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André Forastieri. Livros favoritos para 2017

Meus quatro favoritos:
"Utopia for Realists: The case for a Universal Basic Income, Open Borders and a 15-Hour Workweek", Rutger Bregman
Não há emprego para 7 bilhões de humanos, que dirá para os 9 bilhões que seremos em algumas décadas. Isso é óbvio e ululante. Tanto que esse assunto dominou as discussões políticas de ponta em 2016, dos libertários do Silicon Valley aos jovens radicais da esquerda européia: a renda mínima universal. É, como sempre defendeu Eduardo Suplicy... temos máquinas para trabalhar pra gente; falta desvincular renda de trabalho. Como? O holandês Bregman explica, com clareza jornalística.
 "This Changes Everything: Capitalism versus the Climate", Naomi Klein
Tijolaço da ex-musa dos protestos. Klein, apesar da visão de ongueira bem nascida, vai ao cerne da questão ambiental: o que está causando mudança climática de nossa era não é o carbono e não são os humanos - é o Capitalismo. Sepulta iniciativas individuais, "consumo consciente" etc. Empilha evidências da impossibilidade de mudar nosso destino dramático (e bicho, é DRAMÁTICO) sem mudar a maneira que organizamos nossos esforços e exploramos nossos recursos. Na última página, você estará convencido de que não dá pra enfrentar a mudança no clima sem enterrar o Capitalismo.
"Post Capitalism", Paul Mason
Bem, e depois do Capitalismo vem o quê? Mason, ex-colunista de Economia da BBC e Channel 4, responde de maneira provocativa e convincente. Argumenta que a revolução digital coloca o Capitalismo em cheque, porque a megadistribuição de conhecimento (que é ilimitado) solapa a concentração de propriedade (que é limitada). Tem outros vetores aí: automação, inteligência artificial e coletiva, crise climática... Mason, formação marxista e cabeça independentíssima, escreve que é uma delícia.
 E agora juntando todos esses temas políticos com inovação e com ficção científica, recomendo muito...
" Four Futures", Peter Frase
Ele é editor do site Jacobinmag.com. O livrinho propõe quatro alternativas de futuro, organizadas em dois eixos: riqueza e distribuição. Em um futuro, temos muita riqueza bem distribuída; outro, pouca riqueza bem distribuída; muita riqueza mal distribuída, e pouca riqueza mal distribuída. São dois socialismos e duas barbáries. Não é previsão sobre o amanhã: é reflexão sobre o agora. Incomoda reconhecer o Brasil na sua descrição do Exterminismo, em que "os pobres não são mais recurso a ser explorado, só uma inconveniência ou um perigo." Mas é onde estamos, e ainda não sabemos para onde vamos.
Importante: você está proibido de baixar versões pirata desses livros. É roubar de gente como a gente, não de milionários. Seja grato a quem compartilha com você grandes histórias, grandes idéias. Decidir que esses autores merecem seu tempo é decidir que eles merecem seu dinheiro...

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