APERTE O BOLSO: O CALOTE VEM AÍ, artigo do Luiz Cezar Fernandes, citado acima
O próximo governo se sentirá seduzido,
inevitavelmente, por um calote na dívida pública. O crescimento da dívida
pública interna atingirá 100% do Produto Interno Bruto – PIB do Brasil, já na
posse do próximo governo. A situação será insustentável, gerando uma completa
ingovernabilidade.
Os bancos, hoje cartelizados em
5 grandes organizações, têm diminuído assustadoramente os empréstimos ao setor
privado e vêm aumentando, em proporção inversa, a aplicação em títulos da
dívida pública.
Os países que recentemente
entraram em default, como a Grécia, não causaram grandes impactos internos,
pois sua dívida era sobretudo externa e em grande parte pulverizada, inclusive
em bancos centrais, fundos mútuos e de pensão.
O caso do Brasil é
essencialmente diverso. Um default nossa dívida interna implicará na falência
do sistema, atingindo de grandes bancos a pessoas físicas, passando por family
offices e afins.
Para evitarem uma corrida
bancária, as grandes instituições bancárias terão, obrigatoriamente, que
impedir seus clientes de efetuarem os saques de suas poupanças à vista ou a
prazo.
Caso contrário, teremos uma
situação ainda mais grave que a vivida pela Venezuela. Reformas já ou só
restará o calote.
O ALARME TEM PROCEDÊNCIA
Deu no site Sputnik
Deu no site Sputnik
Ouvido pelo site
Sputnik, o economista Istvan Kasznar, professor da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), diz que, embora a previsão de Fernandes tenha um tom alarmista, reforça
o alerta que vem sendo dado por economistas há algum tempo: a necessidade de o
governo fazer uma política fiscal séria e parar de sacrificar a população com
mais impostos.
“Esses são déficits
públicos gigantescos que se tornam maiores depois de declarações oficiais. São
heranças do governo Dilma Rousseff, no mínimo. Eram R$ 175 bilhões de déficit
em 2015, R$ 190 bilhões em 2016, este ano falava-se em R$ 136, depois pulou
para R$ 139, aumentou para R$ 159, daqui a pouco foi R$ 169. Ninguém sabe onde
é o teto e onde vai parar isso. O que está sendo dito pelo Ministério da
Fazenda, às claras e em bom português, é que existe um desgoverno, sem
capacidade de controle, sem capacidade de gerar fixidez de reducionismo no
déficit público e incapaz de mostrar outra coisa que não seja um déficit
primário, que continua um desastre. Isso é consequência de uma política
assistencialista, onde se pensa que dinheiro nasce em árvore”, diz o
economista.
RENTISMO – “De 45% a 47%
do valor arrecadado pela União é pago em juros e amortização da dívida interna
pública, o que é absurdo. É ótimo para banqueiro e para quem vive de renda e um
desastre para a nação, que precisa de investimentos, empregos e riqueza. O Luiz
Cesar é mais um na multidão de pessoas que faz um alerta: a possibilidade de um
calote que se gera em função de uma má prática contínua no processo de gestão
das contas públicas e do Estado no Brasil”, acrescenta Istvan Kasznar.
“Não é tão terrível
quanto nos Estados Unidos (102%), Dinamarca (117%) e Itália (108%), mas há uma
diferença: nos EUA, eles emitem dólar em divisa e o mundo aceita. No Brasil, a
gente emite em real — e nem dá para emitir porque a Casa da Moeda também
quebrou e vai ser privatizada — e isso implica que não temos esse grau de
liberdade para emitir dinheiro e dizer que nossa moeda é divisa. O Brasil está
acostumado há décadas a viver num regime de classe média com lamúrias e uma
elite acompanhando com muito prazer taxas de juros estratosféricas que lhes
asseguram mais retorno através de aplicações financeiras do Tesouro Direto,
CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e uma população miserável que se
contenta com as migalhas de um assistencialismo mal engendrado que acaba
quebrando o Estado.”
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