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Algoritmo

Quais características um algoritmo precisa ter para se apropriar de vantagens quânticas reais — mesmo sem depender diretamente de hardware quântico:

O algoritmo precisa explorar uma estrutura que seja intrinsecamente difícil de capturar classicamente

A computação quântica se destaca não simplesmente por ser “mais rápida”, mas por explorar estruturas matemáticas que são invisíveis, dispersas ou difusas para algoritmos clássicos.


No caso do algoritmo de Shor, que fatoriza inteiros grandes de forma exponencialmente mais eficiente que qualquer algoritmo clássico conhecido, a chave está na descoberta do período de uma função aritmética. A periodicidade é algo que algoritmos clássicos podem detectar, mas com enorme custo — enquanto a abordagem quântica a extrai de forma natural usando interferência e superposição.


Então, a primeira característica essencial é:


O problema deve ter uma estrutura matemática oculta que pode ser revelada por interferência quântica.


Isso inclui periodicidades, simetrias espectrais, autovalores de operadores, padrões de fase, ou subespaços lineares ocultos.

[31/03, 13:15] +55 11 91289-1333: o algoritmo deve ser sensível à fase, e não apenas à probabilidade

O que distingue algoritmos quânticos de modelos probabilísticos clássicos é o uso de amplitudes complexas, cujas fases interferem umas com as outras. Isso significa que o algoritmo precisa depender da estrutura de fase e do cancelamento construtivo/destrutivo de caminhos computacionais.


Voltando ao algoritmo de Shor: após o mapeamento do problema de fatoração para a busca de um período, o algoritmo aplica a transformada de Fourier quântica, que é uma versão unitária e reversível da clássica transformada discreta de Fourier.


O que essa transformada faz, de forma elegante e compacta, é converter padrões de periodicidade que estão codificados nas fases dos vetores quânticos em valores mensuráveis com altíssima eficiência.


Ou seja:


Para ser vantajoso, o algoritmo precisa transformar padrões de fase em informação acessível por medição.


Esse processo só faz sentido se o algoritmo opera no domínio da fase, não apenas da magnitude — algo que muitos algoritmos quânticos simulados (ou inspirados) esquecem.

[31/03, 13:15] +55 11 91289-1333: o algoritmo deve ser reversível e unitário em sua lógica, mesmo que simulado classicamente

Todo algoritmo quântico é modelado como uma sequência de operações unitárias e reversíveis, o que contrasta com muitos algoritmos clássicos destrutivos ou irreversíveis (como ordenações que descartam intermediários).


Mesmo ao emular algoritmos quânticos em computadores clássicos — por exemplo, usando tensores, circuitos parametrizados ou máquinas de Boltzmann quânticas — a lógica reversível e coerente deve ser preservada, pois é essa lógica que permite o acoplamento coerente de caminhos computacionais e a interferência.


Em suma:


Um algoritmo quântico funcional, mesmo simulado, deve preservar reversibilidade, coerência e estrutura linear.

O algoritmo deve permitir interferência coerente entre soluções candidatas

O poder de algoritmos como o de Shor, Grover ou HHL (sistemas lineares), não está apenas na velocidade — está na capacidade de explorar simultaneamente múltiplos caminhos computacionais e deixar que a própria física determine o caminho mais eficiente por interferência.


Se um algoritmo busca soluções isoladamente (como a maioria dos heurísticos clássicos), ele perde o núcleo do “efeito quântico”.


Assim, mesmo quando simulamos ou usamos algoritmos quântico-inspirados (como em otimizações baseadas em annealing ou circuitos variacionais), é essencial preservar a propriedade de que:


As soluções candidatas “conversam” umas com as outras via interferência, ao invés de competir por prioridade.


Esse princípio exige lógica de programação declarativa e funcional, não imperativa e sequencial.

A medição ou colapso da solução deve emergir da estatística de observação, e não de decisão determinística

Na computação clássica, a resposta é construída passo a passo.


Na computação quântica — e em seus análogos simulados — a resposta emerge das estatísticas de observação de um sistema que evoluiu de forma coerente.


Ou seja, o algoritmo deve ser probabilístico ao final, mas não ao longo do processo. O caráter probabilístico vem da medição de um sistema bem estruturado — não de sorteios aleatórios ao longo do caminho.


Essa sutil diferença é crítica:


A incerteza final de um algoritmo quântico não é ruído, mas sinal.


Portanto, um bom algoritmo quântico (ou inspirado) deve focar em estruturar o espaço de probabilidades de saída, não em buscar diretamente a melhor saída.

[31/03, 13:16] +55 11 91289-1333: Aplicando esses princípios hoje, sem hardware quântico

Usando essa ótica, mesmo algoritmos clássicos podem ser redesenhados para se comportar de forma quântica, extraindo vantagens práticas como:


Exploração paralela implícita do espaço de soluções (como em tensor networks);\n- Otimização via modelos inspirados em interferência (como quantum-inspired annealing);\n- Detecção de padrões via métodos de espectro (como Fourier e wavelet transformadas estruturadas);\n- Uso de reversibilidade lógica para economia de memória e reversão de trajetórias computacionais;\n- Representações probabilísticas estruturadas (como samplers baseados em entanglement lógico).

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