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Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: HOJE é o dia mais importante da semana: inflação dos EUA e resultados dos primeiros bancos americanos. ONTEM, as bolsas evoluíram de menos a mais, subponderando a nova mensagem de Trump sobre impostos alfandegários unilaterais de 30% para a UE e México, como comentámos que aconteceria. Pesou mais a agressividade contra Powell, porque compromete a independência da Fed, e é um tema sério. Por isso, as yields das obrigações aumentaram um pouco de manhã, mas logo voltaram quase ao nível que estavam. Foi mais notório nas obrigações americanas de prazos mais longos, como era de esperar, ameaçando alcançar os 5% a 30 anos (4,979%). As obrigações japonesas também estão a elevar as suas yields perante um crescente risco político que poderá derivar num maior laxismo na despesa pública (obrigação 30 anos a 3,19%, que é bastante para o Japão, porque compara com o seu equivalente alemão a 3,25%). Mas os movimentos nas obrigações são milimétricos, porque revertem de seguida, para continuarem a estar bastante caros. Parece razoável pensar que os imensos balanços dos bancos centrais intervêm para os colocar fora de zonas de risco.


Esta madrugada saiu macro chinesa medíocre, portanto, provavelmente, a realidade da sua situação é pior do que o que mostram: Preços Casas -3,2% vs. -3,5% anterior; Produção Industrial +6,8% vs. +5,8%; PIB 1T +5,2% vs. +5,4%; Vendas a Retalho +4,8% vs. +6,4%. Com isso, a bolsa chinesa -0,2% vs. +0,4% Tóquio.


HOJE é o dia importante da semana: às 10 h, ZEW Sentimento Económico da Alemanha a melhorar (50,3 vs. 47,5), mas às 13:30 h Inflação dos EUA a aumentar pelo segundo mês consecutivo (+2,7%/+2,6% vs. +2,4%; Subjacente +3,0%/+2,9% vs. +2,8%). E, mais importante ainda, os primeiros bancos americanos publicam resultados 2T: 11:45 h JP Morgan (4,49 $; +5,5%); 12:00 h Wells Fargo (1,42 $; +6,4%); 13:00 h Citi (1,61 $; +6,1%); pré-abertura americana Blackrock (10,21 $; +2,2%) e pré-abertura americana BNY Mellon (1,76 $; +15,6%). Nvidia confirma que retoma as vendas de chips à China, embora basicamente o H20 (tecnologia de geração -1) modificado/limitado, porque o Blackwell (tecnologia de geração 0, de ponta) modificado ainda não é vendido lá. É o lógico: que a China possa comprar apenas as gerações de semis que não sejam de última geração. 


HOJE o mais importante será comprovar quanto aumenta a inflação americana, principalmente a Subjacente. Isso ajudará a avaliar a preocupação necessária pelo impacto dos impostos alfandegários sobre os preços, uma vez que as empresas já consumiram os seus stocks construídos antes destes serem aplicados. Porque se a inflação americana aumentar até +2,7% e +3% Subjacente, que são as estimativas superiores esperadas, levaria a pensar que será pior em julho, agosto e, principalmente, setembro/outubro, quando já forem aplicados os 30% à UE e ao México, a não ser que haja um acordo melhor antes de 1 de agosto. Esta elevação da inflação e superior preocupação a respeito deverá elevar a yield das obrigações americanas, portanto cuidado se a 30 anos supera a fronteira psicológica de 5%, porque isso pode doer e afetar as avaliações das bolsas. Mas os balanços dos bancos centrais podem voltar a intervir para travar a elevação das yields e minimizar danos. De facto, os futuros americanos e europeus hoje vêm a subir ca.+0,3% como se nada estivesse a acontecer. Pode ser que os primeiros resultados 2T dos bancos americanos que publicam hoje neutralizem o aumento da inflação americana… ou não.


CONCLUSÃO: Se os ataques a Powell se intensificam e as perspetivas sobre a inflação dos EUA se deterioram, a Fed terá mais dificuldades em continuar a baixar taxas de juros e a curva de taxas de juros americana continuará a ganhar inclinação devido a uma elevação da yield nos prazos mais longos. Este é um assunto muito interesse a seguir por si só, pelo próprio mercado de obrigações, mas também pela sua influência sobre as avaliações das bolsas (taxas de juros superiores = avaliações inferiores, ceteris paribus). A lógica afirma que hoje as bolsas deverão enfraquecer, a não ser que os resultados dos bancos americanos impressionem positivamente. Mas o mercado acostumou-se a que a liquidez se imponha perante tudo o que acontece, portanto, o pior cenário para hoje é que Nova Iorque enfraqueça quando a inflação americana for publicada a aumentar, às 13:30 h. Neste mercado parcialmente artificial pela pressão da liquidez, principalmente dos bancos centrais, é provável que as bolsas aguentem em positivo e que as yields das obrigações americanas apenas se elevem um pouco após a inflação. Um princípio clássico: “Nunca enfrente um banco central”. É melhor adaptar e sobreviver. 


S&P500 +0,1% Nq-100 +0,3% SOX -0,9% ES50 -0,2% IBEX +0,2% VIX 17,2% Bund 2,71% T-Note 4,43% Spread 2A-10A USA=+53pb B10A: ESP 3,32% PT 3,16% FRA 3,42% ITA 3,61% Euribor 12m 2,114% (fut.2,138%) USD 1,168 JPY 172,4 Oro 3.364$ Brent 69,1$ WTI 66,8$ Bitcoin -4,1% (117.201$) Ether -1,9% (2.967$). 


FIN

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