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Bankinter Portugal Matinal 1402

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: O mercado avalia em positivo o que Trump assinou ONTEM, um memorando a descrever a sua estratégia alfandegária e não uma ordem

executiva, pelo que se interpreta como o início de um período de estudo sobre a situação alfandegária e negociações antes de atuar eficazmente sobre os impostos alfandegários. Por isso, ontem, as bolsas subiram e esta madrugada Ásia replicou o movimento, com ligeira redução de umas yields das obrigações que tinham subido nos dias anteriores. Ganha-se tempo e o mercado aproveita para subir, mesmo apesar da inflação americana de quarta-feira ter aumentado inesperadamente.

 

HOJE começa a Conferência de Segurança em Munique e Vance (Vice-Presidente EUA) já começou com um tom duro. Em entrevista, afirmou que os EUA têm ferramentas económicas (sanções), mas também militares, no caso da Rússia não concordar com uma paz com a Ucrânia, que garante a sua independência a longo prazo. Os EUA implicam esta frente na negociação, combinando uma postura dura (Vance) com outra conciliadora e branda, representada pelo Secretário de Defesa (Hegseth), que afirmou há 48 h que não é realista esperar que a Ucrânia recupere as suas fronteiras de 2014, e que tampouco integre a OTAN. Mas isso de

mencionar opções militares contra a Rússia não terá agradado Putin, portanto devemos esperar um fim de semana de planeamento duro da sua parte. Esta Conferência em Munique é o importante até segunda-feira. Qualquer desenvolvimento é possível, mas esperar muito no início de qualquer negociação (impostos alfandegários ou Ucrânia) é ingénuo, porque é precisamente quando se realizamos planeamentos mais extremos para depois ir identificando algum ponto de encontro

construtivo.

 

Saem HOJE alguns dados americanos, mas provavelmente fracos (Vendas a Retalho e Produção Industrial: -0,1% e +0,3%, respetivamente) e terão pouca atenção, porque a geoestratégia/Ucrânia permanecerá em primeiro plano. Trump tinha prometido, em campanha eleitoral, acabar com a guerra na Ucrânia em 24 h e Putin precisa de terminar a invasão o quanto antes, desde que a possa vencer. Às vezes, a realidade é cruel. Ambos precisam de um acordo sobre a Ucrânia para saírem reforçados, portanto, embora leve tempo, alcançarão algum tipo de acordo sem contar com a Ucrânia nem com mais ninguém, e isso reduzirá o prémio de

risco geoestratégico. A conclusão mais óbvia de tudo isto é que a Europa deverá proteger-se seriamente e isso continuará a favorecer as empresas de defesa. Por isso, e perante a ausência de fundos focados em defesa, construímos e lançamos a nossa Carteira Temática de Defesa em novembro de 2024.

 

CONCLUSÃO: Quer subir um pouco mais, mas pode tornar-se pior

(ou melhor) a qualquer momento, dependendo das declarações na Conferência de Segurança de Munique. Isto determinará tudo. Não terão em conta a macro nem os resultados corporativos. E a próxima semana será de intensidade média/baixa, em comparação com esta que terminamos hoje, destacando um ZEW alemão (Sentimento Económico) melhor na terça-feira (17,5 vs. 10,3), Atas da última reunião da Fed na quarta-feira, Indicador Adiantado americano na quinta-feira (0% vs. +0,1%) e PMIs na sexta-feira. Pode ser que a inércia seja bastante alta, mas muito suave.

 

S&P500 +1% Nq-100 +1,4% SOX +1,3% ES-50 +1,8% IBEX +0,2% VIX 15,1 Bund 2,41% T-Note4,53% Spread 2A-10A USA=+23pb B10A: ESP 3,08% PT 2,92% FRA 3,10% ITA 3,49% Euribor 12m 2,417% (fut.2,215%) USD 1,046 JPY 159,7 Ouro 2.936$ Brent 75,1$ WTI71,3$ Bitcoin +0,9% (96.729$) Ether +0,5% (2.697$).

 

FIM

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