Calote argentino
Finalmente o comitê de credores assumiu que tecnicamente a Argentina ingressou em outra moratória. A anterior ocorreu em 2001, depois do debácle do regime de paridade fixa um para um do governo Menem e do caótico governo De La Rua...Neste período tivemos um vácuo de poder, com vários presidentes entrando e saindo até a família Kirchner assumir o leme e declarar moratória, mais precisamente em 2001.
O país se manteve como "pária internacional" por alguns anos, até que em 2005 conseguiu "costurar" um acordo com os credores, no modelo "Plano Brady", aceitando pagar os seus bônus mas com deságio que chegava a 70%. Ou os credores aceitavam e assumiam o prejuízo ou não levavam nada. Em 2010 outro acordo foi realizado. Por livre e expontânea pressão, 92,4% dos credores aceitaram, sendo que 7,6% optaram por ficar de fora neste processo de swap de bônus com deságio, na esperança de receber em algum momento tudo que haviam emprestado antes.
Na verdade, estes que não aceitaram, assumiram os "fundos abutres", grupo de investidores que sempre especulam contra um país insolvente, na expectativa de ganhar embates na justiça e receber grandes indenizações. Foi o que ocorreu agora, quando um juiz de NY deu ganho de causa para um destes grupos. Devem receber cerca de US$ 1,3 bilhão.
Em paralelo a isto, havia uma cláusula nas negociações de 2005 e 2010 que dava os mesmos direitos para os 93,6% que aceitaram o deságio antes e agora poderiam receber integralmente como estes "abutres". Isto se tornaria fato desde que os 7,6% conseguissem receber integralmente. O governo Kirchner tinha esperança de empurrar este contencioso até dezembro deste ano, prazo para esta cláusula caducar. Não conseguiu e agora corre o risco de ter que pagar integralmente também aos outros credores que aceitaram antes o deságio.
Neste cenário de terra arrasada para os hermanos argentinos, as expectativas são de falta de crédito para o financiamento do consumo, da produção e do comércio exterior. O peso deve se depreciar fortemente, as parcas reservas de US$ 28 bilhões devem começar a se exaurir, a inflação deve passar de 30% ao ano e a economia deve mergulhar numa recessão profunda, recuando 3,5%. É o triste fim de um governo, como tantos nesta América Latina, que sempre apostaram em medidas e decisões pirotécnicas e políticas, mais para receber a solidariedade dos incautos, do que para resolver problemas...estes poderiam ser adiados a perder de vista.
Fazer o que tem que ser feito nunca foi o forte deste tipo de governo populista...Que sirva de lição para outros incompetentes por estas paragens.
O país se manteve como "pária internacional" por alguns anos, até que em 2005 conseguiu "costurar" um acordo com os credores, no modelo "Plano Brady", aceitando pagar os seus bônus mas com deságio que chegava a 70%. Ou os credores aceitavam e assumiam o prejuízo ou não levavam nada. Em 2010 outro acordo foi realizado. Por livre e expontânea pressão, 92,4% dos credores aceitaram, sendo que 7,6% optaram por ficar de fora neste processo de swap de bônus com deságio, na esperança de receber em algum momento tudo que haviam emprestado antes.
Na verdade, estes que não aceitaram, assumiram os "fundos abutres", grupo de investidores que sempre especulam contra um país insolvente, na expectativa de ganhar embates na justiça e receber grandes indenizações. Foi o que ocorreu agora, quando um juiz de NY deu ganho de causa para um destes grupos. Devem receber cerca de US$ 1,3 bilhão.
Em paralelo a isto, havia uma cláusula nas negociações de 2005 e 2010 que dava os mesmos direitos para os 93,6% que aceitaram o deságio antes e agora poderiam receber integralmente como estes "abutres". Isto se tornaria fato desde que os 7,6% conseguissem receber integralmente. O governo Kirchner tinha esperança de empurrar este contencioso até dezembro deste ano, prazo para esta cláusula caducar. Não conseguiu e agora corre o risco de ter que pagar integralmente também aos outros credores que aceitaram antes o deságio.
Neste cenário de terra arrasada para os hermanos argentinos, as expectativas são de falta de crédito para o financiamento do consumo, da produção e do comércio exterior. O peso deve se depreciar fortemente, as parcas reservas de US$ 28 bilhões devem começar a se exaurir, a inflação deve passar de 30% ao ano e a economia deve mergulhar numa recessão profunda, recuando 3,5%. É o triste fim de um governo, como tantos nesta América Latina, que sempre apostaram em medidas e decisões pirotécnicas e políticas, mais para receber a solidariedade dos incautos, do que para resolver problemas...estes poderiam ser adiados a perder de vista.
Fazer o que tem que ser feito nunca foi o forte deste tipo de governo populista...Que sirva de lição para outros incompetentes por estas paragens.
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