sexta-feira, 25 de agosto de 2017

APERTE O BOLSO: O CALOTE VEM AÍ, artigo do Luiz Cezar Fernandes, citado acima

O próximo governo se sentirá seduzido, inevitavelmente, por um calote na dívida pública. O crescimento da dívida pública interna atingirá 100% do Produto Interno Bruto – PIB do Brasil, já na posse do próximo governo. A situação será insustentável, gerando uma completa ingovernabilidade.
Os bancos, hoje cartelizados em 5 grandes organizações, têm diminuído assustadoramente os empréstimos ao setor privado e vêm aumentando, em proporção inversa, a aplicação em títulos da dívida pública.
Os países que recentemente entraram em default, como a Grécia, não causaram grandes impactos internos, pois sua dívida era sobretudo externa e em grande parte pulverizada, inclusive em bancos centrais, fundos mútuos e de pensão.
O caso do Brasil é essencialmente diverso. Um default nossa dívida interna implicará na falência do sistema, atingindo de grandes bancos a pessoas físicas, passando por family offices e afins.
Para evitarem uma corrida bancária, as grandes instituições bancárias terão, obrigatoriamente, que impedir seus clientes de efetuarem os saques de suas poupanças à vista ou a prazo.
Caso contrário, teremos uma situação ainda mais grave que a vivida pela Venezuela. Reformas já ou só restará o calote.

O ALARME TEM PROCEDÊNCIA
Deu no site Sputnik
Ouvido pelo site Sputnik, o economista Istvan Kasznar, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que, embora a previsão de Fernandes tenha um tom alarmista, reforça o alerta que vem sendo dado por economistas há algum tempo: a necessidade de o governo fazer uma política fiscal séria e parar de sacrificar a população com mais impostos.
“Esses são déficits públicos gigantescos que se tornam maiores depois de declarações oficiais. São heranças do governo Dilma Rousseff, no mínimo. Eram R$ 175 bilhões de déficit em 2015, R$ 190 bilhões em 2016, este ano falava-se em R$ 136, depois pulou para R$ 139, aumentou para R$ 159, daqui a pouco foi R$ 169. Ninguém sabe onde é o teto e onde vai parar isso. O que está sendo dito pelo Ministério da Fazenda, às claras e em bom português, é que existe um desgoverno, sem capacidade de controle, sem capacidade de gerar fixidez de reducionismo no déficit público e incapaz de mostrar outra coisa que não seja um déficit primário, que continua um desastre. Isso é consequência de uma política assistencialista, onde se pensa que dinheiro nasce em árvore”, diz o economista.
RENTISMO – “De 45% a 47% do valor arrecadado pela União é pago em juros e amortização da dívida interna pública, o que é absurdo. É ótimo para banqueiro e para quem vive de renda e um desastre para a nação, que precisa de investimentos, empregos e riqueza. O Luiz Cesar é mais um na multidão de pessoas que faz um alerta: a possibilidade de um calote que se gera em função de uma má prática contínua no processo de gestão das contas públicas e do Estado no Brasil”, acrescenta Istvan Kasznar.

“Não é tão terrível quanto nos Estados Unidos (102%), Dinamarca (117%) e Itália (108%), mas há uma diferença: nos EUA, eles emitem dólar em divisa e o mundo aceita. No Brasil, a gente emite em real — e nem dá para emitir porque a Casa da Moeda também quebrou e vai ser privatizada — e isso implica que não temos esse grau de liberdade para emitir dinheiro e dizer que nossa moeda é divisa. O Brasil está acostumado há décadas a viver num regime de classe média com lamúrias e uma elite acompanhando com muito prazer taxas de juros estratosféricas que lhes asseguram mais retorno através de aplicações financeiras do Tesouro Direto, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e uma população miserável que se contenta com as migalhas de um assistencialismo mal engendrado que acaba quebrando o Estado.”

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