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Amilton Aquino 2

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Dei uma olhada nas reações ao editorial do Estadão, “Isso não é justiça”, sobre o voto de Moraes na condenação de mais uma ré pelo episódio de 8 de janeiro a 14 anos de prisão. Não há meio-termo. De um lado, os adeptos do “sem anistia”. Do outro, os indignados com os dois pesos da nossa Justiça: rápida e implacável com cidadãos comuns que embarcaram na loucura bolsonarista, mas completamente cega e morosa em relação aos bandidos de alta plumagem - sejam eles corruptos confessos, que hoje caminham livres pelos corredores de Brasília, ou até mesmo representantes das duas maiores facções do crime organizado do país, que também circulam livremente fazendo lobby por “melhores condições carcerárias” e até  por “anistia” para alguns criminosos ilustres, que contam até com o reforço de um documentário na Netflix, com direito a fala do presidente do STF e do filho de um de um dos líderes do Comando Vermelho!


Sim, hoje o queridinho de grandes ídolos brasileiros como Neymar e Vinicius Júnior, por exemplo, é um cantor trapper, o tal Oruam, apologista do Comando vermelho, que faz shows, muitos patrocinados com dinheiro público, pedindo anistia ao pai, Marcinho VP, com tatuagem de outro criminoso, Elias Maluco, o cara que torturou e matou o jornalista Tim Lopes, da Globo, a mesma Globo que hoje abre espaço para o tal Oruam!


Puro suco de Brasil, o Brasil de um STF que proíbe policiais de fazerem operações nos morros. O Brasil cujo ministro da Justiça, ex ministro do STF, não só criou a excrescência das audiências de custódia, como agora lança um pacote cujo principal objetivo é afrouxar ainda mais para os bandidos!


É surreal. Aliás, surreal foi também a cena da policial que nesta semana desenrolou num programa de TV a incrível folha corrida de um bandido preso e solto inúmeras vezes pela nossa justíssima justiça. Como ter ânimo para arriscar a vida para prenderH um bandido que, no momento da prisão, vai rir da sua cara, afirmado que no dia seguinte vai estar novamente solto? Com a palavra, os deuses do olimpo do STF!


Mas voltando a reação dos leitores, como explicar tamanha divergência de interpretação dos fatos? 


A razão é simples: a interpretação do que houve em 8 de janeiro. Teria sido de fato uma tentativa de golpe de estado ou apenas mais uma arruaça na Esplanada dos Ministérios, semelhante à promovida pela esquerda no governo Temer, que contou, inclusive, com a participação de parlamentares como Gleisi Hoffmann?


Quem acompanha minhas opiniões sabe que me inclino mais para o segundo grupo, mas não minimizo o que aconteceu, desde o fatídico “basta um cabo e um soldado”, proferido pelo então empoderado Eduardo Bolsonaro - que, coincidentemente, nesta semana resolveu se exilar nos EUA. Não faltaram alertas de pessoas próximas a Bolsonaro de que esse caminho de extrapolações não terminaria bem. Mas ele não deu ouvidos. E, de protesto em protesto, foi esvaziando o poder de intimidação que as manifestações um dia tiveram, ao transformá-las em instrumento de culto pessoal. 


Vai longe o tempo em que ministros do STF tremiam com as movimentações das ruas. Hoje, no máximo, tais manifestações de velhinhos vestidos de verde e amarelo provocam mais risos do que qualquer receio dos ministros sobre a prisão iminente de Bolsonaro.


Olhando para trás, fico imaginando como estaria o Brasil hoje se Haddad tivesse vencido em 2018. Certamente pouco disso tudo teria acontecido. O PT estaria ainda mais desgastado, pois Haddad teria herdado a pandemia, levando a dívida pública a patamares muito maiores em 2022. Certamente a Lava Jato teria sido enfraquecida com o PT no poder, mas nada comparado ao que vimos no governo Bolsonaro. Talvez Moro não tivesse cometido seu maior erro: abandonar a magistratura para entrar na política.


Minha dúvida é como teria sido um governo Bolsonaro em 2022. Teria sido mais ou menos beligerante? Não sei. Mas certamente ele teria sido reeleito, sem o desgaste da pandemia. Talvez estivesse agora tentando mudar a legislação para remover a restrição de dois mandatos. Não sei. Mas o certo é que, se Lula chegasse à presidência em 2026, estaria ainda mais decrépito e com menos horizonte pela frente - um mal menor para o Brasil.


Mas, enfim, são apenas devaneios. Os fatos estão aí. O que muda são as interpretações, as narrativas criadas sobre as aberrações cometidas por ambos os extremos. Que Bolsonaro vá logo para a cadeia e que Lula continue impopular o suficiente para desistir de 2026. Haddad x Tarcísio seria, de fato, um upgrade na disputa presidencial. Mas isso só se os dois crápulas de língua presa permitirem, infelizmente.

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