domingo, 3 de agosto de 2014

Roberto Campos


O mundo não será salvo pelos caridosos, mas pelos eficientes.

Nossa Constituição é uma mistura de dicionário de utopias e regulamentação minuciosa de efêmero.

Empresa privada é aquela que o governo controla, empresa estatal é aquela que ninguém controla.

No mundo real dos Estados e dos governos, quem gasta o dinheiro tirado de todos não é quem o ganha, e sim um político ou burocrata que, antes de mais nada, trata de servir aos seus próprios objetivos.

No socialismo as intenções são melhores que os resultados. No capitalismo os resultados são melhores que a intenção.

Sempre lutei contra três de nossas deformações culturais: o escapismo que visa a inculpar demônios externos pelos pecados internos; o antidarwinismo, caracterizado pelo horror à concorrência e o apego corporativista a privilégios estatais; e o anticontratualismo característico das sociedades frouxas (soft societies) a que se referia Gunnar Myrdal, rebeldes às leis e relaxadas nos contratos.

O fim da jornada é um momento que enseja questionamento sobre o esforço e a rota. Meu esforço foi certamente maior que o resultado. Previ a rota desejável, sem conseguir fundamentalmente mudar os acontecimentos. [...] Se tivesse que fazer uma autocrítica, à luz das estórias que contei, diria que fui antes um pregador de idéias do que um operador eficaz. [...] Minha geração falhou na tarefa de fazer do futuro o presente, lançando o país numa trajetória de crescimento sustentado, sem inaceitáveis desníveis de renda e oportunidades.
CAMPOS, Roberto

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