MACRO MERCADOS DIÁRIO 25/05/21 - RETOMADA DA CPI E AGENDA DE REFORMAS
Depois de uma segunda-feira em que as ações de varejo virtual foram destaque, olhemos nesta terça, com atenção redobrada, para o reinício dos trabalhos na CPI da Covid e nas comissões do Congresso, para tratarmos do andamento das reformas.
O clima não parece nada amistoso para o governo, já que o presidente não consegue "sobreviver" sem confrontação. Na verdade, pegou muito mal sua postura na "carreata das motos" no domingo passado no Rio de Janeiro. Reuniu milhões de pessoas pelas ruas do Rio, numa movimentação totalmente temerária, diante dos riscos de contaminação. E o pior com a participação do ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Muitos acham que será inevitável mais uma acareação com o ex-ministro na CPI da Covid.
Sobre esta, será destaque neste dia a secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitão Cloroquina”. Ela prestará seu depoimento num ambiente tenso e com o presidente da Comissão, senador Omar Aziz, bem incisivo diante do governo. Todos se mostram muito desconfortáveis com a postura "palanqueira" do presidente. Não há como contemporizar uma postura destas. Jair Bolsonaro já não governar, faz campanha para 2022.
No Exército, a repercussão do evento de domingo foi a pior possível, com muitos do Alto Comando recomendando alguma punição ao general Eduardo Pazuello. Acham, por exemplo, que ele deve ir para a reserva. O vice presidente general Hamilton Mourão, inclusive, se posicionou contrário à postura "política de Pazuello.
Isso pode não valer muito, pois, praticamente, inexiste qualquer relação de proximidade com o presidente, algo apenas protocolar, mas não podemos deixar de considerar o vice-presidente, muitas vezes, um contraponto importante ao populismo do "capitão".
Na verdade, o presidente alimenta, cada vez mais, este clima de confrontação e rebeldia, não sabendo se isso terá algum efeito favorável lá na frente, com as eleições.
Pelas pesquisas mais recentes, algumas mais críveis do que outras, pouco deve ter, já que a perda de popularidade do presidente parece fato.
Em pesquisa da semana, do Instituto Ideia, na Exame Pesquisa, sobre a popularidade e as reformas, temos o seguinte:
# sobre a avaliação do presidente, 50% o julgam entre péssimo e ruim, 24% ótimo e bom e 22% regular. Nestes 50%, 63% dos que ganham mais de cinco salários acham o presidente ruim e péssimo;
# na aprovação ou reprovação, 48% reprovam, 26% aprovam e 22% não aprovam nem desaprovam. Destes que aprovam, 38% são evangélicos e 19% católicos.
Falando das reformas:
Sobre a reforma tributária:
# 25% acham que se aprovada irá aumentar os impostos sobre os cidadãos, 25% o contrário e 20% acham que não será aprovada e nada deve mudar.
# sobre a criação de um imposto sobre transações financeiras, 58% são contrários, 10% a favor e 19% neutros.
# se a reforma reduzisse a carga de impostos, 56% poupariam e investiriam no futuro e os outros gastariam.
Sobre a reforma administrativa:
# na avaliação de desempenho de um ano antes de contratar, 49% se mostram à favor, 26% contra.
# estas medidas só devem ser aplicadas aos futuros servidores. Muitos discordam achndo que deve se estender a todos, 41%. Outros, só depois da mudança da regra (21%).
O clima não parece nada amistoso para o governo, já que o presidente não consegue "sobreviver" sem confrontação. Na verdade, pegou muito mal sua postura na "carreata das motos" no domingo passado no Rio de Janeiro. Reuniu milhões de pessoas pelas ruas do Rio, numa movimentação totalmente temerária, diante dos riscos de contaminação. E o pior com a participação do ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Muitos acham que será inevitável mais uma acareação com o ex-ministro na CPI da Covid.
Sobre esta, será destaque neste dia a secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitão Cloroquina”. Ela prestará seu depoimento num ambiente tenso e com o presidente da Comissão, senador Omar Aziz, bem incisivo diante do governo. Todos se mostram muito desconfortáveis com a postura "palanqueira" do presidente. Não há como contemporizar uma postura destas. Jair Bolsonaro já não governar, faz campanha para 2022.
No Exército, a repercussão do evento de domingo foi a pior possível, com muitos do Alto Comando recomendando alguma punição ao general Eduardo Pazuello. Acham, por exemplo, que ele deve ir para a reserva. O vice presidente general Hamilton Mourão, inclusive, se posicionou contrário à postura "política de Pazuello.
Isso pode não valer muito, pois, praticamente, inexiste qualquer relação de proximidade com o presidente, algo apenas protocolar, mas não podemos deixar de considerar o vice-presidente, muitas vezes, um contraponto importante ao populismo do "capitão".
Na verdade, o presidente alimenta, cada vez mais, este clima de confrontação e rebeldia, não sabendo se isso terá algum efeito favorável lá na frente, com as eleições.
Pelas pesquisas mais recentes, algumas mais críveis do que outras, pouco deve ter, já que a perda de popularidade do presidente parece fato.
Em pesquisa da semana, do Instituto Ideia, na Exame Pesquisa, sobre a popularidade e as reformas, temos o seguinte:
# sobre a avaliação do presidente, 50% o julgam entre péssimo e ruim, 24% ótimo e bom e 22% regular. Nestes 50%, 63% dos que ganham mais de cinco salários acham o presidente ruim e péssimo;
# na aprovação ou reprovação, 48% reprovam, 26% aprovam e 22% não aprovam nem desaprovam. Destes que aprovam, 38% são evangélicos e 19% católicos.
Falando das reformas:
Sobre a reforma tributária:
# 25% acham que se aprovada irá aumentar os impostos sobre os cidadãos, 25% o contrário e 20% acham que não será aprovada e nada deve mudar.
# sobre a criação de um imposto sobre transações financeiras, 58% são contrários, 10% a favor e 19% neutros.
# se a reforma reduzisse a carga de impostos, 56% poupariam e investiriam no futuro e os outros gastariam.
Sobre a reforma administrativa:
# na avaliação de desempenho de um ano antes de contratar, 49% se mostram à favor, 26% contra.
# estas medidas só devem ser aplicadas aos futuros servidores. Muitos discordam achndo que deve se estender a todos, 41%. Outros, só depois da mudança da regra (21%).
No posicionamento sobre as privatizações, do Correio 45% são favoráveis, 35% contra; da Eletrobras, 36% contra e a favor.
Nas reformas observa-se o esforço das pessoas em economizar recursos, daí quererem pagar menos impostos. Nas privatizações, uma tomada de consciência começa a haver de que as empresas públicas, muitas vezes, acabam "aparelhadas pelos conchavos políticos", se tornando objetos de corrupção. Daí a aceitação pelas privatizações.
Nas reformas observa-se o esforço das pessoas em economizar recursos, daí quererem pagar menos impostos. Nas privatizações, uma tomada de consciência começa a haver de que as empresas públicas, muitas vezes, acabam "aparelhadas pelos conchavos políticos", se tornando objetos de corrupção. Daí a aceitação pelas privatizações.
Falando da pandemia, 29% acham que vai melhorar, 24% que vai piorar e 18% igual até o final do ano. 21% acham que só melhora em 2022. Já as vacinações seguem abaixo do esperado (69%) ou atrasada (75%).
Em simulações feitas nestas pesquisas, sobre as eleições, Lula da Silva teria mais chance de vitória em primeiro turno, ou mesmo numa ida ao segundo.
Por outro lado, as movimentações do presidente, nas suas várias incursões pelo País, inaugurando obras, em carreatas, palanques, mostram que ainda existe alguma popularidade, apoio entre 20% e 30%. Isso é sempre considerado como um dificultador, por exemplo, para o início de um processo de impeachment. O risco maior é de ruptura política, pelo apoio ao presidente nas ruas, embora as pesquisas não mostrem isso.
Sobre a agenda econômica desta semana, estejamos atentos aos movimentos do presidente do Congresso, Arthur Lira, e do ministro Guedes sobre a agenda de reformas.
Na pauta do Congresso, temos as reformas administrativa e tributária (fatiada e com menos prioridade), a valorização dos marcos setoriais, as medidas microeconômicas e o processo de privatização da Eletrobras (MP em discussão no Senado).
Estejamos também atentos às escaramuças do Planalto, pois boatos na segunda-feira indicavam que o auxílio emergencial pode ser extendido até o ano que vem.
Soma-se a isso, o presidente investe para fortalecer sua imagem junto às Forças Armadas - e na pauta de segurança como um todo -; buscando desqualificar o dissensso criado quando mudou os comandos da área e o ministro da Defesa. Quando fala em "meu Exercito" tenta reforçar esta narrativa.
Neste sentido, o clima de beligerância, criado pelo presidente, pode ter apoio do alto Comando do Exercito, ou não. Aguardemos os próximos capítulos.
Nesta terça-feira sai o IPCA 15 de maio (IBGE). A tendência é de alguma desaceleração, a 0,4%, mas ainda em patamar alto e bem acima da meta.
Falando dos mercados, o Ibovespa registrou +1,17%, a 124.031 pontos com volume financeiro negociado de R$ 28,7 bilhões. Foi o maior patamar de fechamento desde o dia 08/01, quando encerrou cotado em 125.076 pontos. Já o dólar comercial caiu 0,53% a R$ 5,32 na venda seguindo o desempenho da moeda no mundo todo. O dólar futuro com vencimento em junho registrou perdas de 0,72% a R$ 5,325 no after-market.
O S&P 500 fechou em alta de 0,99%, aos 4.197 pontos, enquanto o Nasdaq subiu 1,41%, aos 13.661 pontos. Este índice iniciou a semana em alta com os diretores do Fed reiterando as expectativas de alta para a inflação de curto prazo, devido à reabertura da economia. Mesmo assim, reforçam estes choques como transitórios. Lembremos também que a redução do pacote de infraestrutura de mais de US$ 2,2 trilhões para US$ 1,7 trilhões, reduz o receio de uma inflação mais forte.
Em simulações feitas nestas pesquisas, sobre as eleições, Lula da Silva teria mais chance de vitória em primeiro turno, ou mesmo numa ida ao segundo.
Por outro lado, as movimentações do presidente, nas suas várias incursões pelo País, inaugurando obras, em carreatas, palanques, mostram que ainda existe alguma popularidade, apoio entre 20% e 30%. Isso é sempre considerado como um dificultador, por exemplo, para o início de um processo de impeachment. O risco maior é de ruptura política, pelo apoio ao presidente nas ruas, embora as pesquisas não mostrem isso.
Sobre a agenda econômica desta semana, estejamos atentos aos movimentos do presidente do Congresso, Arthur Lira, e do ministro Guedes sobre a agenda de reformas.
Na pauta do Congresso, temos as reformas administrativa e tributária (fatiada e com menos prioridade), a valorização dos marcos setoriais, as medidas microeconômicas e o processo de privatização da Eletrobras (MP em discussão no Senado).
Estejamos também atentos às escaramuças do Planalto, pois boatos na segunda-feira indicavam que o auxílio emergencial pode ser extendido até o ano que vem.
Soma-se a isso, o presidente investe para fortalecer sua imagem junto às Forças Armadas - e na pauta de segurança como um todo -; buscando desqualificar o dissensso criado quando mudou os comandos da área e o ministro da Defesa. Quando fala em "meu Exercito" tenta reforçar esta narrativa.
Neste sentido, o clima de beligerância, criado pelo presidente, pode ter apoio do alto Comando do Exercito, ou não. Aguardemos os próximos capítulos.
Nesta terça-feira sai o IPCA 15 de maio (IBGE). A tendência é de alguma desaceleração, a 0,4%, mas ainda em patamar alto e bem acima da meta.
Falando dos mercados, o Ibovespa registrou +1,17%, a 124.031 pontos com volume financeiro negociado de R$ 28,7 bilhões. Foi o maior patamar de fechamento desde o dia 08/01, quando encerrou cotado em 125.076 pontos. Já o dólar comercial caiu 0,53% a R$ 5,32 na venda seguindo o desempenho da moeda no mundo todo. O dólar futuro com vencimento em junho registrou perdas de 0,72% a R$ 5,325 no after-market.
O S&P 500 fechou em alta de 0,99%, aos 4.197 pontos, enquanto o Nasdaq subiu 1,41%, aos 13.661 pontos. Este índice iniciou a semana em alta com os diretores do Fed reiterando as expectativas de alta para a inflação de curto prazo, devido à reabertura da economia. Mesmo assim, reforçam estes choques como transitórios. Lembremos também que a redução do pacote de infraestrutura de mais de US$ 2,2 trilhões para US$ 1,7 trilhões, reduz o receio de uma inflação mais forte.
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