Pular para o conteúdo principal

Silvio Ribas

 O TRIPÉ ECONÔMICO DE TRUMP

Os discursos de campanha de Donald Trump se converteram em dezenas de decretos presidenciais e outras ações governamentais que afetam empresas e governos nos Estados Unidos e ao redor do mundo, desenhando um horizonte desafiador para a maior economia do planeta, com inevitáveis consequências históricas.

Com base nas medidas já anunciadas e nas falas do presidente americano, é possível entender qual é a estratégia dele para um vigoroso ciclo de crescimento para o país, a tal “golden age”, a partir de um tripé voltado à expansão de produção e renda sem gerar pressões inflacionárias. Vejam:

1. PODER DE NEGOCIAÇÃO
explora o fato de os EUA serem um grande comprador global para negociar condições mais vantajosas com seus fornecedores. Apesar de acenar maiores custos internos com tarifas protecionistas, busca usar seu peso econômico para obter preços menores e fortalecer a indústria doméstica. Junto com a defesa do dólar nas transações globais, essa estratégia pode, em tese, estimular a competitividade empresarial e reduzir gastos para o consumidor final.

2. ENERGIA BARATA E FARTA
A aposta na exploração intensiva dos recursos energéticos visa garantir energia abundante e a custos competitivos, fator essencial para o desenvolvimento de qualquer economia. Há décadas, a oferta farta de energia barata funciona como alicerce de grandes avanços industriais e tecnológicos. Se bem implementada, essa política pode baixar custos de produção, favorecer investimentos.

3. MAIS PRODUTIVIDADE E COMPETIÇÃO
Outro pilar é o estímulo à inovação, com foco na revolução tecnológica, especialmente em áreas como inteligência artificial. A experiência da gestão Bill Clinton, quando a economia americana prosperou com o salto de produtividade digital, é um exemplo que o governo parece buscar repetir. Paralelamente, há a defesa de uma política liberal que inclui a redução da burocracia estatal e a eliminação de programas considerados ineficientes, permitindo cortes de impostos. Essa combinação tende a impulsionar a atividade produtiva, estimular a competição, gerar empregos e aumentar salários, fortalecendo os EUA como maior consumidor do mundo.

Se esses três pilares – negociação estratégica, abundância energética e inovação apoiada por desonerações fiscais – forem equilibrados e bem geridos, o resultado pode ser um ciclo de expansão econômica robusta e sustentada. No entanto, a concretização desse cenário depende de fatores internos e externos. Ainda assim, a perspectiva de uma liderança global que privilegie o progresso movido pela iniciativa privada e pelo legítimo desejo de prosperidade da população indica novos rumos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Call Matinal ConfianceTec

 CALL MATINAL CONFIANCE TEC 30/10/2024  Julio Hegedus Netto,  economista. MERCADOS EM GERAL FECHAMENTO DE TERÇA-FEIRA (29) MERCADO BRASILEIRO O Ibovespa encerrou o pregão na terça-feira (29) em queda de 0,37%, a 130.736 pontos. Volume negociado fechou baixo, a R$ 17,0 bi. Já o dólar encerrou em forte alta,  0,92%, a R$ 5,7610. Vértice da curva de juros segue pressionado. Mercados hoje (30): Bolsas asiáticas fecharam, na sua maioria, em queda, exceção do Japão; bolsas europeias em queda e  Índices Futuros de NY em alta. RESUMO DOS MERCADOS (06h40) S&P 500 Futuro, +0,23% Dow Jones Futuro, +0,05% Nasdaq, +0,24% Londres (FTSE 100),-0,46% Paris (CAC 10), -0,83% Frankfurt (DAX), -0,43% Stoxx600, -0,59% Shangai, -0,61% Japão (Nikkei 225), +0,96%  Coreia do Sul (Kospi), -0,82% Hang Seng, -1,55% Austrália (ASX), -0,81% Petróleo Brent, +1,20%, a US$ 71,97 Petróleo WTI, +1,29%, US$ 68,08 Minério de ferro em Dalian, +0,38%, a US$ 110,26. NO DIA (30) Dia de mais ind...

Matinal 0201

  Vai rolar: Dia tem PMIs e auxílio-desemprego nos EUA e fluxo cambial aqui [02/01/25] Indicadores de atividade industrial em dezembro abrem hoje a agenda internacional, no ano que terá como foco a disposição de Trump em cumprir as ameaças protecionistas. As promessas de campanha do republicano de corte de impostos e imposição de tarifas a países vistos como desleais no comércio internacional contratam potencial inflacionário e serão observadas muito de perto não só pela China, como pelo Brasil, já com o dólar e juros futuros na lua. Além da pressão externa, que tem detonado uma fuga em massa de capital por aqui, o ambiente doméstico continuará sendo testado pela frustração com a dinâmica fiscal e pela crise das emendas parlamentares. O impasse com o Congresso ameaça inviabilizar, no pior dos mundos, a governabilidade de Lula em ano pré-eleitoral. ( Rosa Riscala ) 👉 Confira abaixo a agenda de hoje Indicadores ▪️ 05h55 – Alemanha/S&P Global: PMI industrial dezembro ▪️ 06h00 –...

Prensa 2002

 📰  *Manchetes de 5ªF, 20/02/2025*    ▪️ *VALOR*: Mercado de capitais atinge fatia recorde no nível de endividamento das empresas                ▪️ *GLOBO*: Bolsonaro mandou monitorar Moraes, diz Cid em delação          ▪️ *FOLHA*: STF prevê julgar Bolsonaro neste ano, mas há discordância sobre rito     ▪️ *ESTADÃO*: Moraes abre delação; Cid cita pressão de Bolsonaro sobre chefes militares por golpe