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Bankinter Portugal Matinal 0701

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Iniciamos a primeira semana de referências importantes para o mercado, com a tecnologia a subir com força e Trudeau, o Primeiro-Ministro do Canadá, a demitir-se, como provável primeira vítima colateral de Trump. E outra vitória qualitativa de Trump é a demissão de Barr, Vice-Presidente e responsável de Supervisão da Fed, a partir de 28 de fevereiro. Foi nomeado por Biden e implicava um potencial obstáculo para a desregulação que Trump; afirmou que apresentaria batalha legal, mas agora afirma que se demite para não se tornar um obstáculo para o trabalho da Fed (?). 

 

Washington Post publicou ontem um artigo a argumentar que Trump endurecerá os impostos alfandegários para os produtos/serviços que comprometam a segurança nacional, o que implica uma suavização significativa da abordagem. Foxcomm publicou bons resultados (vendas +15%). Microsoft anunciou 80.000M$ de investimentos em centros de dados. Bernanke (ex-Presidente da Fed) afirmou que as medidas de Trump (imigração, impostos alfandegários, impostos) não serão tão inflacionistas quanto se teme. Tudo isto, coincidindo nas últimas 72 h, impulsiona agora o mercado e permitiu, ontem, que a tecnologia se reanimasse de repente (Nq-100 +1,7%; SOX +2,8%). Em paralelo e de forma complementar, as Vendas de Natal (4 semanas de dezembro) foram boas no Reino Unido: +3,2% vs. -3,3% em novembro. Assim, com tudo isto a favor, as bolsas sobem (Nova Iorque ontem, e Ásia esta madrugada: Nikkei +2%), a volatilidade reduz-se (VIX 16%) e as criptos, que são o melhor indicador de risco de curto prazo, relançam-se. 

 

Acreditamos que é necessário um reajuste depois de uns excelentes 2023 e 2024, considerando que as avaliações não são infinitas, que as inflações se resistem, apesar do que digam os bancos centrais, e com as yields das obrigações mais elevadas (T-Note > 4,50% e Bund > 2,30%). Não obstante, não teremos uma orientação moderadamente fiável do tom de arranque de 2025 até ao final desta semana. Mas poderemos apreciar o tom dos volumes, e isso é algo. Porque esta semana teremos inflação europeia a aumentar (+2,4% vs. +2,2%) e emprego americano provavelmente mais sólido, o que não seria bom para as expetativas de descidas de taxas de juros nos EUA. E a inflação alemã aumentou ontem até +2,6% desde +2,2%, mas a francesa hoje repetiu em +1,3% vs. +1,4% esperado. Saldo misto. Veremos o dado da UE, às 10h… 

 

Além da inflação europeia de hoje, as seguintes referências sérias serão a inflação americana (15 de janeiro; agora +2,7% e a Subjacente +3,3%), a tomada de posse de Trump (20 de janeiro) e as reuniões da Fed e do BCE (29 e 30 de janeiro, respetivamente). Na nossa opinião, o BCE baixará (-25 p.b. até 2,75%/2,90% Depósito/Crédito), mas não a Fed (agora 4,25%/4,50%), e esse desenvolvimento poderá marcar o início de um arrefecimento do mercado. Em suma, janeiro será um mês de testes e provavelmente fraco… principalmente até à tomada de posse de Trump, a 20 de janeiro. A repentina subida de ontem deverá resultar numa correção hoje, embora não agressiva. 

 

S&P500 +0,6% Nq-100 +1,7% SOX +2,8% ES-50 +2,4% IBEX +1,3% VIX 16,0% Bund 2,45% T-Note 4,61% Spread 2A-10A USA=+35pb B10A: ESP 3,11% PT 2,91% FRA 3,27% ITA 3,56% Euribor 12m 2,487% (fut.2,281%) USD 1,039 JPY 163,9 Ouro 2.641$ Brent 76,3$ WTI 73,5$ Bitcoin +0,1% (101.806$) Ether +0,1% (3.641$). 

 

FIM

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