Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: O mais relevante desta semana é que não há nada verdadeiramente relevante a sair, nem ao nível macroeconómico, nem ao nível corporativo. Portanto, resta esperar e refletir. Estas são datas sazonalmente delicadas, pois a atividade e o volume de negociação começam a diminuir. Isto verifica-se sobretudo no final de julho, mas começa a notar-se já a partir de meados do mês, ou seja, já na próxima semana.
Começamos esta segunda-feira com uma Produção Industrial na Alemanha melhor do que o esperado: +1,2% m/m vs -1,6% em abril. Os preços das casas no Reino Unido sobem de forma razoável e estabilizam: repetem +2,5% (junho). A OPEP+ vai aumentar a produção em +548.000 b/d a partir de 1 de agosto, acima dos aumentos de maio, junho e julho (+411.000 b/d). Por isso, o Brent recua -0,4% e o WTI -1,1%. O Plano Fiscal de Trump foi aprovado, pois é altamente improvável que a Câmara dos Representantes o rejeite na votação final de retorno. São mais 3,4 mil milhões de dólares em 10 anos, sobre os 36,2 mil milhões de dívida atualmente (cerca de 120% do PIB). No entanto, como será ao longo de 10 anos, pressupõe-se que o PIB aumente cerca de +20% face a cerca de +10% da dívida, pelo que não é motivo de preocupação neste momento.
Hoje saem alguns dados na UEM: (i)9h30: Confiança do Investidor Sentix (+1,1 esperado vs +0,2); 10h00: Vendas a Retalho (+1,2% esperado vs +2,3%). Tudo isto contribui para um fundo de mercado com tom construtivo, mas não o movimenta de forma significativa.
Identificamos 2 referências a ter em conta: (i) O "catch-up" de Wall St face à Europa: na semana passada, NY +1,2% vs -0,3% Europa (bolsas) e em junho +5% vs -1,2%. Maio foi um bom mês para as bolsas em ambos os casos, mas melhor para NY (+6,2%) do que para a Europa (+4%). Faz sentido que este "catch-up" continue, tendo em conta a diferente evolução dos lucros empresariais para 2025: +9,3% EUA vs +0,5% UEM vs -0,7% UE. (ii) A nova confusão sobre a data de comunicação e/ou aplicação das tarifas americanas. Agora, parece que, em vez de serem todas esclarecidas a 9 de julho, algumas são adiadas para 1 de agosto. A comunicação, pois a aplicação parece que será em todos os casos a 1 de agosto. Parece que o 1 de agosto se aplica não só à China (o único já conhecido), mas também aos países com os quais não se tenha chegado a acordo negociado, ou seja, àqueles que receberem uma tarifa imposta mais elevada.
CONCLUSÃO: Sessão de prováveis recuos (NY -0,5% e Europa -0,2%?) devido à extensão da incerteza no front comercial (tudo muda e volta a mudar, adia-se e volta a adiar-se) e, sobretudo, às datas delicadas em que entramos devido à redução dos volumes com a chegada do verão. A pressão da elevada liquidez é o principal suporte do mercado, mas o teste de realidade chega agora. Assim aconteceu em 2024 e 2023. Em 2024, Wall St. caiu -6% entre 31 de julho e 5 de agosto (-13% nos semicondutores) e a recuperação deu-se em apenas 15 dias, mas em 2023 caiu -5% (semis -10%) entre 31 de julho e 18 de agosto e só recuperou em dezembro. Se algo semelhante acontecer este ano, aproveitaríamos para comprar tecnologia (semis, cibersegurança, 7 Magníficas, defesa) e Índia a preços mais atrativos.
NY fechado. ES50 -1% IBEX -1,5% VIX 17,8% Bund 2,56% T-Note 4,33% Spread 2A-10A EUA = +47pb O10A: ESP 3,21% PT 3,04% FRA 3,27% ITA 3,47% Euribor 12m 2,063% (fut.2,042%) USD 1,177 JPY 170,6 Ouro 3.312$ Brent 68,0$ WTI 66,3$ Bitcoin +0,4% (109.137$) Ether +1% (2.572$).
FIM
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