SEMANA NO PAÍS
Continuamos tentando navegar num mar revolto, cercado de armadilhas. O
impeachment avança, mas sempre
sujeito a trancos e barrancos, a movimentos oportunistas de personagens diversos.
O último foi deste senhor, Waldir Maranhão, presidente interino da
Câmara, o que causou certo transtorno depois de acolher o recurso da Advocacia
Geral da União (AGU). Foi ignorado pelo Senado nem indo para análise do
Supremo.
Aguardemos agora a votação no Senado a partir desta quarta-feira,
podendo se prolongar até sexta-feira. Previsões indicam entre 50 e 55 votos a
favor do impeachment, mais do que o
divulgado pela imprensa, talvez em função deste ato desastrado de Waldir
Maranhão. Dizem até que quem montou esta “peça” foi o próprio José Eduardo
Cardoso, tramada neste último final de semana com a participação do governador
do Maranhão, Flávio Dino, do PC do B. Acabou rejeitada. E segue o jogo.
Sobre a reforma ministerial, uma novidade foi Temer dar uma revisada,
depois de boatos de que não haveria grandes mudanças. Pela necessidade de
compor forças políticas, as barganhas seriam de tal forma que a reforma
acabaria menor. Falava-se no corte de apenas três ministérios, praticamente havendo
a repetição dos muitos nomes do governo Dilma. Hoje, no entanto, veio o esclarecimento.
Serão 23 ministérios, com corte de nove. Caso o afastamento de Dilma se
confirme, Temer pode transferir para a Fazenda as questões da Reforma da
Previdência, coordenada por Meirelles. O ministério do Trabalho ficará apenas
com o emprego. Fusões devem ocorrer, com o Ministério dos Transportes ficando
com Portos e Aviação, o da Educação com a Cultura, Desenvolvimento Social com
Agrário e o das Comunicações com Ciência e Tecnologia.
É possível que o BACEN se torne independente, mas deve perder o status de ministério, assim como a CGU,
a Secretaria de Comunicação e o Gabinete da Presidência. Sobre a equipe
econômica, há dificuldades, diante do ceticismo dos economistas em aceitar o
desafio de estabilizar a economia, pelo tempo exíguo. Comenta-se também que o
presidente do BACEN pode ser indicado mais tarde, já que Meirelles conhece
Tombini e todos os diretores que compõem o Copom. Já estão certos, na equipe,
Eliseu Padilha (Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e o próprio
Henrique Meirelles (Fazenda).
Na agenda da
semana, nesta quarta-feira, a Pesquisa Mensal de Vendas do Varejo em março
(PMC). Depois de um bom desempenho em fevereiro, devem recuar ainda mais em
março, em torno de 0,5%. Pelo conceito restrito, cresceram 1,2% em fevereiro e
pelo ampliado 1,8%. Na sexta-feira temos o IBC-Br de março, devendo mostrar
outra contração, em torno de 0,5% na base mensal e 5,5% contra março de 2015.
No exterior, nos EUA, o relatório de vendas no varejo de abril sai na
sexta-feira, com expectativa de recuperação. No mesmo dia, o sentimento do consumidor da
Universidade de Michigan, provavelmente subindo. Na Zona do Euro, sai a segunda estimativa do
PIB do primeiro trimestre na sexta-feira. Na China, durante a semana, como destaque os dados de crédito de abril. É esperado um arrefecimento dos novos
empréstimos para 815 bi de yuan, bem
abaixo do 1,37 trilhão de yuans em
março.
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