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SERÁ UMA TENDÊNCIA OU ALGO TRANSITÓRIO?

Iniciamos esta quinta-feira (dia 13) de olho no PPI de abril nos EUA e também no depoimento do CEO da Pfizer. O depoimento de ontem do ex-secretario de Comunicação foi um desastre completo para a imagem do governo. O cidadão entrou em contradição várias vezes, quis "negar" o que disse na VEJA. Ou seja, foi uma biruta doida e não pegou bem.

Sobre o PPI de abril, a expectativa é de desaceleração, mas qualquer resultado inesperado não deve surpreender e pegar, mais uma vez, o investidor de surpresa, já mal humorado pelo CPI de 4,2% pela taxa anualizada. As expectativas de mercado apontam 0,3% em abril, contra 1,0% em março, com perda de ritmo  também no núcleo, 0,7% para 0,4% entre março e abril.

Ontem, a surpresa negativa com a inflação ao consumidor (CPI) caiu como uma bomba nos mercados, desencadeando um "sell-off" nas bolsas em NY e detonando vendas dos Treasuries, com os yields de 10 anos encostando nos 1,70%. Para piorar, à tarde, o déficit recorde nos EUA de US$ 1,9 trilhão, entre outubro e abril só piorou as coisas.

Muitos já começam a achar que este CPI fora do previsto é um indicativo de que o Fed está "atrás da curva", tal qual o Bacen do Brasil há alguns meses atrás. Mesmo assim, o Fed não abandona sua narrativa de que a escalada dos preços é um "fenômeno temporário", que a dinâmica de alta não vem para ficar e tende a se diluir até o fim do ano, confiando na ancoragem das expectativas.

Soma-se a isso, a interpretação dos dados indica que este CPI veio mais forte, impactado pela elevação nos preços dos carros novos, com suas produções atrasadas pela falta de insumos eletrônicos. Passado este desbalanceamento temporário entre oferta e demanda, acredita-se que estes preços devem começar a ceder.

Mesmo assim, parte do mercado já começa a recomendar que a alta do juro nos EUA seja antecipada em um ano, para 2023, e que chairman do Fed, Jerome Powell comece a mudar sua comunicação na reunião de junho, preparando o espírito para reduzir os estímulos do QE.

Para o economista-chefe do Banco Central inglês (BoE), Andy Haldane, "por causa da alta persistente dos preços, é hora de começar a restringir o grau de apoio à economia". Admitiu ele haver “alguns grandes riscos", mas afirmou que "é mais provável que a economia do Reino Unido se recupere, em vez de recair, nos próximos meses, passando rapidamente de uma recuperação para um boom".

Na CPI da Covid, hoje é dia do depoimento do CEO da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, o que deve gerar muito desconforto ao governo, pois ele deve confirmar as sucessivas recusas da compra de vacina. 

Nesta 4ª feira, o clima esquentou em Brasília com o testemunho do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fábio Wajngarten, em uma sessão marcada por bate-boca, xingamentos e até ameaça de prisão. A tentativa de preservar Bolsonaro, no entanto, não impediu Wajngarten de admitir que uma carta da Pfizer, na qual se dispunha a negociar vacinas, foi enviada ao governo em setembro/2020 e ficou dois meses sem resposta.

Na agenda de quinta-feira, destaque também para o IBC-Br, devendo interromper uma sequência de 10 meses de crescimento na margem e voltar a recuar em março, quando a piora da pandemia de covid-19 provocou aumento de medidas de restrição à circulação. Ontem, apesar de a queda de 4,00% no volume de serviços em março contra fevereiro maior que o esperado, o crescimento de 4,5% contra um ano antes superou as estimativas de mercado. 

BALANÇOS – Além de Petrobras, saem depois do fechamento Sabesp, Bradespar, CPFL, Cyrela, Ecorodovias, Energisa, IRB, Magazine Luiza, Qualicorp e Rumo. 


No exterior, além do PPI, é importante conferir nos EUA os pedidos de auxílio-desemprego, com perspectiva de alta para 500 mil, de 498 mil na semana passada. México (15h), Chile (18h) e Peru (20h) decidem juro.

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