Pular para o conteúdo principal

UM SUPERCICLO ??

O debate do momento diz respeito ao fato de estarmos vivendo num novo "superciclo de commodities", tal qual aconteceu nos anos 2000 no primeiro governo petista, dada a forte demanda chinesa. Sim, as ditaduras se sustentam por elevados indicadores de crescimento e suas externalidades positivas. Foi isso ao longo década citada. 

No momento atual, tudo se axplica pois saímos de uma mega pandemia global, em que muitos setores da economia quase que zeraram seus ciclos produtivos, dada a retração da demanda, e agora estão retomando, muitos de forma intensa, outros nem tanto, o que vem gerando um desbalanceamento na capacidade de atendimento nas várias cadeias produtivas. 

Como resultado, muitas commodities, como minerais, agrícolas, petróleo, estão disparando, se refletindo em mais inflação e políticas monetárias mais cautelosas. 

O que são commodities? São produtos básicos, negociados nas bolsas internacionais, como petróleo, metais em geral, grãos e carnes.

Puxadas pela recuperação rápida do pós-pandemia em algumas das principais economias do mundo, como China e EUA, muitas destas estão batendo recordes nas cotações (como petróleo).

Até outubro deste ano, o aumento nos preços das commodities, em relação ao ano anterior, foi o seguinte: gasolina: + 128%; Petróleo WTI : + 123%; óleo de aquecimento: + 122%; Petróleo Brent: + 113%; Café: + 101%; Gás Natural: + 81%; Algodão: + 67%; Alumínio: + 44%; Milho: + 43%; Cobre: + 41%; Açúcar: + 33%; Trigo: + 30%; Soja: + 18%; Madeira: + 17%; Prata: -3%; e Ouro: 
-6%. 

O que que é um superciclo de commodities e o que o torna diferente dos ciclos de negócios de alta e baixa de curto prazo? Afinal, o que é um superciclo? 

Embora não haja uma definição clara de superciclo, ele tem sido comumente usado para descrever um período em que os preços das commodities sobem acima de sua tendência de longo prazo por entre 10 a 35 anos. Esta ascensão é seguida por uma desaceleração de duração semelhante, já que a oferta eventualmente acompanha a demanda. 

O resultado é um ciclo completo que pode durar de 20 a 70 anos.

Segundo a Capital Economics, "os superciclos dos preços das commodities são tipicamente desencadeados por algum tipo de impulso estrutural à demanda, grande o suficiente para mover a agulha em nível global - e ao qual a oferta é lenta para responder".

Em recursos naturais, geralmente há uma defasagem entre a oferta e a demanda porque pode levar 10 anos ou mais para construir uma grande mina ou desenvolver um grande campo de petróleo.

Quantos superciclos houve?

São identificados quatro períodos sustentados de preços de commodities acima da tendência. 

O primeiro coincidiu com o surgimento dos Estados Unidos como uma potência econômica na década de 1880.

Outro acompanhou o movimento de rearmamento da década de 1930 e continuou no período de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial. 

O terceiro superciclo ocorreu durante os choques do preço do petróleo da década de 1970, que indiretamente impulsionaram os preços de outras commodities ao aumentar os custos de produção.

O boom de preços mais recente ocorreu durante a rápida industrialização da China, começando no final da década de 1990. Nesse período, também ocorreram altas acentuadas nos preços das commodities agrícolas, que desencadearam a crise alimentar de 2007-08.

Atualmente, os preços das commodities recuperaram as perdas de 2020 e, na maioria dos casos, estão agora acima dos níveis pré-pandêmicos (Figura 1). O ritmo de crescimento chinês desde 2020 e a recuperação econômica que acompanhou os lançamentos de vacinas em empresas avançadas são vistos como impulsionando a demanda para cima, enquanto as restrições de oferta para alguns itens - petróleo, cobre e alguns produtos alimentícios - têm favorecido seu ajuste para cima.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BDM 181024

 China e Netflix contratam otimismo Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato* [18/10/24] … Após a frustração com os estímulos chineses para o setor imobiliário, Pequim anunciou hoje uma expansão de 4,6% do PIB/3Tri, abaixo do trimestre anterior (4,7%), mas acima da estimativa de 4,5%. Vendas no varejo e produção industrial, divulgados também nesta 6ªF, bombaram, sinalizando para uma melhora do humor. Já nos EUA, os dados confirmam o soft landing, ampliando as incertezas sobre os juros, em meio à eleição presidencial indefinida. Na temporada de balanços, Netflix brilhou no after hours, enquanto a ação de Western Alliance levou um tombo. Antes da abertura, saem Amex e Procter & Gamble. Aqui, o cenário externo mais adverso influencia os ativos domésticos, tendo como pano de fundo os riscos fiscais que não saem do radar. … “O fiscal continua sentado no banco do motorista”, ilustrou o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, à jornalista Denise Abarca (Broadcast) para explicar o pa...

Falsificação chinesa

 ‘Luxo fake’: por dentro do mercado trilionário de roupas e bolsas de grife falsificadas na China No topo do ranking de Países que mais movimentam o mercado de produtos falsificados, metrópoles do país asiático são um polo de venda de réplicas ilegais de gigantes como Prada, Chanel, Hermès, Dior e outras Wesley Gonsalves XANGAI - Em um inglês quase ininteligível e com um sorriso no rosto, Li Qin, de 60 anos, aborda turistas que caminham pela avenida Sichuan, região central de Xangai, na costa leste da China. Quase sussurrando ela diz: “Bags? Louis Vuitton, Chanel, Prada?”, enquanto mostra um cartão com imagens de algumas bolsas falsificadas. No centro de compras da cidade, a vendedora trabalha há 20 anos tentando convencer o público - quase sempre ocidental - que caminha pela região a visitar sua loja de réplicas de bolsas de luxo, um mercado gigantesco na China. O Estadão visitou lojas de roupas, bolsas e sapatos falsificados na maior cidade do país asiático para entender como fun...

Call Matinal ConfianceTec 3110

 CALL MATINAL CONFIANCE TEC 31/10/2024  Julio Hegedus Netto,  economista. MERCADOS EM GERAL FECHAMENTO DE QUARTA-FEIRA (30) MERCADO BRASILEIRO O Ibovespa encerrou o pregão na quarta-feira (30) em queda de 0,07%, a 130.639 pontos. Em outubro, fechou em queda de 0,89%, no ano, recuando 2,64%. Já o dólar encerrou em alta marginal de 0,04%, próximo da estabilidade, a R$ 5,7619. Em outubro, valorização foi de 5,8%, no ano, 18,82%. Vértice da curva de juros segue pressionado, em função do "mal amarrado" pacote fiscal. Mercados hoje (30): Bolsas asiáticas fecharam, na sua maioria, em queda; bolsas europeias em queda e Índices Futuros de NY na mesma toada. RESUMO DOS MERCADOS (06h40) S&P 500 Futuro, +0,23% Nasdaq, -0,58% Londres (FTSE 100),-0,70% Paris (CAC 10), -0,86% Frankfurt (DAX), -0,58% Stoxx600, -0,86% Shangai, +0,43% Japão (Nikkei 225), -0,50%  Coreia do Sul (Kospi), -1,45% Hang Seng, -0,31% Austrália (ASX), -0,25% Petróleo Brent, +0,57%, a US$ 72,57 Petróleo WTI...