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Troca de Comando na Economia Argentina

Diante de uma inflação beirando 40%, o PIB recuando 2,4% neste ano e 4,2% no próximo e 32% da população na pobreza, não restou ao presidente da Argentina Maurício Macri outra alternativa a não ser trocar o comando da economia. Sai o Ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gray, entra no seu lugar, Nicolás Dujvone, ex-economista-chefe do Banco Galícia e apresentador de um programa de TV. 

Na verdade, Prat-Gray acabou derrubado pelo desgaste de ter que adotar medidas impopulares, porém, necessárias. Isso acabou mergulhando a economia na crise atual. Para tentar concertar o caos herdado por Christina Kirchner, medidas duras e corretivas acabaram inadiáveis. 

Foi ele, por exemplo, a iniciar a liberação do mercado cambial, causando uma depreciação do peso de mais de 32% e uma inflação acima de 40% neste ano. Foi ele, também, em dura negociação com os "fundos abutres", a recolocar a Argentina de novo no mapa dos mercados financeiros globais. A dívida pública, no entanto, acabou elevada, de 42% para 53% do PIB.  

Como substituto Nicolás Dujovne terá como missão principal tentar controlar a inflação e recolocar o País na rota do crescimento. Não será uma tarefa fácil.   

Conclui-se, portanto, que Henrique Meirelles passa pelo mesmo desgaste de ter que recolocar a economia nos eixos, na rota do crescimento e, ao mesmo tempo, ter que adotar medidas impopulares, porém inadiáveis para estabilizar a economia.

Esta dificuldade de conciliar o crescimento com estabilização indica o estrago deixado tanto pela pirotécnica gestão de Dilma Roussef, como de Christina Kirchner na Argentina. Resta saber, no entanto, se Meirelles terá uma sobrevida maior do que o ministro argentino.

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