Coluna do Estadão: Lula impopular: 'tripé da rejeição' explica derretimento da aprovação
A popularidade do governo Lula derrete em todo o País e a reprovação da gestão petista já passa de 60% em pelo menos seis Estados, de acordo com pesquisa Quaest divulgada esta semana. E, por mais que o presidente Lula e seus asseclas tentem apontar culpados ou eventos isolados, fato é que o chefe do Executivo estabeleceu um “tripé de rejeição”, ao longo dos últimos dois anos, até amargar esse resultado. Os três fatores que empurram o governo ladeira abaixo são apontados por integrantes da própria base aliada a Lula: erros na economia, apatia política e desconexão com a vida real do brasileiro. A Coluna ouviu líderes governistas, ministros e ex-ministros, magistrados e presidentes de partidos políticos. Os termos compilam decisões e declarações de Lula.
ERROS NA ECONOMIA. Lula desautorizou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em relação ao ajuste fiscal. Obrigou a idas e vindas em temas como taxa das blusinhas, reoneração da folha de pagamento, atualização da faixa de isenção do Imposto de Renda e portaria do Pix.
APATIA POLÍTICA. Duas frases são repetidas à exaustão entre antigos aliados do petista. “Lula não é mais o mesmo” e “Lula perdeu a paciência para fazer política”. A queixa é que ele não conversa mais com a base, não recebe parlamentares, nem tem diálogo com governadores e prefeitos. Com isso, políticos aliados começam a se distanciar e não fazem esforço nos Estados para melhorar a avaliação de Lula.
DESCONEXÃO. Com o lema “O Brasil voltou”, Lula focou a agenda exterior por dois anos e esqueceu que a preocupação do brasileiro na vida real é com segurança e saúde.
CONTRA-ATAQUE. O PT acionou ontem o Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como antecipou a Coluna. A sigla acusa o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro de tentar, por meio de articulações nos Estados Unidos, constranger o STF e “criar embaraço” às investigações conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes sobre suposta tentativa de golpe.
ARGUMENTO. Os petistas dizem que, desde a posse de Donald Trump, Eduardo esteve três vezes nos EUA para articular com deputados republicanos um projeto de lei para impedir Moraes de entrar naquele país.
EXTENSÃO. Autora do requerimento, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, diz que a ação configura uma tentativa de constranger, além de um integrante, o próprio Supremo Tribunal Federal, que vai julgar as ações penais sobre os atos do 8 de Janeiro.
ESTRATÉGIA. Os líderes do PL no Congresso, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) e o senador Carlos Portinho (RJ), têm feito reuniões para unificar a comunicação da sigla nas duas casas. O objetivo é alinhar o discurso dos parlamentares e adotar uma ação conjunta para aumentar a pressão a favor da anistia aos condenados do 8 de Janeiro.
INTEGRAÇÃO. A ofensiva inicial é para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), paute a anistia, mas os bolsonaristas do Senado também devem acompanhar as discussões de perto.
PRONTO, FALEI!
Angelo Guerra Netto
Sócio-fundador da EXM Partners
“O ciclo de alta da Selic, podendo chegar a 15% no decorrer deste ano, é um catalisador para que empresas já fragilizadas entrem em colapso financeiro.”
CLICK
Geraldo Alckmin
Vice-presidente da República
Com o presidente Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em evento de lançamento do edital para a construção do túnel Santos-Guarujá.
(Roseann Kennedy, com Eduardo Barretto e Iander Porcella)
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