Pular para o conteúdo principal

MACRO MERCADOS DIÁRIO. Sexta-feira, 05/03/2021

PEC EMERGENCIAL APROVADA E FED CAUTELOSO

 

Overview

 

Chegamos ao fim da semana e o saldo é favorável no front doméstico, depois da aprovação da PEC Emergencial no Senado, sem os arroubos populistas que a ameaçavam. Nos EUA, as declarações de Jerome Powell, chairman do Fed, mais geram dúvidas do que certezas. Já na reunião da OPEP decidiu-se pela manutenção no ciclo de corte de produção de barris, pelo menos, até abril. Isso demonstra ainda haver dúvidas sobre a intensidade da retomada da economia global.  

 

Falando das tratativas no Senado brasileiro, a Bolsa Família acabou mantida no “teto dos gastos”, preservando, por ora, a credibilidade desta regra fiscal, e não tivemos o prometido “fatiamento” da PEC. Menos mal. Ao fim, prevaleceu o bom senso e a PEC aprovada em segundo turno (. Previsões indicavam uma cobertura de 45 milhões de brasileiros, num prazo de até quatro meses, em escala de auxílio entre R$ 250 e R$ 375. O mercado de ações, ao longo desta quinta-feira, diante da boa notícia, chegou a reagir, próximo a 114 mil pontos, mas depois acabou cedendo, com as declarações dúbias do presidente do Fed, Jerome Powell.

 

Isso porque nos EUA o mega pacote de Joe Biden (US$ 1,9 trilhão) continua a gerar celeuma. Poucos acreditam ser possível conceder um salário mínimo horário acima do dobro, um cheque de US$ 1,4 mil à maioria dos americanos ou de US$ 400 aos desempregados. Esta injeção de recursos públicos  parece algo demasiado. Pensa-se num novo “New Deal” para a economia norte-americana, ainda mais reforçado pela continuidade das compras de ativos pelo Fed.

 

Tudo isso, em algum momento, deve resultar em mais inflação, o que se reflete nos movimentos dos “yelds” dos Treasuries americanos, de dois anos  estáveis, de 10 anos, acima de 1,5% e de 30 anos, superando 2,2%. Segundo Powell, esta inflação, se ocorrer no curto prazo, será transitória, sendo previsível ao fim de 2022, com o fim da compra de ativos e a elevação de juro. Ainda não se observa este risco no horizonte de curto prazo. Para ele, mantem-se a curso acomodatício da política monetária, não havendo ainda “consistente” aperto financeiro. O pacote Biden já foi aprovado na Câmara e ingressa agora para o Senado, onde será discutido e voltado até o final de semana.    

 

 

 

 

Comportamento dos ativos

 

Bolsas no Brasil e em NY em tendência de correção, diante da elevação dos “yelds” dos Treasuries norte-americanos. O pacote Bider deve ser votado no Senado, depois de aprovado na Câmara, e muitos o consideram excessivo. Uma readequação deve acabar acontecendo. Neste cenário, nos EUA o dólar segue se valorizando (o real perdendo valor), a inclinação do juro acontecendo e a inflação rondando. No Brasil, a inclinação do juro de curto prazo deu uma cedida, depois da PEC aprovada, mas continuamos a achar, no entanto, haver espaço para um ajuste da Selic no Copom de março.

 

No Brasil, aguardemos os dados de produção industrial de janeiro e a produção da Anfavea de fevereiro. Nos EUA, o payroll deve nortear os mercados, mas deve continuar fraco. A economia americana continua aquém do pleno emprego, pré-pandemia. 

 

Bons negócios a todos !

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BDM 181024

 China e Netflix contratam otimismo Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato* [18/10/24] … Após a frustração com os estímulos chineses para o setor imobiliário, Pequim anunciou hoje uma expansão de 4,6% do PIB/3Tri, abaixo do trimestre anterior (4,7%), mas acima da estimativa de 4,5%. Vendas no varejo e produção industrial, divulgados também nesta 6ªF, bombaram, sinalizando para uma melhora do humor. Já nos EUA, os dados confirmam o soft landing, ampliando as incertezas sobre os juros, em meio à eleição presidencial indefinida. Na temporada de balanços, Netflix brilhou no after hours, enquanto a ação de Western Alliance levou um tombo. Antes da abertura, saem Amex e Procter & Gamble. Aqui, o cenário externo mais adverso influencia os ativos domésticos, tendo como pano de fundo os riscos fiscais que não saem do radar. … “O fiscal continua sentado no banco do motorista”, ilustrou o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, à jornalista Denise Abarca (Broadcast) para explicar o pa...

Prensa 0201

 📰  *Manchetes de 5ªF, 02/01/2025*    ▪️ *VALOR*: Capitais mostram descompasso entre receitas e despesas, e cresce risco de desajuste fiscal       ▪️ *GLOBO*: Paes vai criar nova força municipal armada e mudar Guarda   ▪️ *FOLHA*: Homem atropela multidão e mata pelo menos 15 em Nova Orleans  ▪️ *ESTADÃO*: Moraes é relator da maioria dos inquéritos criminais do STF

NEWS 0201

 NEWS - 02.01 Agora é com ele: Galípolo assume o BC com desafios amplificados / Novo presidente do Banco Central (BC) agrada em ‘test drive’, mas terá que lidar com orçamento apertado e avanço da agenda de inovação financeira, em meio a disparada no câmbio e questionamentos sobre independência do governo- O Globo 2/1 Thaís Barcellos Ajudar a reverter o pessimismo com a economia, administrar a política de juros, domar o dólar e a inflação — que segundo as estimativas atuais do mercado deverá estourar a meta também este ano —, além de se provar independente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são os maiores desafios de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central (BC). Mas não são os únicos. Com o orçamento do BC cada vez mais apertado, o novo presidente do órgão tem a missão de dar continuidade à grande marca de seu antecessor, Roberto Campos Neto: a agenda de inovação financeira. Também estão pendentes o regramento para as criptomoedas e um aperto na fiscalização de instituições...