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O que esperar para os próximos meses?

Chegamos à metade do ano e creio ser importante um balanço do que aconteceu neste período e o que esperar para os próximos seis meses, quiçá, ano que vem. 

No mercado, é notório que a bolsa de valores teve um desempenho bem razoável neste período. Foram seis meses no azul, quando o Ibovespa beirou os 130 mil, mas nos últimos dias cedeu diante do açodamento do clima político. O câmbio, que chegou a R$ 5,80 em meados de abril para maio, cedeu bastante diante da manutenção do juro pelo Fed, na tese de que a inflação era transitória, e do lado mais hawkish do banco central brasileiro, elevando o juro de forma mais intensa. 

Para os próximos meses achamos que o IPCA deve se manter pressionado até o final de 2022, ainda mais diante do cenário hídrico desfavorável. Achamos que os custos de energia elétrica ainda são um risco de curto prazo, diante da bandeira tarifária Vermelha 2 (mais cara) até novembro, com dezembro retornando para o patamar Vermelha 1 (ainda elevado). 

Prevemos o IPCA para o final de 2021 em torno de 6,0% a 6,5%, com riscos de vir ainda mais elevado devido ao cenário hídrico desafiador a ocasionar um reajuste do valor da bandeira atual. 

Por outro lado, somos mais otimistas diante do avanço do cronograma de vacinação e a intensificação da reabertura no Brasil. Já temos 30% da população adulta vacinada, mesmo com o número de óbitos chegando a 434 mil, já nos jogando em segundo lugar entre os países com mais óbitos, atrás apeans dos EUA.

Mesmo asism, acreditamos que a intensificação do processo de vacinação deve reforçar a retomada da economia no segundo semestre, principalmente do setor de serviços, o que pode refletir na queda do desemprego, 3,1% acima do nível pré-pandemia, e na elevação da demanda por bens e serviços, ou seja, mais pressão sobre o nível de preços. 

No cenário global, enquanto o doméstico segue pressionado, no exterior, a cena não parece colaborar no curto prazo para a redução desta pressão sobre o IPCA, dada a trajetória das commodities em alto nível:. 

A despeito de uma desaleceração da economia chinesa esperada para o segundo semestre, as principais economias desenvolvidas, somado aos problemas com o fornecimento de matérias-primas, devem sustentar os preços das principais commodities em patamares elevados. Nesse sentido, a pressão sobre preços ao produtor nos mercados globais devem permanecer, assim como no cenário observado no Brasil.  


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