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Hugo Studart

 Passo por aquele fase da vida na qual só me importa amar, beber e rezar. Por essa razão me dá preguiça ler ou escrever sobre as últimas da Janja, do Trump ou do Xandao. O máximo que tenho feito é compartilhar alguns bons textos.


Mais preguiça ainda me dá escrever sobre esse golpe escaladobetico que o Bolsonaro quis protagonizar há dois anos.


Contudo, chamou-me a atenção um comentário de uma grande amiga de há 40 anos, Morbach de Medeiros, que escreveu estar decepcionada comigo por ainda não ter me posicionado sobre o golpe. Por ela, saio do niilismo voluntário. Vamos la:


1) Bolsonaro é um (quase) retardado, um limítrofe, que se acha um "jenio" enviado por Deus, o messias.


2) Sim, Bolsonaro tentou dar o golpe. E não foi apenas uma vez, mas três vezes. 


3) O primeiro delírio foi no início da pandemia; em resposta às Forças Armadas instalaram alguns generais no Palácio para segurar os arroubos do presidente, como esse general Braga Neto, que não cumpriu sua missão.


4) A segunda tentativa foi por ocasião daquelas manifestações monstros de 7 de setembro. Ele colocou 1 milhão de apoiadores nas ruas de Brasília,  SP e Rio. Mas o Estado Maior do Exército lhe avisou que, se fosse para "virar a mesa", prenderia Bolsonaro, os filhos e instalaria o vice Mourão na Presidência,  conforme rege a Constituição. Resultado: o leão virou gatinho e assinou uma carta escrita pelo Temer pedindo desculpas a Alexandre de Moraes, lembram-se?


5) Na terceira tentativa, descortinou-se de vez um borrabotas, covarde e fanfarrão. Fugiu do país e enviou donas de casa e aposentadas para frente dos quartéis. Pior, planejou um golpe com gente tão primária que a única defesa que lhes resta é expor a idiotice coletiva.


6) Leio (com certa fadiga, confesso), que as provas do tal inquérito da PF seriam frágeis. Mas acho que Bolsonaro e sua trupe de trapalhões merecem ir para cadeia sobretudo por serem idiotas. 


7) Quanto à legião de "golpistas terroristas" presos em 8 de outubro, a quase totalidade não passa de inocentes úteis. Há um evidente exagero em manter presos pipoqueiros que aderiram às depredações do patrimônio público, aposentadas ingênuas e, sobretudo, mães de filhos menores que ousaram pinchar com batom a estátua da suposta Justiça.


8) Que prendam o chefe e seus assessores mais próximos. Mas que soltem essas senhoras e os pipoqueiros. Os casos mais graves de depredação, que sejam revistos. O que defendo, em síntese, é a aplicação da tal "dosimetria das penas".


É o que penso.

Agora, peço permissão aos amigos para retornar ao meu niilismo: amar, beber e rezar.


Hugo Studart

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