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TENTANDO JUNTAR AS PEÇAS

Depois da tragédia de ontem (dia 13), e passado o impacto inicial, é importante uma análise, mesmo que breve, sobre o cenário eleitoral deste ano. Tentemos juntar as peças deste quebra-cabeça. Marina Silva como candidata. É a escolha natural do PSB. Existe um grupo que não gosta dela, nem do seu partido (Rede Sustentabilidade), por achá-los fundamentalistas. Neste, desponta Roberto Amaral, vice-presidente do partido e ex-ministro do governo Lula. Ele acha que o ideal seria o partido não lançar ninguém e se aproximar, “mais à esquerda”, do governo Dilma. Não acreditamos nesta hipótese. Não se pode desperdiçar um capital político de 19,6 milhões de votos (19,3% do eleitorado em primeiro turno de 2010). Quem perde, quem ganha. Marina tem peso de votos no plano nacional, mais do que tinha Campos. Numa primeira pesquisa, é possível que chegue a algo próximo a 15% nas intenções de voto. Dúvida maior é saber quem perde mais, se Dilma ou Aécio. Muitos acham que Aécio seria o maior prejudicado, pela semelhança de propostas entre ambos e por Marina ser mais outsider, uma alternativa ao predomínio de 20 anos do PSDB-PT. Não tenho tanta certeza sobre isto. Dilma se desgastou muito nos últimos anos e talvez o eleitorado da Marina não esteja muito disposto em votar nela. Aguardemos as próximas pesquisas. Muda algo com Marina? Giannetti da Fonseca, principal formulador do programa econômico da candidatura PSB-Rede, não acredita em grandes mudanças no programa de governo (a princípio, a ser detalhando na semana que vem). Este será mais focado no forte ajuste da economia em 2015, no reforço do tripé macroeconômico e na reforma tributária, semelhante ao do PSDB. Giannetti, inclusive, acha que existe “uma forte convergência entre ambos os partidos”. Seu programa “prevê corrigir as tarifas administradas, a taxa de câmbio, possivelmente recalibrar, no início, a taxa de juros e colocar a reforma tributária na agenda”. A partir destes ajustes mais duros, seria possível restabelecer a confiança dos mercados e apressar a retomada do crescimento econômico, talvez já em 2016. Lembremos dos ajustes no segundo mandato do presidente FHC e do primeiro mandato de Lula. Nestes períodos, a retomada foi rápida. No primeiro, entre 1999 e 2000, a economia saiu de um crescimento de 0,3% para 4,3%, no segundo, entre 2003 e 2004, de 1,1% para 5,7%. Caso não vá para segundo turno, Marina apoiaria quem? Giannetti acha que ela deve se manter independente (ou neutra) liberando a bancada. Foi isto que ocorreu em 2010. Existe a possibilidade, no entanto, dela ir para o segundo turno, já que seu eleitorado é considerável, mais à esquerda, sendo destaque os jovens dos protestos do ano passado, fortes demandantes por mudanças (ponto em realce das pesquisas eleitorais recentes).

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