O peso do agronegócio

 Itaú: agronegócio representa 21% do PIB brasileiro, considerando-se todas as atividades ligadas ao setor


São Paulo, 10/02/2025 - O agronegócio representa cerca de 21% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, considerando desde a produção primária, o beneficiamento dessa produção, o comércio e o transporte e o uso de recursos envolvidos no processo, aponta análise do Itaú divulgada hoje, tendo como base dados de 2021.


Segundo o banco, se for considerado apenas o PIB agro das divulgações oficiais, o peso do setor na economia é de 6%. "Há, no entanto, outras atividades que também integram o agronegócio", ressalta o relatório assinado por Pedro Renault e André Matcin. "No caso da indústria, há ramos responsáveis por beneficiar de alguma forma o produto que vem diretamente da terra, antes que ele passe por outras etapas das cadeias de valor", observa. Além disso, no segmento de serviços também há parte do comércio e transportes "que têm relação intrínseca com o setor".


Assim, o fato de o agronegócio estar "espalhado transversalmente pela economia" permite se inferir a participação de 21% no PIB brasileiro. O Itaú ressalta também que a parcela do PIB "diretamente identificável" como agronegócio, somando produção primária, agroindústria (apenas os primeiros elos de beneficiamento das cadeias de valor) e serviços de comércio e transporte envolvidos no escoamento da produção, "equivale a quase 15% do PIB".


Em relação aos empregos no País, o agronegócio, sob estes mesmos critérios, contribuiria com 17% da população ocupada, ou pouco mais de 17 milhões de empregos. Além disso, o Itaú analisou a participação do agronegócio nas contas externas. "Estimamos que o agronegócio respondeu por 31% da corrente de comércio brasileira em 2024", diz o documento. "Sob a ótica de saldo comercial, nos últimos 12 meses, o agronegócio brasileiro foi superavitário em cerca de US$ 109 bilhões, sendo o principal vetor de contribuição para o superávit da balança comercial no País, mais do que compensando o déficit existente no agregado dos outros setores."


Ainda conforme a análise do Itaú, entre 2010 e 2021 - período analisado - a participação do agronegócio no PIB brasileiro aumentou de 14,4% para 21,2%, considerando-se toda a cadeia de produção primária (agricultura e pecuária, além de florestas, pesca e aquicultura), beneficiamento, uso de recursos, transporte e comércio. O Itaú observa que "há defasagem" nos dados, que abrangem apenas até 2021. Os analistas dizem também que entre 2023 e 2024 deve ter havido algum recuo na participação do agronegócio no PIB geral do País, em função do recuo do PIB do agronegócio. "Em 2025, projetamos uma expansão de 4,8% da produção primária, o que deveria levar a algum ganho de peso no PIB", diz o Itaú.


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