novo aumento dos juros.

... Ampliando o tombo, a lira turca caiu ontem mais de 8% na mínima (7,2169/US$). Chegou a reduzir as perdas com rumores sobre a liberação do pastor americano preso, mas voltou a cair, fechando NY a 6,9372/US$.

... A queda livre não poupou o rand sul-africano (quase 10% no auge da tensão), a rúpia indiana, que renovou a mínima histórica no intraday, e o Yuan chinês, que foi negociado no pior nível em mais de um ano.

... Com a economia muito vulnerável, também a Argentina sofreu a investida do dólar forte, que derrubou o peso (29,9501/US$) e apressou o BC local a um choque de juro, elevado de 40% para 45%, o maior do mundo.

... Em nota a clientes, a Capital Economics não espera um aumento em série dos juros nos emergentes, já que a Argentina é um dos poucos mercados que compartilham vulnerabilidades semelhantes à Turquia.

... Mas os emergentes não são a única preocupação. A crise turca pode atingir economias desenvolvidas.

ITÁLIA PREOCUPA - Paralelamente à crise cambial turca, as incertezas na Itália voltaram à cena, com ameaças do governo de colocar fim à reforma previdenciária da gestão anterior e advertências sobre o euro.

... Para o comitê orçamentário da Itália, a moeda comum entrará em colapso se o BCE não limitar o spread dos bônus europeus. A diferença entre os yields italianos e alemães atingiu ontem o maior nível desde maio.

... A distância entre os títulos coincide com a aproximação do fim do QE (dezembro), que tem garantido compras da dívida italiana e que, quando esgotado, promete elevar os rendimentos dos bônus italianos.

... O euro caiu para US$ 1,1395 e o iene (110,68/US$) continuou absorvendo o apelo defensivo dos investidores. Já o índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de outras seis divisas fortes, buscou a estabilidade.

... O dólar forte de Trump derrubou o ouro para baixo de US$ 1.200/onça-troy pela primeira vez desde janeiro, a US$ 1.194,20, mas os Treasuries deram sinais de acomodação, com o yield de dez anos a 2,873%, de 2,874%.

PRESSÃO NO REAL - Aqui, o dólar subiu até R$ 3,9291 no início da tarde, mas fechou abaixo disso, a R$ 3,8885 (+0,53%). Somadas aos fatores externos, o investidor considera as incertezas eleitorais para reforçar o hedge.


... Com a moeda acima dos R$ 3,90, investidores cogitaram a possibilidade de o BC voltar às intervenções, com os leilões de swap e de linha. Mas a acomodação no fechamento descartou, por ora, uma ação extraordinária.

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